22 julho 2025
“Pelas Entranhas” e “No Meio da Noite”: dois novos livros de terror e suspense que chamaram a minha atenção
Cada leitor tem uma relação própria com livros. Alguns
são do tipo: “olhei pra capa, gostei, comprei”; outros são metódicos e só
compram uma obra depois de lerem uma infinidade de resenhas e mesmo assim,
ainda saem à caça de amigos que leram a tal obra para saber se, de fato, ela é
boa. No meu caso, procuro buscar um equilíbrio entre essas duas situações, mas
confesso que tenho uma queda que está mais para “quedona” do que para
“quedinha” pela capa.
Quando vejo uma capa que me desperta o interesse,
procuro logo na sequência ler a resenha da história publicada pela editora. Se
essa resenha chamar a minha atenção da mesma forma que a capa do livro, aí sim,
vou ler algumas opiniões.
Foi assim, que duas obras me chamaram a atenção e
acabaram entrando para a minha lista de leituras. Pelas Entranhas de Triz Parizotto e No Meio da Noite de Riley Sager – a primeira, lançada em agosto de
2024 e a segunda, com previsão de lançamento para o dia 4 de agosto de 2025 –
mexeram muito com a minha curiosidade. Posso dizer que foi “amor a primeira
vista (rs).
No caso de Pelas
Entranhas, três detalhes chamaram a minha atenção a atenção, instigando a
sua compra. O primeiro deles foi a sua capa que achei fantástica, provando que o
layout de um livro para chamar a atenção dos leitores não precisa ser todo
rebuscado. Pelas Entranhas faz jus a
essa máxima. Sua capa tem apenas três matizes de cores: branco, preto e
vermelho. Algumas pessoas podem até achar o seu layout rebuscadão; eu não; pelo
contrário, achei simples e chamativo.
Na capa, a cor predominante é o fundo branco onde se
sobressai o título da obra em vermelho combinando com o sangue de um animal
(parecido com um lobo) que é sacrificado por uma criatura misteriosa. Tanto
essa criatura quanto o lobo, além do nome da autora e de algumas árvores secas
que compõem a paisagem são da cor preta. Cara, ficou perfeito! Tudo combina! E
para completar, adivinhem só? Todo esse layout viciante em capa dura; pode?!!
Portanto, só do “menino”, aqui, bater o olho nessa capa, o coração já disparou.
Logo na sequência, fui ler a resenha e... adorei. Sou fã de contos de terror, e
Pelas Entranhas é exatamente uma
coletânea com três histórias curtas do gênero que me fisgaram.
A primeira delas se chama Carne e conta a história de Lucas, um estudante de biologia, que
revela detalhes do suicídio de seu amigo, Isaque, e da subsequente decisão de
realizar o último desejo do garoto: ser devorado por seu amigo. O release
distribuído pela editora Maquinaria Editorial (mqnr) diz que se trata de uma
história que desafia as convenções morais, confrontando o leitor com a
fragilidade da vida e a complexidade da mente humana.
O segundo conto se chama Baço e nele conhecemos Bertoldo, um professor solitário em
Araguaia, que se vê envolvido em uma série de eventos perturbadores: animais
começam a aparecer mortos e grotescamente mutilados em sua vizinhança. Barros,
o oficial da lei da cidade, pede sua ajuda na investigação, mergulhando-os em
um mistério que desafia a lógica e a sanidade.
E por fim, temos Olhos
onde Lucia, uma garota recém-formada, que enfrenta o luto pela perda de sua
mãe, até que se vê diante de uma possibilidade chocante: o suposto acidente que
tirou a vida da mulher, pode ter sido, na verdade, uma decisão desesperada para
escapar de uma existência de dor, causada por alguém próximo e, por sua vez, vivo.
Achei as três histórias interessantes, apesar da
primeira ter um tom bem macabro.
E por fim, dei uma “olhada” nas resenhas de vários
portais literários, entre eles Amazon e Skoob; a maioria delas favoráveis. Na
Amazon, a classificação chegou praticamente a cinco estrelas e no Skoob, quatro;
ou seja, passou no teste.
Este é o primeiro livro da escritora brasileira Triz
Parizotto, de 23 anos. Ela é conhecida por seu trabalho como atriz, incluindo
sua participação na novela "Carrossel" quando ainda era criança. Além
disso, Triz se destaca como modelo e produz conteúdo para a internet.
![]() |
Escritor Riley Sager |
Quanto a No Meio
da Noite o que primeiro despertou a minha atenção foi a resenha instigante
da história publicada nas redes sociais e livrarias virtuais. De acordo com o
release fornecido pela editora Intrínseca: “em uma noite quente de julho de
1994, Ethan Marsh, com dez anos na época, e seu melhor amigo, Billy Barringer,
acampavam no gramado de sua casa, na sossegada rua sem saída de Nova Jersey. Na
manhã seguinte, Ethan acordou com a luz do sol no rosto e percebeu que estava
sozinho. Durante a noite, alguém cortou a lateral da barraca com uma faca e
levou Billy. O menino nunca mais foi visto.
Trinta anos se passam, e, com a mudança repentina dos
pais, Ethan volta a morar na casa onde cresceu. Atormentado pela insônia e
sempre pelo mesmo pesadelo que passou a ter depois do desaparecimento do amigo,
ele começa a notar que coisas estranhas vêm acontecendo no meio da noite. Luzes
com sensor de movimento na garagem dos vizinhos se acendendo e se apagando,
bolas de beisebol surgindo no quintal, objetos em lugares que ele não se lembra
de ter colocado... Estaria alguém lhe pregando uma peça de mau gosto? Ou será
que Billy, dado como morto por muitos, teria retornado a Hemlock Circle?
Incapaz de ignorar esses eventos misteriosos e o fato
de vir sentindo a presença de Billy durante a madrugada, Ethan dá início a uma
investigação própria para tentar se lembrar dos mínimos detalhes daquela
fatídica noite”. Se levarmos em conta o plot principal, o enredo promete, não
acham?
Outro ponto que coçou os meus dedos para colocar o
livro no carrinho de compras foi o fato dele ter sido escrito por Riley Sager.
O motivo? Eu com to: li “As Sobreviventes” e gostei da história (confira
resenha aqui).
No próximo final de semana vira o mês de pagamento do
meu cartão de crédito e então... partirei para o abraço desses dois livros, um
abraço o qual espero ser correspondido.
Inté galera!
17 julho 2025
Alguns livros, às vezes, conseguem mandar até o mais persistente dos leitores pra lona
Desde o dia em que adquiri o hábito pela leitura;
hábito que foi sendo cultivado ao longo de toda a minha infância e adolescência
- graças aos meus “anjos da guarda literários” como minha mãe, meus professores e
bibliotecárias (se quiser saber mais sobre isso veja aqui e mais aqui) - dificilmente
abandonei um livro. Criei até um ditado particular: “Seja bom ou ruim, livro
comigo é até o fim”, mas confesso que às vezes – quase sempre, poucas vezes – é
difícil seguir a risca esse ditado.
Galera, concluir a leitura de algumas obras é barra e
daquelas barras bem pesadas. Comparo alguns enredos a uma verdadeira via crucis
como se o leitor estivesse carregando uma cruz pesada nas costas e essa cruz nada
mais é do o livro. Vejam bem, não acredito que existam livros que sejam ruins
de um modo geral, ou seja, para todos os leitores. Sempre defendi a tese de que
um enredo literário pode desagradar 10 leitores, mas em contrapartida, agradar outros
100. Portanto, para mim não existe história ruim, apenas histórias que não me
agradaram: livros que são verdadeiras cruzes nas minhas costas, mas nas costas
dos outros são verdadeiros bálsamos.
Achei importante fazer esse esclarecimento para que os
seguidores do blog, Insta e fanpage do “Livros e Opinião” não se assustem com as
obras que irei citar nessa postagem e acabem desistindo de lê-las.
Dadas as devidas explicações vamos ao que interessa.
Devo a Mister Magic – Os Bastidores da
Ilusão a ideia de escrever esse post. Decidi comprar o livro de Kiersten
White após ter lido vários comentários positivos de leitores que amaram o
enredo. Outro ponto positivo que pesou na balança na hora da compra foi o seu
enredo que bem resumidamente diz respeito a um grupo de crianças que apresentava
um icônico programa infantil na TV e que terminou abruptamente com a saída de
uma delas. O “X” do mistério é descobrir o porque dessa criança ter sido “resgatada”
do programa pelo seu pai que, por sua vez, sempre evitava dizer o motivo desse “resgate”
para a filha., além de mantê-la isolada do mundo. Lembrando ainda que essa
situação, um tanto traumática, fez com que essa criança, agora adulta, se esquecesse
de tudo o que teria acontecido naquela época, sofrendo um apagão. Após mais de
30 anos, esse grupo de apresentadores, hoje já homens e mulheres formados,
decidem se reunir para descobrir, de fato, o que houve naquela época.
Cara, confesso que esse enredo me fisgou como um
peixe, mas infelizmente não “vingou”. A leitura enroscou; não deslancha de
maneira alguma. Muita enrolação; enrolação e mais enrolação na solução do
mistério. A grosso modo, compare esse mistério a ser desvendado como um bolo
cheio de camadas e com o recheio no seu núcleo, bem no meio. Na minha opinião,
a autora se enroscou na camada de glacê e ficou por ali, se esquecendo das outros
camadas de massa, chantilly e doce de leite até se chegar ao recheio principal
que está, como já escrevi, no núcleo do bolo. Para que o leitor tenha uma ideia
dessa “enroscada no glacê”, basta dizer que o livro tem 318 páginas e eu já
estou perto de 200, para ser exato, 198 páginas, e até agora... nada; só
enrolação.
Quando concluir a leitura de Mister Mágic – Os Bastidores da Ilusão estarei escrevendo uma
resenha e dando mais detalhes. Creio que não desistirei da história, mesmo
porque já passei bastante de sua metade e por isso, desistir agora, seria uma
grande “covardia literária”.
Mas agora, quero abrir o meu coração para a galera,
confessando que já perdi batalhas para outros livros, não conseguindo lê-los
até o final. Talvez os tenha escolhido num momento ruim ou os seus enredos acabaram
sendo incompatíveis com a minha faixa etária que ansiava por outros tipos de
enredos; sei lá, o que posso afirmar é que não gostei e desisti.
O primeiro deles que me obrigou a abandonar a leitura,
pasmem: foi Aeroporto de Arthur
Hailey, um livro considerado por muitos, uma verdadeira obra prima. Comprei o
livro por causa do filme de 1970 com Burt Lancaster, George Kennedy, Dean
Martin, Jacqueline Bisset e outra gama de astros e estrelas hollywoodianas
daquela época. Havia assistido ao filme em VHS, anos após o seu lançamento nos
cinemas, e gostado muito. “Entonce” resolvi ler a obra literária e... a leitura
empacou.
Tinha em mãos um romance que tanto os leitores quanto
os críticos da época haviam elogiado aos borbotões e com um enredo incrível,
mas acontece que... a leitura não ia.
No início pensei que o grande número de páginas, 563,
havia sido o motivo, mas ocorre que eu já tinha lido e adorado sagas bem mais
extensas. Depois imaginei que a causa desse bloqueio com o romance de Hailey
seria o número excessivo de personagens e consequentemente as tramas paralelas.
Em resumo, não sei explicar exatamente qual foi a causa. Essa empacada valeu
até um post sobre o assunto. Aqueles que se interessarem poderão saber mais
detalhes nesse link.
Mas querem saber qual livro que, de fato, me nocauteou?
Após receber vários golpes no fígado, estômago, seguido de um direto no queixo,
o livro Os Segredos Perdidos da Arca Sagrada, de Laurence Gardner, conseguiu
me mandar para a lona. Tentei, mas não deu. Desisti.
Acredito que um dos mistérios que mais intriga os
religiosos, arqueólogos e a comunidade científica, de um modo geral, é a arca
da aliança. Segundo relatos bíblicos, a arca foi construída no século 13 a.C.,
por ordem de ninguém menos que Moisés para guardar as tábuas dos Dez
Mandamentos.
Mas onde está a arca? Ela, de fato, existiu? Qual o
seu poder? Qual a opinião da comunidade religiosa e científica? Qual a relação
dos templários com o artefato? Eram tantas as minhas dúvidas que acabei indo
com toda sede ao pote. Pena que ele caiu e se quebrou.
O livro de Gardner não esclareceu nenhum desses
questionamentos. Parecia que eu estava
lendo um livro sobre alienígenas. A primeira chutada de balde do autor foi a de
que Moisés não seria judeu, mas um faraó egípcio chamado Akhenaton que fugiu do
Egito após tentar cultuar um único Deus. Depois desse vieram outros golpes;
vários jabs, uppercuts, cruzados, ganchos
e o 'diretaço' que me mandou pra lona. Explico todos esses “golpes” nesse
post que escrevi na época em que tentei ler o livro de Gardner.
Pois é galera, agora, voltando para o presente, torço pra
que o enredo de “Mister Magic – Os Bastidores da Ilusão” deslanche e que assim,
eu comece a atingir outras camadas desse bolo porque já estou enjoado de “comer
glacê” (rs).
Inté!
12 julho 2025
Os tempos mudaram! Está “chovendo” lançamentos e relançamentos de Stephen King. Destaque para “O Concorrente” que retorna acompanhado de um filme
Ainda hoje me lembro como era tenso ficar na
expectativa do lançamento de um livro de Stephen King. Cara, era trash; alias muito
trash, para todos nós, fás de carteirinha do mestre do terror. Primeiro vinham
os boatos, depois as notícias desencontradas, na sequência as dúvidas, até que
finalmente vinha a confirmação, mas a confirmação da publicação do livro nos
‘States”; quanto a sua tão aguardada chegada nas livrarias brasileiras, bem...
nós, fãs do Tio King ainda tínhamos uma outra via crucis para enfrentar: a data
da chegada da obra, aqui na ‘Terrinha’ já traduzida para o nosso idioma. Pois
é, era um novo ciclo de agonia enfrentado pelos leitores.
Estou me referindo aos “áureos” e “sofridos” tempos de
A Coisa (ainda na época da editora
Objetiva e com aquela capa medonha e mal feita), Tripulação de Esqueletos, A
Dança da Morte, A Espera de Um
Milagre, e outras obras primas dos anos 80, 90 e algumas dos anos 2000,
entre as quais posso citar Novembro de 63. E por falar nesse tal novembro do Tio King; cara... como esse livro gerou
expectativas no Brasil com relação ao seu lançamento! Tanto é verdade que no
dia de sua “aterrissagem” nas livrarias brasileiras, formaram-se filas enormes
de leitores impacientes em adquirir o novo calhamaço do autor.
Mas recuperando a minha linha de raciocínio; estou
contando tudo isso que expus no início da postagem porque estranhei a mudança
radical no contexto envolvendo lançamentos de King. Cara, numa ‘lapada’ só
teremos no mês de agosto um lançamento e um relançamento do autor. Considero O Garoto do Colorado um lançamento, pelo
menos para nós leitores brasileiros,
porque apesar da obra ter sido publicada nos Estados Unidos e parte da Europa
em 2005; só agora, no mês de agosto, ela chegará às livrarias tupiniquins.
Quanto ao relançamento – O Concorrente
– a história já havia sido publicada por aqui, pela Suma, em 1982.
Nova capa do relançamento de "O Concorrente"
Ah! Pensou que chegou ao fim a avalanche de
lançamentos do Tio King para os leitores brasileiros? Se pensou, errou; porquê em maio os fãs do
autor ganharam um outro presentaço: o inédito Não Pisque que partiu para o abraço nos leitores brasileiros em 27
de maio de 2025. Galera, é muita emoção para todos nós que amamos os enredos
criados pelo nosso tiozão.
Aproveitando esse assunto, quero escrever algo sobre o
relançamento de O Concorrente que
acontecerá no mesmo mês do lançamento do filme homônimo que na realidade é um
remake da ´produção de 1987 com Arnold Schwarzenegger.
O motivo de escrever pela segunda vez um post sobre O Concorrente não tem nada a ver com a
chegada de um filme baseado na obra e muito menos o “lançamento, praticamente,
casado” de livro e filme. O motivo é outro: simplesmente, eu amei a obra
literária e quero escrever novamente sobre ‘ela’. ‘Entonce’ como surgiu essa
oportunidade, vamos à luta.
No post que publiquei ainda no primeiro ano da criação
do blog, isso lá nos idos de 2011, enalteci o livro e critiquei o filme (veja
aqui). Hoje, após quase 15 anos não mudo a minha opinião. Trata-se de um
livraço; quanto ao filme, não posso fazer a mesma afirmação.
O livro O
Concorrente é fantástico e não é a toa que o próprio Stephen King o
considera o melhor dos cinco livros escritos pelo seu alter ego Richard
Bachman.
Utilizando-se de uma narrativa extremamente vigorosa e
realista, Bachman/King, transporta o leitor para um mundo futurista, em 2025 (frisando que o autor escreveu a história em
1982), dominado pelos meios de comunicação onde a televisão é a grande vedete.
Ela invade os lares americanos saciando o desejo de sangue dos telespectadores
através de uma rede de TV especialista em promover jogos onde o vencedor ganha
como prêmio a vida e o perdedor, a morte. A impressão que temos, ao ler o
livro, é que estamos retrocedendo à Roma dos gladiadores, mas à uma Roma do
futuro.
Capa do livro publicado no Brasil em 1982
Nesse futuro distópico, os Estados Unidos afundaram em
miséria, poluição e repressão. A única coisa que ainda funciona - e muito bem -
é a televisão. Controlada por uma megacorporação implacável, a programação
oferece ao povo o que ele mais deseja: violência, drama e sangue ao vivo. É
nesse contexto sufocante que Ben Richards, um homem desesperado, sem emprego e
com uma filha doente, aceita participar de O Foragido, o reality show mais
mortal da grade: trinta dias de fuga ininterrupta, enquanto é caçado por
assassinos profissionais. Cada passo seu é filmado. Se ele conseguir escapar
com vida desse jogo, ele recebe uma grande quantia em dinheiro que poderá mudar
a sua vida e mais do que isso, salvar a vida de sua filha.
O Ben Richards criado por King é um personagem
complexo, movido pelo ódio que brota de sua alma por não ter dinheiro
suficiente para salvar a filha. Esse ódio cresce ainda mais, quando ele é
obrigado a se humilhar na frente de milhares de pessoas que passam a caçá-lo
como um animal, querendo o seu sangue em troca da vida de sua filha. Essa
personalidade conflituosa do personagem das páginas de King/Bachman não existe
no brutamontes interpretado por Schwarzenegger que só pensa em fugir, lutar e
bater.
O relançamento de O
Concorrente, com uma nova tradução, faz parte de um projeto da editora
Suma, já em andamento, para trazer de volta obras de King escritas sob o
pseudônimo de Richard Bachman, explorando gêneros além do horror, como o de ficção
científica presente neste livro.
Em "O Concorrente", remake do filme "O Sobrevivente", Glen Powell assume o papel que foi de Arnold Schwarzenegger na produção de 1987
Galera, vocês prestaram atenção nas linhas que eu
escrevi nesse penúltimo parágrafo? Cara, tenha certeza de que eu quase surtei
quando soube dessa informação. E não é para menos: a Suma decidiu relançar
todas as histórias escritas pelo Tio King na época em que ele adotou o
pseudônimo Richard Bachman. Isto quer dizer que ainda seremos presenteados com
os relançamentos de A Auto-Estrada
(1981), A Maldição do Cigano (1984) e
Os Justiceiros (1996), os três com um novo layout e uma nova tradução, seguindo
o mesmo projeto gráfico de A Longa Marcha
lançado em 2023 e de O Concorrente
que chega no mês de agosto.
Vamos também torcer para que dentro do pacote do projeto
“Os Livros de Bachman” da Suma esteja Blaze,
romance inédito de King, escrito antes de Carrie.
Vale lembrar que King reescreveu, editou e atualizou a novela inteira.
Quanto a Rage
(1977) publicado no Brasil com o título de Fúria
é bom não alimentarmos nenhuma esperança já que após o tiroteio na escola Heath
High, King anunciou a proibição do livro temendo que isso pudesse inspirar
tragédias semelhantes. Fúria por um
tempo continuou a estar disponível no Brasil em Os Livros Bachman. Por isso aqueles que tiverem um exemplar dessa
obra publicada em 1977 pela editora Francisco Alves, guarde num cofre cercado
de seguranças porque você tem em mãos um verdadeiro tesouro. Destaco ainda que
em uma nota de rodapé no prefácio de Blaze,
de 30 de Janeiro de 2007, King escreveu sobre Rage:. “Agora fora de catálogo, e é uma coisa boa.”
Pera aí, deixe-me escrever algumas linhas sobre o
remake do filme medonho com Arnold Schwarzenegger. Vamos lá: o novo filme que
vai se chamar “O Concorrente” – mesmo título do livro de Richard Bachman) -
estreia em 06 de novembro de 2025 e será estrelado por Glen Powell, que assume
o papel de Arnold Schwarzenegger, e conta com a direção de Edgar Wright. 4. Powell,
para quem não sabe, interpretou o piloto Jake ‘Hangman’ Seresin em “Top Gun:
Maverick”, um jovem e arrogante piloto da Marinha dos EUA. Ele também esteve
presente no filme Twisters lnaçdo em 2024.
Tomara que o filme “O Concorrente” seja melhor do que
o seu antecessor.
Valeu galera!
28 junho 2025
Apesar do atraso, jamais poderia esquecer de um lançamento do tio King. “Não Pisque” já está nas livrarias
Galera, ser jornalista mesmo que em cidades médias ou
pequenas não é fácil, ainda mais quando você tem um blog literário e... também...quando
resolve se engajar numa causa que você julga justa e que irá beneficiar
milhares de pessoas que, de fato, precisam dessa ajuda. Taí o meu caso: tenho
os meus afazeres profissionais diários, que não são poucos; tenho o meu blog
literário e por isso tenho de encontrar tempo para ler e escrever resenhas ou
montar listas; e por fim, decidi me unir a milhares de pessoas e lutar pela
derrubada de um veto do governo federal que achei injusto prá caralh... Aliás
ainda continuo lutando ao lado dessas pessoas porque apesar do Veto 38 ao PL
5332 (ver aqui, aqui, mais aqui e novamente aqui) ter sido derrubado, o nosso digníssimo presidente do Senado, Davi
Alcolumbre resolveu virar as costas para milhares de aposentados por invalidez
permanente - incluindo muitos do BPC Loas - e “travar” a assinatura da minuta
da lei que encontra-se em cima de sua mesa. Basta ele pegar uma caneta, assinar
e com isso beneficiar uma infinidade de pessoas necessitadas, das quais muitas,
inclusive, votaram nele. Portanto, temos um veto derrubado mas não assinado; é
mole? E assim, a luta continua.
Com tantas preocupações acabei me esquecendo de algo
que, certamente, eu não me esqueceria em condições normais: o lançamento de um
livro do meu autor preferido: Stephen King. Acreditem galera, eu cometi essa
“ojeriza literária”. O livro do mestre do terror chegou as livrarias no dia 27
de maio e eu fiquei sabendo da novidade no início dessa semana.
E, assim, na esperança de que exista alguém tão
desinformado como eu nesse assunto (rs) resolvi escrever algumas linhas sobre Não Pisque; esse é o título do novo
livro do tio King.
A obra traz de volta uma personagem clássica e porque
não, também, antológica do chamado “Universo Kingniano”. Estou me referindo a
detetive Holly Gibney, personagem já conhecida por leitores fiéis do autor,
tendo aparecido em outros seis livros como Mr.
Mercedes e O Instituto.
Na trama, Izzy Jaynes é uma investigadora experiente
de Buckeye City que, ainda lidando com traumas de ocorrências pregressas. Ela
acaba se deparando com uma carta contendo uma grave ameaça: em breve, o texto
alerta que pessoas inocentes serão assassinadas. Buscando desvendar o caso e
descobrir quem está por trás disso, ela recorre à detetive e amiga Holly
Gibney. Em pouco tempo, no entanto, a ameaça se torna real: uma mulher é morta
de forma aleatória num parque de subúrbio, e elas têm de correr para que o
assassino não execute outras pessoas.
Enquanto isso, uma controversa defensora dos direitos
das mulheres está em turnê pelos Estados Unidos para promover seu trabalho, mas
há alguém em seu encalço que não concorda com suas ideias. Quando a perseguição
começa a ficar mais perigosa, Holly Gibney é convocada para cuidar de sua
segurança, mas o trabalho logo se torna um risco que ela não calculava, e a
detetive se vê no centro de uma caçada assustadora.
Tai galera, antes tarde do que nunca. Mesmo com a
cabeça a mil, jamais poderia me esquecer de um lançamento literário do tio
King; mesmo com um pouco de atraso.
07 junho 2025
Qual é a melhor forma de ler a saga “Hannibal Lecter”? Respeitando a ordem cronológica dos fatos ou a ordem de lançamento dos 4 livros?
A “Quadrilogia Hannibal Lecter” é uma das sagas
literárias que eu mais gosto. Tanto é verdade que já perdi a conta das vezes
que reli os livros Dragão Vermelho, O Silêncio dos Inocentes, Hannibal e Hannibal, A Origem do Mal do escritor norte-americano Thomas
Harris. Amei e viajei todas as vezes que reli.
Conheci a obra de Harris através do filme
hiper-premiado “O Silêncio dos Inocentes” do diretor Jonathan Demme. Estávamos
no comecinho da década de 90 quando um serial killer vivido pelo gênio Anthony
Hopkins despertou o interesse - e acredite - despertou a simpatia de milhares
de cinéfilos. O tal Hannibal Lecter, com fama de canibal, era um famoso médico
psiquiatra, muito fino, inteligente e com um Q.I acima da média, mas tinha um
hábito nada recomendável: ele degustava aqaueles pacientes que não
correspondiam ao tratamento. E foi assim que ele ganhou o apelido de “Hannibal,
o canibal” ou “Dr. Lecter, o canibal”.
Após ter assistido ao filme, quis na mesma hora ler o
livro para comparar os enredos e descobri que livro e filme são praticamente
iguais com pouquíssimas diferenças, exceto a descrição detalhada dos
personagens na obra literária o que não acontece nas telonas.
No livro, uma agente novata do FBI chamada Clarice
Starling é destacada para encontrar um assassino, Búfalo Bill, conhecido por
arrancar a pele de suas vítimas. Para entender como o serial killer pensa, ela
procura um perigoso psicopata, encarcerado sob a acusação de canibalismo. É aí
que entra o famoso Dr. Lecter que decide ajudar na caça ao assassino, “emprestando”
o seu intelecto acima da média, mas com uma condição... desde que a agente do
FBI concorde em ser analisada por ele como se fosse sua paciente.
Gostei tanto do que vi nas páginas e também nas telonas
que decidi comprar todos os livros que seriam lançados futuramente, além de
assistir aos outros filmes baseados nessas obras.
Na primeira vez que li a quadrilogia procurei seguir a
ordem de lançamento dos livros, mesmo porque não havia um outro jeito, já que
naquela época havia sido publicado apenas O
Silêncio dos Inocentes e Dragão
Vermelho. Mas quando completei a saga, fiz a experiência de ler os quatro
livros respeitando a ordem cronológica dos fatos. E é sobre isso quero “falar”
nesta postagem porque já vi alguns questionamentos nas redes sociais sobre como
obter a melhor experiência, o maior nível de satisfação ao ler a saga.
Posso garantir que independentemente da galera ler a “Quadrilogia
Hannibal Lecter” na ordem de lançamento das obras ou então de “trás para
frente”, a experiência será a mesma, ou seja, saborosamente deliciosa. As duas maneiras
tem as suas nuances, vantagens, e porque não, desvantagens, também. Vou tentar
explicar melhor.
Se a sua opção for pela ordem cronológica dos fatos,
você iria entender detalhadamente o que transformou uma criança dócil e
inocente num perigoso e temido serial killer. Também iria conhecer como foram
os primeiros anos de Hannibal Lecter na faculdade de medicina, os seus amores,
as suas paixões e os gatilhos que fizeram com que ele optasse por seguir o lado do crime. Certamente, o leitor
que escolhesse essa sequência de leitura, iria desenvolver sentimentos de
empatia e muita empatia com o personagem o que poderia torná-lo menos
assustador nos livros seguintes.
Dessa forma, o leitor teria de pagar um preço
considerável por conhecer, em primeira mão, os fatos que levaram o Dr. Lecter a
se tornar um criminoso, incluindo algo que marcou profundamente, a sua
infância. O preço, como já citei acima, seria um Lecter menos sombrio,
assustador e até mesmo, menos impactante, ao longo do outros livros.
Cara, você vai amar o Dr. Lecter de Hannibal, A Origem do Mal e se não tomar cuidado...
vai até mesmo querer adotar aquela criancinha inocente.
Agora se a galera começar a sua leitura por Dragão Vermelho, o primeiro livro da
série lançado em 1981, o bicho pega. Na obra que abre a saga, Harris nos mostra
um Lecter demoníaco, muito longe daquela criança inocente de Hannibal, A Origem do Mal e também
daquele Lecter sutil e charmoso de O
Silêncio dos Inocentes. O serial killer canibal aparece pouco na trama, já
que o livro é focado em Will Graham, agente do FBI, que se vê obrigado a voltar
a trabalhar para prender um assassino em série conhecido como Fada do Dente.
Tudo seria muito fácil para Graham, se não tivesse passado por situações
extremamente traumáticas enquanto atuava no FBI.
O enredo mostra como Graham conseguiu prender o Dr.
Lecter, no passado; mas agora, ele precisa recorrer ao canibal para que o
serial killer lhe ajude com o seu intelecto a prender o Fada do Dente.
Mesmo aparecendo pouco no enredo, Lecter mostra para o
que veio. O autor narra em detalhes como foi a prisão traumática do personagem
e como o agente do FBI quase pagou com a própria vida por isso. Aliás, ele continuará
pagando e com um risco maior, após procurar o canibal na prisão para pedir
ajuda. Como disse, ele encontrará um Lecter demoníaco e impiedoso.
No terceiro livro da saga, o personagem se mostra
menos odioso e cruel. Estas duas características cedem espaço para o charme, a
sutilidade, a inteligência e o finesse que fizeram de Hannibal Lecter um dos
serial killers mais queridos da literatura ficcional.
Muitos fãs da saga perguntam como esse personagem caiu
tanto no agrado dos leitores apesar de ser um perigoso assassino. Na minha
opinião, um dos motivos foi o fato desses leitores terem lido primeiro “O
Silêncio os Inocentes” e não “Dragão Vermelho” que mostra toda a faceta do mal
do icônico personagem. Apesar de ter sido lançado sete anos antes de “O
Silêncio dos Inocentes”, “Dragão Vermelho” passou praticamente despercebido dos
leitores que só despertaram interesse pelo Dr. Lecter com o lançamento do filme
de Jonathan Demme.
Quanto a ordem de leitura da saga, não sei se consegui
esclarecer, mas vamos lá. Quer seguir a ordem cronológica dos fatos - mas
ciente de que ao conhecer o personagem já adulto transformado num perigoso
serial killer, o impacto será menor? Ok. Então leia respeitando essa sequência:
Hannibal: A Origem do Mal, Dragão Vermelho, O Silêncio dos Inocentes e Hannibal.
A outra opção é fazer a leitura de acordo com a ordem de publicação dos livros
– Dragão Vermelho, O Silêncio dos Inocentes, Hannibal e Hannibal: A Origem do Mal, ciente de que irá
encontrar, inicialmente, um Dr. Lecter maldoso, visceral e demoníaco, muito
diferente daquele que você viu nas telas.
Há também uma terceira pção para ler a saga, começando
pelo seu segundo livro, Silêncio dos
Inocentes e depois seguindo a ordem normal de publicação, ou seja: Dragão Vermelho, Hannibal e A Origem do Mal.
Aqueles que optarem por essa sequência conhecerão, primeiramente, um Lecter
menos cruel e mais finesse, o que atenuará o choque do Lecter de Dragão Vermelho.
Taí, escolham de que forma desejam ler uma das sagas
mais famosas da literatura e dos cinemas. Qualquer uma delas será benvinda e
não atrapalhará o entendimento da trama.
17 maio 2025
Saiu o desempate da releitura de “Os Três Mosqueteiros”; Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan venceram
Saiu o desempate. Os mosqueteiros venceram. Os
leitores do blog que estavam acompanhando a minha saga particular com relação
ao livro de Alexandre Dumas estavam curiosos para saber se eu havia gostado ou
não da releitura desse clássico. Para aqueles que não tiveram a oportunidade de
ler essa postagem (ver aqui), aconteceu mais ou menos assim, de forma bem
resumida: havia lido Os Três Mosqueteiros
pela primeira vez – há ‘muuuitos’ anos - e adorado o enredo, mas agora,
recentemente, na segunda vez que li, a leitura não foi tão prazerosa. Por isso
resolvi “tirar os noves fora” fazendo uma terceira leitura do conhecido
clássico ou, se preferirem, uma segunda releitura. Bem resumidamente foi isso
que aconteceu. E como já citei acima, dessa vez, o livro de Dumas venceu a
minha indiferença.
No post anterior, referente a esse assunto, havia
citado dois motivos que poderiam ter dispersado a minha atenção e contribuído para
não ter apreciado a releitura. É importante lembrar que a segunda vez que li Os Três Mosqueteiros encarei a edição
luxuosa da Zahar com texto integral e as suas notas de rodapé. E acredito que
essas notas de rodapé foram o primeiro motivo que implodiu a minha releitura da
trama. Elas acabaram truncando a leitura. Isso aconteceu porque eu tenho o
hábito de ler simultaneamente enredo e as explicações do autor que são
publicadas no rodapé das páginas; e confesso que as tais notas da edição da
Zahar são longas ao extremo. Por isso, toda vez que a leitura do enredo
engatava uma quinta marcha, lá vinham as notas de rodapé e assim, essa quinta
marcha era abruptamente reduzida para uma primeira. ‘Entonce’ meu amigo, até
você conseguir buscar a quinta marcha perdida, demorava e muito.
Nesta terceira leitura que valeu o desempate, optei
por abolir as notas de rodapé. Em outras palavras: joguei todas elas para
escanteio e lí apenas o enredo. Pensei com os meus botões: “Se na primeira vez,
apenas a história escrita por Dumas foi suficiente para encantar um garoto muito
seletivo e exigente quanto a enredos literários, agora, esse mesmo texto teria
a capacidade de despertar o interesse de um leitor que ficou menos implicante,
ao se aproximar da terceira idade. Assim... adeus notas de rodapé. E posso
garantir que das 688 páginas da edição comentada da Zahar, grande parte delas
são dedicadas as explicações históricas de alguns trechos da trama.
Vejam bem, não estou criticando as notas de rodapé.
Elas são importantes para aqueles leitores que querem conhecer detalhes
históricos do enredo de Dumas, pois sabemos que as obras do escritor francês
sempre mesclaram ficção com realidade. Mas dessa vez, no meu caso, não estava
interessado nesses detalhes históricos, querias apenas “viajar” no enredo de Os Três Mosqueteiros como se estivesse
lá “dentro do livro” presenciando as peripécias de Athos, Porthos, Aramis e
D’Artagnan, além das tramas diabólicas de Milady.
Garanto que essa escolha valeu muito a pena. A minha
leitura fluiu e se tornou tão prazerosa quanto a primeira vez em que li o
livro.
Vamos agora para o segundo motivo que pode ter
prejudicado a minha releitura da trama.
Quando li a obra
de Dumas atravessava um período atribulado. Estava enfrentando alguns problemas
no setor profissional e também com a minha saúde. Hoje, tenho certeza de que
essas preocupações colaboraram para desviar a minha atenção e assim, acabei
perdendo o foco da leitura. E cá, entre nós, querem um conselho de
‘amigo-leitor’? Quando vocês forem ler um clássico, façam isso num período
tranquilo de suas vidas para que outras preocupações (família, saúde, trabalho)
não interfiram na leitura.
Para ler um clássico da literatura, é crucial ter
atenção, pois eles frequentemente apresentam linguagens complexas, contextos
históricos e temas que exigem uma leitura mais aprofundada e reflexiva. Dessa
forma temos que estar com a cabeça livre de preocupações e focado, apenas, na
leitura desse clássico. Pois é... comigo aconteceu, exatamente, o contrário. Por
isso, nessa terceira vez, procurei reler o clássico de Dumas numa fase mais
tranquila de minha vida. E, confesso: deu resultado.
Mais do que ter satisfeito a curiosidade da galera que
vinha acompanhando essa minha saga com Os
Três Mosqueteiros espero ter colaborado com algumas dicas para aqueles que
pretendem ler a edição comentada de “Os Três Mosqueteiros” lançada pela Zahar ou
então outros clássicos literários.
Valeu galera!