A primeira lapada e daquelas lapadas bem dadas
acontece na segunda parte do livro quando o leitor já passou pouco mais da sua metade
e começa a ver o enredo sob o ponto de vista de uma outra personagem. Aliás,
Freida Mc Fadden optou por escrever A
Empregada em primeira pessoa e sob a ótica das duas personagens principais:
a patroa Nina Winchester e a empregada Wilhelmina Calloway ou simplesmente
Millie.
A história começa com a narrativa de Millie onde ela
conta como conseguiu o emprego e detalhes sobre o seu relacionamento
conflituoso com Nina onde aos poucos vai descobrindo segredos interessantes e
ao mesmo tempo misteriosos sobre a sua patroa. Na segunda parte do livro, a
história passa a ser narrada sob o ponto de vista de Nina, a patroa. E logo na
primeira página, pimba!! Vem a lapada desconstruindo tudo o que o leitor havia
imaginado e até mesmo solidificado em sua argumentação. Cara, tudo o que eu
pensava ser verdade... na realidade, era mentira.
Não posso me esquecer, também, de um outro personagem
muito importante no enredo: Andrew Winchester, marido de Nina. Ele é peça
fundamental nas duas partes do enredo.
Todos os dias, Millie limpa a casa de Nina e Andrew
Winchester de cima a baixo. Pega a filha deles na escola. Prepara refeições
deliciosas para a família toda antes de poder se recolher e enfim comer o
próprio jantar, sozinha em seu quarto minúsculo e claustrofóbico no sótão.
Em pouco tempo, Nina começa a sujar todos os cômodos
de propósito só para ter o prazer de ver Millie limpá-los. Depois, ela começa a
contar mentiras perturbadoras sobre a própria filha, além de torturar
psicologicamente o seu marido, que parece cada vez mais fragilizado
demonstrando um medo quase irracional de Nina.
Quando tudo isso começa a acontecer, Millie desconfia
que que aquela família esconde algum segredo mórbido, o qual decide descobrir a
qualquer custo. Ela toma essa decisão, principalmente, após ver Andrew tão
fragilizado perante a sua mulher, se submetendo a todos os seus caprichos, por
mais estranhos que possam parecer.
Então, chega a segunda parte do romance e... vem a
grande descoberta. Infelizmente não posso revelar mais nada, caso contrário,
correria o risco de liberar spoilers que acabariam por quebrar a magia da
leitura de A Empregada.
Alguns leitores que estiveram lendo essa resenha podem
perguntar – já que o plot twist só acontece depois da metade do livro, quer
dizer que antes disso, é só enrolação? – Não, não é. Na primeira parte, durante
a narrativa de Millie, o leitor vai desvendando alguns... digamos
“meio-segredos” dos personagens que passarão a fazer todo sentido na segunda
parte da obra quando Nina começar a contar a sua história.
Perto do fim de A
Empregada há um outro plot twist – pequeno, mais interessante – que fará
com que o leitor entenda o motivo do comportamento peculiar de um determinado
personagem.
Leiam, vocês irão gostar.
Comprei o livro visando fazer uma experiência de
leitura: se gostasse compraria a sua sequência – lembrando que se trata de uma
saga em três volumes. Pois é, como gostei, vou comprar O Segredo da Empregada.
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