As Minas do Rei Salomão

12 janeiro 2020
Acredito que os livros de aventura são considerados quase unanimidade entre a maioria dos leitores, independente do seu gosto literário. Vejam só nos cinemas: por mais que a critica especializada detone os chamados blockbusters, aqueles filmes arrasa-quarteirões com explosões, fugas mirabolantes e muita ação; as salas de exibição continuam sempre cheias, inclusive por alguns desses críticos que vibram escondidos dando socos no ar. Pois é, da mesma forma acontece na literatura. Cara, não há quem não resista a um bom enredo de ação; nesse caso, a viagem literária é garantida. E o livro As Minas do Rei Salomão não se trata apenas de um bom, mas sim um ótimo enredo de ação.
Se você amou “A terra que o tempo esqueceu”, de Edgar Rice Burroughs; “O Mundo Perdido”, de Arthur Conan Doyle; King Kong, de Edgar Wallace; e O homem que queria ser rei, de Rudyard Kipling, com certeza, também irá amar o livro escrito por Henry Rider Haggard e lançado originalmente em 1885.
O livro narra uma jornada ao coração da África feita por um grupo de aventureiros liderados por um caçador de elefantes e também exímio conhecedor do território africano chamado Allan Quatermain em busca das lendárias Minas do rei Salomão. Tudo começa quando Sir Henry Curtis e seu amigo Capitão John contratam Quatermain para que encontre George, o irmão mais novo Sir Henry, que saiu em uma expedição que buscava encontrar as famosas minas, mas depois, nunca mais foi visto.
Dessa maneira, Quatermain concorda em liderar uma nova expedição pelo centro da África em busca do irmão de Sir Henry, mas com uma condição: quer parte do tesouro, ou uma pensão para o seu filho, caso morra. Nesta expedição, Quatermain conta ainda com a companhia de Sir Henry; John Good, um ex-oficial da marinha britânica e do estranho Umbopa, um  homem africano que parece ter conhecimento sobre o misterioso território que eles precisam explorar. Pronto galera, a partir daí tem início uma aventura com tramas sórdidas, traições, duelos mortais, animais selvagens, conflitos tribais, tesouros escondidos, civilização perdida e personagens enfrentando situações perto da morte.
Nem mesmo a linguagem um pouco rebuscada – não podemos esquecer que o livro foi escrito na década de 1800 – deixam a obra menos atrativa.
Classifico As Minas do rei Salomão como uma aventura ‘a la Indiana Jones’, mas sem as mirabolantes peripécias do personagem que foi vivido nos cinemas por Harrison Ford. O livro nos oferece uma aventura simples mas contagiante.
Infelizmente, muitas pessoas querem comparar As Minas do Rei Salomão com os livros de aventura contemporâneos e por isso, acabam classificando-o de maneira injusta como simplório. Cara, os hábitos, costumes, ideologias, relacionamentos sociais e amorosos eram completamente diferentes na década de 1800. Olha, me desculpem, mas criticar a obra por ela não ter alguns elementos literários um pouco mais modernos é pura ignorância. Há algum tempo, um colega achou a obra morna por não ter nenhuma personagem feminina atraente que inspirasse um romance como pano de fundo; outro colega disse que o estilo narrativo é lento e faltam explosões, pancadaria e o escambau a quatro.
Nem mesmo respondi a tais indagações. Para algumas perguntas, muitas vezes o silêncio é a melhor resposta. Concordam?
Vale lembrar que As Minas do Rei Salomão é considerado o primeiro romance de aventura a se passar na África e é tido como o precursor do gênero literário “mundo perdido”, em que se descobre um novo mundo, daí sua importância.
Tornou-se um imediato best-seller. No final do século XIX, exploradores estavam descobrindo civilizações perdidas em volta do mundo, como o Vale dos Reis no Egito, a cidade de Troia e o Império Assírio. A África ainda era largamente inexplorada e As minas do rei Salomão foi o segundo romance de aventura africano publicado em inglês, capturando a imaginação do público. O primeiro foi “Cinco Semanas em Um Balão”, publicado em 1863, pelo escritor francês Júlio Verne.
Para quem não sabe, o Salomão do título do livro é o rei bíblico de Israel, presente no Antigo Testamento, filho do rei Davi, renomado tanto por sua sabedoria quanto por sua riqueza. Um número de locais foi identificado como sendo o lugar onde estariam localizadas as minas de Salomão, incluindo o Parque Timna em Israel, próximo a cidade de Éilat, e muitos outros lugares "fictícios". Viram só a importância desse livro para a sua época?
Taí galera! Tenham certeza de que a viagem literária será garantida.
Ah! Sem contar que a tradução é do grande Eça de Queiroz.
Até mais!

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