Sete livros incríveis que pretendo reler sem perda de tempo

26 junho 2022

O que nos motiva a reler um livro? Na semana passada estava pensando nisso. Na realidade, as motivações são tantas, né galera? Pode ser uma minissérie ou um filme que você assistiu e acabou lhe despertando uma vontade enorme de reler o livro que originou a adaptação; pode ser uma obra que você não tem em sua estante mas leu há muito tempo na biblioteca pública municipal e agora quer relê-la; ou então o trecho de um enredo que você leu há décadas mas não se recorda do seu final. São “N” os motivos que podem provocar uma releitura. 

Pois é, hoje quero escrever sobre isso, ou seja, os livros que pretendo reler e o que acabou provocando essa vontade de reencontrar com personagens e enredos que eu já conheço ou recordo.

Posso garantir que algumas releituras são muito prazerosas e valem a pena. Não sei se acontece com você, mas comigo, muitas vezes esse prazer supera o deleite de uma “leitura inédita”. Talvez seja por isso que a minha lista de leituras esteja crescendo a cada dia.

Ok, mas vamos ao que interessa, aos livros que pretendo reler ainda neste ano. Espero que essa lista também sirva como sugestão para aqueles que seguem esse blog e estão à procura de boas histórias para devorar.

01 – Jurassic Park (Michael Crichton)

Como já escrevi nessa postagem (ver aqui) existem livros que damos a vida para consegui-los. Então, quando atingimos o nosso objetivo, pegando em nossas mãos a “jóia preciosa”, nos transformamos numa verdadeira criança; daquelas que acabam de ganhar o presente dos seus sonhos, ficando com aquele sorriso bobo e ao mesmo tempo inocente no rosto. O Parque dos Dinossauros (Jurassic Park), de Michael Crichton, é um livro que tem essa aura. Pelo menos teve comigo. Lutei muito para consegui-lo, mesmo porque naquela época – 2001 - não tínhamos ainda o advento dos sebos on line. Se não encontrássemos o livro que queríamos numa livraria on line tradicional, tínhamos de procura-lo em um sebo numa cidade próxima ou distante de onde morávamos. 

Posso afirmar que O Parque dos Dinossauros (Jurassic Park) foi o meu primeiro sonho de consumo nesta fase devoradora de livros que começou ainda na infância e dura até hoje. Caráculas, como eu queria esse livro!

Com essa febre chamada “Jurassic World: Domínio” que invadiu os cinemas, bem antes do seu lançamento, me bateu uma vontade enorme de reler os dois livros de Michael Crichton que serviram de base para todos os filmes das duas franquias.

A produção cinematográfica ainda estava na fase de divulgação com trailers e prólogos bombando no Youtube, além de comentários e análises que recheavam as redes sociais. Com esse bombardeio de informações antes da vontade de reler os livros veio o desejo de assistir novamente aos seis filmes que compõem as duas franquias dos “dinos”. Com isso acabei revendo: “Jurassic Park - Parque dos Dinossauros” (1993), O Mundo Perdido: Jurassic Park (1997), Jurassic Park 3 (2001), Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (2015), Jurassic World: Reino Ameaçado (2018) e finalmente Jurassic World: Domínio (2022).

Logo que acionei o play do primeiro Jurassic Park, ao ver na tela os paleontólogos Dr. Alan Grant e Ellie Satller, além do impagável Dr. Ian Malcolm ‘pintou’ um desejo incontrolável de reler o livro de Crichton lançado em 1990.

02 – O Mundo Perdido (Michael Crichton)

Com certeza, O Mundo Perdido será um dos primeiros na minha lista de releituras. Aliás não dá para ler O Parque dos Dinossauros e se esquecer da sua sequência. Mas na realidade, pretendo reler esse livro porque a sua história é muito diferente do filme de 1997, além do mais, David Koepp que adaptou o roteiro do livro para o filme dirigido por Steven Spielberg cortou um personagem da obra literária que achei muito importante. Estou me referindo a Richard Levine. Várias espécies de dinossauros também foram podados e o enredo mudou radicalmente. Por isso quando me pedem para comparar livro e filme costumo dizer que ambos são dois estranhos.

Amei o livro muito mais do que o filme, por isso vou relê-lo.

03 – Nada Dura Para Sempre (Sidney Sheldon)

Pra ser sincero, ‘volta e meia’ lá estou eu relendo algum livro de Sidney Sheldon. Fugindo um pouco do assunto – mas não fugindo tanto assim, já que essa divagada está ligada ao tema principal – tenho um amigo que é fã de músicas bregas. Ele gosta muito; mesmo! Um dos cantores que ele mais curte é o saudoso Barros de Alencar. Há algum tempo, estávamos viajando para o litoral paulista, junto com as nossas esposas, quando começou a tocar “Apenas Três Minutos”. Neste momento o meu amigo disse: - PQP! A vóz desse cara enfeitiça a gente! Quando eu ouço essa música é como se eu estivesse hopnotizado” – Eu, Lulu e a Amélia - mulher desse meu amigo - não aguentamos a maneira que ele encontrou para dizer que gostava da vóz do Barros de Alencar, e rimos muito.

Entonce, com os livros do Sheldon acontece a mesma coisa. Os seus enredos enfeitiçam os leitores de uma tal maneira que eles acabam relendo as suas obras muitas vezes. Um dos livros desse autor que estou namorando há alguns meses é Nada Dura Para Sempre.  Logo o estarei relendo.

04 – Trilogia “As Crônicas de Artur” (Bernard Cornwell)

Galera, sempre que bato os olhos nessa trilogia que se encontra num lugar de destaque em minha estante, sinto um apetite enorme em devorá-la. Aliás, não sei porque até hoje não a reli. Talvez por ser uma trilogia eu acabe me assustando um pouco, mas percebo que o desejo de reler está superando o receio de adiar a sua leitura em troca de novos livros que adquiri recentemente.

Os livros Rei doInverno, O Inimigo de Deus e Excalibur que formam a trilogia escrita por Bernard Cornwel são fantásticos. O carisma dos personagens fisga os leitores de uma tal maneira que eles não conseguem mais largar os livros. Foi o que aconteceu comigo. Li a saga em tempo recorde.

A série desmistifica toda a lenda arturiana como conhecíamos em nossa infância ou adolescência.

Esqueça a Távola Redonda, Camelot, espada mágica, donzelas suaves, Santo Graal e um Merlin com poderes sobrenaturais. Se prepare para ver um Lancelot covarde, um Artur sem coroa, um Mordred aleijado e um Merlin malandro e charlatão, mas muito inteligente e perspicaz. Você deve estar se perguntando: “Caramba! O autor arrebentou a história de Artur!!” Aqueles que pensam dessa maneira, se enganam redondamente. Pelo contrário, Cornwell reescreveu a história de Artur... do verdadeiro Artur, sem damas do lago, monstros que propõem soluções de enigmas, cavaleiros galantes e espada encantada que num passe de mágica sai do meio de uma pedra.

Todo o enredo dos três livros que compõem a As Crônicas de Artur foi escrito baseado em pesquisas arqueológicas e documentos importantes resgatados das décadas de 540 e 600 d.C. Por isso, aqueles que lêem os livros passam a ter uma ideia mais realista de quem foi esse grande comandante guerreiro que viveu nos séculos V e VI e que enfrentou os saxões defendendo a Grã-Bretanha de uma invasão. Como já disse, uma visão realista da história de Artur, sem fantasias e contos de fadas.

05 – As Mil e Uma Noites (Antoine Galland)


As Mil noites e uma noites, é uma coleção de histórias e contos populares originárias do Médio Oriente e do sul da Ásia e compiladas em língua árabe a partir do século IX. No mundo moderno ocidental, a obra passou a ser amplamente conhecida a partir de uma tradução para o francês realizada em 1704 pelo orientalista Antoine Galland, transformando-se num clássico da literatura mundial. 

Os contos estão organizados como uma série de histórias em cadeia narrados pela personagem Xerazade, esposa do rei Xariar. Este rei que ficou louco após ter sido traído por sua primeira esposa, passou a desposar uma noiva diferente todas as noites, mandando matá-las na manhã seguinte. Xerazade consegue escapar a esse destino contando histórias maravilhosas sobre diversos temas que captam a curiosidade do rei. Ao amanhecer, Xerazade interrompe cada conto para continuá-lo na noite seguinte, o que a mantém viva ao longo de várias noites – “as mil e uma” do título - ao fim das quais o rei já se arrependeu de seu comportamento e desistiu de executá-la.

 Cara, as histórias narradas por Xerazade são incríveis. Elas enfeitiçam qualquer leitor (olha o Barros de Alencar, novamente aí – rs). Os contos de Simbad – O Marujo, Ali Babá e os Quarenta Ladrões, O Gênio da Lâmpada e os Três Desejos, Califa, o Pobre, além de tantos outros são impagáveis. Tenho o box lançado editora Ediouro em 2001. Os dois livros possuem aproximadamente 1.080 páginas da mais pura magia.

Quando li “As Mil e Uma Noites” me senti o próprio sultão Shariar, querendo desesperadamente saber o final de cada conto. Resultado: leitura viciante e noites e mais noites em claro com o livro nas mãos.

São páginas da mais pura magia, contos que prendem o leitor como uma teia de aranha da qual não se consegue escapar. Algumas histórias fizeram tanto sucesso que acabaram se transformando em livros próprios, além de ganhar inúmeras versões para o cinema.

No caso de As Mil e Uma Noites já comecei a sua releitura que venho fazendo intercalada com outros livros. Como se trata de uma obra de contos bem curtos, posso relê-los com outros livros sem sofrer um nó na cabeça (rs).

06 – O Livro de Ouro da Mitologia – História de Deuses e Heróis (Thomas Bulfinch)

No início da resenha de O Livro de Ouro da Mitologia –História de Deuses e Heróis que publiquei em 2011 (ver aqui) escrevi as seguintes linhas: “Há livros que por mais que relemos nunca nos deixam esgotados, pelo contrário nos vicia ao ponto de tempos em tempos irmos até a nossa estante e pegarmos o ‘dito cujo’ para nos saciarmos. Se não o relemos na sua totalidade, pelo menos folheamos as partes que consideramos mais interessantes e que queremos reviver”.

O Livro de Ouro da Mitologia – Histórias de Deuses e Heróis é uma obra com essas características. Pelo menos para mim. Tanto é verdade, que já perdi as contas das vezes que o li e reli.”

Fiz questão de publicar acima o que escrevi há mais de onze anos para que vocês tentem dimensionar o número de vezes que já reli as histórias desse livro escrito pelo pesquisador Thomas Bulfinch. Posso garantir que foram muitas releituras. E para variar, os contos da obra voltaram a despertar o meu interesse e brevemente estarei partindo para um novo reencontro.

Bulfinch escreve de uma maneira direta, sem enrolação o que torna a leitura fácil, fluindo naturalmente. São 50 histórias que irão entusiasmar os amantes da mitologia grega. Você vai mergulhar no mundo mágico da guerra de Tróia; as aventuras de Enéias; a busca pelo velocino de ouro pelos argonautas; o retorno de Ulisses à Ítaca; conhecer a origem dos famosos soldados comandados pelo não menos famoso Aquiles, conhecidos por Mirmidões; além de se informar sobre deuses, heróis e vilões famosos da mitologia grega, entre os quais Apolo, Juíter, Zeus, Midas, Cupido, Psique, Minerva, Hércules, Teseu, Perseu, Medusa, Atlas, entre outros.

Bom demais. Tão bom que vale muuuuitas releituras.

07 – Os Três Mosqueteiros (Alexandre Dumas)

Li Os Três Mosqueteiros pela segunda vez em 2011  – a primeira vez, foi ainda na época do curso primário. Alexandre Dumas conseguiu uma verdadeira proeza na época: popularizar um romance histórico, transformando-o em capa e espada, mesclando personagens reais e imaginários. O sucesso de Os Três Mosqueteiros foi tanto que deu origem a inúmeras peças de teatro, produções cinematográficas e televisivas.

Apesar de já ter lido a obra do autor francês duas vezes, recentemente optei por relê-la novamente e fui mais além: apesar de já conhecer a história, optei por comprar o livro ao invés de emprestá-lo de uma biblioteca pública. Fiz isso por causa da nova edição da Zahar que está um luxo só.

A editora caprichou tanto nesse relançamento que está virando a cabeça dos colecionadores e amantes da obra de Dumas.

A tradução viva do texto integral feita por André Telles e Rodrigo Lacerda é uma verdadeira pérola. Os caras são feras. Eles conquistaram o prêmio Jabuti em sua categoria graças a tradução de O Conde de Monte Cristo. Isto significa que a tradução de Os Três Mosqueteiros também recebeu o mesmo esmero e cuidado. A nova publicação tem ainda capa dura, acabamento de luxo e muitas ilustrações.

Acha que eu vou perder? Não dá, né?

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