É difícil acreditar que até agora não tenha escrito
um post sobre “O Hobbit”. Com certeza, foi
uma grande ‘marcação’ da minha parte, pois já deveria ter feito isso há muito
tempo. Mas antes tarde do que nunca.
Olha, simplesmente, não dá para criticar esse livro.
Tudo bem, até concordo que podemos esculhambar os dois filmes de Peter Jackson que
foram horríveis e terríveis, mas o livro, não dá. Tolkien, quando o escreveu,
estava no auge da sua inspiração. E olha que ele criou essa história especialmente
para os seus filhos. Por isso eu costumo dizer: “Obrigado por existirem filhos
de Tolkien!”
“O Hobbit” é aventura pura, daquelas que prendem o
leitor de uma tal maneira que os incapacita de dormir, se alimentar e ainda
contribui para atrapalhar o serviço. Cara, eu senti tudo isso na pele! Lembro-me
que sempre ia dormir por volta de 2H30m ou 3H00 há madrugada porque não
conseguia parar de ler a aventura Tolkiniana. Ia devorando as páginas e quando ‘caia
na real’ já eram altas horas da noite. No dia seguinte – quer dizer, no mesmo
dia (rs) – colocava o livro debaixo do braço e o levava para o serviço com a
intenção de lê-lo nos momentos de folga. Resultado: noites mal dormidas e
trabalho empacado. Mas apesar desses contra-tempos conclui a leitura de “O
Hobbit” em menos de três dias.
Apesar de ser tão descritivo quanto a “Trilogia do
Anel” (A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei), “O Hobbit” não
se torna cansativo em nenhum de seus capítulos, pelo contrário, a cada página
virada você quer mais e mais.
A história começa com o hobbit Bilbo Bolseiro recebendo
a visita do mago Gandalf que lhe propõe participar de uma verdadeira epopéia
que o tornaria muito rico: roubar o tesouro do lendário e letal dragão Samug
que vive na Montanha Solitária. Esse tesouro, na realidade pertence há um grupo
de 13 anões que agora querem recuperá-lo mas não sabem de que maneira. Bilbo,
portanto, seria o ladrão da expedição, mas para realizar a sua tarefa, é
evidente que receberia uma parte do tesouro. No início, o Hobbit reluta e até
mesmo se recusa a fazer parte do grupo, mas quando os espertos anões
ridicularizam a sua atitude, deixando ‘meio que no ar’ que Bilbo não tem
coragem suficiente para participar da empreitada, o Hobbit fica puto da vida e
concorda com a proposta. Mal sabe ele, que tudo não passa de um plano
engendrado pelos anões para recuperar o seu valioso tesouro que agora está em
poder do dragão Samug. Ah! Voces devem estar se perguntando porque eles querem
tanto que Bilbo participe da expedição? Bem, no livro vocês encontrarão essa
explicação.
E assim, o grupo parte para as terras selvagens. A
partir daí a aventura começa; e que aventura! Bilbo e os anões enfrentam toda
espécie de perigo: aranhas gigantes, orcs e outras coisas, mas sem dúvida
nenhuma, o clímax do romance é a Batalha dos Cinco Exércitos quando anões,
homens e elfos se unem para enfrentar um exército de orcs. Quando tudo parece
perdido, eis que surge... Bem... leiam o livro, é melhor.
“O Hobbit” ainda brinda os leitores com a cena mais
antológica de todos os livros do autor: o encontro de Bilbo com Gollun. Em uma caverna escura o hobbit se
depara com uma criatura estranha e amargurada, ninguém menos do que Gollun. É
nesse encontro icônico que temos a primeira referência ao anel do poder, que
deverá ser destruído em Mordor, alguns anos mais tarde na trilogia “O Senhor
dos Anéis”.
Considero “O Hobbit” a porta de entrada para as aventuras subseqüentes de
Frodo, Sam e sua turma. Apesar de alguns afirmarem que se trata de uma obra
independente, considero “O Hobbit” leitura obrigatória antes de se encarar os
três livros da Trilogia do Anel. Não dá para pular essa história; temos de ler primeiramente
a magia, a beleza, o encantamento e a aventura embutidas nas páginas de “O
Hobbit”. Somente depois partiremos para “A
Sociedade do Anel”, “As Duas Torres” e “O Retorno do Rei”.
Pelo menos, é dessa maneira que penso.
Um comentário
Também fiquei decepcionadíssimo com as duas primeiras partes da versão para os cinemas, mas sabe o que é que rolou? Na teoria, eles são - ou deveriam ser - tão bons quanto a trilogia d'O Senhor dos Anéis, mas quem viu todos os filmes, ficou com a impressão de "mais do mesmo". É fato que a nova trilogia tem uma encheção de linguiça insuportável, mas é fato que a primeira trilogia também tinha, só que ninguém percebeu porque tava todo mundo bobo - inclusive eu - com a grandiosidade do projeto. Para curtir os novos filmes, só os fãs mais puristas de Tolkien mesmo. A única vantagem dos mais recentes, na minha opinião, é que Bilbo é um protagonista muito mais carismático do que Frodo, que passou os três filmes originais com cara de choro.
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