Até agora estou tendo sorte com as minhas releituras.
Dos livros que escolhi para reler, não me arrependi de nenhum. Aliás, releitura
tem dessas coisas. Às vezes, você lê uma obra literária pela primeira vez e
adora, então num ‘belo dia’ bate aquela vontade louca de dar um repeteco e...
Bummmm! Vem a decepção: a leitura empaca, não flui e por aí afora. Não me peça para
explicar o motivo dessa travada porque não sei. Foi por isso que fiquei com um
pouco de receio em reler sete livros que havia escolhido (ver aqui), mas como
já ‘disse’ no início da postagem, me dei bem, pelo menos por enquanto.
Já reli Nada Dura Para Sempre de Sidney Sheldon e Jurassic Park de Michael Crichton, adorei os dois; e agora estou relendo Mundo Perdido também de Crichton e amando.
Mas voltando ao Jurassic
Park, quando comecei a relê-lo não me lembrava de muitos detalhes sobre a
história, afinal de contas já faziam onze anos que eu havia devorado o enredo.
Acho que por isso, a releitura estava mais para uma leitura. Sim, porque a
impressão que eu tinha era a de estar lendo o livro pela primeira vez.
Caráculas! Que história! Muito diferente do filme, inclusive o final.
Achei o livro muito mais denso e tenebroso do que o
filme e mais violento também. Classifico Jurassic
Park como um mix de ficção científica, terror e ação. No início temos um
deslumbramento com uma descoberta científica que pode revolucionar o mundo;
depois essa descoberta que deixou todos deslumbrados acaba se transformando em
terror com direito a alguns corpos estraçalhados e devorados por criaturas
terríveis. Tudo isso entremeado com muita, mas muita ação.
Creio que apesar do ataque massacrante do Tiranossauro
Rex, os verdadeiros protagonistas da história escrita por Crichton são os
velociraptores que estão presentes na maior parte da narrativa. Aliás, também foi
assim, no filme de 1993 dirigido por Steven Spielberg onde esses dinossauros
infernais deram um trabalho danado.
Como escrevi na resenha que publiquei em 2012 (ver
aqui), existem livros pelos quais damos a vida para consegui-los. Então, quando
atingimos o nosso objetivo, pegando em nossas mãos a tal “joia preciosa”, nos
transformamos numa verdadeira criança; daquelas que acabam de ganhar o presente
dos seus sonhos, ficando com aquele sorriso bobo e ao mesmo tempo inocente no
rosto. Jurassic Park, de Michael
Crichton, é um livro que tem essa aura; pelo menos teve comigo. Lutei muito
para consegui-lo, mesmo porque naquela época – 2001 - não tínhamos ainda o
advento dos sebos online. Se não encontrássemos o livro que queríamos numa
livraria online tradicional, tínhamos de procura-lo em um sebo físico numa
cidade próxima ou distante de onde morávamos. Consegui localizar O Parque dos Dinossauros ou Jurassic Park de uma maneira nada
convencional: através de uma sala de bate-papo na Net. Isso mesmo, numa sala de
bate-papo!! Joguei o meu desejo de consumo na “Rede” e que surpresa eu tive quando
uma professora da época de universidade viu o meu recado e resolveu enviar o
livro pelo correio.
Jurassic
Park
já começa ‘à mil’ logo no início. O prólogo, de cara, já dá uma noção da
letalidade dos Velociraptores. Um dos melhores prólogos que li (ver aqui). Neste
trecho um funcionário do Parque Jurássico chega ao hospital praticamente
estraçalhado pelo dinossauro deixando a médica que o atende completamente
horrorizada. Esse prólogo fisga imediatamente o leitor que não vê a hora de
saber o que virá pela frente na narrativa.
Também achei o ataque do T-Rex da obra literária muito
mais tenso e violento do que no cinema. A atitude de alguns personagens também
muda nas páginas, por exemplo, vemos um Ian Malcolm mais cético, arrogante e
menos brincalhão do que aquele que conhecemos nas telonas. O paleontólogo Alan
Grant, ao contrário, do seu outro “eu” dos cinemas gosta muito de crianças. Já
o John Hammond do livro é um velhinho egoísta, presunçoso, pedante, pedante
egocêntrico. O personagem do filme, pelo menos tinha um certo grau de simpatia,
mas o ‘véinho’ das páginas... Deus me livre!
Outro detalhe curioso é que no livro temos dois Tiranossauros
Rex ao invés de um como acontece na produção cinematográfica. Os Velociraptores
também são mortos de uma maneira completamente diferente daquela que acontece
nas telonas. Enfim, temos muitas coisas distintas se compararmos livro e filme.
Por esse motivo, mesmo que você já tenha assistido ao filme não deixe de ler a
obra escrita. Ambos são bem diferenciados.
O meu conselho é para que você leia o livro e assista a
película. Apesar das muitas diferenças entre si, eles são incrivelmente
fantásticos.
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