Apoteótico. É dessa forma que defino os últimos
capítulos de A Ira dos Anjos, livro
que encerra a trilogia Apocalipse Zumbi
do escritor espanhol Manel Loureiro. E bota apoteótico nisso! Cara, achei
incríveis as descrições da batalha envolvendo os ‘Justos’ contra os
‘Milicianos’. Mas quem são os Justos? Quem são os ‘Milicianos’? Se eu
responder, com certeza, darei spoilers e quebrarei o ‘climaço’ desse conflito
que já entrou para a minha lista de batalhas literárias épicas.
A
Ira dos Justos supera com quilômetros de vantagem os
dois livros anteriores da saga – O princípio do fim e Os dias escuros.
Um dia desses, certo amigo me perguntou o que eu achava da trilogia de
Loureiro. Eu lhe respondi que via a saga numa curva ascendente ou seja, começou
devagar em primeira marcha, depois passou para uma terceira e finalmente
terminou a sua jornada em sexta marcha. Por isso mesmo, acredito que essa
trilogia muito elogiada pelos leitores e que nasceu de um blog, quebrou um
velho paradigma de histórias escritas em série. Explico melhor: geralmente, os
livros intermediários ou finais de trilogias, quadrilogias ou sagas não
conseguem manter o ritmo do primeiro livro, aquele que abre a narrativa. Com Apocalipse Zumbi foi diferente e o seu
terceiro volume deu um banho nos dois primeiros livros.
Além da batalha épica que toma conta dos últimos
capítulos, o enredo apresenta momentos de tensão que mexem com os nervos dos
leitores. Uma das passagens mais tensas envolve o transporte de um grande grupo
de pessoas condenadas num vagão de trem. Neste momento, explode uma rebelião
mudando o destino do personagem central, conhecido apenas por “advogado”.
Outro trecho tenso envolve a luta do advogado pela sua
sobrevivência no instante em que está abandonado
numa região inóspita quase entregue às baratas e ainda enfrentando um grave
problema. Estes momentos de tensão e ação fazem com que você passe a devorar as
páginas, não conseguindo largar o livro.
Quero destacar também os personagens carismáticos criados
pelo autor espanhol. Além do trio de protagonistas, outros personagens também
conseguem prender ao máximo a atenção dos leitores como é o caso do reverendo
Greene e de seu misterioso joelho – sempre antes de acontecer uma tragédia, o
reverendo sente dores no joelho. Se a tragédia for grande, a dor é excruciante;
se for pequena, a dor é menor – do psicopata Malachy Grapes; do rebelde Carlos
Mendonza, mais conhecido por ‘Gato Mendonça’, do coronel chinês Hong e, claro,
do incrível gato Lúculo.
‘Entonce’, se no primeiro livro faltou personagens, em
A Ira dos Justos, o autor abriu as
comportas e liberou uma batelada deles para a nossa felicidade.
Neste terceiro livro que fecha a série que começou com
uma pandemia que transformou a população em zumbis, a civilização não existe
mais. Em todo o mundo não há mais internet, televisão, celulares, instituições
e estados. Além disso, os alimentos são escassos e não há nada que lembre as
pessoas de que elas são seres humanos. Nesse mundo, elas se dividem em pequenos
grupos.
Ao chegarem a uma comunidade aparentemente segura, o
advogado e seu inseparável gato Lúculo, Viktor Pritchenko e Lúcia estranham a
nova forma de organização social, algo não está certo, mas então já é tarde
demais.
Gostei muito da leitura.
Um comentário
Poucos livros de zumbis me entreteram tanto quanto essa trilogia! Gostaria de poder reler, inclusive, já que faz um tempinho que li. Mas ainda tenho boas lembranças da leitura e do pavor que me causou.
ResponderExcluirÓtima resenha!