Eu sempre gostei de romances que tem hospitais, médicos
e cientistas como pano de fundo. E olha, que tive sorte até agora porque só li
histórias ‘filés’,daquelas que prendem a atenção do leitor da primeira a última
página. Foi assim com “Médicos em Perigo”, “Hospital”, “Vírus” e “Nada Dura
Para Sempre”. Este último, de Sidney Sheldon, superou todas as minhas
expectativas. Livraço, galera!
“Nada Dura Para Sempre”, lançado originalmente em
1994, narra a história de três amigas: Paige Taylor, Betty Lou Taft (Honey) e
Kate Hunter (Kat). Elas são as únicas médicas em um grupo de residentes do
Hospital Público Embarcadero, em São Francisco. Apesar de terem personalidades
muito diferentes, as três compartilham situações insólitas e marcantes.
Cada uma das três amigas tem personalidades
distintas, chegando a ser destoantes, mas apesar desse detalhe, elas são
grandes amigas e procuram dividir os seus dramas e que dramas! E é nesse ponto
que o autor demonstra que é um gênio da escrita. Ele não se prende apenas nos problemas
profissionais das três amigas, mas também nas situações dramáticas enfrentadas
em suas vidas particulares. Esta metodologia utilizada por Sheldon que foge do
feijão com arroz ‘médico-hospital-paciente’, faz com que o leitor não se canse do
enredo. Confesso que deve ser barra ler um livro onde o médico tenta salvar a
vida de um paciente, mas depois passa a ser perseguido pelo diretor da
instituição; mesmo assim, ele ainda encontra tempo para se apaixonar pela
enfermeira que, por sua vez, gosta de outro médico e por aí vai. Este tipo de
romance só procura explorar o ambiente hospitalar, por isso, chega um momento
em que enche o saco.
Esta falha de estrutura no enredo não acontece em “Nada
Dura Para Sempre”, onde Paige, Honey e Kat tentam encontrar uma solução para os
seus problemas pessoais – e que problemões – enquanto, ao mesmo tempo, tentam
desempenhar as suas funções como médicas.
Honey por se sentir inferiores às suas irmãs na
escola, sendo sempre cobrada por isso – tanto pelos pais como professores – se transforma
numa ‘vamp’ passando a seduzir todos os homens que encontra pelo caminho – incluindo
colegas de escolas, médicos influentes e até mesmo diretores – para conseguir o
que quer. Ela fica popular e se acostuma a usar o próprio corpo para conseguir
o que quiser. Honey não tem vocação para medicina,
tendo sido forçada a ser médica por sua família, assim, passa a cometer erros
médicos graves.
Kat Hunter teve uma infância sofrida onde foi molestada
pelo padrasto bêbado desde os 13 anos, mas sua mãe não acreditava. Ela suportou
tudo isso, somente para ficar ao lado de seu irmão mais novo, porém foge de
casa ao descobrir algo que não esperava. Kat jura nunca mais se relacionar com
nenhum homem e esconde seu passado. Por isso, passa a ser muito assediada pelos
médicos do Embarcadero, vista como um "desafio" para eles.
E finalmente, temos Paige. Com relação à ela não
posso revelar absolutamente nada porque estragaria o livro com spoilers
gigantescos. Na minha opinião, ela pode ser considerada a personagem principal
e mais importante do romance por causa do final inesperado que Sheldon lhe reservou.
A vida das três amigas se cruzam com freqüência nos
corredores do Embarcadero, onde em meio aos seus dramas pessoais, são obrigadas
a viver situações estressantes, comuns para qualquer médico de um grande
hospital.
Adianto que o autor reserva um final inesperado para
cada uma das três médicas, mas nada parecido com o ‘The End’ impactante de
Paige Taylor.
Vale muito a leitura.
E como vale!
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