Existem finais tão impactantes de livros que após
lermos as últimas páginas torna-se quase impossível segurar as lágrimas.
Lágrimas que insistem em rolar após fecharmos o livro e colocá-lo novamente em
nossa estante. Pois é, mas não termina por aí, porque essas lágrimas ainda
insiste em rolar, algumas vezes, quando estamos lendo um outro romance do tipo ‘a
la Sparks’ e, então, lembramos do tal final impactante daquele outro livro que
nos fez chorar. Resultado: acabamos chorando pelo final de um livro que já
lemos há muito tempo e não pelo “The End” de Sparks que estamos lendo agora.
Não sei se consegui explicar o poder de fogo desses
finais capazes de amolecer o mais duro dos corações literários, daqueles acostumados
apenas com enredos de ação e que não admitem segurar em suas mãos, em nenhuma
hipótese, uma história de amor e... muito menos chorar por ela, o que para eles
seria um crime.
No post de hoje quero falar escrever sobre os
finais de Mentirosos e Marina. Caraca, o que foi aquilo?!
Quanta carga emocional!
Na trama desenvolvida por Lockhart, os Sinclair são
uma família rica e renomada, que se recusa a admitir que está em decadência e
se agarra a todo custo às tradições. Assim, todo ano eles passam as férias de
verão numa ilha particular. Cadence — neta primogênita e principal herdeira —,
seus primos Johnny e Mirren e o amigo Gat são inseparáveis desde pequenos, e
juntos formam um grupo chamado Mentirosos. Cadence admira Gat por suas
convicções políticas e, conforme os anos passam, a amizade com aquele garoto intenso
evolui para algo mais. Mas tudo desmorona durante o verão de seus quinze anos,
quando Cadence sofre um estranho acidente do qual não se recorda. Ela passa os
próximos dois anos em um período conturbado, com amnésia, depressão, fortes
dores de cabeça e muitos analgésicos. Toda a família a trata com extremo
cuidado e se recusa a dar mais detalhes sobre o ocorrido… até que Cadence
finalmente volta à ilha para juntar as lembranças do que realmente aconteceu. E
quando descobre... então que vem a surpresa impactante. Mas as lágrimas, chegam,
mesmo, após essa surpresa desconcertante, já no final: quando pela última vez numa
praia... Deixe-me parar por aqui. Putz, que final.
Outro livro com o mesmo poder de partir o seu
coração, é Marina, de Carlos Ruiz
Záfon que li há sete anos, e mesmo após esse período, a obra ainda continua
fustigando os meus sentimento.
Cara, os três últimos capítulos do livro do autor espanhol arrebenta o mais duro dos
corações. É nessa hora que o pequeno Oscar Drai desvenda todo o mistério
envolvendo a sua querida e amada Marina.
Sei que é estranho alguém derramar lágrimas ao ler
um enredo criado por um autor especialista em tramas de suspense, mistério e
com algumas pontinhas de sobrenatural como aconteceu nos Best-Sellers A Sombra do Vento e O Jogo do Anjo. Ocorre que Marina
é uma obra que foge, um pouco, das características de Zafon. Tudo bem que ele
mantenha o seu estilo narrativo direcionado para o suspense, mistério,
sobrenatural e aventura, mas também acrescenta um outro elemento, pelo menos
desconexo de suas obras anteriores e posteriores: o amor incondicional.
Quem já leu A
Sombra do Vento pode discordar ao afirmar que Zafon explorou muito bem esse
sentimento na relação do casal de protagonistas Daniel Sempere e Bea Aguilar,
mas cá entre nós, o amor que Oscar Drai nutre por Marina e vice-versa, não se
compara ao do casal de “A Sombra do Vento”. Como já disse, tanto Oscar quanto
Marina alimentam um pelo outro, o chamado amor incondicional. Um sentimento
capaz de transformar o pior defeito da pessoa amada na mais bela das virtudes.
Portanto, acredito que o meu choro ao ler os três últimos capítulos do livro
está justificado (rs).
Zafon cria um enredo de suspense envolvente na
antiga Barcelona dos velhos casarões. Oscar Drai, um garoto de 15 anos que
estuda num internato, passa o seu tempo livre andando pelas ruas e se
encantando com a arquitetura de seus casarões. É um desses antigos casarões que
desperta a atenção do garoto que logo resolve se aventurar no interior da
construção. O motivo que levou o pequeno Oscar a entrar na casa foi a voz linda
e suave de uma mulher reproduzida num vitrolão. Ao mesmo tempo, ele fica
completamente vidrado num relógio de bolso quebrado e muito antigo. Mas, ele se
assusta com uma presença na sala e acaba fugindo com o relógio. Depois de
alguns dias, Oscar retorna ao casarão para devolver o objeto roubado, e
então... conhece Marina. Nesse instante começa a rolar muito suspense,
sobrenatural e romance com um final que dilacera os corações.
Taí galera se quiserem derramar algumas lágrimas,
fugindo dos enredos de Nicholas Sparks, recomendo Mentirosos e Marina.
Boa leitura!
Postar um comentário