A Empregada

27 outubro 2024

A primeira lapada e daquelas lapadas bem dadas acontece na segunda parte do livro quando o leitor já passou pouco mais da sua metade e começa a ver o enredo sob o ponto de vista de uma outra personagem. Aliás, Freida Mc Fadden optou por escrever A Empregada em primeira pessoa e sob a ótica das duas personagens principais: a patroa Nina Winchester e a empregada Wilhelmina Calloway ou simplesmente Millie.

A história começa com a narrativa de Millie onde ela conta como conseguiu o emprego e detalhes sobre o seu relacionamento conflituoso com Nina onde aos poucos vai descobrindo segredos interessantes e ao mesmo tempo misteriosos sobre a sua patroa. Na segunda parte do livro, a história passa a ser narrada sob o ponto de vista de Nina, a patroa. E logo na primeira página, pimba!! Vem a lapada desconstruindo tudo o que o leitor havia imaginado e até mesmo solidificado em sua argumentação. Cara, tudo o que eu pensava ser verdade... na realidade, era mentira.

Não posso me esquecer, também, de um outro personagem muito importante no enredo: Andrew Winchester, marido de Nina. Ele é peça fundamental nas duas partes do enredo.

Todos os dias, Millie limpa a casa de Nina e Andrew Winchester de cima a baixo. Pega a filha deles na escola. Prepara refeições deliciosas para a família toda antes de poder se recolher e enfim comer o próprio jantar, sozinha em seu quarto minúsculo e claustrofóbico no sótão.

Em pouco tempo, Nina começa a sujar todos os cômodos de propósito só para ter o prazer de ver Millie limpá-los. Depois, ela começa a contar mentiras perturbadoras sobre a própria filha, além de torturar psicologicamente o seu marido, que parece cada vez mais fragilizado demonstrando um medo quase irracional de Nina.

Quando tudo isso começa a acontecer, Millie desconfia que que aquela família esconde algum segredo mórbido, o qual decide descobrir a qualquer custo. Ela toma essa decisão, principalmente, após ver Andrew tão fragilizado perante a sua mulher, se submetendo a todos os seus caprichos, por mais estranhos que possam parecer.

Então, chega a segunda parte do romance e... vem a grande descoberta. Infelizmente não posso revelar mais nada, caso contrário, correria o risco de liberar spoilers que acabariam por quebrar a magia da leitura de A Empregada.

Alguns leitores que estiveram lendo essa resenha podem perguntar – já que o plot twist só acontece depois da metade do livro, quer dizer que antes disso, é só enrolação? – Não, não é. Na primeira parte, durante a narrativa de Millie, o leitor vai desvendando alguns... digamos “meio-segredos” dos personagens que passarão a fazer todo sentido na segunda parte da obra quando Nina começar a contar a sua história.

Perto do fim de A Empregada há um outro plot twist – pequeno, mais interessante – que fará com que o leitor entenda o motivo do comportamento peculiar de um determinado personagem.

Leiam, vocês irão gostar.

Comprei o livro visando fazer uma experiência de leitura: se gostasse compraria a sua sequência – lembrando que se trata de uma saga em três volumes. Pois é, como gostei, vou comprar O Segredo da Empregada.

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