Flores partidas

12 agosto 2023

Flores Partidas acabou entrando em minha lista de leituras, aliás na ponta de cima dessa lista, por influência dos comentários que vi no Skoob e também em alguns blogs que eu havia visitado. Falavam tão bem da obra de Karin Slaughter que acabei não resistindo e... comprei, mas confesso que não preencheu a minha expectativa. Pelos comentários nas redes sociais serem quase uma unanimidade, eu esperava muito, mas muito mais; só que esse “muito mais” acabou não vingando, pelo menos para mim. 

Tá bem, cá estou eu novamente nadando contra a maré porque enquanto a maioria aprova, eu desaprovo. Me desculpem aqueles que acharam o livro um dos melhores thrillers policiais dos últimos anos; para mim, foi apenas uma leitura mediana. Vejam que não estou condenando a obra, mas apenas afirmando que achei razoável, nada mais que isso. Digamos que seu fosse um professor à moda antiga, daria um C+ ou até um C – sem louvor.

Flores Partidas tem um plot muito bom, reviravoltas também muito boas e personagens com um certo carisma, mas peca e muito num detalhe: a enrolação que acaba causando a dispersão da leitura. Cara, é muito blá-blá-blá, a autora floreia demais e com isso a leitura se torna exaustiva. Revelo     que me irritei bastante em muitos momentos porque nos trechos em que a narrativa estava bem “up”, muito perto de atingir o clímax, a história dava aquela broxada. O que estou querendo expor é que esse momento “up” era arrebentado com muito blá-blá-blá. “Coisa” do tipo: ‘as personagens estão seguindo de carro para um determinado local que pode guardar um terrível segredo com o poder de mudar uma das sub-tramas dentro do contexto da história, mas antes que elas alcancem o seu destino, a autora começa a explicar o modelo do carro, como o carro funciona, sem contar que os personagens começam a relembrar detalhes de suas vidas que não acrescentam nada a trama. Outro detalhe que causa dispersão e torna a leitura cansativa é o sofrimento além da conta de alguns personagens. Vamos lá, vou tentar explicar. Mais ou menos assim: fulano colocou um capuz no rosto de fulana e ao molhar o capuz tentava afoga-la. Só que essa tentativa de afogamento, por parte do vilão, se repetia várias e várias vezes. Depois vinham outras formas de tortura com as mesmas personagens que adivinhem? Se repetiam muuuitas outras vezes. Ufa! Neste caso, além da dispersão causada pelo blá-blá-blá, o excesso de masoquismo esgota o ânimo e a paciência do leitor.

Fiquei decepcionado sim. Fiquei, porque Flores Partidas tinha tudo para ser um livraço por causa de seu plot fantástico e de suas reviravoltas, mas as descrições em excesso e nas horas erradas “podando” os pontos de clímax da narrativa, impediram que isso acontecesse.

Por outro lado, se discordei da maioria das críticas que endeusaram a obra,  concordo em gênero, número e grau com as opiniões que reputam o livro de Slaughter com um dos mais pesados, tensos e violentos dos últimos anos. Flores Partidas parece uma metralhadora de gatilhos e por isso não recomendo para os leitores impressionáveis ou que estejam passando por algum momento “down” em suas vidas. A trama é muito violenta, achei alguns trechos, inclusive, até desnecessários, por isso, a leitura exige cabeça e estômago fortes. Os gatilhos estão relacionados a violência sexual, torturas, estupros, mutilações, etc.

Por fim, fica aqui um aviso para aqueles que pretendem encarar o romance, evitem ler a maioria das resenhas publicadas nas redes sociais, incluindo o resumo da história liberado pela editora Harper Collins que contém muitos spoilers. Dessa forma, vou omitir vários detalhes da trama nessa resenha e dizer apenas que se trata da história de duas personagens Claire e Lydia que tentam encontrar respostas para o desaparecimento de sua irmã Julia que ao que tudo indica foi sequestrada. Este desaparecimento envolve muitos segredos, alguns muito surpreendentes. Pena que eles foram “minados” pela enrolação da narrativa.

Inté!

2 comentários

  1. Acho que é praticamente impossível gostar de um livro quando colocamos a expectativa muito lá no alto. Já aconteceu comigo algumas vezes também.

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    1. Olá! Sim, pode ser que você tenha razão. Vou procurar baixar a temperatura do meu "termômetro de expectativa literária" com relação a algumas obras. Abraços!

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