O que me levou pedir para um amigo que me
emprestasse “O Guia de Sobrevivência a Zumbis” para ler? 1º: a minha cota
mensal de compras de livro já tinha estourado e 2º e mais importante: queria
saber como os zumbis de George A. Romero se comportariam se, de fato,
existissem. Eu disse George A. Romero porque a minha geração aprendeu a
conviver com os monstrengos assustadores de “A Noite dos Mortos-vivos” de 1968
e não com os monstrengos digitalizados e esquisitões de Walking Dead, Resident
Evil, entre outros da atualidade.
Aliás, não podemos esquecer que foi graças a Romero
que os zumbis foram alçados à categoria em que atualmente os
encontramos: verdadeiros superstars, arrastando seus trapos e corpos putrefatos
por livros, seriados, filmes e games como nunca antes.
Apesar de já ter passado muitos anos, o filme “A
Noite dos Mortos-vivos” continua sendo uma das produções de terror que mais marcaram
a minha vida. Após quase cinco décadas ainda me lembro de várias cenas do filme
que curti muito em minha pré-adolescência; anos depois, nas décadas de 80 e 90,
viria assisti-lo novamente em VHS e também na TV.
Acabei de lê-lo faz poucos dias; aliás fiz uma
leitura em conjunto com “O Homem de Giz”. Durante o dia, lia a obra de C.J.
Tudor e à noite encarava o “Guia de Sobrevivência a Zumbis”. Enquanto a leitura
de “O Homem de Giz” deu uma enroscada, a obra Brooks foi lida rapidinho. Adorei
o livro e me arrependo de não o ter lido antes.
A obra escrita pelo filho do icônico cineasta Mel
Brooks é divertidamente cínica. Mas trata-se de um cinismo que te prende da primeira
à última página.
O livro discorre sobre um suposto ataque de zumbis
nos tempos atuais e como nós, seres humanos, deveríamos se preparar para
enfrentar essa ameaça. O autor usa uma linguagem técnica, porém totalmente
acessível, para explicar todos os aspectos da "zumbinidade" aos
preocupados leitores, desde táticas de defesa e armas mais efetivas até a
misteriosa morfologia zumbi, passando pela psicologia e comportamento dos
mortos-vivos. Há ainda pérolas como o capítulo que ensina a preparar a casa
contra um longo cerco dos mórbidos seres.
O autor esmiúça os conceitos sobre a anatomia dos
mortos vivos, formas de infecção, estágios da infecção, forma de mata-los,
níveis de insurreições, como escolher os equipamentos certos para quase todo
tipo de situação, fugas e locais de refúgio.
Um dos capítulos que mais me chamou a atenção foi
aquele relacionado as características do vírus que transforma as pessoas em
zumbis, os sintomas, o contágio e o que fazer quando alguém é infectado. Há
também descrições sobre as habilidades físicas dos mortos, seus padrões de
comportamento e métodos de caça.
No último capítulo, Brooks faz um resumo dos casos já
ocorridos de ataques de zumbis, contando a história de pessoas que sobreviveram
a esses ataques para contar as suas aventuras. Alguns registros desses ataques
incluem até mesmo o Brasil.
Portanto, taí galera; uma leitura da hora. Adorei! E
para você que só teve contato com os zumbis da série Walking Dead, aproveito
para convidá-los a conhecer os zumbis de Romero; aqueles de 1968. Tenho
certeza, que valerá à pena.
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