“Não é de todo ruim”, “poderia ter sido melhor”, “Achei O
Código da Vinci melhor” e por aí vai... Estes foram alguns comentários de
leitores que vi nos blogs que visitei; blogs que opinavam sobre o livro “O
Símbolo Perdido” de Dan Brown. Com relação ao ponto de vista dos blogueiros
(as), também não observei muita diferença. A maioria escreveu que “gostou, mas
não muito” do livro, enquanto outros colegas acharam a “história regular”. Foi
difícil localizar alguns blogs que afirmassem com todas as letras que “O
Símbolo Perdido” foi ótimo ou excelente.
Confesso que estas opiniões – a maioria delas em cima do
muro, me desculpem a honestidade, já paguei caro por ‘ser assim, mas sou assim’
– me deixaram mais tranqüilos para escrever o penso da obra de Dan Brown. Cara,
sei que os fãs do escritor correspondem a uma verdadeira legião que vem
aumentando a cada dia no mundo e por isso criticar o que Brown escreve é
complicado, pois as suas obras se tornaram ‘bíblias’ para grande parte dessa galera. Entendo que
isso é um exagero, mas tudo bem, ‘cada um é cada um’ e temos de respeitar a
individualidade dos seres humanos. Mas não escondo não, quando constatei que
grande parte da galera tinha achado que “O Símbolo Perdido” estava mais para
decepção do que para sucesso, fiquei bem mais tranqüilo para escrever sobre o
assunto.
Mas vamos ao que interessa: o porque ou os porquês de não ter
gostado dessa história de Brown. Achei a leitura arrastada, monótona, como se o
leitor fosse obrigado a subir uma rampa enorme com um saco de pedras nas costas
na esperança de encontrar no final da sua jornada o tão desejoso copo de água,
mas ao chegar no topo, acaba descobrindo que o tal copo está vazio.
Quando comecei a ler a primeiras páginas do livro pensei
comigo: - “Cara! Que massa! Essa história vai me fazer perder o fôlego”. E de
fato, “O Símbolo Perdido” tinha todas as credenciais para isso, costumo dizer
que Brown começou a tecer uma teia de aranha firme e sólida. Um argumento
interessante envolvendo segredos da Franco-Maçonaria; o seqüestro misterioso de
Peter Solomon, amigo pessoal de Robert Langdon; a construção inicial dos
personagens, que à primeira vista davam a impressão de terem sido os melhores
já criados pelo autor, principalmente, Khaterine, irmã de Solomon; a caçada inicial
de Langdon em busca do amigo desaparecido; mas depois, com o passar das
páginas, esse enredo que prometia uma história de suspense avassaladora, acabou
perdendo força, se tornando inóspito.
Depois de lidas um pouco mais de 200 páginas, ‘palavra’ que
já havia perdido o tesão pela história. Monólogos que não levavam a nada, diálogos
patéticos e uma encheção de lingüiça sem tamanho envolvendo noética, assuntos
pseudo-filosóficos e o escambau a quatro. Para quem leu e detestou “O Segredo”
de Rhonda Byrne – assim como eu detestei – aqui vai uma péssima notícia: da
mesma forma que essa bomba literária de Byrne adotou a noética como pedra
filosofal, “O Símbolo Perdido” também tem nessa disciplina - que estuda os
fenômenos subjetivos da mente - grande parte de seu alicerce. Foi dureza agüentar
as tais discussões sobre noética envolvendo os personagens Katherine e Langdon.
PQP! Me esgotou a paciência!
Outro detalhe é a facilidade com que o leitor descobre, já no
meio do livro, quem é o vilão envolvido no desaparecimento de Solomon. Brown dá
pistas exageradas para essa descoberta. Matei a charada em pouquíssimo tempo.
Figurinha fácil, fácil!
Lembro que em “Inferno”, Brown foi mestre em iludir o leitor,
ou seja, muitas vezes o personagem que achávamos ser o ‘sangue ruim’ do enredo,
na realidade era o ‘sangue bom’ e assim vice-versa. Já em “O Símbolo Perdido”,
isso não ocorre, já que os personagens são bem caricatos.
Quanto ao final do livro me lembrou muito aqueles filmes de
caça ao tesouro que passavam na Sessão da tarde. Tinha um do Nicolas Cage que
eu não perdia por nada desse mundo: “A Lenda não sei de que”, não me lembro
agora.
Enfim galera... é isso aí. Desculpem-me aqueles que gostaram
e veneraram a obra de Brown, mas no meu caso, as lembranças não foram muito
agradáveis. Ainda bem que “Inferno” conseguiu apagar essa grande decepção e
provar que Brown ainda continua sendo capaz de criar histórias interessantes.
Aguardemos o próximo, que cá entre nós deverá demorar um
poucão, afinal de contas, o sujeito ainda está colhendo os louros iniciais de
seu sucesso com “Inferno”..
8 comentários
Fala Jam? Tudo jóia? Olha, tenho que concordar com você... Esse livro é uma bomba... Já tinha lido todos ou outros dele e os achado interessante então fui ler esse. Uma desgosto, foi um dos poucos livros que abandonei e não dei (ainda) uma segunda chance. Fora que o gancho maçônico foi terrivelmente mal usado. Os personagens estereotipados demais, caducados. Não deu para mim... (Mas sua resenha foi boa! E honesta!) Abração man!
ResponderExcluirPois é, parece que Dan Brown errou a mão em "O Símbolo Perdido", mas depois acabou dando a volta por cima graças a "Inferno". E parabéns man!! Fiquei sabendo que 'Calafrios da Noite' vem sendo um dos mais vendidos na Amazon.
ExcluirAbcs!
hehehe, tenho tido ajuda de uns caras aí! Quando estiver disposto a cansar a vista com uns outros e-books me avise! Mas falando dessa resenha (e das outras suas que li sempre muito honestas), tive a mesma impressão quanto ao símbolo perdido. Não tenho preconceito algum com best sellers ou com o "Dan", mas ele livro é um pouco massante mesmo.Ainda tentarei lê-lo até o fim, mas não deu... Abração
ResponderExcluirEu vou ser sincero já li o Fortaleza Digita e o Código da Vinci devorei os livros muito rapidamente até fiquei impressionado com a velocidade que li agora o Simbolo Perdido travei na página 185 e não tenho tesão algum de ler e olha que a maçonaria é um dos temas que eu mais gosto.
ResponderExcluirLi Inferno...após alguns 3 anos sem ler BROWN....gostei tanto q terminei rápido e voltei a pegar O Simbolo Perdido...havia me esquecido que pelejei para lê-lo...mas nunca consegui.Tentei de novo e de novo....é ruim D+.Desisti....novamente.
ResponderExcluir"O Simbolo Perdido" está muito aquém do talento de Brown... Infelizmente, ele perdeu a mão nessa história. :(
ExcluirOlá Juliano, me responda uma pergunta. Esse link que você colocou não funciona mais, mas a pergunta é...qual seria esse livro que você menciona em seus comentários?
ResponderExcluirAinda bem que não li isso aqui antes de ler o livro pois, gostei do livro, além da riqueza de detalhes(o que pra muita gente é um saco) que o autor traz,leia o livro de forma imparcial(sem se apegar a nenhum religiosismo dai fica bacana).Concordo que há momento que a leitura é arrastada mas não tira o brilhantismo do autor e nem do livro.A unica critica que faço é somente em relação as ultimas paginas do livro(que realmente não fazem efeito na historia geral do livro).
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