Antes de escrever sobre o assunto proposto, posso dar
uma divagada? É... viajar um pouquinho; introduzir no post algo que não tenha
nada a ver com aquilo que, necessariamente, vou abordar. Às vezes, gosto de
fazer isso. É como se estivesse dividindo com vocês alguns segredos ou determinadas
situações que estou vivendo. Prometo que serei breve.
Enquanto escrevo esse post estou ouvindo o trio
elétrico local que anima o carnaval de rua em minha cidade. Que trio animado!
Eles só tocam e cantam marchinhas antigas; e muito bem! Com um pequeno detalhe:
o vocalista do grupo é gago. Calma, calma aí galera. Quando ele está cantando é
perfeito, tanto é, que o público não percebe nenhum sinal de gagueira, por
menor que seja. E o cara dá um verdadeiro show no palco.
Bem... o problema é quando ele tem que interagir com a
multidão de foliões, como por exemplo, falar alguma coisa, brincar com o povo,
chamar algum convidado ou autoridades municipais no palco. Nestas horas, o ‘galo
canta’, quero dizer, o ‘galo mia’. Então, a estratégia dos organizadores é
deixar sempre alguém por perto do vocalista para fazer essa interação.
Neste exato momento, ele está cantando “Saca Rolha”. E
olha que ele não enrosca nem mesmo naquela parte do refrão onde o intérprete
tem que dar uma enroscadinha proposital no estribilho. Naquela parte:
“As
águas vão rolar
Garrafa cheia eu não quero ver sobrar
Eu passo mão na saca saca saca rolha”
Garrafa cheia eu não quero ver sobrar
Eu passo mão na saca saca saca rolha”
Pode parecer que não, mas garanto que no momento que a
marchinha vai se aproximando o tal do “saca-saca-saca”, uma agonia toma conta
de mim. Fico torcendo para que o ‘seo’ Hélio não empaque e fique enroscado
gaguejando no “saca, saca, saca”. Mas o cara é bom, porque ele passa como um
trator no refrão, pelo menos até agora.
John Grisham |
Sei lá, não me perguntem porque fugi totalmente do
livro de John Grisham, apenas me deu vontade de dividir com vocês, esse momento
que estou vivendo agora. Caso tivesse um blog de assuntos variados, esse post
já estaria concluído e até com título: “O
cantor gago que não gagueja”. Mas como tenho um blog literário, não posso
fazer isso. Mas, deixando as divagações de lado, vamos ao que interessa.
Galera, apesar de ter lido e adorado “Tempo de Matar”
de John Grisham, juro que não sabia que a história tinha uma continuação.
Verdade! Jamais passou pela minha cabeça que Grisham havia escrito uma
sequência para a saga que envolve os icônicos personagens: Jack Brigance e Carl
Lee Hailey.
Tomei conhecimento dessa novidade, há pouco mais de um
mês, quando havia concluído a leitura de “Tempo de Matar”. Não é necessário
dizer que amei a descoberta. Cara, o enredo de “Tempo de Matar” é fantástico. A
história engole o leitor; ele nunca mais quer sair dela, largar o livro.
Escrevi um post sobre a obra onde revelo mais detalhes. Os leitores
interessados podem acessar aqui.
“Tempo de Matar” foi lançado originalmente em 1989 e
teve vendas modestas, mas depois que “A Firma” e “O Dossiê Pelicano”, outras
obras de Grisham, fizeram sucesso no cinema, foi republicado e tornou-se um
verdadeiro hit nas livrarias.
Em 1996, a história foi adaptada para o cinema, num
longa com Matthew McConaughey, Sandra Bullock e Samuel Lee Jackson. A
bilheteria do filme ultrapassou US$ 108 milhões. Resumindo: um grande sucesso
de bilheteria.
“A Herança” foi escrito 24 anos depois de seu antecessor e pelo que eu vi em matérias de
jornais da época e também nos blogs literários que visitei, o livro repetiu o
êxito da história de 1989. Foram muitos os elogios para “A Herança”.
O enredo deste novo livro se passa logo após os fatos
ocorridos em “Tempo de Matar”. Um homem se suicida, e deixa um testamento
escrito a mão com instruções sobre o seu sepultamento e a divisão dos seus bens.
Todos ficam surpresos com o conteúdo de seu testamento que não deixa absolutamente
nada de sua herança para os seus familiares. Em contrapartida, uma quantia
considerável é destinada para sua empregada negra.
O que o levou a agir dessa maneira num período em que
o racismo ainda predominava nos Estados Unidos? Com certeza, mais uma história
polêmica de Grisham.
Confesso que estou ansioso para ler a obra, mesmo
porque Jack Brigance já entrou para a galeria dos meus personagens literários
preferidos. Cara, estou tão ansioso que pretendo adquirir “A Herança”, apesar
de toda essa confusão envolvendo a alteração de cep’s da minha cidade (ver
aqui). Acho que vou encarar, mesmo assim.
Desejem-me sorte.
Abraços!
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