Vou dar dois conselhos antes de você ler “A Última
Colônia” de John Scalzi: primeiro, jamais encare o novo livro sem antes ter
lido “Guerra do Velho” e “As Brigadas Fantasma” e, segundo, esteja pronto para
uma leitura mais introspectiva e conspiratória, sem as emocionantes batalhas
presentes nos dois primeiros livros da saga. E aproveitando o embalo, já que
estou me referindo à batalhas, em “A Última Colônia”, os leitores encontrarão
apenas duas e bem menos intensas do que aquelas que John Perry e Jane Sagan
lutaram em “Guerra do Velho” e “As Brigadas Fantasma”.
“A Última Colônia” é uma sequência direta dos outros
dois livros da série, por isso se a galera resolver ler a obra sem dominar o
universo da ‘União Colonial (UC)’ e das ‘Forças Coloniais de Defesa’ (FCD)
criado pelo autor, sinto muito, mas vocês ficarão desorientados. Os três livros
são interligados e precisam ser ‘devorados’ na ordem para uma leitura da saga mais
prazerosa.
Se você seguir esse conselho, certamente gostará muito
de “A Última Colônia” que fecha com chave de ouro e de uma maneira emocionante a
“Saga do Velho” como ficou conhecida por alguns leitores.
Quando li o primeiro livro da trilogia me emocionei no momento em que John Perry, já muito idoso, com os seus mais de 80 anos, decidiu abandonar o planeta Terra, após a morte de uma pessoa muito querida, e ingressar nas Forças Coloniais de Defesa, no planeta Fênix – leiam "Guerra do Velho" e entendam como um vovô com 80 anos teria condições de ser recrutado por um exército interplanetário. O final de “A Última Colônia” também reserva uma despedida tão emocionante quanto a do primeiro livro. E antes que alguns leitores disparem flechas flamejantes contra mim, achando que estou soltando um spoiler camuflado nesse texto, eu explico que essa despedida não significa uma separação do icônico casal: John e Jane. Nada a ver; trata-se de uma despedida poética, como um reinício, uma nova fase na vida de alguns personagens importantes da saga, incluindo Perry e Sagan.
Agora, deixando de lado esse “The End” perfeito,
gostaria de falar escrever algumas linhas a mais para tranquilizar os
leitores que estão preocupados com a falta de ação da história. Entendam que
isso não quer dizer que o enredo elaborado por Scalzi é lento. Não é isso que estou
dizendo. Pelo contrário, as conspirações, traições, surpresas e reviravoltas do
enredo conseguem substituir com perfeição qualquer batalha interplanetária por
mais quente e emocionante que seja.
O leitor, frequentemente, é surpreendido e as amizades
surgem de onde você menos espera; os inimigos também, enfim, uma história
repleta de conspirações.
Em “A Última Colônia”, Scalzi aborda o drama da raça
humana que tenta expandir seus territórios, mas se depara com um problema: os
planetas habitáveis são poucos e a competição por eles é enorme.
Após anos sem expandir suas fronteiras, a União
Colonial (UC) toma a controversa decisão de iniciar uma nova colônia e a tarefa
de administrá-la é entregue a dois condecorados heróis de guerra: John Perry e
Jane Sagan.
Inicialmente, o maior desafio é conciliar os
interesses de grupos com origens diversas, vindos de planetas distintos. E por
isso, com culturas diferentes. Entretanto, logo os heróis se veem isolados em
um planeta que não é o que parece e descobrem que são apenas peças no tabuleiro
de uma disputa que envolve o destino de toda a humanidade, uma das maiores
conspirações já tramadas pela União Colonial (UC).
Achei o livro incrível. Scalzi caprichou e soube
encerrar com perfeição a trilogia. “A Última Colônia” tem todos os temperos
necessários: personagens cativantes, conspirações, traições, intrigas
políticas, bom humor, reviravoltas, além de mostrar a importância da amizade verdadeira que pode surgir de onde e quando
você menos espera.
Boa leitura!
2 comentários
Adoro os livros de John Scalzi! 🪐
ResponderExcluirGosto muito das críticas que ele tece sobre a indústria da guerra. A Última Colônia é meu livro favorito dessa primeira trilogia justamente por causa do final, que coube perfeitamente no enredo.
Também gostei muito de "A Última Colônia" da mesma maneira que adorei "Guerra do Velho" e "As Brigadas Fantasmas". Mas acredito que de toda a trilogia, aquele que mais "fisgou" minha leitura até nos momentos mais improváveis foi "Guerra do Velho".
ExcluirGrande abraço!