Sou apaixonado por cenas de batalhas nos livros. Amo
aqueles combates épicos envolvendo heróis, vilões, exércitos, cavaleiros ou
navios. Sejam contemporâneos ou medievais, não importa, devoro todos eles. Por
isso, tenho em lugar de destaque na minha estante as trilogias: “As Crônicas de
Artur”, “A Busca do Graal” e “Crônicas Saxônicas” que podem ser consideradas a
“santíssima trindade literária” quando o tema são batalhas memoráveis.
No post de hoje escolhi cinco batalhas que aconteceram
nos livros e que não minha opinião, merecem receber o título de antológicas ou
épicas, tanto faz. Elas foram tão bem descritas que acabei me imaginando lá no
meio da muvuca, participando do embate, sem contar que tais contendas me
fizeram suar de ansiedade torcendo para que determinados personagens se saíssem
bem.
Vamos à elas!
Livro:
O Hobbit (J.R.R. Tolkien)
O filme de Peter Jackson que fechou a trilogia nos
cinemas bem que tentou retratar as emoções das páginas, mas não conseguiu.
Apesar de todo o aparato tecnológico, efeitos especiais de última geração e o
escambau a quatro, a suntuosidade das cenas dirigidas por Jackson não chega aos
pés do enredo descrito por Tolkien.
A batalha dos Cinco Exércitos em "O Hobbit" foi uma guerra travada
na Terceira Era, antes dos acontecimentos de “O Senhor dos Anéis”. O embate
aconteceu após a morte do dragão Smaug, que muitos anos antes havia tomado a
Montanha Solitária com todo o seu tesouro. Os homens queriam uma parte desse
tesouro para reconstruir suas vidas arruinadas pelo dragão que atacou a cidade
do lago encontrando sua morte.
Participaram da guerra os homens, anões, elfos, orcs,
trolls e wargs. A descrição da batalha feita por Tolkien é incomparável. As
lutas envolvendo orcs, homens, elfos e outras criaturas tiram o fôlego de
qualquer leitor, já no filme... nem tanto.
02
– Batalha de Mynyd Baddon
Livro:
Excalibur (Bernard Cornwell)
Que loucura! Que batalha foi aquela?! As descrições
das cenas de luta na Batalha de Mynyd Baddon em “Excalibur” – livro que fecha a
trilogia “As Crônicas de Artur” - provam porque Bernard Cornwell é considerado
o “Mago Supremo dos Combates Medievais”. O autor deu uma verdadeira aula de
como escrever cenas de luta envolvendo paredes de escudo, cavaleiros, lanças,
espadas e até mesmo arqueiros. As lembranças daquele capítulo ainda estão guardadas
em minha mente, mesmo após ter lido “Excalibur” há anos.
Uma curiosidade interessante é que a Batalha de Mynyd
Baddon não acontece nas páginas finais, mas no meio do livro. A luta envolve
saxões e britânicos e consegue levar o leitor ao êxtase. Para aqueles que estão
achando que estou exagerando, tirem a prova lendo o livro e depois, se ainda
quiserem, podem discordar.
Cornwell mostra
um Derfel com sede de sangue e um Artur impiedoso e cruel, fugindo das
características normais dos personagens. Talvez, essa dualidade de
personalidades tenha sido um ponto positivo que ajudou a impactar ainda mais
essa antológica batalha; a ‘number one’ dos livros.
03
– Batalha de Crécy
Livro:
O Arqueiro (Bernard Cornwell)
Olha Bernard Cornwell novamente aí, gente! Além de ser
um grande escritor de batalhas medievais, Cornwell consegue retratar com
exatidão, em suas obras, momentos marcantes da história mundial, dando ao
enredo um tempero a mais. Exemplo disso é a famosa “Batalha de Crécy” que, de
fato, aconteceu.
O conflito que teve lugar em 26 de agosto de 1346, foi
o primeiro grande confronto da Guerra dos Cem Anos, entre os exércitos de
Filipe VI, da França, e Eduardo III, da Inglaterra, que terminou com a vitória
dos ingleses. Ali foram utilizados os primeiros canhões.
Cornwell insere, com maestria, personagens fictícios
num cenário real. Ele faz uma descrição perfeita e emocionante da Batalha de
Grécy que viria a culminar na Guerra dos Cem Anos. Mesmo sem atingir o êxtase
da Batalha de Mynyd Baddon, de Excalibur, a narrativa do autor é tão sedutora
que faz da batalha de Grécy um dos pontos mais altos de “O Arqueiro”, livro que
abre a chamada trilogia da “A Busca do Graal”.
A história de “O Arqueiro” trata da vida de Thomas de
Hookton, um jovem arqueiro inglês que teve sua aldeia destruída e seu pai
assassinado por soldados desconhecidos quando acabara de completar 18 anos de
idade. Ainda no leito de morte do pai, Thomas faria a promessa de recuperar uma
relíquia de Hookton e de sua família, a Lança de São Jorge. Preocupado em
cumprir a promessa para seu pai e em vingar a destruição de sua amada vila,
Thomas se junta ao Exército Inglês como arqueiro e participa de campanhas que
anos mais tarde o levariam a participar da épica batalha de Crécy.
04
– Batalha de Hogwarts
Livro:
As Relíquias da Morte (J.K. Rowling)
A Batalha de Hogwarts, presente no livro “As Relíquiasda Morte” que fecha a saga literária de Harry Potter, ocorreu dentro do castelo e
nos terrenos da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
Tudo começou quando Lord Voldemort soube que Harry
Potter estava no castelo para localizar e destruir uma de suas últimas
horcruxes. Ele disse, então, para cada Comensal da Morte e cada criatura
que fosse leal a ele para atacar a escola. A Armada Dumbledore convocou a
Ordem de Fêxix e seus outros aliados, levando a uma batalha em grande
escala.
Para ser sincero me emocionei tanto com o livro quanto
com o filme. Achei que David Yates, diretor de “Relíquias da Morte”, partes 1 e
2, conseguiu transferir para as telonas toda a emoção e ação presentes no
enredo criado por J.K. Rowling.
A Batalha de Hogwarts foi uma das mais memoráveis dos
livros que li. Fiquei muito triste com a morte de alguns personagens queridos,
os quais já tinha adquirido ‘laços de familiaridade’ ao longo de toda a saga,
mas não posso negar que Rowling criou um dos embates mais epopeicos da
literatura. Nitroglicerina pura!
05
– Batalha de Duholm
Livro:
Os Senhores do Norte (Crônicas Saxônicas – Volume III)
A batalha travada pelos guerreiros de Uhtred e Ragnar
com o apoio de Alfredo para tomar a fortaleza de Dunholm, onde vive o cruel
Kjartan e seu filho Sven, o “Caolho”, é impagável. Coisa de loko cara! O trecho de "Os Senhores do Norte" referente ao ataque dos cães selvagens de Kjartan aos invasores de sua fortaleza é de
fechar os olhos. Nesta hora, novamente, Uhtred e seus guerreiros contam com a
sorte e, prá variar, Cornwell nos brinda, mais uma vez, com algo deliciosamente
improvável envolvendo Thyra, irmã de Ragnar. Alguns críticos de Cornwell acusam
que ele fantasiou muito nessa parte do enredo, mas fantasiando ou não, a
entrada de Thyra em cena é algo divinamente inesperado e triunfal. Mil vezes
Putz!
Na minha opinião continua sendo o melhor volume de toda a saga que já está em seu 11° livro
Na minha opinião continua sendo o melhor volume de toda a saga que já está em seu 11° livro
06
– A Batalha do Coral
Livro:
A Guerra do Velho (John Scalzi)
Para fechar a nossa lista, escolhi um embate
interplanetário que achei o máximo. A Batalha do Coral aconteceu em “A Guerrado Velho” de John Scalzi.
No enredo do autor, finalmente a humanidade chegou à
era das viagens interestelares. A má notícia é que há poucos planetas
habitáveis disponíveis – e muitos alienígenas lutando por eles. Para proteger a
Terra e também conquistar novos territórios, os humanos precisarão de tecnologias
inovadoras e também de um exército disposto a arriscar tudo. Esse exército,
conhecido como Forças Coloniais de Defesa (FCD), não apenas mantém a guerra
longe dos terráqueos e colonos, como também evita que eles saibam demais sobre
a situação do universo. Mas, para se alistar, é necessário ter mais de 75 anos.
A Batalha do Coral onde os soldados das Forças
Coloniais de Defesa enfrentam a temível raça alienígena dos Rraeys é de prender
o fôlego. Caráculas!! Scalzi conseguiu criar uma das principais batalhas
interplanetárias da literatura.
Taí pessoal, por hoje é só. Espero que tenham
apreciado, e se estiveram a fim de ‘mergulhar de cabeça’ em batalhas épicas,
podem comprar, sem medo, qualquer uma dessas cinco obras.
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