Não conte a ninguém

30 janeiro 2020

Imagine um bolo com várias camadas, em cada camada um recheio diferente; e por isso, em cada uma dessas camadas uma surpresa para o seu paladar. Esta foi a melhor definição que encontrei, mesmo que a grosso modo, para Não Conte a Ninguém de Harlan Coben, considerado, até agora o melhor livro de toda a sua carreira literária.
Não Conte a Ninguém não é aquele livro que você vai lendo, vai lendo, mas pensando apenas na chegada do plot twist final que se encontra no último capítulo. Pelo contrário, a obra de Coben tem várias reviravoltas ao longo da trama que vão preparando o leitor para o grand finale. E quando chega esse grand finale, Coben em menos de meia página, arremata a história de uma maneira que deixa qualquer leitor de queixo caído. Este plot twist “miserável” (no bom sentido) muda grande parte do que você já tinha lido, além de alterar algumas reviravoltas anteriores. Costumo dizer que essa última meia página é o plot twist dos plot twists que você havia lido anteriormente porque modifica quase tudo.
Coben começa desenhar essa tremenda reviravolta final logo no início de seu romance quando o Dr. David Beck e sua esposa, Elizabeth se encontram num lago comemorando o aniversário de seu primeiro beijo. Ainda no começo da história, acho que na terceira página, Beck decide contar um importante segredo para Elizabeth, mas no exato momento em que vai fazer a revelação acontece o rapto de sua esposa. Esta interrupção deixa os leitores sem pai, nem mãe, morrendo de curiosidade. Por outro lado, as reviravoltas que vão ocorrendo ao longo da trama são tantas que fazem com que esse segredinho acabe caindo no torpor, quero dizer... até a chegada da famosa última meia página.
Por ter tantos plot twist no decorrer de seu enredo, comparo Não Contem a Ninguém com um outro livro, também espetacular: Eles Merecem a Morte do americano Peter Swanson. Swanson, inclusive, também arremata sua história em menos de meia página, no final do livro.
Por causa dessas muitas reviravoltas na trama, o leitor acaba ‘engolindo’ a obra até mesmo sem mastigar. Cara, o ritmo de leitura de Não Contem a Ninguém é frenético porque você quer descobrir logo o que aconteceu com determinados personagens ou então porque fulano ou ciclano tomou certa atitude, e por aí afora; sem contar uma fuga eletrizante que acontece pouco depois do meio do livro.
Em Não Conte a Ninguém, Coben escreve sobre um jovem casal apaixonado: Dr. Beck e Elizabeth que no momento em que comemoram o aniversário de seu primeiro beijo, sofrem um terrível ataque. Ele foi golpeado na cabeça e caiu no lago, inconsciente. Ela foi raptada e brutalmente assassinada por um serial killer. Mas faço questão de repetir: Preparem-se para as reviravoltas que irão derrubar o seu queixo.
Não Contem a Ninguém foi o livro mais aclamado de 2001, indicado para diversos prêmios, entre eles Edgard, Anthony, Macavity, Nero e Barry. Em 2006 foi adaptado para o cinema numa produção francesa vencedora de quatro Cesars (o Oscar francês), inclusive de melhor ator e diretor.
Mas não desmerecendo o filme que, de fato, é muito bom, leiam primeiramente o livro que é muito mais completo e com toda certeza irá deixar você inquieto na cama, no sofá, na poltrona ou em qualquer outro lugar que você estiver lendo.
Confiram, vale a pena!


2 comentários

  1. Gosto de ler mas inactivo, devido o trabalho a tentar reactivar o velho hábito e a procura de boas sugestões

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    1. Espero que o blog possa ajudar com algumas sugestões literárias!

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