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12 setembro 2025

10 livros para quem não vive sem música

Você ama ouvir músicas? Gosta de ficar vasculhando novidades que rolam nos bastidores de shows e eventos musicais ou então na vida de seus cantores preferidos? Você também se considera um devorador de livros? Pronto! Acho que essa postagem vai atender as suas expectativas.

Decidi escrever esse post inspirado em Lulu que ama curtir um som, mas também é apaixonada por livros. Então, porque não unir o agradável ao mais agradável ainda (nesse caso, esqueça o velho ditado popular: “unir o útil ao agradável” porque tanto músicas quanto livros são mais do que úteis, são a-g-r-a-d-á-v-e-i-s).

Selecionei dez livros para aquelas pessoas que além de ter o hábito da leitura também não vivem sem música. Acredito que essas obras – romances ou livros sobre os bastidores da música - irão agradar todos os leitores que se enquadram nessa categoria. Vamos a elas?  Anotem aí.

01 – 1976: Movimento Black Rio (Luiz Felipe de Lima Peixoto e Zé Octávio Sebadelhe)

O livro 1976: Movimento Black Rio escrito Luiz Felipe de Lima Peixoto e Zé Octávio Sebadelhe conta a história de um dos maiores movimentos de resistência negro da segunda metade do Século XX no Rio de Janeiro. Inicialmente inspirado pela revolução da funk music norte-americana, esse movimento no Rio de Janeiro foi uma afirmação social, estética e musical, que desencadeou uma mudança profunda na música e na cultura negras do Brasil. 

Tim Maia, Sandra de Sá e Toni Tornado são alguns dos personagens desse relato enérgico, que procura informar os mais jovens — que não viveram esse momento revolucionário — e dar voz a um período emblemático da nossa cultura, para que nunca nos esqueçamos desses poderosos músicos, djs, dançarinos e frequentadores de bailes que participaram dessa história.

A obra com pouco mais de 250 páginas, que chegou ao mercado pela editora José Olympio em outubro de 2016, reconstitui a trajetória do movimento, desde sua origem nos primeiros bailes de black soul dos subúrbios cariocas até a conquista do imaginário nacional, cumprindo o papel de afirmação do orgulho negro, através de uma nova expressão de comportamento e de costumes, apoiada na música e na dança como formas de libertação.

Detalhes técnicos

Editora: José Olympio

Capa: Brochura

Ano: 2016

Páginas: 256

Dimensões: 23 x 15.2 x 1.8 cm

02 – Daisy Jones & The Six: Uma história de amor e música (Taylor Jenkins Reid)

Os personagens de Daisy Jones & The Six: Uma História de Amor e Música são tão carismáticos que parecem reais. A ilusão que temos ao ler a obra de Taylor Jenkins Reid é de que o grupo musical fictício criado pela autora, de fato, existe. A minha sensação foi a de que Daisy Jones, Billy Dune, Graham Dunne, Karen Sirko e os demais integrantes do grupo musical “The Six” eram de carne e osso. Parecia que eu estava lá no meio da gritaria dos fãs assistindo um show da banda, vivendo o clima contagiante de uma apresentação ao vivo; presenciando os desentendimentos, erros e acertos do “The Six”.

O livro é todo escrito no formato de entrevistas como se os integrantes da banda e pessoas envolvidas com eles (produtores, empresários, gravadoras, etc) contassem, em seus pontos de vista, a trajetória e conflitos do The Six através dos anos. Com isso, a obra ganha um estilo documental o que torna os personagens e as suas histórias ainda mais reais.

Outro detalhe são as letras das músicas de Daisy Jones & The Six que também fazem parte do livro colaborando ainda mais para a verossimilhança da história.

Ao ler o livro você vai se sentir assistindo a um show de Daisy Jones e da galera do The Six.

Detalhes técnicos

Editora: Paralela

Capa: Brochura

Ano: 2019

Páginas: 360

Dimensões: 22.8 x 15.6 x 1.8 cm

03 – A Playlist de Hayden (Michelle Falkoff)

Por meio de letras de música do universo pop, a autora retrata o universo adolescente com todos os seus problemas.

Depois da morte de seu amigo, Sam parece um fantasma vagando pelos corredores da escola o que não é muito diferente de antes. Ele sabe que tem que aceitar o que Hayden fez, mas se culpa pelo que aconteceu e não consegue mudar o que sente.

Enquanto ouve música por música da lista deixada por Hayden, Sam tenta descobrir o que exatamente aconteceu naquela noite. E, quanto mais ele ouve e reflete sobre o passado, mais segredos descobre sobre seu amigo e sobre a vida que ele levava.

A Playlist de Hayden é uma história inquietante sobre perda, raiva, superação e bullying. Acima de tudo, sobre encontrar esperança quando essa parte parece ser a mais difícil.

A obra de Michelle Falkoff busca expressar os mais profundos sentimentos através de letras de música. Quem leu amou a história.

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Editora: Novo Conceito

Capa: Brochura

Ano: 2015

Páginas: 288

Dimensões: 15.6 x 1.65 x 23.39 cm

04 – Surrender: 40 músicas, uma história (Bono)

Este livro de memórias sobre Bono Vox, o líder da Banda U2, publicado em 1º de novembro de 2022, foi o mais vendido, naquele ano, na categoria biografias no portal da Amazon. Em Surrender: 40 Músicas, Uma História, Bono relembra a infância, detalha a sua incrível trajetória como músico e os vinte anos dedicados ao ativismo

Artista, ativista e vocalista da banda irlandesa de rock U2. Um dos artistas mais icônicos do mundo, Bono teve sua carreira amplamente documentada. Mas, em Surrender, é ele quem está com a caneta em mãos, escrevendo pela primeira vez sobre os feitos de sua vida notável e sobre aqueles com quem ele a compartilha.

Em sua narrativa, Bono transporta os leitores para sua infância em Dublin, e fala da morte repentina da mãe, quando ele tinha 14 anos. O autor também detalha a jornada improvável do U2 até se tornar uma das mais influentes bandas de rock do mundo, além dos seus 20 anos de ativismo dedicado à luta contra a AIDS e a pobreza extrema. O subtítulo 40 músicas, uma história faz referência aos quarenta capítulos do livro, cada um com o nome de uma música do U2.

Com uma profunda autorreflexão e senso de humor, ele analisa sua vida até o momento, assim como a fé, família e amigos que o sustentaram, desafiaram e moldaram. Entre os temas recorrentes, o desperdício do potencial humano e a fé, descrita por Bono como um sinal extraído do barulho, uma “voz mansa e delicada” que ele ouve mais alto em seu casamento, em sua música e nas causas sociais que defende.

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Editora: Intrínseca

Capa: Brochura

Ano: 2022

Páginas: 640

Dimensões: 16 x 3.1 x 23 cm

05 – As letras dos Beatles: A história por trás das canções (Hunter Davies)

Hunter Davies conviveu com os Beatles no apogeu da banda e escreveu a primeira e única biografia autorizada do grupo. Desde então, pesquisou e encontrou mais de cem letras de músicas escritas à mão, que são reproduzidas nesta obra de maneira inédita. 

O quarteto compunha a qualquer hora, em qualquer lugar: as músicas podiam começar no verso de um envelope, num guardanapo ou num papel de carta de hotel. Estes escritos, entre eles vários rascunhos e versões revisadas, propiciam uma visão única e íntima do marcante processo criativo dos maiores compositores de música popular de todos os tempos: o que eles pensavam, como mudavam de ideia e de que maneira realizavam suas composições, hoje conhecidas em todo o mundo.

Cada música é apresentada no livro em seu contexto: o que os Beatles estavam fazendo naquele momento, como compuseram e gravaram a faixa, como a primeira versão difere da final. Quase todas as canções dos Beatles têm uma grande história por trás, de “Yesterday” e “Eleanor Rigby” a “Yellow Submarine”.  Uma dessas histórias envolve a música Hey Jude que foi escrita por Paul McCartney para suavizar a aflição de Julian, filho de John Lennon que na época tinha cinco anos. Paul foi visitá-lo, depois que John havia divorciado de Cynthia para ficar com a Yoko. Essa e outras curiosidades são expostas em As letras dos Beatles: A história por trás das canções que mostra uma verdadeira viagem no tempo com um prato cheio de curiosidades sobre a origem das canções que consagraram os Beatles.

O material exclusivo também contém cartazes, bastidores dos shows, gravações em estúdios e viagens.

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Editora: Planeta

Capa: Brochura

Ano: 2021

Páginas: 384

Dimensões: 22.6 x 15.6 x 2 cm

06 – De A-Ha a U2: Os bastidores das entrevistas do mundo da música (Zeca Camargo)

O que me levou a comprar o livro do Zeca Camargo foi a curiosidade em saber como foram os bastidores de muitas entrevistas com cantores e grupos musicais famosos que assisti na televisão e realizadas pelo próprio Zeca, na época em que o jornalista ainda estava na Rede Globo. Coisas do tipo: O entrevistado foi um “mala” ou educado?, “Quais exigências ele fez?”, “O Zeca pagou algum mico?”, além de outras “cositas”. Se você tem essa curiosidade, De A-Há a U2: Os bastidores das entrevistas do mundo da música é a pedida certa para você.

O autor não esconde nada e a sua sinceridade, certamente, é o segredo do sucesso do livro que continua sendo um dos mais vendidos na categoria jornalismo. Em 53 entrevistas, com alguns dos nomes mais importantes da música nacional e internacional, o leitor é introduzido no processo criativo de produção jornalística, acompanhando os bastidores, as aventuras e impressões do repórter. Os maiores nomes da música aparecem em ordem alfabética, como verbetes, e a viva descrição dos contatos e entrevistas ajudam a desvendar a personalidade de cada um.

Zeca não poupa críticas para alguns figurões do mundo pop que apesar de não cantarem nada ou então estarem numa fase decadente, ainda se julgavam os reis da cocada preta fazendo exigências absurdas para conceder uma entrevista curta. Mas nem tudo é crítica. Zeca Camargo também elogia os astros talentosos, mesmo aqueles que foram arrogantes e antipáticos durante a entrevista. Mas fazer o que? Eles são gênios da música, e no mundo do pop-rock isso é normal e os jornalistas tem que aprender a conviver nesta selva, pois no final o que vale mesmo, é conseguir a entrevista com o tal fulano.

Livraço!

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Editora: Globo Estilo

Capa: Brochura

Ano: 2012

Páginas: 474

Dimensões: 16 x 3.1 x 23 cm

07 – Rock in Rio: A História (Luiz Felipe Carneiro)

Desde a sua estreia, o Rock in Rio, idealizado pelo publicitário e empresário Roberto Medina, abriu espaço para os grandes festivais de música e marcou história. Agora, diversos segredos de bastidores, loucuras e shows que passaram pelas oito edições cariocas do evento, até o momento, estão reunidos no lançamento Rock in Rio: A história, do jornalista Luiz Felipe Carneiro.

Roberto Medina revigorou a imagem brasileira dos anos anteriores de ditadura, ao mesmo tempo em que gerava empregos e turismo. Ele e sua equipe tiveram mais de 400 reuniões, durante 70 dias em Nova Iorque, tentando convencer artistas internacionais a se apresentarem no primeiro Rock in Rio. Queen e Iron Maiden, por exemplo, tiveram o maior público de suas carreiras já na primeira edição do evento, em 1985.

O livro é recheado de informações importante sobre o maior evento musical já realizado no Brasil; desde o sonho do Roberto Medina de realizar um festival com a participação de nomes internacionais e nacionais, as dificuldades, os bastidores dos shows, as manias e exigências dos astros internacionais, por aí afora.

Detalhes técnicos

Editora: Globo Estilo

Capa: Brochura

Ano: 2012

Páginas: 474

Dimensões: 16 x 3.1 x 23 cm

08 – Alta Fidelidade (Nick Hornby)

Há livros que tem o dom de conquistar os leitores logo de cara. Basta ler o primeiro parágrafo ou então as primeiras linhas e já nos tornamos reféns da obra. Alta Fidelidade, de Nick Hornby se enquadra perfeitamente nessa categoria.

É impossível para as pessoas que - como eu - viveram os inesquecíveis anos 70 e 80 não se identificarem com Rob Fleming, personagem central do romance de Hornby. Ou será que você nunca curtiu os discos de vinil e as fitas cassetes com aquelas melodias internacionais que rasgavam corações, tipo “Baby, I Love Your Away”, do Peter Frampton ou “How Can You Mend a Broken Heart”, dos Bee Gees; ou ainda a música contagiante do The Clash ou The Beatles? E que tal “Love Hurts”, do Nazareth?

Pois é pessoal, esse é o contexto em que vive o nosso Rob Flerming. Em Londres, após ser abandonado por Laura Lydon, sua última namorada, Rob Fleming, dono de uma loja semifalida de discos de vinil, faz um balanço das cinco piores separações da sua vida: Alison, Penny, Jackie, Charlie e Sarah. Laura, uma advogada bem-sucedida e atraente, ficou fora da lista por não ter provocado muito sofrimento; além disso, ela o trocou por Ian, um vizinho que ouvia discos horríveis.

Rob busca consolo com os balconistas de sua loja, Bary e Dick, com quem mantém conversas tipicamente masculinas sobre outras listas, dos melhores filmes — entre eles Cães de aluguel — aos melhores episódios do seriado Cheers, passando, naturalmente, pelas melhores músicas.

Narrado na primeira pessoa por Rob – um alter-ego de Nick? – Alta fidelidade é um romance de geração. De uma geração que teve oportunidade de curtir excelentes músicas e fimes.

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Editora: Companhia das Letras

Capa: Brochura

Ano: 2013

Páginas: 312

Dimensões: 21.4 x 14.6 x 3 cm

09 – O Rock Errou (Sérgio Pereira Couto)

Cara, li esse livro muito, mas muito rápido como eu faço com todas as obras que me seduzem. E o livro de Sérgio Pereira Couto é fantástico e, com certeza, vai conquistar todos os leitores que amam o rock and roll, principalmente aqueles leitores curiosos..

O Rock Errou aborda os maiores boatos, lendas e teorias da conspiração do mundo do rock. Se você é fã de Paul Mccartney, Jim Morrison, John Lennon, Pink Floyd, Elvis e companhia, não pode deixar de comprar esse livro.

Será que Paul McCartney morreu em 1966 após um acidente de moto e por isso teve de ser substituido nos Beatles - na surdina - por um sósia chamado Billy Shears que teve de passar por uma cirurgia plástica para ficar ainda mais parecido com o "morto"? E quanto a Keith Richards? Será que o musico dos Rolling Stones passou por um processo revolucionário e secreto - já que está em testes - de purificação de sangue? Tipo assim: o cara estava tão intoxicado por drogas de todos os tipos que para não morrer, concordou em ser cobaia de uma experiência médica que trocou todo o seu sangue! E quanto a famosa 'língua comprida ' daquele vocalista do Kiss? O que ele fez para ficar com o órgão daquele tamanho?

Confessa vai... você tá morrendo de curiosidade, não é mesmo? Então, “O Rock Errou! Foi feito prá você.

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Editora: Matrix Editora

Capa: Brochura

Ano: 2012

Páginas: 213

Dimensões: 22.86 x 15.75 x 1.27 cm

10 – Na Hora da Virada (Angie Thomas)

É impossível começar a ler Na Hora da Virada sem torcer por essa garota de dezesseis anos que “comeu o pão que o diabo amassou”, mas nem por isso desistiu de seus objetivos e muito menos se tornou amarga. Estou me referindo a essa personagem fantástica chamada Bri criada pela escritora norte-americana Angie Thomas, a mesma do elogiado “O Ódio que Você Semeia”.

Bri é uma jovem negra de dezesseis anos, que sofre toda sorte de preconceito, tanto em sua escola, quanto no bairro em que mora, dominado pela guerra entre gangues. O sonho da garota é se tornar uma das maiores rappers de todos os tempos. Ou, pelo menos, ganhar sua primeira batalha. Filha de uma lenda do hip-hop underground que teve o sucesso interrompido pela morte prematura, Bri carrega o peso dessa herança. Mas é difícil ter a segurança de estrear quando se é hostilizada na escola e, desde que sua mãe perdeu o emprego, os armários e a geladeira estão vazios. Então, Bri transforma toda sua ira em uma primeira canção que viraliza… pelos piores motivos! No centro de uma controvérsia, a menina é reportada pela mídia como uma grande ameaça à sociedade. Mas com uma ordem de despejo ameaçando sua família, ela não tem outra escolha a não ser assumir os rótulos que a opinião pública lhe impôs.

Detalhes técnicos

Editora: Galera

Capa: Brochura

Ano: 2019

Páginas: 378

Dimensões: 16 x 2.1 x 23 cm

Taí galera! Escolham as suas obras preferidas e aproveitem!

30 agosto 2025

Oito livros infantis que encantaram as crianças dos anos 70 e 80; além... de mais uma divagação

Praticamente 10 dias sem postar nada, né galera? Foram 10 dias ‘complicated’ com alguns elementos propícios para formar a chamada “tempestade perfeita”, aquele tipo de tempestade que enfrentamos em determinados períodos das nossas vidas – algumas pessoas com mais frequência e outras com menos. Pois é, a minha tempestade perfeita veio nesses dez dias quando acumularam problemas de saúde e também no trabalho formando uma conjunção de fatores que travaram os ponteiros do meu relógio.

Até pensei em parar com o blog, mas depois de uma conversa com Lulu – sempre ela, né pessoal? – chegamos a conclusão que esse não seria o melhor caminho a seguir. – O blog é a sua válvula de escape, justamente nesses momentos. Ele não atrapalha, pelo contrário; ele ajuda e muito. Você escreve sobre o que mais gosta e, isso, é o sol nos períodos de tempestade – disse ela. – Além disso, pense nos seus seguidores; poucos mas fiéis, sempre acompanhando as suas postagens - concluiu.

Obrigado Lulu, mais uma vez; você tinha toda a razão. Depois desse papo, o hábito pela leitura e o ânimo para criar uma nova postagem foi voltando aos poucos, bastando para isso, dar um tempo nos problemas, pegar um livro e iniciar a sua leitura. Já a vontade de escrever retornou aos poucos, como um carro antigo com o motor frio que reluta em pegar, mas quando pega, consegue rodar centenas de quilômetros; o meu pegou. E cá estou eu.

Sempre tiramos lições das nossas “tempestades perfeitas”; e a lição que eu e Lulu tiramos da nossa – principalmente da minha tempestade – é que a nossa cruz é leve em comparação com as cruzes de outras pessoas. Acho que é por aí... sempre vamos encontrar alguém com cruzes mais pesadas do que as nossas (alguns até com cruzes de concreto - rs). Não vejo isso como conformismo, mas como realidade.

Mais uma vez, obrigado Lulu e obrigado ao meu Deus lindo e maravilhoso que sempre indica os melhores caminhos que devemos seguir para deixarmos para trás as nossas tempestades.

Bem galera, na realidade pretendia fazer desse post uma divagação, mas pensando melhor, vou aproveitar e engatar um assunto literário porque acredito que a maioria dos nosso seguidores querem ler postagens sobre livros e não sobre momentos de minha vida, afinal o “Livros e Opiniões” é um blog literário.

Portanto, vamos lá. Na semana passada enquanto organizava alguns livros antigos, acabei descobrindo vária preciosidades que marcaram a minha infância. Obras que trouxeram uma nostalgia gostosa demais; entre elas, A Horta do Juquinha e As Aventuras de Robson Crusoé. Elas foram o ponto de partida para a produção desse post. Por “falar” nisso, vocês não acham emocionante apresentar um livro novo para uma criança e ver seu encantamento e envolvimento com a história? Agora imaginem encontrar um livro que fez parte da sua infância, além de ter marcado várias gerações?! 

Neste texto selecionei 8 livros infantis que marcaram as gerações de leitores dos anos 70 e 80. Quem sabe você não tenha devorado alguns deles na sua infância. Vamos a lista.

01 – A Horta do Juquinha (Renato Sêneca Fleury)

Apesar de ter lido esse livro com oito ou nove anos, até hoje o trago guardado em meu armário. A pequena obra do educador, pedagogo e poeta Renato Sêneca Fleury, com certeza, contribuiu para criar em milhares de crianças o gosto pela leitura.

No meu caso, foi graças à estória do pequeno Juquinha e de sua famosa horta que descobri, precocemente, a magia dos livros. Apesar de curto, apenas 28 páginas, o texto de Fleury consegue seduzir qualquer criança. Além do mais, as ilustrações são fantásticas e tem o poder de mexer com o subconsciente do leitor mirim, fazendo com que ele realize uma viagem no mundo de Juquinha.

O enredo simples, mas que encantou milhares de “adultos de hoje-crianças de ontem” conta a história de um garoto chamado Juquinha que resolve fazer uma horta no seu quintal. Para isso capina, prepara os canteiros, semeia, cuida e colhe hortaliças.

Fantástico! É muita nostalgia!

02 – Robson Crusoé (Daniel Defoe)

Lida por milhões de crianças e jovens, a história de Robinson Crusoé é uma exaltação do espírito de aventura, e transmite uma visão otimista do ser humano. Certamente, muitas crianças e jovens se encantaram com o enredo escrito por Daniel Defoe. Eu fui um desses jovens. 

As Aventuras de Robson Crusoé nos meus 10 ou 12 anos de idade e até hoje trago guardada na mente essa recordação especial.

Defoe narra a saga do jovem marinheiro inglês Robinson Crusoé, o único sobrevivente de um naufrágio. Ele consegue chegar a uma ilha deserta do Caribe onde durante mais de 27 anos é obrigado a enfrentar as dificuldades de uma existência primitiva.

O livro publicado originalmente em 1719 aborda numa linguagem acessível temas como autossuficiência, fé e as relações de poder entre colonizador e colonizado.

03 - Coleção Monteiro Lobato (Monteiro Lobato)

Tenho quase a certeza de que 9 em cada 10 leitores que estiverem lendo esse post, quando crianças, já pegaram em mãos essa coleção de oito livros em capa dura, tamanho A 4 e ricamente ilustrados, escrito por Monteiro Lobato. Uma coleção, de fato, antológica.

A série literária com as aventuras contagiantes de Emília, Pedrinho, Narizinho, Visconde de Sabugosa, Dona Benta e Cia foi lançada nos anos 70 pela editora Brasiliense.

Monteiro Lobato criou um universo para a criança enriquecida pelo folclore, buscou o nacionalismo na ação das personagens que refletiam na brasilidade, na linguagem, comportamentos e na relação com a natureza. Um de seus personagens que representa o mesmo ideal dos contadores de história da antiguidade, por exemplo, Visconde de Sabugosa, que é o intelectual contador de histórias.

Sem dúvida, Monteiro Lobato criou uma obra diversificada, com personagens que unificam o universo ficcional. No Sítio do Picapau Amarelo, vivem Dona Benta, Tia Nastácia, Tio Barnabé (personagens adultos) que orientam as crianças (Pedrinho e Narizinho), bem como outras criaturas fantásticas que vivem no sítio, como: Emília, Visconde de Sabugosa, Quindim e Rabicó. Todos eles estão presentes nessa coleção marcante de oito livros da editora brasiliense publicada originalmente em 1970.

04 – A Ilha Perdida (Maria José Dupré)

Muitas crianças e adolescentes dos anos 70 e 80 adquiriram o gosto pela leitura graças a uma coleção de livros lançada pela Editora Ática, a Coleção Vaga-Lume. Devorei várias histórias dessa série literária em minha infância quando estava próximo de ingressar na minha puberdade.

Um dos livros da Vagalume que marcou a minha infância e acredito que a infância de muitos leitores do blog foi A Ilha Perdida da escritora brasileira Maria José Dupré que também assinou algumas de suas obras como Sra. Leandro Dupré.

Com uma narrativa envolvente e cheia de suspense, A Ilha Perdida desperta no leitor a emoção das grandes expedições, incentivando o gosto pela leitura e pelo espírito aventureiro. Além disso, o livro traz reflexões importantes sobre a relação do ser humano com a natureza e a necessidade de preservação ambiental.

Este clássico da literatura juvenil brasileira narra as peripécias de Eduardo e Henrique, dois garotos em férias na casa do padrinho, que resolvem explorar uma ilha e acabam descobrindo que ela é habitada por um estranho eremita. A narrativa ágil, enfática na ação e no suspense, fisga o leitor logo nas primeiras páginas. Lançado há mais de 40 anos.

05 – A Ilha do Tesouro (Robert Louis Stevenson)

O livro do escocês Robert Louis Stevenson é leitura obrigatória para crianças e adolescentes há gerações. A Ilha do Tesouro foi outra obra que mercou a minha infância.

Publicado originalmente em fascículos, entre 1881 e 1882, na revista infantil Young Folks, A Ilha do Tesouro é uma trama sobre piratas, viagens marítimas e mapas que apontam fortunas escondidas. Sua primeira edição como livro ocorreu logo depois, em novembro de 1883.

A obra foi responsável por popularizar o papagaio no ombro, o “X” do mapa do tesouro, a perna de pau e as batalhas épicas nos navios piratas. Sem dúvida, um dos maiores clássicos da literatura infantojuvenil, o livro conquistou o imaginário popular e tornou-se um ícone da literatura mundial, chegando a ser adaptado para o cinema.

Afinal, me respondam qual é a criança que não gosta de um livro de aventura e de uma boa história de pirata?

06 – O Pequeno Príncipe (Antoine Saint-Exupery)

O Pequeno Príncipe é uma novela elegantemente ilustrada sobre um menino que parte em uma jornada para visitar outros planetas, abordando temas que vão do amor e da solidão à amizade e à perda. A história continua popular em todo o mundo, atraindo crianças e também adultos.

Em O Pequeno Príncipe, o narrador da história é o próprio autor. Ele encontra um príncipe loirinho no meio do Deserto do Saara, depois que seu avião tem um piripaque e é obrigado a pousar. O moleque diz que vem de um planetinha do tamanho de uma casa (e que para o aviador é o asteroide B612), com três vulcões (dois ativos, ótimos para esquentar o almoço) e uma rosa que no começo é meio metida, mas que depois acaba se tornando seu grande amor.

Enquanto o piloto tenta arrumar seu avião, o Principezinho narra suas aventuras por outros planetas até chegar ao planeta Terra. No nosso mundo, ele só conhece uma raposa muito sabida. Mas, no meio do caminho, ele encontra um monte de habitantes doidos em cada um deles: um rei mandão, um homem que se acha, um bêbado, um velho geógrafo, um homem de negócios, um acendedor de lampião. Quando seu avião está quase pronto, o piloto se dá conta de que não pode mais viver sem a amizade do Príncipe.

Um livro leve, inocente e emocionante que vem encantando gerações de crianças e adultos desde 1943, ano de sua primeira publicação.

07 – O Menino Maluquinho (Ziraldo)

Obviamente não poderia faltar o mestre Ziraldo nessa lista. A história do O Menino Maluquinho do escritor mineiro Ziraldo marcou época e atravessou gerações. Hoje, 45 anos depois do lançamento do livro, ainda é lembrado como símbolo de identidade nacional e retrato de muitas crianças espalhadas pelo país. 

Lançado em 1980, teve 129 edições e vendeu quatro milhões de exemplares. Além de duas adaptações para o cinema, versões para o teatro, ópera e histórias em quadrinhos.

Maluquinho é um menino alegre, cheio de imaginação e que adora aprontar e viver aventuras com os amigos. Uma de suas manias é usar um panelão na cabeça, o que o diferencia dos demais. As histórias misturam um humor por vezes ingênuo (ainda que com uma certa escatologia típica da infância) com um certo gosto de nostalgia.

08 - As Aventuras de Hans Staden (Monteiro Lobato)

Fecho a nossa lista com mais um livro escrito por Monteiro Lobato. As Aventuras de Hans Staden, lançado pela Editora Brasiliense, em 1968, foi uma das obras do icônico escritor de Taubaté que mais marcou a minha infância. Ele já havia publicado em 1925 o livro Meu cativeiro entre os selvagens do Brasil, escrito pelo europeu Hans Staden, relatando o período em que havia sido prisioneiro dos índios tupinambás, no início do século XVI. Lobato então lançou, em 1927, o livro “As aventuras de Hans Staden”, versão do mesmo livro, só que as aventuras eram narradas por Dona Benta para os seus netos.

Após o descobrimento do Brasil, muitos foram os navegadores, viajantes e mercenários que aportaram por aqui. Mas poucos viveram peripécias como as do aventureiro alemão Hans Staden (1525-1576), que, após naufragar, viveu meses – sob a ameaça de ser devorado – entre os índios tupinambás e testemunhou o costume da tribo de canibalizar os prisionei­ros.

Neste livro de Monteiro Lobato publicado originalmente em 1927, Dona Benta reconta esta que é uma das primeiríssimas aventuras acontecidas em terras brasileiras – e deixa de queixo caído a turma do Sítio do Picapau Amarelo.

A obra teve zilhões de edições, mas como já disse a que mais marcou – pelo menos para mim - foi a publicada pela Brasiliense que traz o desenho do personagem principal agarrado a um tronco no meio do mar. Recordo que essa edição tinha a capa dura e cada capítulo trazia uma gravura das peripécias de Staden.

Valeu galera! Por hoje é só.


16 agosto 2025

Seis antologias de ficção científica para combater a sua Depressão Pós Leitura

Se alguém me perguntasse se existe um antídoto para ressaca literária, eu responderia: leia uma antologia de contos. Acredito que por serem mais curtos, eles tornam a leitura fluida, porque cá entre nós: “após levarmos uma bordoada nos neurônios por causa de um enredo que amamos ou odiamos, a nossa cabeça não tem forças para encarar, logo depois, um enredo de 300 páginas ou mais. Temos que dar um refresco. É aí que entram os contos.

Além do mais, podemos ter sorte de encontrarmos histórias tão boas quanto aquela que acabamos de ler ou então melhores do que a bomba que nos levou a uma DPL (Depressão Pós Leitura).

Nesta postagem selecionei seis antologias de contos de ficção científica muito elogiadas tanto por leitores quanto por críticos. Se você aprecia o gênero, certamente, eles irão lhe proporcionar viagens incríveis. E se você, também, estiver enfrentando uma DPL, garanto que essas antologias farão com vocês melhore muito, ficando apto para encarar novos romances.

E vamos para as nossas oito antologias de histórias curtas de Sci-fi. Livraços hein galera; garanto.

01 – Sonhos Elétricos (Philip K. Dick)

Sonhos Elétricos reúne 10 contos de Philip K. Dick que inspiraram a série “Electric Dreams”, da Amazon Prime e que conquistou o público e a crítica.

Philip K. Dick é um dos nomes mais importantes da ficção científica e um dos autores com mais textos adaptados para o cinema. Suas obras inspiraram filmes como “Blade Runner”, “Minority Report”, “O Vingador do Futuro”, “Agentes do Destino”, “O Pagamento”, entre outros.

Dick publicou seus primeiros contos no início dos anos 1950, e neles já se notava a natureza inquietante de toda a sua obra. Ao questionar incessantemente o que está por trás das aparências e o que nos define como seres humanos, o autor sobrepôs realidades, subverteu o tempo, vislumbrou autômatos e mundos extraterrestres enquanto mergulhava a fundo na mente humana.

Dessa perturbadora mistura nasceram textos incríveis e cheios complexidade, que há décadas vêm inspirando o universo do cinema e da tevê. Os textos publicados em Sonhos Elétricos abordam realidades paralelas e distópicas, a relação entre homens e máquinas, além de outras temáticas ao gosto desse mestre da ficção científica. Um reflexo da maneira muito pessoal e desconfiada que Dick tinha de ver o mundo.

02 – Mundos Apocalípticos (Vários autores)

A antologia selecionada por John Joseph Adams e que reúne grandes “feras” da ficção científica reúne 22 histórias pós-apocalípticas. São narrativas sobre o fim dos tempos, explorando o científico, o psicológico e o filosófico do que é permanecer humano diante do Armagedom.

A obra reúne autores consagrados do gênero tais como: Octavia E. Butler (Kindred), Stephen King (O iluminado, It: a coisa), George R.R. Martin (As crônicas de gelo e fogo) e outros.

Fome, Morte, Guerra e Peste: os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, o presságio do Fim dos Dias. Esses são os pilares das histórias contidas nesta coletânea. Desde “Blade Runner” a “Mad Max”, passando por Um Cântico para Leibowitz e “Black Mirror”, escritores e roteiristas de todos os cantos se dedicaram a especular a respeito do fim do mundo. Ao longo de muitos anos, imaginaram cenários catastróficos, onde imperam o caos, o desespero e a calamidade. “Mundos Apocalípticos” explora com perfeição esse gênero.

Sem dúvidas, Joseph Adams selecionou uma grande seleção de histórias que remontam a 1973, mas também outras que foram publicadas nos últimos cinco anos. Ele também oferece um índice super útil de histórias e livros pós-apocalípticos para leitura adicional, caso os leitores comecem a querer mais. Os destaques ficam para O povo da areia e da escória de Paolo Bacigalupi, Quando os Sysadmins dominaram a terra de Cory Doctorow, Depois do juizo final de Jerry Oltion, Inercia de Nancy Kress, Sons da fala de Octavia E. Butler e O Fim do Mundo como nós o Conhecemos de Dale Bailey.

03 – Eu, Robô (Isaac Asimov)

Pensem num clássico da literatura de ficção científica; mas pensem num dos maiores clássicos daqueles com capacidade para abalar todas as estruturas do gênero. Ok, se você pensou no livro Eu, Robô de Isaac Asimov, pensou certo. 

A obra foi publicada originalmente em 1950. O livro serviu como base para o roteiro do filme homônimo de 2004, no qual Will Smith interpretou o protagonista, um detetive chamado Del Spooner. Porém, a obra é bastante diferente da história apresentada nas telonas.

Eu, Robô é um conjunto de nove contos que relatam a evolução dos autômatos através do tempo. É neste livro que são apresentadas as célebres Três Leis da Robótica: os princípios que regem o comportamento dos robôs e que mudaram definitivamente a percepção que se tem sobre eles na própria ciência. A história inicia-se com uma entrevista com a Dra. Susan Calvin, uma psicóloga roboticista da U.S Robots & Mechanical. Ela é o fio condutor da obra, responsável por contar os relatos de seu trabalho e também da evolução dos autômatos. Algumas histórias são mais leves e emocionantes como Robbie, o robô baba, outras, como Razão, levam o leitor a refletir sobre religião e até sobre sua condição humana.

Eu, Robô é composto de 10 contos e traz um posfácio escrito pelo próprio autor sobre sua história de amor com os robôs, tão comuns em sua obra.

04 - Os Melhores Contos de Ficção Científica Brasileira (Vários autores)

E quem disse que brasileiro não sabe escrever ficção científica? Saibam que temos escritores incríveis de Sci-fi, não só contemporâneos, mas também de décadas passadas. Aliás, a ficção científica faz parte do cardápio dos escritores tupiniquins desde a época de Machado de Assis. Verdade! O próprio Joaquim Maria Machado de Assis escreveu alguns contos excelentes do gênero. Podemos conferir isso no livro Os Melhores Contos de Ficção Científica Brasileira lançado pela editora Devir em 2008. Lembrando que a exemplo de Mundos Apocalípticos, essa coletânea de historietas com autores, aqui da terrinha, foi lançada em dois volumes.

O volume 1 que muitos leitores acreditam ser o melhor estão onze histórias, de Machado de Assis, o maior nome da literatura nacional, até o desconhecido Ricardo Teixeira. São contos variados em tom e atmosfera, que dão conta da diversidade temática e de estilos da ficção científica, e do seu potencial para combinar-se com outras formas literárias. Apesar da diversidade que marca a antologia, o medo da guerra atômica e do pós-holocausto formam um certo núcleo temático, definindo um dos aspectos centrais da ficção científica brasileira da década de 1960, no auge da Guerra Fria.

A ficção científica espacial também está presente, assim como histórias de contatos com alienígenas, mostrando que nossos autores não se furtaram a escrever uma Sci-fi mais característica. A postura pacifista, a crítica ao consumismo, o comentário sobre o próprio ato da escrita e a sátira dos clichês, a fusão com outras tradições brasileiras, estão presentes nos onze contos da antologia.

05 – As Crônicas Marcianas (Ray Bradbury)

Taí outro clássico dos clássicos da ficção científica mundial. A obra de Ray Bradbury foi publicada originalmente em 1950. A partir daí vem ganhando sucessivas reedições deixando evidente o seu enorme sucesso através dos tempos.

O tem central de As Crônicas Marcianas é a colonização de Marte por humanos com problemas e eventualmente vindos de uma Terra sob a iminência de ser devastada pela Guerra Atômica. Há também conflitos entre aborígenes marcianos com os novos colonizadores.

O estilo do livro varia de contos a novela episódica, com histórias de Bradbury originariamente publicadas nos anos de 1940 em revistas de ficção científica. A obra é similar em sua estrutura a outro livro de contos de Bradbury, chamado O Homem Ilustrado que também usa uma história para ligar várias outras entrelaçadas.

Os leitores vão encontrar de tudo um pouco. Por exemplo, há algumas crônicas se passam em Marte e outras na Terra, em algumas o sonho de partir, em outras o desejo de voltar e a espera e a capacidade do ser humano de se superar e surpreender tanto pelo lado bom como pelo mal. Temos alguns personagens que aparecem em mais de um conto, mas o protagonista da história é o próprio planeta Marte.

06 – Realidades Adaptadas (Philip K. Dick)

Abrimos e também fechamos a nossa lista de Sci-fi com o gênio Philip K. Dick. Realidades Adaptadas é uma edição inédita que apresenta ao grande público os contos originais de Philip K. Dick que serviram de base a filmes como “O Vingador do Futuro”, “Minority Report” e “O Pagamento”. Com certeza, poucos leram os contos e novelas que deram origem a esses filmes, campeões de bilheteria.

Realidades Adaptadas contém sete contos que, como escrevi acima, foram adaptados para as telonas, abordando questões interessantes e instigantes, como a ideia do tempo e da realidade, o livre-arbítrio, o bem e o mal.

Dick nunca chegou a ver nenhum dos filmes baseados em sua obra. Ele faleceu três meses antes da estreia de “Blade Runner – O Caçador de Androides”, que foi o primeiro de vários filmes inspirados em suas histórias.

Entre os destaques da obra estão Lembramos para você a preço de atacado escrito em 1966 e que deu origem ao filme “O Vingador do Futuro” (1990),  O Relatório Minoritário de 1956 que originou a produção cinematográfica com Tom Cruise chamada “Minority Report – A Nova Lei” (2002) e O Homem Dourado (1954) que foi parar nos cinemas em 2007 com o título: “O Vidente” tendo Nicolas Cage e Jéssica Biel nos papéis principais.

Taí galera, escolham a sua antologia para combater aquela horrível DLP.

11 agosto 2025

Cinco thrillers psicológicos com plot twists capazes de derrubar o queixo dos leitores

Simplesmente, amo livros com plot twists. Aliás, vivo afirmando isso em minhas postagens, né? Aqueles que acompanham o blog já sabem dessa minha preferência há muito tempo. Fazer o que; cada um tem o seu fetiche literário, o meu são os plot twists (rs).

Publiquei há pouco tempo um post sobre livros de terror com reviravoltas capazes de derrubar o queixo da galera que gosta desse gênero literário. Achei legal explorar essa vertente porque é difícil vermos obras de terror com plot twists; digamos... que seja um pouco incomum. Taí H.P. Lovecraft, Bram Stoker, Edgar Allan Poe e outras lendas do gênero que não me deixam mentir. Por isso, tive a ideia de escrever preparar aquela postagem (confira aqui).

Agora, quero direcionar essa vertente para os livros de “thriller psicológico”. Estes sim, trazem tatuados em seus enredos os tais plot twists. Alias, acredito que de cada dez livros do gênero, nove tem essa característica. E o post de hoje é dedicado a eles.

Li vários thrillers psicológicos que me surpreenderam com as suas reviravoltas. Paralelamente, conheço obras com plot twists apenas razoáveis, mas por outro lado, a maioria dos leitores amaram. No post de hoje, selecionei cinco thrillers psicológicos com reviravoltas famosas, daquelas que os leitores não esquecem. Elas são tão marcantes que a galera pode até não se recordar em detalhes da trama da história, mas se lembram perfeitamente de seu plot twist. Vamos conferir.

01 – A paciente silenciosa (Alex Michaelides)

Porque abrir essa lista com um plot twist que a meu modo de ver foi apenas razoável? Simples: De cada 10 leitores, nove amaram o twist final do livro de Alex Michaelides; e assim, quem sou eu para questioná-los. Acredito que a reviravolta na trama de A Paciente Silenciosa foi quase unanimidade entre os leitores: eles acharam ‘pra lá’ de inesperada. Abro essa top list com ela.

Na trama desenvolvida por Michaelides, uma pintora famosa chamada Alicia Berenson é acusada de matar o seu marido com cinco tiros no rosto. Ele é encontrado com os pés e mãos amarrados numa cadeira e com a cabeça esfacelada. O detalhe é que ela o amava muito. Depois do crime, a artista nunca mais disse uma palavra.

A sua recusa em falar ou dar qualquer explicação transformou essa tragédia doméstica em algo muito maior – um mistério que atrai a atenção do público e aumenta ainda mais a fama da pintora. No entanto, ao mesmo tempo que seus quadros passam a ser mais valorizados do que nunca, ela é levada para um hospital psiquiátrico judiciário.

Theo Faber é um psicoterapeuta forense que espera há muito tempo por uma oportunidade de trabalhar com Alícia. Ele tem certeza de que é a pessoa certa para lidar com o caso e tentar fazer com que ela volte a falar e assim, conseguir desvendar os segredos de toda essa tragédia.

A história é narrada no passado e presente. O enredo é intercalado com as narrativas do diário que Alícia escreveu nos dias que antecederam o crime e com as colocações de Theo no presente.

02 – Até você ser minha (Samantha Hayes)

Apesar de ter achado o enredo muito, mas muito cansativo; adorei o final. E que final galera! Jamais imaginava que aconteceria aquela surpresa nas últimas páginas. Assim, o melhor conselho que posso dar para aqueles que forem ler Até você ser minha de Samantha Hayes é o seguinte: por mais cansativo que acharem o desenrolar da história, não desistam porque o plot twist final arrebenta. Vai derrubar o seu queixo, com certeza.

Hayes conta a história de uma assistente social chamada Claudia Morgan-Brown que após vários abortos involuntários está prestes a realizar o sonho de sua vida: dar à luz uma menininha. Apesar da ausência do marido ao longo da gravidez – James é um oficial da Marinha que fica semanas e até meses longe de casa –, ela mal pode esperar para segurar o seu bebê nos braços após várias tentativas e perdas.

Porém, as diversas atividades de Cláudia, além da responsabilidade de cuidar dos gêmeos, filhos do primeiro casamento de James, deixam o casal preocupado, ainda mais com a aproximação de uma nova partida de James. É então que eles decidem contratar uma babá chamada Zoe que deseja muito esse emprego. Com as melhores recomendações, ela conquista a confiança da família e se muda para o lar do casal. Com o passar dos dias, Cláudia teme que a misteriosa mulher tenha outros motivos para se aproximar de sua família.

Só posso contar até aí para não soltar pistas que possam comprometer o grand finale, se bem que mesmo que eu contasse todos os spoilers da trama, acredito que vocês jamais descobririam o final, de tão absurdo; mas um absurdo no bom sentido.

03 – Por trás de seus olhos (Sara Pinborough)

Achei o final de Por trás de seus olhos tão surreal, tão “fora da casinha” que cheguei a imaginar que tanto a autora quando a editora, não estavam no seu juízo normal. Pensei comigo: “Surtaram”! Surtou Sara Pinborought e surtou a Intrínseca”! Confiram a resenha da obra aqui.

Cara, o final é muito louco, coisa do outro mundo. Se você ainda não teve a oportunidade de ler o livro, mas assistiu a série de TV exibida pela Netflix em 2021 sabe do que estou “falando”. E já que entrei nesses assunto, lei o livro primeiro, é muito melhor que a série.

Por Trás de Seus Olhos tem três narrativas paralelas, sendo duas em primeira pessoa e a outra em terceira. Louise, é uma das personagens narradoras, a outra se chama Adele. Os capítulos narrados por elas são intercalados com flashbacks do passado de Adele narrados em terceira pessoa.

No enredo do romance publicado pela Intrínseca em 2017, Louise trabalha como secretária e está presa à rotina da vida moderna: ir para o escritório, cuidar da casa, do filho e tentar descansar no tempo livre. Em uma rara saída à noite, ela conhece um homem no bar e se deixa envolver. Embora ele parta logo depois de um beijo, Louise fica muito animada por ter encontrado alguém.

Ela só não esperava que seu novo e casadíssimo chefe seria o homem do bar. Ele faz questão de esclarecer que o beijo foi um equívoco, mas em pouco tempo os dois passam a ter um caso. Em uma terrível sequência de erros, Louise acaba se tornando amiga da esposa do amante, e então... aquele final ‘mutcho loco’ chega ‘babando’.

04 - Flores partidas (Karin Slaughter)

Flores partidas é uma leitura muito pesada, por isso, os leitores mais sensíveis devem ter um certo cuidado por que a trama tem muitos gatilhos. Quanto ao plot twist final, fantástico.

Karin Salughter conta a saga das irmãs Calire e Lydia. Claire tem uma vida glamorosa, casada com um milionário de Atlanta. Lydia é mãe solteira, namora um ex-presidiário e luta para deixar para trás um passado de drogas e sem direção. A ferida destruidora, no entanto, continua aberta e volta a sangrar quando o marido de Claire é assassinado.

Separando esses fatos com quase um quarto de século, nós temos o desaparecimento de uma adolescente e a morte de um homem de meia‑idade. Qual seria a conexão com as duas irmãs?

autoras de suspense da atualidade.

A narrativa tem um plot muito bom, reviravoltas também muito boas e personagens com um certo carisma, mas peca e muito num detalhe: a enrolação que acaba causando a dispersão da leitura. Mesmo assim, pelos plot twists no decorrer da obra, recomendo a leitura.

05 – Verity (Colleen Hoover)

Em Verity, Colleen Hoover narra a história de uma escritora medíocre e muito chata (achei isso) que faz o mínimo do mínimo para sobreviver, mas num golpe de sorte, acaba sendo contratada para ser coautora de uma saga literária de grande sucesso, já que a autora chamada Verity Crawford, está incapacitada após ter sofrido um grave acidente que a deixou completamente debilitada. Então, a coautora medíocre vai morar na mansão da famosa Verity para poder entender melhor sobre os livros que ela irá dar continuidade. Bem resumidamente, o plot do livro é esse.

Adorei a história de Hoover com exceção de seu final, mas como aconteceu no caso de A paciente silenciosa, novamente eu acabei nadando contra a maré já que a maioria dos leitores enalteceram o plot final do livro. Por esse motivo, ele está aqui, nessa lista.

Creio que a carta escrita por um personagem de Verity publicada nos capítulos finais do livro e que teria por objetivo fechar a contento a trama, na verdade, acabou plantando uma baita dúvida, dando um nó nos neurônios da galera. “Será que fulano ou fulana agiu, de fato, dessa forma ou não”? Odeio duvidas desse tipo; não por ser preguiçoso para imaginar conclusões de finais alternativos, é que... não gosto de livros “sem finais”. Acredito que faltou conectar o final da história com um fato importante – aliás bem chocante e violento - que acontece logo nas primeiras páginas. Mas o que importa nisso tudo é que a maioria das pessoas que leram “Verity” amaram a história, incluindo o plot twist e Zefini.

Por hoje é só galera!

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