A “legião” de filmes catalogados na Netflix é
assustadora. Cara, o que tem de filmes por lá é algo incrível. Como diz o velho
ditado popular: “Tem filmes saindo pelo ralo” ou... pela chaminé, como alguns
dizem. Muitas dessas produções cinematográficas vieram das páginas de livros.
Sabe de uma coisa? Sendo um leitor inveterado, adorei isso. Adorei tanto que
resolvi fazer uma postagem sobre dez grandes best-sellers que viraram filmes excelentes
nesse canal de streaming.
Espero que gostem. Os livros que selecionei foram
campeões de vendagem na época de seus lançamentos. A prova de que essas obras
são verdadeiros best-sellers é que mesmo após o período de seus lançamentos
continuaram vendendo horrores. Elas agradaram tanto que acabaram se
transformando em produções cinematográficas de grande sucesso. Todos esses
livros podem ser “assistidos” na Netflix. Vamos a eles e também às suas
adaptações cinematográficas.
01
– Orgulho e Preconceito (Jane Austen)
Começo essa top list com o livro da escritora inglesa
Jane Austen lançado originalmente em 1813 e que ao longo de dois séculos ganhou
inúmeras edições. O empoderamento de Orgulho
e Preconceito é tão grande que mesmo tendo passado mais de 200 anos de seu
lançamento, a história continua ganhando novas edições, além de adaptações para
o cinema.
Além do mais, a autora criou um dos personagens
masculinos mais famosos de todos os tempos; o protótipo do homem perfeito, a
tampa de panela que toda mulher sonha encontrar. Estou me referindo a
Fitzwilliam Darcy ou simplesmente Mr. Darcy.
O livro conta também com uma série de personagens
inesquecíveis e um enredo memorável. Austen nos apresenta Elizabeth Bennet como
heroína irresistível e seu pretendente aristocrático, o sr. Darcy. Nesse romance,
aspectos diferentes são abordados: orgulho encontra preconceito, ascendência
social confronta desprezo social, equívocos e julgamentos antecipados conduzem
alguns personagens ao sofrimento e ao escândalo. O livro pode ser considerado a
obra-prima da escritora.
O filme de 2005 que teve nos papéis principais: Keira
Knightley e Matthew Macfadyen como Elizabeth e Mr. Darcy, respectivamente, foi
um baita sucesso de crítica e público.
02
– 12 Anos de Escravidão (Solomon Northup)
Livraço e filmaço! Duas grandes obras primas. O
primeiro está à disposição dos leitores na maioria das livrarias e o segundo,
no catálogo de filmes da Netflix.
12
Anos de Escravidão é um livro de memórias escrito por
Solomon Northup. Trata-se da narrativa de um homem negro nascido livre no
estado de Nova York que após ter recebido uma falsa proposta de trabalho, foi
sequestrado, drogado e comercializado como escravo, e passou doze anos em
cativeiro, trabalhando, na maior parte do tempo em uma plantação de algodão no
estado de Louisiana. Com uma escrita simples e ágil, Northup retrata os
registros excepcionalmente vívidos e detalhados da vida de um escravo.
Imagine só como deve ser ter 12 anos da sua vida
perdidos sendo um escravo que acordava todos os dias com o medo das punições e
sem poder ser livre. Pois é, o escritor abolicionista Solomon Northup sentiu
esse sofrimento na carne.
A adaptação homônima do livro em 2013 ganhou os Oscar
de “Melhor Filme”, “Melhor Atriz Coadjuvante” (Lupita Nyong’o) e “Melhor
Roteiro Adaptado”.
03
– O Menino do Pijama Listrado (John Boyne)
O
Menino do Pijama Listrado foi escrito por John Boyne em 2006.
Em 2008 foi o livro mais vendido do ano na Espanha. Também chegou a número dois
na lista de best sellers do New York Times, nos Estados Unidos, assim como no
Reino Unido, Irlanda e Austrália. No Brasil virou uma verdadeira sensação,
vendendo muitas edições.
Portanto estava na cara que a obra tinha tudo para se
tornar, também, um filme de grande sucesso, bastando para isso ter um bom
roteirista e um bom diretor e, obvio, um grupo de atores que segurasse o rojão.
Deu certo. A adaptação cinematográfica de 2008 fez muito sucesso.
A história tem como pano de fundo os acontecimentos em
Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto. Pela janela de seu
quarto, um menino de oito anos chamado Bruno, filho de um oficial nazista,
consegue avistar uma grande fazenda, onde adultos e crianças passam o dia todo
vestidos com pijamas listrados. Na realidade, trata-se de um campo de
concentração. Desobedecendo as orientações de sua mãe, Bruno vai até o jardim
dos fundos da casa, de onde sai em direção àquelas pessoas de pijamas
listrados. Lá, ele conhece Shmuel, que também tem oito anos, mas vive do outro
lado da cerca.
Tanto o livro quanto o filme são emocionantes. Vale a
pena ser lido e assistido.
04
– Forresp Gump (Winstom Groom)
Colo a minha mão no fogo se você responder, mas com
toda a sinceridade, que não gostou do filme Forrest
Gump com o Tom Hanks. Depois sou capaz de colocar a outra mão no mesmo fogo
se você conseguir me provar que o filme de 1994 foi um fracasso de bilheteria.
Missão impossível essa, não? Pois é, saiba, agora, que o autor do livro
homônimo no qual a produção cinematográfica foi baseada ODIOU - com todas as letras
maiúsculas – o filme.
Parece difícil afirmar isso de uma produção que
conquistou vários Oscars, além de ter sido unanimidade entre crítica e público.
Entonce, mas aconteceu. O motivo do ódio de Groom foram as mudanças drásticas
que os roteiristas da Paramount fizeram tanto nas características do personagem
principal quanto no enredo.
Enquanto o Forrest
Gump de Tom Hanks é infantilizado e idiota não entendendo a maioria das
coisas que acontecem a sua volta, deixando de perceber a proporção e o absurdo das
situações em que se envolve; o personagem do livro é maroto, ácido e sacana, se
aproximando muito de um anti-herói.
O Gump da obra literária tem uma visão muito mais
científica de sua condição de idiota, que é bem explicada num capítulo no qual
o protagonista cursa uma disciplina em Harvard chamada “O papel do idiota na
literatura”. Gump mostra, a partir daí, o quanto os personagens à sua volta,
tidos como “normais”, são os verdadeiros idiotas. Outro detalhe que foi
ocultado no filme é que Gump é um verdadeiro gênio da matemática.
Bom, independente dessas diferenças, como disse acima,
não podemos negar que o filme foi um tremendo sucesso e arrecadou milhões nas
bilheterias dos cinemas em todo o mundo. Quanto ao livro, fantástico. Portanto,
não restam bons motivos para ler e assistir Forrest Gump.
05
– Garota Exemplar (Gillian Flynn)
O filme dirigido por David Fincher é muito fiel ao
roteiro original de Gillian Flyn. O conhecido diretor optou por fazer
pouquíssimas mudanças por isso, tanto faz ler ou assistir ao filme, poucas
diferenças serão notadas.
Gostei muito da obra de Flynn com exceção do final
broxante. E bota broxante nisso! Sinceramente, não gostei como escrevi nesta resenha do livro. Confesso que devorei
página por página: “culpa” da narrativa fluida e com várias reviravoltas interessantes,
mas então chegou aquele final mixuruca. Caraca!
Mas vamos ao que interessa. Ben Affleck e Rosamund
Pike estão muito bem no papel do casal Nick e Amy. Livro e filme narram a saga
de um casal, à primeira vista, perfeito. No dia de seu quinto aniversário de
casamento, Amy desaparece. Quando as aparências de uma união feliz começam a
desmoronar, Nick, seu marido, torna-se o principal suspeito. Com a ajuda de sua
irmã gêmea, ele tenta provar sua inocência, ao mesmo tempo em que investiga o
que realmente aconteceu com a mulher.
Vale lembrar que Garota
Exemplar estava na Netflix nos últimos dois anos. No entanto, por fins de
contrato, o filme teve que ser removido do serviço. É importante ressaltar que,
futuramente, a película pode ser disponibilizada no serviço. Dependendo é
claro, do interesse mútuo, tanto do serviço, quanto dos estúdios.
06
– O Físico (Noah Gordon)
Ameeeeeei o filme!!! Putz... filmaço! Gostei tanto que
apesar de ter uma fila enooorme de livros para ler não pensei duas vezes em
adquirir a obra de Noah Gordon na qual foi baseada a produção cinematográfica
com o gênio Ben Kingsley.
Neste romance histórico ficcional, o escritor
norte-americano constrói uma trama emocionante sobre Robert Jeremy Cole. Vários
colegas meus que leram o livro adoraram. Cole, um rapaz inglês do século XI,
órfão e pobre, era obcecado pela vontade de se tornar médico, algo quase
impossível na Europa Medieval. Ele acaba sendo adotado por um
barbeiro-cirurgião chamado Barber, após a morte de seus pais, e passa a viajar pela
Inglaterra ganhando dinheiro através da realização de sangrias, cirurgias
simples, e vendendo tônicos falsos.
Após seu tutor (Barber), começar a perder a visão pois
estava com catarata ele conhece um médico judeu que estudou na gloriosa escola
de medicina de Ispahan (ou Ispaã), na Pérsia, com o famoso polímata persa, Ibn
Sina (conhecido também como Avicena), que com seus conhecimentos consegue curar
o tutor de Rob J.
Após notar que seus conhecimentos como barbeiro eram
muito poucos e que poderia aprender muito mais na Pérsia ele decide se tornar
médico, custe o que custar. Com isso, ele dá início a uma viagem épica com
destino à Pérsia afim de conhecer e se tornar aluno de Ibn Sina.
O título da versão brasileira ficou sendo O Físico, por um controverso erro de
tradução. The Physician, do inglês,
significa O Médico. A tradutora,
Aulyde Soares Rodrigues, teria confundido physician com physicist, que
significa físico. Outros leitores creem que não há erro, já que na Idade Média,
época descrita no livro, os médicos seriam chamados de físicos.
Deixando essas divergências de lado o que importa é
que o filme é incrível, quanto ao livro, ainda não li, mas boto a maior fé.
07
– O Quarto de Jack (Emma Donoghue)
Outro filmaço baseado em uma obra literária que você
encontrará à disposição na Netflix. O
Quarto de Jack é um romance da escritora irlandesa Emma Donoghue que foi
finalista dos prêmios Booker Prize e Orange Prize. O Booker Prize, aliás, é um
dos mais importantes atribuídos anualmente no Reino Unido.
Em 2015, foi lançada uma adaptação cinematográfica homônima,
com roteiro da própria autora. O filme venceu vários prêmios, incluindo o Oscar
de melhor atriz que foi ‘papado’ pela Capitã Marvel Brie Larson.
O livro faz parte do Plano Nacional de Leitura em
Portugal, sendo recomendado no programa de português daquele país, do 8.º ano
de escolaridade, destinado a leitura orientada na sala de aula.
O
Quarto de Jack é
contado na divertida e comovente voz de Jack. É uma história de um amor imenso
que sobrevive a circunstâncias aterradoras e da ligação umbilical que une mãe e
filho.
Para Jack, de cinco anos, o quarto de 11m² é o mundo
todo; é onde ele e a Mamãe comem, dormem, brincam e aprendem. Embora Jack não
saiba, o lugar onde ele se sente completamente seguro e protegido, aquele
quarto, é também a prisão onde a mãe tem sido mantida, em cativeiro, contra a
sua vontade durante 7 anos.
08
– O Grande Gatsby (F. Scott Fitzgerald)
O
Grande Gatsby (The
Great Gatsby) é um romance escrito pelo autor americano F. Scott Fitzgerald.
Publicado pela primeira vez em 10 de abril de 1925, a história passa-se em Nova
Iorque e na cidade de Long Island durante o verão de 1922, e é uma crítica ao
"Sonho Americano”.
O romance relata o caos da Primeira Guerra Mundial. A
sociedade americana vive um nível sem precedentes de prosperidade durante a
década de 1920, assim como a sua economia. Ao mesmo tempo, a proibição de
produção e consumo de bebidas alcoólicas, ordenada pelo 18° aditamento, fez
grande número de milionários fora do circuito de venda de mercadorias e
provocou um aumento do crime organizado.
Na narrativa, o personagem Nick Carraway, um aspirante
a escritor que sonhando se tornar famoso, sai de uma cidade pequena nos Estados
Unidos e chega à Nova York na primavera de 1922, em meio a uma era de falta de
moral, do ápice do jazz, dos reis beberrões e de ações exorbitantes.
Nick acaba vizinho de um misterioso festeiro
milionário, Jay Gatsby, além de conhecer sua prima Daisy e seu marido
mulherengo e de sangue azul, Tom Buchanan. É assim que Nick é atraído para o
mundo cativante dos super-ricos, cheio de ilusões, amores e decepções.
O aspirante a escritor decide escrever um conto de um
amor impossível baseado em tudo o que presencia nesse mundo glamoroso até que
inesperadamente acontece uma tragédia que terá reflexos diretos na vida do
personagem.
O livro teve cinco adaptações para o cinema: 1926,
1949, 1974, 2000 e aquela, de 2013, com Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire e
Carey Mulligan, que está passando na Netflix. Eu assisti a adaptação de 1974
com Robert Redford, Mia Farrow e Bruce Dern. Gostei muito. Agora pretendo ver o
filme com o DiCaprio e o ex-Homem Aranha Tobey Maguire.
09
– A Ilha do Medo (Dennis Lehane)
Até o momento em que escrevia esse texto (mesma data
de sua publicação) o filme estava disponível no catálogo da Netflix. Livro e
filme tem roteiros semelhantes e são muito bons e com um final de derrubar o
queixo dos leitores e cinéfilos.
A história se passa em 1954 quando o xerife Teddy
Daniels acompanhado de seu novo parceiro Chuck Aule chegam a Shutter Island. A
dupla deverá investigar a fuga de uma interna do Hospital Psiquiátrico
Ashecliffe (reservado à pacientes
criminosos) em meio à angustiante expectativa da chegada de um furacão que
precipita uma revolta e muito medo entre os presos. De forma bem sucinta esse é
o enredo da obra de Dennis Lehane que acabou indo parar nas telas dos cinemas
com Leonardo di Caprio e Mark Ruffalo vivendo respectivamente Daniels e Aule.
Cara, a história tem muitas reviravoltas, mas o final:
hohohô! É surpreendente. Aliás, aqui vale uma curiosidade: O livro foi
publicado originalmente em 2003 com o título de Paciente 67, depois com o lançamento do filme em 2010, a Companhia
das Letras relançou a obra com capa e o nome do filme.
Leiam e também assistam, vale muito a pena, mas fica
aqui um adendo: o final chocante do livro é semelhante ao do filme. Assim, quem
já conhece a história, certamente o ‘The End’ perderá aquele impacto profundo.
10
– Diário de Uma Paixão (Nicholas Sparks)
Diário de Uma Paixão foi o segundo livro escrito por Sparks –
o primeiro, Wokini, não chegou a ser
lançado no Brasil – e também aquele que o tornou conhecido em todo o mundo. A
história do casal Noah e Allie é “fodasticamente fodástica”. Quem não chorar
lendo o livro ou assistindo o filme, com certeza, tem o coração de pedra.
Diário
de Uma Paixão é uma história de amor - daquelas de
arrebentar - entre duas almas gêmeas, que nem mesmo as piores dificuldades
enfrentadas na juventude e na velhice foram capazes de separá-las. Pelo
contrário, esses obstáculos serviram para unir o casal ainda mais. Pronto! Isso
basta para resumir a história de Noah e Allie.
O livro tem muitas passagens distintas do filme,
principalmente o final que é muito diferente. Mas independente disso, os dois
“The End” – o das páginas e o das telas – conseguem arrancar lágrimas.
Lembro-me de ter chorado baldes de lágrimas com os
“finais” de “Diário de Uma Paixão”. O filme baseado no livro de Sparks estreou
nos cinemas em 2004 e contou com um time de jovens atores, desconhecidos na
época. A produção foi muito elogiada por crítica e público.
Se você assina a Netflix e tem o livro em sua estante
faça as duas coisas: assista ao filme e leia o livro. Vocês terão uma grata
surpresa. Como já escrevi acima, os finais são bem diferentes, mesmo assim,
emocionantes, daqueles de arrebentar os corações.
Taí leitores e cinéfilos, espero que tenham gostado da
lista.
Inté!
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