Olha, vou falar a verdade já que não tenho o hábito de
mentir para os meus leitores. Ok, lá vai: “Fiquei com vontade, várias vezes, de
jogar contra a parede o novo livro de Stephen King”. Mas eu queria jogar o tal
livro com todas as minhas forças para que ele se... se... sei lá, se
desintegrasse, talvez.
Calma aí gente, vocês podem estar pensando que eu
faria isso porque “O Instituto” é muito ruim, mas na realidade não é assim. Este
meu comportamento irado, digamos assim, teria uma outra razão: a tensão.
O enredo de “O Instituto” é tenso pra caráculas, tão tenso
que faz com que o leitor fique desesperado. Além do mais, King criou
personagens tão verossímeis, tão carismáticos, que não há como não se envolver
emocionalmente com eles. O resultado dessa mistura é algo explosivo que mexe
pra caramba com os seus sentimentos. Por isso quando acontece algo que você
discorda ou ache errado envolvendo esses personagens, pimba! Vem aquela vontade
de arremessar o livro na parede. Entenderam?
Se a minha opinião valer alguma coisa – tomara que
valha (rs) – posso dizer que “O Instituto” é o melhor livro de toda a carreira
literária de Stephen King até aqui. E olha que jamais pensei que iria dizer um
troço desses depois de ter lido “It – A Coisa” e “O Cemitério”; pois é, mas
disse, e estou sendo muito sincero.
Neste misterioso lugar, Luke – é assim que se chama o
garoto sequestrado – conhece outras crianças que também tiveram destino
semelhante ao seu.
Imagine uma prisão turca como a de Diyarbakir onde os
guardas e carcereiros desconhecem a palavra “Direitos Humanos” e onde os presos
enfrentam as mais terríveis torturas, além de abusos psicológicos inimagináveis.
Agora, substitua os presos adultos dessa penitenciária turca por crianças de 10
a 12 anos ou até menos. Pronto. Você já tem o Instituto.
Esta violência física e psicológica fica ainda pior
quando os carcereiros do Instituto – que são chamadas de cuidadores – colocam
um sorriso no rosto e depois tentam ganhar a simpatia desses menores
distribuindo fichas para que eles possam compram balas, doces e bebidas. O
grupo de crianças formado por Luke, Kalisha, Nicky, George, Iris e o caçula
Avery, está na Parte da Frente do misterioso lugar. Outros jovens, porém, foram
levados para a Parte de Trás, e nunca mais foram vistos.
O que todas essas crianças tem em comum são poderes
paranormais – telecinesia e telepatia, em diversos níveis. E o Instituto não
mede esforços para extrair cada grama de
seus talentos. Embora não revele os seus objetivos, todos os dias a equipe de
médicos, cientistas e cuidadores testa e potencializa os poderes desses jovens,
quase sempre com métodos brutais.
Os dias passam, e conforme novas vítimas desaparecerem
na Parte de Trás, Luke fica cada vez mais desesperado para fugir e procurar
ajuda, mas acontece que até agora, ninguém conseguiu escapar de lá.
As ardilosidades, tramas, traições e violência que
ocorrem no Instituto deixam qualquer leitor ‘babando’ de tensão e é nesses
momentos que vem aquela vontade de arremessar o livro contra a parede.
Os capítulos finais da história, antes de sua conclusão,
são apoteóticos. O momento em que os agentes do Instituto invadem uma pequena
cidadezinha na Carolina do Sul, chamada Dupray, é adrenalina pura. O confronto
eminente... - bem... vamos ficar apenas
no ‘confronto eminente’ para não estragar esse texto com spoilers – é adrenalina
pura e faz com que o leitor se imagine sentdao numa poltrona de cinema,
gritando, torcendo e jogando pipocas para cima. Então, quando você pensa que a
adrenalina passou, vem outra descarga elétrica perto do final, dessa vez nas
dependências do Instituto. C-a-r-a-c-a!! Que foi aquilo?!! Que final!! E toma
mais gritos e pipocas para cima. Fantástico!
Depois de tanta adrenalina nos capítulos finais, King
conclui o seu enredo de uma maneira tranquila, mas muito emocionante. É neste
momento que também ficamos sabendo qual é a verdadeira função do Instituto.
Leiam, vale muito a pena. Afinal, como já disse, trata-se
do melhor livro de King. Pelo menos para mim.
4 comentários
Não me iluda dizendo que é o melhor livro de King, hein hahah Eu ouvi muita gente ligando esse livro a obra A Incendiária devido ao instituto em si atrás dos poderes das pessoas. Eu estou muito ansiosa pela leitura, principalmente devido as resenhas maravilhosas que tenho lido por aí. Saber que essa obra é tão boa assim só me faz ficar ainda mais agitada e doida para ler mais do King. Espero que eu não fique nervosa e jogue meu livro na parede rs
ResponderExcluirAbraço,
Parágrafo Cult
Mesmo tendo alguma semelhança com "A Incendiária", este novo livro de King tem muitas peculiaridades. Em "A Incendiária", a história gira em torno, basicamente, de duas pessoas: pai e filha. Os outros personagens são bem secundários. Já em "O Instituto", além de Luke, temos vários personagens importantes e com influencia direta no enredo. O plot também difere. Enquanto, em A Incendiária, vemos o governo querendo recuperar ou eliminar, sem deixar vestígios, uma arma poderosa (a garota incendiária) para que o mundo não descubra alguns segredinhos sujos, em "O Instituto", o plot é muito mais complexo e digamos... mais adulto e até mesmo verossímil (isto é, se esforçarmos um pouquinho - rs).
ExcluirQuanto a narrativa, bem mais 'Up", mostrando um King super 'adulto'.
Grde abraço!
Estou ainda na página 117 e estou gostando muito. Os personagens são carismáticos, e o mistério envolvido nos prende na leitura.
ResponderExcluirPrepare as suas emoções para os capítulos finais... Adrenalina.
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