Olha, sinceramente? Eu deveria ter lido “Como eu era
antes de você”, antes da obra de Jojo Moyes ter ficado famosa e conquistado milhares
de leitores no Brasil. Deveria ter sido um dos primeiros a agarrar o livro logo
quando o danadão entrou em pré-venda, mas o tonto aqui, esperou uma eternidade
para adquiri-lo. Resultado: O final da história já estava sendo propalado aos
quatro ventos pelas redes sociais. PQP!! Então, pra f... de vez, a editora Intrínseca
lança “Depois de Você” (a sequência da história), sem se dar ao trabalho de
ocultar qual foi o destino de Will Trynor e Louisa Clark. PQP, novamente! A
sinopse da editora escancara, descaradamente, o que aconteceu com o pobre
coitado, infeliz, azarado, seja lá o que for do personagem. Quanto a Louisa,
simplesmente revelou que ela... Cara, quer um conselho? Se você, por algum milagre, ainda
desconhece o destino do casal, não leia em hipótese alguma a
sobrecapa de “Depois de você” e muito menos o release promocional que a editora
distribuiu para as livrarias virtuais.
Não faça como o inocente, aqui, que leu o livro
sabendo, por tabela, tudinho o que rolou com Will, Lou e companhia limitada.
Mas apesar desse fiasco, percebi que o livro é bom.
Porque mesmo com o festival de spoilers que literalmente me derrubou, consegui
me emocionar. E muito. Ah! Ri bastante, também. Caramba! Como me surpreendi com
a qualidade de escrita de Moyes, principalmente na composição dos diálogos.
Conheço autores que são verdadeiros desastres na hora de ‘colocar palavras’ na
boca de seus personagens. Tanto é que eles evitam ao máximo escreverem diálogos
longos, optando mais pela descrição. E quando se arriscam a criar alguma ‘coisa’
mais comprida... Ohohohohoh!! A cobra fuma! Alguns passam verdadeiros vexames.
E olha que tem gente famosa que tinha grandes dificuldades em escrever
diálogos. Quer um exemplo? Ok, se segura aí na cadeira men: H.P. Lovecraft foi
um deles. Verdade! Este escritor considerado uma verdadeira lenda se enrolava
todo em seus diálogos. Antes que me esculhambar, já aviso que o dono dessa
afirmação foi o mestre do terror, Stephen King, e não eu.
Pois é, Moyes é por demais competente na formação de
diálogos. Eles são perfeitos. Ela demonstra muita segurança ao escrever páginas
inteiras somente com trocas de palavras entre os personagens de seu romance.
Quanto ao enredo de “Como eu era antes de você”,
mesmo sendo água com açúcar – aliás, qual história de amor não é? – agradou-me
muito.
Nem mesmo os spoilers que tomei conhecimento antes
de ler o livro, me impediram de se emocionar com a história de Lou e Will. A
autora consegue fazer isso, graças aos diálogos perfeitos. É como se você
estivesse, de maneira invisível, ao lado dos personagens presenciando as suas
interações.
Não cheguei a
chorar como fiz ao ler as páginas finais de “Marina” do grande escritor
espanhol Carlos Ruiz Zafón, mas garanto que me emocionei, sim.
Moyes conta a história de Louisa Clark, ou
simplesmente Lou, uma garota de 26 anos sem muitas ambições. Ela mora com ao pais,
a irmã solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes
desde que sofreu um derrame. Sua vidinha ainda inclui o trabalho como garçonete
num café de sua pequena cidade – um emprego que não paga muito, mas ajuda com
as despesas – e o namoro com um cara chato e arrogante ‘pra mais de metro’
chamado Patrick, um triatleta que não parece muito interessado nela. Não que
ela se importe.
Quando o café fecha as portas, Lou é obrigada a
procurar emprego. Sem muitas qualificações, consegue trabalho como cuidadora de
um tetraplégico. Will Traynor tem 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado.
Preso a uma cadeira de rodas depois de ter sido atropelado por uma moto, o
antes ativo e esportista Will agora desconta toda a sua amargura em quem
estiver por perto. Sua vida parece sem sentido e dolorosa demais para ser
levada adiante. Obstinado, ele planeja com cuidado uma forma de acabar com esse
sofrimento. Só não esperava que Lou aparecesse em sua vida. Entonce...
Recomendo a leitura. Muuuuito melhor do que “A Culpa
é das Estrelas” e outras histórias de amor genéricas.
Inté!
2 comentários
Li recentemente, concordo que os diálogos são bons, mas não considerei uma "história de amor" e nem me emocionei. Achei que foi muito mais uma jornada de autodescoberta e libertação, tanto da Lou como seus pai, sua irmã e os pais do Will, todos tinham algo que os incomodava e precisavam mudar.Também achei um pouco clichê o casal (apesar da paralisia).
ResponderExcluirwww.leiturudos.wix.com/blog
Isabelle, me emocionei um pouco sim, principalmente no derradeiro encontro entre Lou e Will na Suíça e durante a leitura da carta no final do romance. Mas isso é normal, cada leitor reage de maneiras diferentes quando leêm a mesma história. Concordo com você quando diz que o enredo de Jojo Moyes funciona como uma jornada de autodescoberta e libertação dos personagens principais, mas tbém acredito que funcione como uma história de amor.
ResponderExcluirObrigado pela sua interação.
Volte sempre que puder. Será um prazer!
Abcs!