O Ragnarök e Thor despertaram o meu interesse pela mitologia nórdica

01 maio 2023

Aqueles que acompanham, já há algum tempo, o “Livros e Opinião” sabem o quanto sou fissurado em mitologia grega. Amo as aventuras daqueles heróis que cruzavam mares desconhecidos, enfrentando vários perigos ou simplesmente pelo prazer de participar de uma guerra sonhando com a conquista de um reino. Foi assim com Aquiles, Ulisses, Agamenon e tantos outros heróis em a Guerra de Troia como também foi assim com Jasão na busca pelo Velocino de Ouro.

Não há como ficar indiferente àquelas narrativas épicas, as quais contam com seres sobrenaturais, deuses e semideuses, que coexistem no mundo com os seres humanos. De modo geral, essas lendas foram o meio encontrado pelos gregos de explicarem fenômenos naturais. Definitivamente adoro mitologia grega e esse meu gosto fica evidente nas minhas estantes de livros onde tenho guardadas várias obras sobre o assunto.

Confesso que por outro lado não tinha o mesmo interesse pela mitologia nórdica, mas sabe como é né galera? De repente temos aquele estalo e pronto, passamos a gostar de algo que não gostávamos antes. Entonce... tive esse estalo e os dois responsáveis por essa mudança de... digamos, gosto, foi um evento cataclísmico e um deus da mitologia escandinava. Estou me referindo, respectivamente, ao Ragnarök e Thor. Na mitologia germânica, esse termo é utilizado para definir o fim do mundo que é causado por uma destruição dos cosmos e tudo que nele vive, incluindo os humanos e os deuses, por catástrofes ambientais e uma grande guerra. Em nórdico antigo (língua que os vikings falavam), a palavra “Ragnarök” significa “destino dos deuses”. Quanto a Thor, sempre gostei desse personagem. Tanto é verdade que durante a minha fase de leitor contumaz de histórias em quadrinhos tinha um “universo” de gibis do chamado “deus do trovão”. Além disso, ainda me lembro que nos meus tempos de criança não perdia por nada aqueles desenhos artesanais do Thor que passavam na televisão. As animações eram tão malfeitas que ficaram conhecidas como “desenhos desanimados” e não “animados”. Hoje, tempos depois, se tornaram cults. Desde aquela época, isso nos idos dos nos 60, sou fã de Thor. 

Recentemente li algumas coisas sobre o Ragnarök e descobri que está intimamente ligado a Thor, Loki, Odin e a destruição do famoso mjolnir, o poderoso martelo de Thor como aconteceu no terceiro filme da franquia do herói chamado “Thor: Ragnarok”.

O Ragnarok na mitologia nórdica

Estes eventos foram suficientes para que o meu interesse – acredito que a frase mais adequada seja a minha curiosidade – pela mitologia nórdica tenha despertado. Outro fator que contribuiu para isso foi a descoberta de que a ópera homônima do compositor alemão Richard Wagner chamada "Der Ring des Nibelungen" (O Anel dos Nibelungos) que também foi fonte de inspiração para J. R. R. Tolkien escrever a trilogia O Senhor dos Anéis (aqui, aqui e aqui), sua obra mais famosa, também faz parte das histórias que compõem a mitologia nórdica. Ainda me recordo o quanto ficava  encantado ao ler e ao mesmo tempo ver as gravuras de “O Anel dos Nibelungos” nas páginas da antológica enciclopédia O Trópico (ver aqui).

Portanto, foi um conjunto de fatores que contribuíram para o meu interesse pela mitologia escandinava. Pois bem, depois disso, só faltava encontrar um livro que abordasse o assunto de maneira descomplicada e sem aquelas explicações técnicas que enchem o saco. Resumindo: queria um livro que me fizesse viajar e não refletir. Um livro com as mesmas características de O Livro de Ouro da Mitologia Grega de Thomas Bulfing ou então As 100 MelhoresHistórias da Mitologia de A.S. Franchini e Carmen Seganfredo. Quanto a Bulfing não consegui encontrar nenhum livro seu, mas tive mais sorte com Seganfredo. Acabei descobrindo que essa autora, novamente com Franchini, havia escrito As Melhores Histórias da Mitologia Nórdica e com direito a uma versão romanceada de “O Anel dos Nibelungos”. Taí: nem pensei duas vezes e comprei o livro.

Pelo o que eu pude descobrir, a obra de Franchini e Seganfredo lançada em 2013 pela editora Artes e Ofícios reúne num único volume as principais lendas relativas à mitologia dos povos que habitaram nos tempos pré-cristãos os atuais países escandinavos (Noruega Suécia e Dinamarca) além da gélida Islândia.

Pela avaliação de alguns leitores que pude constatar, nestas histórias não faltam ação, romance e até a presença de uma insuspeita de uma veia cômica já que a maioria dos personagens transitam pelo grotesco numa profusão de gigantes, elfos e outros personagens míticos. Enfim, tudo o que eu estava procurando.

Pois é, tomara que eu goste.

Ah! Antes que me esqueça, comprei o livro num sebo virtual; muito mais barato. Aliás, uma diferença de preço exorbitante se compararmos com as livrarias virtuais.

Inté!

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