“Jurassic Park”: mais uma releitura concluída. Apesar de distintos, livro e filme são fantásticos

28 julho 2022

Até agora estou tendo sorte com as minhas releituras. Dos livros que escolhi para reler, não me arrependi de nenhum. Aliás, releitura tem dessas coisas. Às vezes, você lê uma obra literária pela primeira vez e adora, então num ‘belo dia’ bate aquela vontade louca de dar um repeteco e... Bummmm! Vem a decepção: a leitura empaca, não flui e por aí afora. Não me peça para explicar o motivo dessa travada porque não sei. Foi por isso que fiquei com um pouco de receio em reler sete livros que havia escolhido (ver aqui), mas como já ‘disse’ no início da postagem, me dei bem, pelo menos por enquanto.

Já reli Nada Dura Para Sempre de Sidney Sheldon e Jurassic Park  de Michael Crichton, adorei os dois; e agora estou relendo Mundo Perdido também de Crichton e amando.

Mas voltando ao Jurassic Park, quando comecei a relê-lo não me lembrava de muitos detalhes sobre a história, afinal de contas já faziam onze anos que eu havia devorado o enredo. Acho que por isso, a releitura estava mais para uma leitura. Sim, porque a impressão que eu tinha era a de estar lendo o livro pela primeira vez. Caráculas! Que história! Muito diferente do filme, inclusive o final.

Achei o livro muito mais denso e tenebroso do que o filme e mais violento também. Classifico Jurassic Park como um mix de ficção científica, terror e ação. No início temos um deslumbramento com uma descoberta científica que pode revolucionar o mundo; depois essa descoberta que deixou todos deslumbrados acaba se transformando em terror com direito a alguns corpos estraçalhados e devorados por criaturas terríveis. Tudo isso entremeado com muita, mas muita ação.

Cena do filme de 1993

Creio que apesar do ataque massacrante do Tiranossauro Rex, os verdadeiros protagonistas da história escrita por Crichton são os velociraptores que estão presentes na maior parte da narrativa. Aliás, também foi assim, no filme de 1993 dirigido por Steven Spielberg onde esses dinossauros infernais deram um trabalho danado.

Como escrevi na resenha que publiquei em 2012 (ver aqui), existem livros pelos quais damos a vida para consegui-los. Então, quando atingimos o nosso objetivo, pegando em nossas mãos a tal “joia preciosa”, nos transformamos numa verdadeira criança; daquelas que acabam de ganhar o presente dos seus sonhos, ficando com aquele sorriso bobo e ao mesmo tempo inocente no rosto. Jurassic Park, de Michael Crichton, é um livro que tem essa aura; pelo menos teve comigo. Lutei muito para consegui-lo, mesmo porque naquela época – 2001 - não tínhamos ainda o advento dos sebos online. Se não encontrássemos o livro que queríamos numa livraria online tradicional, tínhamos de procura-lo em um sebo físico numa cidade próxima ou distante de onde morávamos. Consegui localizar O Parque dos Dinossauros ou Jurassic Park de uma maneira nada convencional: através de uma sala de bate-papo na Net. Isso mesmo, numa sala de bate-papo!! Joguei o meu desejo de consumo na “Rede” e que surpresa eu tive quando uma professora da época de universidade viu o meu recado e resolveu enviar o livro pelo correio.

Jurassic Park já começa ‘à mil’ logo no início. O prólogo, de cara, já dá uma noção da letalidade dos Velociraptores. Um dos melhores prólogos que li (ver aqui). Neste trecho um funcionário do Parque Jurássico chega ao hospital praticamente estraçalhado pelo dinossauro deixando a médica que o atende completamente horrorizada. Esse prólogo fisga imediatamente o leitor que não vê a hora de saber o que virá pela frente na narrativa.

Também achei o ataque do T-Rex da obra literária muito mais tenso e violento do que no cinema. A atitude de alguns personagens também muda nas páginas, por exemplo, vemos um Ian Malcolm mais cético, arrogante e menos brincalhão do que aquele que conhecemos nas telonas. O paleontólogo Alan Grant, ao contrário, do seu outro “eu” dos cinemas gosta muito de crianças. Já o John Hammond do livro é um velhinho egoísta, presunçoso, pedante, pedante egocêntrico. O personagem do filme, pelo menos tinha um certo grau de simpatia, mas o ‘véinho’ das páginas... Deus me livre!

Outro detalhe curioso é que no livro temos dois Tiranossauros Rex ao invés de um como acontece na produção cinematográfica. Os Velociraptores também são mortos de uma maneira completamente diferente daquela que acontece nas telonas. Enfim, temos muitas coisas distintas se compararmos livro e filme. Por esse motivo, mesmo que você já tenha assistido ao filme não deixe de ler a obra escrita. Ambos são bem diferenciados.

O meu conselho é para que você leia o livro e assista a película. Apesar das muitas diferenças entre si, eles são incrivelmente fantásticos.

 

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