Existem livros com o poder de tirar o nosso fôlego
graças aos seus enredos estonteantes. A montanha russa envolvendo ação, suspense
ou plot twists se torna viciante. Basta ter uma boa narrativa para deixar,
todos nós, leitores roendo as unhas, sem nenhuma vontade ou capacidade de
interromper aquela viagem literária. Quer saber qual o resultado depois disso? Uma
baita ressaca literária! Daquelas com direito a taquicardia por causa das emoções
vividas.
No post de hoje separei oito livros que são
verdadeiros maremotos de emoções. Bem... pelo menos foram para mim. Li todos
eles e adorei! Vamos à lista.
Como já escrevi nessa resenha (ver aqui), o livro
tem porradas para nocautear qualquer leitor. Quando digo ‘porradas’ estou me
referindo as reviravoltas na trama. E essas três porradas de “Eles Merecem a
Morte”, com certeza, vão deixar o leitor completamente desorientado e de queixo
caído.
Logo no início de seu enredo, Peter Swanson nos
conduz para um desfecho dentro da normalidade, ‘entonce’, a partir da página
136, de sopetão, vem a primeira pancada. Esta primeira reviravolta mexe com
toda a trama e modifica o chamado ‘modus operandi’ de alguns personagens.
As outras duas outras porradas, no decorrer do
romance, não tiram o chão do leitor, como a primeira, mas também são ‘trucões
pesados’ e desnorteiam. O autor faz com que você pense que irá acontecer algo,
mas esse algo não acontece. Então, você para e diz: “ué, cadê?!” Quando se
recupera dessa surpresa e prossegue com a leitura, chega o ‘golpaço’ inesperado:
Páaaaaahh!! Pancadaço de tirar de fôlego.
Eles
Merecem a Morte conta a história de Ted Severson que em
um voo atrasado de Londres para Boston acaba conhecendo a bela e misteriosa
Lily Kintner. Depois de vários martinis, os dois estranhos decidem fazer um
jogo: cada um deve contar os seus segredos mais íntimos a respeito de si mesmo.
Ted revela, então, que está sendo traído por sua esposa, Miranda. Porém, o que
começa apenas como uma brincadeira inocente entre dois desconhecidos acaba
tomando proporções perigosas quando Ted sugere que sente vontade de matar a sua
mulher, e Lily surpreendentemente decide ajuda-lo.
Um livro recheado de plot twists estonteantes.
02
– Presa (Michael Crichton)
Considero Presa
um dos livros mais injustiçados de Michael Crichton. Por quê? Cara, o enredo é
um verdadeiro turbilhão de emoções misturando num bolo só: romance, suspense,
terror e ação, aliás, muita ação. O tipo de história que faz a pessoa grudar no
livro e não largar mais, esquecendo tudo o que está à sua volta. Costumo dizer
que Crichton escreveu Presa já
pensando em filmá-lo porque ao lê-lo a impressão que temos é a de que estamos
assistindo um filme, tipo um thriller emocionante.
Apesar de todas as qualidade do livro, ele nunca
decolou e é considerado uma das obras menores do autor. Não sei porque, mas a
história não despertou o interesse da maioria dos leitores. Percebo isso
através da postagem que escrevi há muitos anos – nos primórdios do blog – e que
se tornou uma das menos acessadas. Acho que a sinopse não agradou a galera. Uma
pena, pois estão perdendo uma grande história, daquelas bem impactantes.
Outra injustiça é que até agora não apareceu nenhum
diretor com o desejo de adaptar o livro para o cinema. Não importa. O que
interessa é que adorei Presa.
Imagine um grupo de cientistas confinado num
laboratório no meio do deserto lutando desesperadamente para conter uma praga
mecânica que mata tudo o que toca e que se multiplica em questão de minutos.
Michael Crichton nos transporta para o mundo da
nanotecnologia, revelando vários segredos desse ramo da ciência que trabalha
com partículas inteligentes.
Li o livro numa tacada só e acredito que se houvesse
um filme baseado na obra assistiria grudado na poltrona.
03
– A Supremacia Bourne (Robert Ludlum)
Na minha opinião, A Supremacia Bourne é o melhor livro da trilogia escrita por Robert
Ludlum. Tensão, espionagem e ação se misturam no enredo. Neste segundo livro da
série, a ação se faz ainda mais latente, muito mais do que no primeiro volume.
Ao se deparar com um assassino perigoso, com habilidades semelhantes a sua,
contratado com o propósito único de criar um conflito entre a China e os
Estados Unidos - que pode resultar numa verdadeira guerra mundial – Jason
Bourne se torna ainda mais letal. A
Supremacia Bourne tem muuuuita ação; mas não só isso, some-se também:
suspense e traições.
O embate entre os dois Bournes é de tirar o fôlego. O
falso agente da Treadstone tem habilidades semelhantes ao verdadeiro, já que
recebeu o mesmo treinamento. Este ‘mote’ criado por Ludlum cria uma expectativa
enorme no leitor que não vê a hora do confronto entre os dois ‘Bournes’. Cara!
Lembro que na época em que li o livro fui engolindo as páginas num verdadeiro
frenesi. Não via a hora em que chagasse o tal ‘enfrentamento’ entre os dois
agentes: o original e o falsificado. Quem levaria a melhor? Jason Bourne
encontraria alguma dificuldade para eliminar o seu rival? Quem estaria por
detrás desse plano?
Expectativas, expectativas e mais expectativas...
Leiam o livro e depois me contem.
Apesar da obra ser bem “grossinha” – mais de 700
páginas - li em menos de uma semana. Mas aqui vai um conselho: para entenderem
melhor o chamado “Universo Bourne” procurem ler toda a saga original formada pelos
livros: A Identidade Bourne, A Supremacia Bourne e O Ultimato Bourne. Vale a pena.
04
– O Enxame (Arthur Herzog)
As abelhas africanas do romance O Enxame, de Arthur Herzog são terríveis e matam sem piedade. Os
ataques começam em pequenas cidades americanas e depois se espalham, até se
transformarem em pânico nacional. As abelhas assassinas não escolhem as suas
vítimas: desde animais a crianças, quem surja em seu caminho acaba sendo
eliminado. Elas são completamente do mal: traiçoeiras, nervosas, descontroladas,
ferroando homens e animais, mesmo sem serem molestadas, ou seja, pelo simples
prazer de matar.
As abelhas assassinas invadem a maioria das colmeias
americanas, desenvolvendo um processo de reafricanização dessas colmeias, o que
faz com que num curto espaço de tempo, a maioria das abelhas locais adquiram o
mesmo hábito violento das africanas. E o pior, ganham imunidade contra todos os
venenos conhecidos pelo homem.
Devido ao pânico que toma conta do País, o governo
americano recruta um grupo de renomados cientistas e entomologistas na
esperança de encontrar um meio de conter a fúria assassina das abelhas. Mas nem
mesmo a união de mentes brilhantes é capaz de deter o avanço do enxame.
O livro lançado em 1976 pela Artenova é fantástico e
volta e meia o releio ou então dou uma folheada em algumas partes.
Aqueles que quiserem saber mais sobre essas ferinhas
assassinas podem conferir o post que escrevi, há algum tempo (ver aqui), sobre
a obra de Herzog.
05
– A Marca do Zorro (Johnston McCulley)
Há histórias simples que apesar de toda a sua falta
de sofisticação e profundidade tem o dom de prender os leitores da primeira à
última página. Uma dessas obras chama-se AMarca do Zorro, de Johnston McCulley, lançada em 1924.
O livro é desprovido de todo aquele glamour
existente em Zorro: Começa a Lenda,
da escritora chilena Isabel Allende, mas tem algo muito importante que o
transforma numa obra “deliciosamente deliciosa”. Este algo mais se chama:
“Magia”; a essência que falta em muitos livros deixando-os, assim, com um
enredo insosso e sem nenhum atrativo. E esta magia vem acompanhada de
muita aventura. Aliás, o que vale, de fato para McCulley em A Marca do Zorro, é a “AVENTURA” e com
todas as letras maiúsculas. O enredo é uma verdadeira montanha russa permeado de
duelos de espada, traições, paixões desenfreadas, vinganças e personagens
caricatos, mas que convencem.
No livro, o jovem fidalgo Don Diego Vega assume a
identidade secreta de “El Zorro” (“a raposa”) para defender o povo explorado
pelos soldados espanhóis que dominam a região de San Juan Capistrano, no
México. O cavaleiro mascarado enfrenta os homens do Sargento Gonzales e cruza
sua espada com o capitão Ramón na disputa pelo coração da bela Lolita Pulido.
Nunca vi descrição de duelos de esgrima tão bem narrados
quanto os do livro de McCulley.
O autor provou que é expert no assunto. Vejam só: “O
ruído das espadas se chocando, da dança dos pés no chão, da respiração pesada
dos combatentes naquele esforço de vida ou morte eram os únicos sons que se
ouviam na sala...” Caraaaamba!!
Leiam, você irão adorar!
06
– A Estrada da Noite (Joe Hill)
O ingrediente básico do livro de Joe Hill, filho do
mestre do terror Stephen King, é como não poderia deixar de ser: terror, muito
terror; mas aliado a isso, temos suspense e aventura o que torna A Estrada da Noite um livro bem eclético
com vários gêneros, tudo junto e misturado, da melhor maneira.
Hill narra a história de Judas Coyne, uma estrela do
rock em decadência com o estranho hábito de colecionar objetos mórbidos. No
momento em que vê pela internet uma mulher vendendo o paletó assombrado pelo
fantasma do dono morto, não pensa duas vezes e dquire a relíquia macabra.
Acontece que o fantasma, dono do paletó, é o pai de uma moça que se matou por
causa do amor não correspondido de Judas Coyne. Agora, o fantasma Craddock Mc
Dermott quer matar Judas Coyne para vingar a filha.
Craddock era um oficial da inteligência onde
torturou de maneira desumana vários vietnamitas usando a técnica da hipnose. A
sua perseguição a Judas é implacável, onde tenta induzi-lo ao suicídio, bem
como as pessoas ligadas ao músico. Enfim, um vilão de terror inquestionável.
O véinhu do paletó assombrado, como aprendi a
chamá-lo, supera todos os nossos medos por mais primitivos que sejam. Ele literalmente,
arrepia na história. O fantasma só pensa em vingança e é capaz de tudo para
atingir os seus objetivos.
Cara, o enredo acaba deixando o leitor sufocado com
o drama vivido por Judas Coyne.
07
– O Instituto (Stephen King)
Se escolhi um livro do aluno – Joe Hill – não
poderia me esquecer de seu mestre. Com certeza Hill se tornou um grande
escritor porque seguiu à risca os passos de seu pai Stephen King. O Instituto foi um dos livros de King
que mais gostei. Pura tensão, galera.
O enredo é tenso pra caráculas, tão tenso que faz
com que o leitor fique desesperado. Além do mais, King criou personagens tão
verossímeis, tão carismáticos, que não há como não se envolver emocionalmente
com eles. O resultado dessa mistura é algo explosivo que mexe pra caramba com
os seus sentimentos. Por isso quando acontece algo que você discorda ou ache
errado envolvendo esses personagens, pimba! Vem aquela vontade de arremessar o
livro na parede.
O
Instituto traz uma história inesquecível sobre um grupo de
crianças com talentos especiais que são capturadas por uma organização desconhecida
para terem os seus dons explorados de maneira insensata e criminosa, até que
parte do grupo comando por Luke, um garoto de 12 anos decide se rebelar. A partir
daí, “a coisa” ferve.
08
– Instinto Assassino (William Randolph Stevens)
InstintoAssassino é uma obra densa, pesada e que exige do leitor
muito sangue frio. Li essa o livro de William Randolph Stevens, pela primeira
vez, há mais de dez anos, mas como a história, baseada em fatos reais, despertou
muito o meu interesse resolvi relê-la várias vezes.
O seu enredo nos dá uma noção exata da complexidade
da mente e do modus operandi de um psicopata. Juro que fiquei impressionado
demais após as releituras da obra de Stevens. A história impressiona porque
chegamos a conclusão que pode estar convivendo, normalmente, ao lado de um
psicopata já que a maioria deles camuflam muito bem os seus desvios
psicológicos. Às vezes o psicopata pode ser aquele juiz sério e acima de
qualquer suspeita em sua cidade, ou aquele filantropo sempre disposto a ajudar
as pessoas necessitadas, ou então, como no caso do livro “Instinto Assassino”,
o médico amado e querido de uma pequena cidade; um verdadeiro anjo em terra.
Na obra de William Randolph Stevens que também foi o
promotor do caso e depois resolveu escrever um livro sobre o assunto, Cristina
Henry narra os momentos de terror que passou ao lado de seu marido, o
proeminente médico americano, Dr. Patrick Henry com quem chegou a ter um filho.
Ela conviveu durante quase sete anos ao lado de um
perigoso psicopata sem perceber nada de anormal, já que o médico insano
escondia com perfeição a sua personalidade doentia. Durante todo esse período,
Cristina enfrentou várias situações de risco extremo, com a sua vida ficando
presa por um fio. O passatempo predileto de seu esposo era armar armadilhas
para matá-la ou então fazê-la sofrer, sem que ela nada percebesse.
Livro muito tenso; e bota tenso nisso!
Taí galera, divirtam-se!
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