Seis livros para você refletir sobre a velhice

16 julho 2022

Após as minhas divagações sobre a velhice (ver aqui), vamos com a publicação de uma lista com 6 livros excelentes para entender e aceitar, sem neuras, a terceira idade. Encarar a velhice não como um fardo ou uma doença, mas como qualquer outra fase de nossas vidas. Sem mais delongas, vamos que vamos.

01 – Velhos são os outros (Andréa Pachá)

Depois de quase vinte anos à frente de uma Vara de Família, cuidando de casos de divórcios, pensão, guarda e convivência familiar, a juíza Andréa Pachá se viu diante de um novo desafio: assumir uma Vara de Sucessões, onde lidaria com julgamentos de inventários, testamentos e curatelas. É a partir das experiências dessas audiências que Pachá desenvolve seu novo livro Velhos são os outros.

Com um olhar sensível sobre a terceira e também a quarta idade, o livro publicado pela editora Intrínseca trata justamente dos dilemas do envelhecimento.

Pachá narra acasos do tempo, da memória e das relações em família da perspectiva da Justiça mas sobretudo da perspectiva humana. As histórias de Velhos são os outros despertam a empatia no leitor e levam à reflexão. São relatos de amor após os 70, afeto, medo e também de vitalidade, vida depois dos 60 e muitos anos. Por meio de narrativas sobretudo humanas, a autora apresenta a velhice de forma franca, como um tempo delicado e cheio de possibilidades.

Detalhes técnicos

Editora: ‎ Intrínseca

Ano: 2018

Capa: Brochura

Páginas: 208

02 – A bela velhice (Mirian Goldenberg)

Este é o tipo do livro que levanta o astral daqueles que chegaram à velhice desanimados. Como não ficar “up” com uma pessoa que apesar de chegar aos 90 anos conseguiu montar um projeto fantástico, elogiado por todos, e ainda teve força de espírito e capacidade para geri-lo e colocá-lo em prática? O livro de Mirian Goldenberg – professora titular do Departamento de Antropologia Cultural e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro – fará um bem incrível para muitos “velhinhos desanimados”.

Bela Velhice é resultado de uma pesquisa feita com mais de trinta nonagenários desde março de 2015, todos eles independentes, saudáveis, alegres, curiosos e com muitos interesses e projetos. Com os pesquisados – alguns se tornaram amigos -, Mirian aprendeu que a velhice é bela quando se aprende a saborear intensamente essa fase da vida, sem tentar congelar os corpos, os comportamentos e os propósitos.

Em cada capítulo do livro, a antropóloga desenvolve as ideias mais importantes para a conquista de uma “bela velhice”: encontrar um projeto de vida, buscar o significado da existência, valorizar a liberdade, alimentar a felicidade, cultivar a amizade, viver intensamente o presente, aprender a dizer não, respeitar as próprias vontades e verdades, vencer os medos e dar muitas risadas.

Goldenberg mostra que a ‘bela velhice’ não é um caminho apenas para celebridades ricas e poderosas: qualquer um pode aprender a envelhecer de forma mais autônoma, digna e saudável. As ideias apresentadas pelos homens e mulheres entrevistados neste livro podem contribuir para mudar o olhar sobre a velhice e provocar uma reflexão sobre tudo o que pode ser feito para que os brasileiros tenham o direito de envelhecer e viver com mais plenitude, beleza e felicidade.

Detalhes técnicos

Editora: ‎ Record

Ano: 2013

Capa: Brochura

Páginas: 128

03 – Como envelhecer (Anne Karpf)

A sociedade tem um enorme medo de envelhecer. A velhice passou a ser um problema biomédico, algo a ser evitado a todo custo – e quem sabe um dia extinto pela medicina. Anne Karpf nos encoraja a uma mudança de narrativa.

Só a título de informação, Karpf é escritora, socióloga da saúde, jornalista premiada, locutora, professora adjunta de redação profissional e pesquisa cultural na London Metropolitan University. Ela ainda escreve artigos regularmente para jornais e revistas.

De acordo com a autora, a nossa percepção sobre a idade é histórica e culturalmente definida. Em Como envelhecer, ela usa como fonte, diversos estudos de casos que tentam quebrar o paradigma negativo, sugerindo que o passar dos anos pode ser enriquecedor e trazer imenso crescimento. Karpf afirma que se reconhecermos essa passagem como parte inevitável da condição humana, o grande desafio de envelhecer passa a ser simplesmente o desafio de viver.

Em Como envelhecer aprendemos que ficar velho não tem a ver com a forma física, mas com estar determinado a viver plenamente em qualquer idade ou fase da vida.

O livro começa mostrando que hoje em dia pessoas com 30 anos, às vezes até 20 anos, já estão preocupadas com envelhecimento, enquanto muitos da faixa de 50-60 estão encarando fazer quaisquer intervenções que os deixem com aparência mais jovem. Na verdade, diz a autora, "todos estão sofrendo da mesma dolorosa condição: um medo profundo de envelhecer". Ela frisa que aqueles que sabem envelhecer e aceitam a velhice se tornam menos amargos e com um prazer enorme de aproveitar a vida.

Como envelhecer continua sendo um dos livros de autoajuda mais vendidos. Vale a pena adquiri-lo.

Editora: ‎ Objetiva

Ano: 2015

Capa: Brochura

Páginas: 192

04 -  A arte de envelhecer (Sherwin B. Nuland)

Sherwin B. Nuland é o autor de Como morremos e A sabedoria do corpo, dois livros que alcançaram um baita sucesso junto ao público e crítica o que já um grande motivo para adquirirmos A arte de envelhecer. Neste livro, ele explora o impacto do envelhecimento sobre nossos corpos e mentes, esforços e relacionamentos. Nuland explica que a chegada da terceira idade pode ser tão gradual que normalmente nos surpreendemos quando um dia descobrimos que ela se instalou definitivamente. 

As mudanças nos sentidos, aparência, reflexos, desgaste físico e apetite sexual são inegáveis - e raramente benvindas. Ainda assim, como o autor revela, envelhecer tem surpreendentes bênçãos. A idade não concentra apenas a mente, como também as energias corporais, guiando muitos a novas fontes de criatividade, percepção e intensidade espiritual. Nuland explica aos seus leitores que ficar mais velho não é uma doença, mas uma arte - e para aqueles que conseguem fazê-lo bem, pode trazer extraordinárias recompensas:

"É na disposição e na vontade que reside o segredo, não de prolongar uma vida, mas de recompensá-la por ter sido bem usada", ensina o médico.

Editora: ‎ Objetiva

Ano: 2007

Capa: Brochura

Páginas: 256

05 - Pra vida toda vale a pena viver (Ana Cláudia Quintana Arantes)

Sou um grande fã dessa autora. Adorei Histórias Lindas de Morrer. Como médica paliativa, Ana Claudia Quintana Arantes cuida de pacientes terminais há mais de vinte anos, em contato íntimo com os momentos de maior vulnerabilidade do ser humano, incluindo a velhice.

Em Pra vida toda vale a pena viver, ela nos ensino o que é preciso fazer para tornar nosso corpo habitável, nossa mente sã e nosso espírito elevado enquanto não chega a nossa hora de deixarmos essa vida? Como podemos envelhecer bem?

Algumas orientações já conhecemos: sabemos da importância da boa alimentação e da atividade física, mas Ana Claudia traz novas motivações para cuidarmos da saúde do corpo.

Sabemos do valor de ter amigos, mas ganhamos novo impulso para fortalecer nossos laços.

Sabemos que o cérebro precisará de estímulos extras, e ela nos mostra como fortalecê-lo para driblar as doenças que corroem a lucidez.

Sabemos que haverá perdas, de amigos e familiares, mas também de independência e vitalidade. A médica nos ensina a lidar com os lutos cotidianos da velhice sem perder de vista que ainda estamos vivos e que a vida vale a pena ser vivida.

O livro nos ensina a construir uma velhice que não nega as grandes transformações que o tempo traz, mas busca o bem-estar e a alegria até o último suspiro.

Editora: ‎ Sextante

Ano: 2021

Capa: Brochura

Páginas: 160

06 - Memórias de Uma Envelhescente: O Lado Bom de Envelhecer (Judity Nogueira)

Memórias de Uma Envelhescente: O Lado Bom de Envelhecer é indicado para as pessoas de quarenta anos ou mais mergulhem nas histórias contadas. A fim de esclarecer o assunto, o livro promete uma leitura de grande importância e que agregará uma visão mais ampla sobre o assunto. Além disso, também é indicado para pessoas jovens, mas que se sentem velhas.

Judith Nogueira começou a escrever o livro quando estava prestes a completar 40 anos. O livro aborda questões físicas, filosóficas, espirituais e todas os questionamento de quem está chegando a tão famosa idade. Se você está próximo ou acabou de completar quarenta anos, este é para você.

Se você nunca pensou nas questões voltadas ao envelhecimento, esta leitura é de extrema importância.

Editora: ‎ Regência

Ano: 2013

Capa: Brochura

Páginas: 144

Taí galera? Vamos escolher um desses livros e começar a mudar os nossos conceitos sobre velhice? Então, bora lá!

Postar um comentário

Instagram