Até hoje, mesmo já tendo passado mais de uma década,
me lembro do choque que tive após ter lido “O Concorrente”, um dos livros
lançados por Stephen King com o pseudônimo de Richard Bachman. O motivo do
espanto foram as diferenças absurdas existente entre a obra literária e a sua
adaptação cinematográfica.
Eu lembro, perfeitamente, que na década de 80
assisti ao filme “O Sobrevivente” - com um Arnold Schwarzenegger ainda jovem e
no auge da fama - duas vezes no cinema da minha cidade. Na primeira vez, fiquei
P... da vida com um casal que ficava se agarrando nas duas poltronas da frente.
Quando fui chamar o lanterninha para controlar o ímpeto da dupla fogosa e e alertá-los
de que eles estavam no lugar errado, pois é... cadê o lanterninha? Ele já tinha
ido embora por um problema de saúde. Nem mesmo o gerente estava por lá, só o
bilheteiro que não quis se envolver. Resultado: quando voltei para a sala de
exibição o casal continuava por lá, se agarrando mais do que nunca, e outra...
a minha poltrona, outrora vazia, já tinha um novo dono. Como o cinema estava
lotado, fui embora.
Este foi o motivo de eu ter assistido o “O
Sobrevivente” por duas vezes.
Pois bem, gostei muito da produção cinematográfica,
tanto é verdade que algum tempo depois, não saía das saudosas locadoras de
vídeo sem antes ter um VHS do filme na sacola. Mas após ter lido o livro de
King em 2006, relançado pela Suma de Letras, tive o tal choque que citei no
início do post. Cara, o enredo das páginas é completamente diferente do enredo
das telas. Naquela época ainda tinha o pensamento um tanto inocente de que os
roteiristas hollywoodianos não fugiam de uma maneira exacerbada dos enredos
originais. Talvez, se tivesse lido a “Trilogia Identidade Bourne” e assistido
aos dois primeiros filmes do personagem de Robert Ludlum, antes de ter tido
contato com o livro de King, o choque seria menor.
Neste final de semana, enquanto aguardo um prato
especial preparado por Lulu – costelinha de porco com couve – Uhhhmmm, adoro! –
lembrei-me dos anos 80, do filme do Schwarznegger, do livro de Bachman e, claro,
do casal se agarrando na poltrona do cinema; e com isso tudo, resolvi escrever
um post sobre as diferenças significativas existentes entre alguns livros e
filmes que eu li ou pesquisei. Vamos a elas.
01
– O Concorrente (Richard Bachman)
Filme:
O Sobrevivente (1987)
Começando pelo filme que inspirou a introdução desse
post. Como já disse acima, tudo, absolutamente tudo é diferente nesta adaptação
cinematográfica de 1987.
Antes de ter lido o livro, até gostei do filme, mas
depois que li a obra, odiei a sua adaptação para as telonas. Mudaram tudo e
para pior, aliás, muito pior.
“O Concorrente” é fantástico e não é a toa que o
próprio Stephen King o considera o melhor dos cinco livros escritos pelo seu
alter ego Richard Bachman.
Utilizando-se de uma narrativa extremamente vigorosa
e realista, Bachman, transporta o leitor para um mundo futurista, em 2025,
dominado pelos meios de comunicação onde a televisão é a grande vedete. Ela
invade os lares americanos saciando o desejo de sangue dos telespectadores
através de uma rede de TV especialista em promover jogos bem sui generis onde o
vencedor ganha como prêmio a vida e o perdedor, a morte. A impressão que temos,
ao ler o livro, é que estamos retrocedendo à Roma dos gladiadores, mas à uma
Roma do futuro.
A Co-Op City, empresa que domina os canais de
televisão em 2025 leva ao ar vários reality shows, cada um mais bizarro que o
outro, entre os quais, a “Esteira para a Grana”, onde os concorrentes devem
correr sob uma esteira – semelhante aquelas encontradas em academias – ao
mesmo tempo em que respondem à perguntas de um apresentador. Detalhe
obrigatório: os participantes devem ter, obrigatoriamente, graves problemas
cardíacos ou respiratórios. É declarado vencedor aquele que não morrer durante
a prova. Outros jogos extravagantes são “Cave a sua sepultura”, “Quanto calor
você agüenta”, “Nade nos crocodilos”, “Corra para as suas armas” e o
“Foragido”.
Ainda neste mundo bizarro criado por Bachman, os
entorpecentes são vendidos em máquinas automáticas e o ar puro é privilégio de
poucos já que é comercializado por valores altíssimos.
Leu o livro? Agora, vai assistir ao filme? Ok; então
prepara-se para uma quinada de 360 graus, à começar pelo nome do livro que foi
alterado nas telonas. Sai “O Concorrente” e entra “O Sobrevivente”. Outra
coisinha: o jogo mortal do qual o personagem Ben Richard participa é muuuuiiito
diferente. Pra início de conversa, os caçadores que perseguem Richards na obra
literária são homens normais, corruptos, mas normais. Usam armas convencionais
e se valem apenas de seu treinamento, perspicácia e inteligência para localizar
e conter o foragido. Já no filme de Paul Michael Glaser... Caramba, o que foi
aquilo que eu vi nas telas nos anos 80?!!
O estranho caçador do filme que parecia uma árvore de Natal ambulante |
Os caçadores do filme são verdadeiras aberrações!
Parece que eles saíram de um manicômio ou então de um circo de horrores. Na
época, quando assisti, até gostei, mas hoje, após ter tido contato com o enredo
de Bachman, percebo o tamanho da minha ingenuidade juvenil.
Ainda me recordo de algumas “peças raras”. Tinha
japonês balofo e mudo caracterizado como jogador de hóquei que ao invés de usar
o taco para movimentar o disco, o utilizava como arma para matar os
participantes do jogo. Outra “figura” era um homem de meia idade, que saia
voando graças a um equipamento esquisito amarrado em suas costas e que utilizava
um lança-chamas para transformar os foragidos em churrasquinhos. Ah! Tinha
ainda um branquelo obeso que usava uma roupa energizada, cheia de luzes e neon,
dirigindo um carro esquisito e soltando raios pelas pontas dos dedos!
A motivação para Richards participar desse jogo
mortal também é muito diferente. No filme, ele é preso por descumprir ordens
militares, já livro, as razões são outras.
02
– A Supremacia Bourne (Robert Ludlum)
Filme:
A Supremacia Bourne (2004)
Toda a trilogia de livros sobre o personagem Jason Bourne difere muito dos filmes, mas com uma ressalva: ao contrário de “O
Concorrente / Sobrevivente”, os filmes são tão bons quanto as obras literárias
nas quais foram baseados.
É importante frisar que os três filmes da franquia
foram baseados apenas na premissa original, ou seja, excetuando o nome do
personagem principal, quase nada é semelhante ao enredo literário desenvolvido
por Robert Ludlum.
Em “A Supremacia Bourne” essas diferenças são ainda
mais evidentes porque enquanto no filme temos apenas um Bourne, no livro temos
dois! Um falso e outro, verdadeiro. Explicando melhor: na história de Ludlum,
um impostor que se passa pelo Bourne verdadeiro pretende desencadear um
conflito entre os Estados Unidos e a China. O clima fica tenso quando um
conhecido diplomata chinês é assassinado pelo falso agente. Agora a missão do
verdadeiro Bourne é encontrar o impostor antes que o conflito entre americanos
e chineses acabe desencadeando uma guerra.
O impostor tem habilidades parecidas com as do seu
rival, já que recebeu treinamento semelhante. Este ‘mote’ criado por Ludlum
cria uma expectativa enorme no leitor que não vê a hora da chegada do confronto
entre os dois ‘Bournes’.
Quanto ao filme, os agentes parecidos, esqueça o
conflito entre Estados Unidos e China, esqueça a possibilidade de uma guerra
nuclear, enfim, esqueça todo o resto.
No filme “A Supremacia Bourne”, Jason Bourne e sua
namorada vivem tranqüilos e escondidos numa pequena cidade costeira na Índia. O
sossego acaba quando um grupo de mafiosos utilizam sua verdadeira identidade
para desviar a atenção da CIA sobre os reais responsáveis de uma conspiração.
Assim, uma nova caçada por Jason Bourne começa por parte da CIA.
Como você podem ver, tratam-se de dois enredos bem
diferentes, mas nem por isso, sendo um deles ruins. Pelo contrário, Tanto livro
quanto filmes são fantásticos.
03
– Elite da Tropa (Luiz Eduardo Soares, André Batista e Eduardo Pimentel)
Filme:
Tropa de Elite (2007)
“Elite da Tropa”, publicado em 2006, foi o livro que
deu origem ao filme “Tropa de Elite”, um ano depois, e que consagrou o ator
Wagner Moura no papel do antológico “Capitão Nascimento”. A exemplo de “A
Supremacia Bourne”, as diferenças entre texto e imagens são gritantes, mas nem
por isso, ambos deixam de ser excelentes.
O livro é dividido em duas partes. Na primeira,
chamada “Diários de Guerra”, um capitão do BOPE sem nome, negro e estudante de
Direito, conta episódios envolvendo o batalhão. Algumas situações foram
vivenciadas por ele diretamente, outras indiretamente. Ele narra ainda casos
ocorridos com amigos, traficantes ou policiais corruptos. Os assuntos são os
mais diversos: tráfico, bandidagem, incursões em pontos de drogas,
interceptação e corrupção.
Esta parte do livro pode ser considerada o cotidiano
do BOPE em suas operações nas favelas do Rio de Janeiro, vivenciadas pelos PMs André Batista e Rodrigo Pimentel
que já autuaram no BOPE e na PM carioca. O personagem que narra essas histórias
em primeira pessoa pode ser considerado o alter ego dos dois autores.
Quanto a segunda parte chamada “Dois anos depois: a
cidade beija a lona” e que tem mais de 60 personagens, mostra o esquema de
corrupção dentro do governo do Rio de Janeiro, envolvendo governador,
secretários, prefeito e outras pessoas importantes e influentes da sociedade
fluminense que mantem acordos com facções criminosas como Comando Vermelho ou
Terceiro Comando, roubando ou desviando dinheiro público para causas próprias.
Podemos definir a primeira parte de “Elite da Tropa”
real e a segunda parte, inteiramente ficcional. Quanto ao filme gira em torno
do personagem de Wagner Moura, o famoso e fictício Capitão Nascimento, da Força
especial da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que treina dois recrutas novatos
para que possam sucedê-lo. Esta vertente principal do filme sequer é citada no
livro.
04
– Forrest Gump (Winstom Groom)
Filme:
Forrest Gump – O Contador de Histórias (1994)
Sabiam que Winstom Groom odiou o filme baseado em seu
livro? Parece difícil afirmar isso de uma produção que conquistou vários
Oscars, além de ter sido unanimidade entre crítica e público. Pois é, mas
aconteceu. O motivo do ódio de Groom foram as mudanças drásticas que os
roteiristas da Paramount fizeram tanto nas características do personagem
principal quanto no enredo.
Enquanto o Forrest Gump de Tom Hanks é infantilizado
e idiota não entendendo a maioria das coisas que acontecem a sua volta,
deixando de perceber a proporção e o absurdo das situações em que se envolve; o
personagem do livro é maroto, ácido e sacana, se aproximando muito de um
anti-herói.
Ele tem uma visão muito mais científica de sua
condição de idiota, que é bem explicada num capítulo no qual o protagonista
cursa uma disciplina em Harvard chamada “O papel do idiota na literatura”. Gump
mostra, a partir daí, o quanto os personagens à sua volta, tidos como
“normais”, são os verdadeiros idiotas. Outro detalhe que foi ocultado no filme
é que Gump é um verdadeiro gênio da matemática.
Os roteiristas do filme optaram por excluir vários
trechos interessantes do livro como por exemplo a viagem de Gump para o espaço
em um foguete da Nasa, acompanhado por uma astronauta séria e um chimpanzé mal
educado, e o momento em que ele joga xadrez com canibais na Guiné. Enquanto o
filme procura inserir Forrest Gump em vários momentos históricos
norte-americanos, utilizando efeitos visuais considerados revolucionários há
quase 25 anos, o livro de Groom é uma crítica a cultura dos Estados Unidos,
incluindo Guerra do Vietnã, vários presidentes e até mesmo a Nasa.
E antes que me esqueça, pode apagar da sua mente
aquele Gump que aparece correndo em alta velocidade no filme. O livro não
mostra e tampouco explica isso.
05
– Primeiro Sangue (David Morrell)
Filme:
Rambo – Programado Para Matar (1982)
Como já escrevi anteriormente (ver aqui), se você está
ansioso para ler “Primeiro Sangue”, de David Morrell, lançado em 1972, livro
que deu origem a série Rambo nos cinemas, esqueça o John Rambo de Sylvester
Satolle. No romance policial de Morrell, o ex-boina verde é encrenqueiro,
problemático, turrão, prepotente, além de querer que a sua palavra sempre seja
a última. Pois é, não lembra em nada o herói de guerra vivido por Stallone nos
cinemas que visita uma pacata cidade na esperança de reencontrar um velho amigo
que lutou ao seu lado nas forças especiais contra os vietcongs. Ele só se
rebela após ser humilhado e espizinhado pelo xerife da localidade.
O Rambo das páginas é totalmente o inverso. Morrel
não cita que ele seja um herói de guerra, apenas um combatente altamente
treinado que esteve no Vietnã. E como já disse no início desse post, o sujeito
é por demais encrenqueiro e questionador. Na cadeia, após ser preso para
averiguação, ele é obrigado a tomar uma “chuveirada” e quando lhe pedem para
fechar a torneira, pois o seu tempo já acabou, Rambo finge que não ouve e
continua se lavando. Antes disso, o xerife pede que ele tire a roupa para ser
revistado. No início, ele “bate o pe´” e diz que não irá atender a ordem do
policial, só concordando em ficar nu após algumas ameaças.
Diferente do primeiro filme, o personagem do livro
não pensa duas vezes em puxar o gatilho para eliminar quem entrar em seu
caminho; para ele a sua única amiga é a liberdade e para alcançá-la é capaz de
tudo. O Rambo das páginas provoca várias mortes, incluindo pessoas inocentes,
tudo para conseguir fugir e se ver livre.
Quanto ao final. Uhuhuhuhu!! Se você achou o “The
End” da produção cinematográfica dramático, bem... leia o do livro e depois me
conte.
06
- Viva e Deixe Morrer (Ian Fleming)
Filme:
Com 007 Viva e Deixe Morrer (1973)
“Viva e Deixe Morrer” virou picadinho nas mãos dos
roteiristas e produtores. O livro emprestou fragmentos de sua história para
três filmes: “Com 007 Viva e Deixe Morrer”, “Somente para Seus Olhos” e
“Licença para Matar”. Com relação à “Viva e Deixe Morrer”, os fragmentos
emprestados foram maiores, entre eles: as características pessoais de Mr. Big –
excetuando a sua doença no coração, já que no livro de Fleming, o vilão tinha o
coração inchado. A Bond-girl Solitaire também é bem parecida com a personagem
do filme. Ah! Aqueles lances de vodu e macumba também são muito parecidos. No
mais. Zefini. As semelhanças terminam por aí.
Esqueça a cena de Bond pisando nas cacundas dos
crocodilos, aquilo foi pura invenção do diretor Guy Hamilton; esqueça também a
ameaça (apenas ameaça) do capanga de Mr. Big/ Dr. Kananga em quebrar ou decepar
um dos dedos das mãos de Bond após a sua captura, porque no livro, o agente
secreto tem, de fato, o dedo quebrado.
Vale lembrar que na produção cinematográfica,
Solitaire salva 007 de perder um dos dedinhos. A morte de Mr. Big também é
completamente diferente daquela que você assistiu nas telonas.
Como escrevi acima, os produtores do filme fizeram
picadinho do livro de Fleming.
07
– Tubarão (Peter Benchley)
Filme:
Tubarão (1975)
Se você ainda não leu o livro ou não assistiu ao
filme – o que acho muito difícil – quero alertar que os spoilers serão pesados.
Dado o aviso, vamos para a análise.
Quase todos os personagens do livro são antipáticos,
o que obrigou o diretor Steven Spielberg a alterar a personalidade de alguns
para causar mais empatia com o público.
No filme, o xerife Martin Brody e sua mulher se dão
bem, já no livro sua mulher se sente presa em seu casamento tanto é que acaba
tendo um caso com o oceanógrafo Matt Hooper. E por falar em Hooper, enquanto no
filme, ele é brincalhão e muito simpático, no livro ele odeia qualquer um que
tenha uma opinião contrária à sua.
A morte do tubarão no final do filme é completamente
diferente do enredo da obra literária. Ah! Mais uma coisinha: aqueles que leram
o livro de Benchley sabem que um personagem de destaque morre nas últimas
páginas enfrentando o tubarão, mas no filme, ele consegue escapar com vida.
08
– O Iluminado (Stephen King)
Filme:
O Iluminado (1980)
No livro, o hotel Overlook, localizado numa região
isolada, é um personagem que manipula todos aqueles que freqüentam as suas
dependências – desde hóspedes a funcionários – e instiga o zelador Jack
Torrance voltar a beber álcool, além de tentar assassinar a esposa e o filho.
Não vemos o hotel como hotel, mas como uma entidade do mal que manipula as
pessoas. Resumindo, na obra escrita, ao contrário do filme, o Overlook é o
verdadeiro vilão da história. Na verdade, no final do enredo, entendemos tudo
isso, pois passamos a ver o hotel como um ser maligno, algo físico mesmo,
parecido com a casa mal-assombrada de “Terror em Amityville”.
Outra grande mudança é com relação a personagem
Wendy Torrance que foi totalmente descaracterizada no filme de Stanley Kubrick.
No livro, Wendy é submissa em alguns momentos, mas nunca por covardia. Prova
disso é que ela demonstra a sua força e coragem quando é necessário,
principalmente quando seu filho Danny está em perigo. Nessas horas, ela se
transforma numa guerreira. Já no filme, a personagem foi transformada em uma
mulher fraca, irritante e completamente sem personalidade.
Cara, a Wendy idealizada pelo cineasta Stanley
Kubrick só sabe gritar, tremer de medo e gritar novamente. Stephen King, autor
de “O Iluminado” – que odiou o filme – disse que a Wendy das telonas “está lá
basicamente para gritar e ser estúpida e esta não é a mulher sobre a qual eu
escrevi”.
09
– Eu Sou a Lenda ( Richard Matheson)
Filme:
Eu Sou a Lenda (2007)
O livro escrito por Richard Matheson em 1954 já
ganhou quatro adaptações para o cinema, sendo o filme estrelado por Will Smith
em 2007 o mais conhecido.
Na obra literária, uma
pandemia mundial transforma todas as pessoas do mundo em vampiros. Um único ser
humano chamado Robert, que consegue escapar da infecção, passa os dias de sua
vida tentando manter os vampiros-zumbis afastados de sua casa. Robert – que
antes da pandemia, era um simples operário de colarinho azul - é alcóolatra e
depressivo por causa do isolamento em que vive e das situações perigosas que é
obrigado enfrentar todos os dias.
As criaturas do livro tem todos os atributos que
caracterizam um vampiro: saem somente depois que o Sol se põe e são combatidas
com alho, estacas, crucifixos e espelhos.
Durante o romance, Robert decide estudar as causas
da pandemia, de forma a encontrar uma forma definitiva de extermínio das
criaturas. Os dois ‘Roberts’ são muito diferentes. O do livro, como já disse, é
um operário de colarinho azul, enquanto o do filme vivido por Will Smith é um
cientista com um grande conhecimento prévio da praga zumbi que destruiu a
sociedade moderna.
As criaturas do filme, por sua vez, não tem nada a
ver com as criaturas do livro, pois se parecem com zumbis. Outra mudança
significa está relacionada com a pandemia. Os motivos são completamente distintos.
O final do filme também é muuuito diferente.
10
– Guerra Mundial Z (Max Brooks)
Filme:
Guerra Mundial Z (2013)
A única coisa que livro e filme tem em comum é o
título, e Zefini! Ambos não se misturam como o óleo e a água. A versão escrita conta como
um homem é forçado, através de investigações e entrevistas
feitas com sobreviventes de um estranho vírus com uma mutação zumbi,
a encontrar a origem e a cura da infecção. Quanto ao
filme com Bratt Pitt, a narrativa se resume em como um homem, no meio
de uma guerra contra zumbis, consegue impedir a expansão
pré-apocalíptica no mundo.
Um detalhe curioso é que a produção cinematográfica traz
zumbis super rápidos e cenas de ação com muita correria e muitas explosões mas
sem sangue, abrindo assim, uma brecha para que os adolescentes também pudessem
se divertir um pouquinho nos cinemas. De acordo com os produtores, se a
história fosse muito violenta com sangue espirrando e ossos quebrando, a
classificação da faixa etária seria muito alta, resultando em pouca arrecadação.
Pois é, mas se pouparam sangue e ossos esmigalhados
no filme, bem... no livro a ‘coisa’ já muda de figura, afinal de contas, o
autor não tinha de se preocupar com isso. Por isso, ao contrário do filme, nas
páginas o negócio ferve. Brooks faz menções detalhadas a sangue, carne em
decomposição e ossos expostos.
Enfim, diferenças, diferenças e mais diferenças
entre livro e filme.
Galera, por hoje é só.
Espero que tenham gostado.
Inté!
2 comentários
Outro filme que tem pouca coisa a ver com o livro é "Blade Runner", baseado em "Do androids dream of electric sheeps?", de Philip K. Dick. Só que nesse caso, o filme é muitíssimo melhor do que o livro.
ResponderExcluirBem lembrado Glaidson.
ExcluirAs diferenças da obra de Philip K. Dick para a sua adaptação cinematográfica são gritantes.
Valeu por ter mencionado:)