Oito clássicos de terror que você precisa ter em sua estante

27 maio 2023

Existem enredos que apesar de terem sido escritos há muitos anos, até mesmo em outros séculos, acabaram rompendo as barreiras do tempo tornando-se assim, atemporais. Enredos que merecidamente ganharam o “carimbo” de clássicos.

Para um livro se tornar um clássico, ele precisa marcar a literatura, nacional ou mundial, de alguma forma. Seja pelo formato, linguagem, narrativa, história, entre outros fatores. Os clássicos lançam novos olhares sobre os livros que lemos e o mundo em que vivemos. Um livro clássico é um livro considerado exemplar, ou seja, uma obra a servir de inspiração para outras futuras obras literárias. E se ele tiver sido escrito em outra época, o título de “clássico” se torna mais merecido ainda porque apesar da linguagem, dos costumes, enfim do contexto em que foi escrito e que difere totalmente dos tempos atuais, essa obra tem o poder de encantar e conquistar gerações futuras.

Enfim galera, clássico é clássico e ponto final. Tenho vários clássicos da literatura de terror em minha estante e volta e meia lá estou eu relendo-os. E confesso que a cada novo contato com esses livros tenho novas emoções. São enredos, cujas releituras não cansam; pelo contrário, se tornam cada vez mais prazerosas como um bom vinho de uma safra antiga que a cada ano que passa fica cada vez melhor.

Nesta postagem selecionei oito obras clássicas do gênero terror que não podem faltar em suas estantes. Livros fantásticos que apesar da época em que foram escritos acabaram se tornando atemporais por causa da qualidade de seus enredos.

01 – Frankenstein (Mary Shelley)

Lançamento: 1818

A autora britânica Mary Shelley revolucionou a literatura europeia ao escrever Frankenstein, um terror gótico pioneiro em experimentar as fronteiras do horror com a ficção científica. O romance foi considerado um clássico do estilo gótico romântico, que influenciou muitos escritores do século XX.

A história do monstro concebido de forma desumana, movido unicamente pela ambição de um cientista, foi publicada originalmente em 1818 quando a autora tinha apenas 20 anos. Considero Frankenstein um dos três pilares da literatura de terror juntamente com Drácula (Bram Stoker) e O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde (Robert Louis Stevenson).

Shelley conta a saga vivida por um médico chamado Victor Frankenstein que após ser resgatado do gelo do Ártico, passa a relatar ao Capitão Walton sua vida e tragédia, ou seja, como ele descobriu o segredo para trazer carne morta à vida e como ele criou um monstro com pedaços de cadáveres e que mais tarde se rebelou contra ele passando a persegui-lo.

02 – O estranho caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde (Robert Louis Stevenson)

Lançamento: 1886

Lançado em 1886, o impacto do romance escrito por Robert Louis Stevenson foi tanto que se tornou parte do jargão inglês, com a expressão "Jekyll e Hyde" usada para indicar uma pessoa que agia de forma moralmente diferente dependendo da situação.

OEstranho Caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde – lançado por algumas editoras com o título de O médico e o monstro - foi um sucesso imediato e uma das obras mais vendidas do autor escocês. Adaptações teatrais começaram a ser encenadas em Londres um ano após o seu lançamento.

O aclamado autor de literatura de terror, Stephen King considerou a obra um dos três grandes clássicos do gênero, sendo os outros dois: Frankenstein (Mary Shelley) e Drácula (Bram Stoker).

O enredo aborda a vida de dois personagens distintos que moram na cidade de Londres: o respeitável Dr. Henry Jekyll e o misterioso Edward Hyde. Eles têm seus destinos unidos por uma peculiar amizade. Cabe a Gabriel Utterson, advogado e amigo de Jekyll, desvendar o motivo pelo qual o bondoso doutor se associou à violenta figura de Hyde.

O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde tem aterrorizado e intrigado as pessoas há mais de um século e influenciado a cultura e o imaginário popular até os dias de hoje.

03 – Drácula (Bram Stoker)

Lançamento: 1897

Drácula é todo escrito no formato de epístolas, diários, telegramas e memorandos. Quem escreve essas cartas são os próprios personagens, o que a torna a história mais densa, conferindo-lhe um certo clima de realidade. Cara, e como essas epístolas provocam medo, aliás muito medo. Algumas delas, inclusive, chegam a ser perturbadoras como por exemplo, os diários de Jonathan Harker e do capitão de um navio chamado Demeter. Leiam, depois me digam se estou certo. 

O romance publicado em 1897 se tornou a pedra fundamental dos enredos literários e cinematográficos sobre vampiros.

Aqueles que ainda ouçam duvidar da importância do livro escrito por Stoker, basta citar que ele já foi adaptado para o cinema mais de 30 vezes, e seus personagens fizeram inúmeras aparições em praticamente todas as mídias.

O Conde Drácula criado pelo autor é o primeiro personagem que vem à mente quando as pessoas discutem vampiros. Este clássico do gênero terror conseguiu reunir folclore, lenda, ficção vampírica e as convenções do romance gótico.

Sem dúvida nenhuma, um sucesso literário atemporal.

04 – A lenda do cavaleiro sem cabeça (Washington Irving)

Lançamento: 1820

A história é uma das mais antigas da ficção norte-americana. A partir da lenda de um homem decapitado montado em seu cavalo, tradicional referência no antigo folclore europeu, Irving estruturou a obra A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça considerada uma das primeiras histórias de fantasmas da literatura dos Estados Unidos.

Ainda que sua aparição inicial tenha acontecido no século XIX, há 202 anos, o cavaleiro sem cabeça criado por Irving gerou um grande impacto cultural que continua ecoando nas mídias artísticas, seja no cinema, teatro e na literatura. Dentre as variadas versões inspiradas no conto, evidenciam-se o filme mudo “The headless horseman” (1922), a animação da Disney “As aventuras de Ichabod e Sr. Sapo” (1949) e a adaptação cinematográfica de 1999, dirigida por Tim Burton.

No romance escrito por Irwing, o leitor encontra suspense, terror, intrigas e comicidade. E tudo isso, em pouco mais de 70 páginas com ilustrações.

05 – O exorcista (William Peter Blatty)

Lançamento: 1971

Não tem como deixar O Exorcista fora dessa lista. Tudo bem que o livro não foi escrito no século 18 ou 19, mas nem por isso deixou de influenciar as gerações dos anos 70, 80, 90 e 2000. Este clássico da literatura de terror vendeu 13 milhões de exemplares e conseguiu mudar a cultura pop para sempre.

O enredo escrito por Blatty deu origem ao maior filme de terror do século XX. Quatro décadas após chocar o mundo inteiro, o livro permanece uma metáfora moderna do combate entre o sagrado e o profano, em um dos romances mais macabros já escritos.

O mal assume várias formas. Seja com monstros, fantasmas ou demônios, tanto a literatura quanto o cinema sempre foram bem-sucedidos em representar a essência do nosso lado mais reprovável. O exorcista, no entanto, conseguiu superar qualquer outra obra do gênero. Inspirado no caso real do exorcismo de um adolescente, o escritor William Peter Blatty publicou em 1971 a perturbadora história de Chris MacNeil, uma atriz que sofre com inesperadas mudanças no comportamento da filha de 11 anos, Regan. Quando todos os esforços da ciência para descobrir o que há de errado com a menina falham e uma personalidade demoníaca parece vir à tona, Chris busca a ajuda da Igreja para tentar livrar a filha do que parece ser um raro caso de possessão. Cabe a Damien Karras, um padre da universidade de Georgetown, salvar a alma de Regan e ao mesmo tempo tentar restabelecer a própria fé, abalada desde a morte da mãe. Neste livro, Blatty conseguiu dar ao demônio a sua face mais revoltante: a corrupção de uma alma inocente. A menina Regan é, ao mesmo tempo, o mal e sua vítima. Ela recebe a pena e a revolta de leitores e espectadores em doses equivalentes e, mesmo quarenta anos depois, seu sofrimento e o abismo entre o que ela era e o que se torna continuam atormentando os leitores a cada página, a cada cena.

06 – A volta do parafuso (Henry James)

Lançamento: (1898)

A Volta do Parafuso lançada em 1898 foi publicada inicialmente no formato de folhetim, com edições semanais no jornal da revista Collier. A  obra do escritor britânico Henry James foi uma das precursoras do “terror de fantasmas”, além de ser classificada como uma das primeiras novelas, já que era curto demais para ser um romance e longo demais para um conto.

Foi adaptada diversas vezes, em programas de rádio, cinema e televisão, incluindo as talvez mais conhecidas, a peça da Broadway em 1950 e o filme de 1961, “Os Inocentes”, dirigido por Jack Clayton, com Deborah Kerr e Michael Redgrave. Sendo uma história de tamanha importância para a literatura de terror, não é de se espantar que muitas adaptações tenham sido feitas a partir ela.

Este clássico do terror conta a história de uma governanta que é contratada para cuidar de duas crianças em uma grande casa inglesa. Até que ela descobre que a casa é frequentada por fantasmas. O suspense aumenta quando a gvernanta começa a desconfiar que as crianças, de uma beleza mais que terrena e bondade absolutamente incomum, não só enxergam esses espíritos, como também convivem com eles.

07 – A assombração na casa da colina (Shirley Jackson)

Lançamento: 1959

A Assombração na Casa da Colina é considerada por leitores e críticos uma das melhores histórias de terror do século XX. Vista por mestres como Stephen King e Neil Gaiman como a rainha do terror, Shirley Jackson entrega um livro perturbador sobre a relação entre a loucura e o sobrenatural. 

A história segue um grupo de indivíduos que participam de um estudo paranormal de uma mansão supostamente mal-assombrada. O romance, que intercala fenômenos sobrenaturais com psicologia, tornou-se um exemplo respeitado pela crítica de história de casa mal-assombrada.

A Assombração na Casa da Colina foi transformada em dois longas-metragens e uma peça de teatro, além de servir de base para uma série da Netflix .

Durante sua carreira literária, com duração de mais de duas décadas, Jackson lançou seis livros, duas memórias e diversos contos. Infelizmente, ela veio a falecer cedo, aos 48 anos de idade.

08 – Histórias Extraordinárias (Edgard Allan Poe)

Lançamento: 1845

A maior prova de que Edgard Alan Poe se tornou um ícone da literatura de terror é que apesar de ser sido um homem do século 18, vive até hoje na mente da maioria dos leitores que são fãs do gênero. 

Nos últimos dois séculos, o nome de Edgar Allan Poe se tornou sinônimo de histórias de mistério, seja o suspense detetivesco (seu personagem Auguste Dupin inspirou a criação de ninguém menos que Sherlock Holmes), sejam as narrativas de teor sobrenatural, chegando a flertar em alguns textos com a ficção científica. Sua mente altamente inventiva perscrutou os limites da mente humana, as fronteiras entre a lucidez e a insanidade.

HistóriasExtraordinárias traz uma coletânea com catorze dos mais célebres textos do grande mestre da narrativa breve: A queda da casa de Usher, Os assassinatos da rua Morgue, O mistério de Marie Rogêt, A carta roubada, Enterrado vivo, O barril de Amontillado, O gato preto, O poço e o pêndulo, O retrato oval, A máscara da morte rubra, Berenice, Eleonora, Ligeia e Morella.

E isso aí galera? Gostaram de algum ou de alguns? Então, escolham o seu e boa leitura, acompanhada de bons calafrios.

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