Com certeza se fosse outro livro, eu teria
abandonado. Justamente no período em que comecei a ler “O Temor do Sábio – A Crônica
do Matador do Rei: Segundo Dia”, o meu mundo começava a tremer mais do que
gelatina, chegando perto do desabamento. E a casa só não caiu por causa da fé
que nutro nesse Deus lindo e maravilhoso, sem contar o apoio da minha alma
gêmea Lulu e também de meus irmãos.
Cara, a morte do Kid Tourão foi um soco na ponta do
queixo... não, foi pior: imagine um chute com uma bota de bico fino e ponteira
de ferro direto nos bagos. Foi essa a dor que senti na alma com a partida de
meu velho. A mesma dor que invadiu a
minha alma, justamente quando eu estava no início da história de Patrick
Rothfuss.
Vi a ‘partida’ do meu ‘papi’ querido, enquanto, ao
mesmo tempo, observava o livro que repousava tranquilamente no criado mudo de
um quarto de hospital. Lembro-me ainda que Lulu me disse: “A vida prossegue, a
vida continua e ela, ainda, vai lhe presentear com muitas coisas boas”. Foi a
partir daí que resolvi guardar em minha memória apenas as boas lembranças do
velho Kid, mas para isso tinha que me livrar de tudo aquilo que lembrava da sua
morte, incluindo o tal livro. Doei, joguei, queimei e escondi uma infinidade de
coisas; pra ser sincero, absolutamente tudo, menos... o livro.
Galera, decide contar essa experiência de vida, para
que vocês entendam como “O Temor do Sábio – A Crônica do Matador do Rei:
Segundo Dia” é um livro especial e que merece ser lido e relido.
Patrick Rothfuss |
Cada vez que pegava no livro me lembrava dos
momentos tristes que havia passado com o Kid Tourão no hospital, mas apesar
disso, não abandonei a sua leitura porque o enredo desenvolvido por Rothfuss é
simplesmente f-a-n-t-á-s-t-i-c-o!
Rothfuss, surpreendeu e fez tudo diferente nesta
segunda parte da trilogia. A ação ‘pega pra capá’ e a cada página virada...
Ufa!! Haja fôlego! Resultado: o leitor nem vê as quase mil páginas ‘passando’.
Diferente de “O Nome do Vento: A Crônica do Matadordo Rei: Primeiro Dia”; o “O Temor do Sábio” mostra as aventuras de Kvothe fora
do ambiente da Universidade. O pequeno arcanista viaja para terras estranhas,
perigosas e encantadas em busca de aventura. Neste livro vemos um Kvothe muito
diferente do primeiro: mais ousado, inclusive com as mulheres. Entendo que “O
Temor do Sábio” marca a transformação de um menino em homem. Rothfuss mostra um
personagem herói e ao mesmo tempo assassino.
Neste segundo livro da saga, Kvothe passa a ter um
crescimento meteórico na Universidade graças a sua inteligência brilhante. No
entanto, seu temperamento difícil e a crescente rixa com seu rival Ambrose
continuam metendo-o em encrencas, até que um dos professores o adverte de que
seria melhor que ele se afastasse de lá por um período. Kvothe parte, então,
numa jornada de aventuras de tirar o fôlego dos leitores. Ele combaterá
bandidos perigosos na floresta, invocará o nome do vento, aprenderá a lutar com
os mercenários ademrianos, salvará mocinhas de estupradores e viverá ações
inusitadas na corte de um poderoso fidalgo. Também conseguirá um feito sem precedentes: sairá
são e salvo de um encontro com Feluriana, um ser dos Encantados e a mulher mais
linda do mundo, que seduz os homens e depois os mata ou enlouquece.
Como já coloquei no início desse post, o ritmo de
escrita de Rothfus é alucinante. Todos os capítulos não negam fogo, mas na
minha opinião, o capítulo sobre os ademrianos é ‘estupidamente fantástico’.
Cara, Kvothe tem que provar que é bom, de fato, já que decide aprender a lutar
com um grupo de mercenários que defende sua cultura milenar com garras afiadas,
não permitindo que nenhum estranho conheça os segredos de sua arte. O nosso herói, então, tem que provar que é
merecedor desse privilégio passando por várias provas arriscadas colocando em
jogo a sua própria vida.
O capítulo onde Kvothe encontra-se com Feluriana e
escapa por um triz, também merece ser lembrado. Há também outros trechos
impagáveis repletos de ação. Costumo dizer que “O Temor do Sábio” transpira ação
em suas páginas.
E que venha agora, o último livro da trilogia: “As
Portas de Pedra”. Quando? Só Deus sabe...
2 comentários
Alguma notícia de quando "As Portas de Pedra" irá lançar?
ResponderExcluirNada de nada. Nos últimos três anos, muito se especulou sobre o lançamento de "The Doors of Stone", mas na realidade ninguém tem uma previsão a não ser Patrick Rothfuss.
ExcluirAcredito que para 2016, a obra não sai. Prá ser sincero, acho difícil até para 2017. Vamos ver...
Abcs!