Dois finais emocionantes de livros que me fizeram chorar

14 janeiro 2020

Existem finais tão impactantes de livros que após lermos as últimas páginas torna-se quase impossível segurar as lágrimas. Lágrimas que insistem em rolar após fecharmos o livro e colocá-lo novamente em nossa estante. Pois é, mas não termina por aí, porque essas lágrimas ainda insiste em rolar, algumas vezes, quando estamos lendo um outro romance do tipo ‘a la Sparks’ e, então, lembramos do tal final impactante daquele outro livro que nos fez chorar. Resultado: acabamos chorando pelo final de um livro que já lemos há muito tempo e não pelo “The End” de Sparks que estamos lendo agora.
Não sei se consegui explicar o poder de fogo desses finais capazes de amolecer o mais duro dos corações literários, daqueles acostumados apenas com enredos de ação e que não admitem segurar em suas mãos, em nenhuma hipótese, uma história de amor e... muito menos chorar por ela, o que para eles seria um crime.
Hoje quero falar sobre dois finais – sem spoilers, claro – que me arrebentaram (no bom sentido). Eles me marcaram tanto que mesmo após muito tempo, ainda me recordando deles. Hoje, por exemplo, enquanto lia o clássico Éramos Seis da escritora paulista Maria José Dupré, ao chegar numa cena forte que marcava uma despedida – daquelas que não há retorno – me emocionei muito, e imediatamente recordei-me de uma outra cena, quase parecida, de Mentirosos de E. Lockhart, lançado em 2014 pelo selo Seguinte pertencente à Editora Companhia das Letras. Entonce, acabei me emocionando mais com a passagem de um livro que havia lido no início de 2019 do que com um trecho de uma obra que estava lendo no presente.
No post de hoje quero falar escrever sobre os finais de Mentirosos e Marina. Caraca, o que foi aquilo?! Quanta carga emocional!
Na trama desenvolvida por Lockhart, os Sinclair são uma família rica e renomada, que se recusa a admitir que está em decadência e se agarra a todo custo às tradições. Assim, todo ano eles passam as férias de verão numa ilha particular. Cadence — neta primogênita e principal herdeira —, seus primos Johnny e Mirren e o amigo Gat são inseparáveis desde pequenos, e juntos formam um grupo chamado Mentirosos. Cadence admira Gat por suas convicções políticas e, conforme os anos passam, a amizade com aquele garoto intenso evolui para algo mais. Mas tudo desmorona durante o verão de seus quinze anos, quando Cadence sofre um estranho acidente do qual não se recorda. Ela passa os próximos dois anos em um período conturbado, com amnésia, depressão, fortes dores de cabeça e muitos analgésicos. Toda a família a trata com extremo cuidado e se recusa a dar mais detalhes sobre o ocorrido… até que Cadence finalmente volta à ilha para juntar as lembranças do que realmente aconteceu. E quando descobre... então que vem a surpresa impactante. Mas as lágrimas, chegam, mesmo, após essa surpresa desconcertante, já no final: quando pela última vez numa praia... Deixe-me parar por aqui. Putz, que final.
Outro livro com o mesmo poder de partir o seu coração, é Marina, de Carlos Ruiz Záfon que li há sete anos, e mesmo após esse período, a obra ainda continua fustigando os meus sentimento.
Cara, os três últimos capítulos do livro  do autor espanhol arrebenta o mais duro dos corações. É nessa hora que o pequeno Oscar Drai desvenda todo o mistério envolvendo a sua querida e amada Marina.
Sei que é estranho alguém derramar lágrimas ao ler um enredo criado por um autor especialista em tramas de suspense, mistério e com algumas pontinhas de sobrenatural como aconteceu nos Best-Sellers A Sombra do Vento e O Jogo do Anjo. Ocorre que Marina é uma obra que foge, um pouco, das características de Zafon. Tudo bem que ele mantenha o seu estilo narrativo direcionado para o suspense, mistério, sobrenatural e aventura, mas também acrescenta um outro elemento, pelo menos desconexo de suas obras anteriores e posteriores: o amor incondicional.
Quem já leu A Sombra do Vento pode discordar ao afirmar que Zafon explorou muito bem esse sentimento na relação do casal de protagonistas Daniel Sempere e Bea Aguilar, mas cá entre nós, o amor que Oscar Drai nutre por Marina e vice-versa, não se compara ao do casal de “A Sombra do Vento”. Como já disse, tanto Oscar quanto Marina alimentam um pelo outro, o chamado amor incondicional. Um sentimento capaz de transformar o pior defeito da pessoa amada na mais bela das virtudes. Portanto, acredito que o meu choro ao ler os três últimos capítulos do livro está justificado (rs).
Zafon cria um enredo de suspense envolvente na antiga Barcelona dos velhos casarões. Oscar Drai, um garoto de 15 anos que estuda num internato, passa o seu tempo livre andando pelas ruas e se encantando com a arquitetura de seus casarões. É um desses antigos casarões que desperta a atenção do garoto que logo resolve se aventurar no interior da construção. O motivo que levou o pequeno Oscar a entrar na casa foi a voz linda e suave de uma mulher reproduzida num vitrolão. Ao mesmo tempo, ele fica completamente vidrado num relógio de bolso quebrado e muito antigo. Mas, ele se assusta com uma presença na sala e acaba fugindo com o relógio. Depois de alguns dias, Oscar retorna ao casarão para devolver o objeto roubado, e então... conhece Marina. Nesse instante começa a rolar muito suspense, sobrenatural e romance com um final que dilacera os corações.
Taí galera se quiserem derramar algumas lágrimas, fugindo dos enredos de Nicholas Sparks, recomendo Mentirosos e Marina.
Boa leitura!

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