Flores
Partidas acabou entrando em minha lista de leituras, aliás na
ponta de cima dessa lista, por influência dos comentários que vi no Skoob e
também em alguns blogs que eu havia visitado. Falavam tão bem da obra de Karin
Slaughter que acabei não resistindo e... comprei, mas confesso que não preencheu
a minha expectativa. Pelos comentários nas redes sociais serem quase uma
unanimidade, eu esperava muito, mas muito mais; só que esse “muito mais” acabou
não vingando, pelo menos para mim.
Tá bem, cá estou eu novamente nadando contra a maré
porque enquanto a maioria aprova, eu desaprovo. Me desculpem aqueles que
acharam o livro um dos melhores thrillers policiais dos últimos anos; para mim,
foi apenas uma leitura mediana. Vejam que não estou condenando a obra, mas
apenas afirmando que achei razoável, nada mais que isso. Digamos que seu fosse um
professor à moda antiga, daria um C+ ou até um C – sem louvor.
Flores
Partidas tem um plot muito bom, reviravoltas também muito boas
e personagens com um certo carisma, mas peca e muito num detalhe: a enrolação
que acaba causando a dispersão da leitura. Cara, é muito blá-blá-blá, a autora
floreia demais e com isso a leitura se torna exaustiva. Revelo que
me irritei bastante em muitos momentos porque nos trechos em que a narrativa
estava bem “up”, muito perto de atingir o clímax, a história dava aquela broxada.
O que estou querendo expor é que esse momento “up” era arrebentado com muito
blá-blá-blá. “Coisa” do tipo: ‘as personagens estão seguindo de carro para um determinado
local que pode guardar um terrível segredo com o poder de mudar uma das
sub-tramas dentro do contexto da história, mas antes que elas alcancem o seu
destino, a autora começa a explicar o modelo do carro, como o carro funciona,
sem contar que os personagens começam a relembrar detalhes de suas vidas que
não acrescentam nada a trama. Outro detalhe que causa dispersão e torna a
leitura cansativa é o sofrimento além da conta de alguns personagens. Vamos lá,
vou tentar explicar. Mais ou menos assim: fulano colocou um capuz no rosto de
fulana e ao molhar o capuz tentava afoga-la. Só que essa tentativa de
afogamento, por parte do vilão, se repetia várias e várias vezes. Depois vinham
outras formas de tortura com as mesmas personagens que adivinhem? Se repetiam
muuuitas outras vezes. Ufa! Neste caso, além da dispersão causada pelo
blá-blá-blá, o excesso de masoquismo esgota o ânimo e a paciência do leitor.
Fiquei decepcionado sim. Fiquei, porque Flores Partidas tinha tudo para ser um
livraço por causa de seu plot fantástico e de suas reviravoltas, mas as descrições
em excesso e nas horas erradas “podando” os pontos de clímax da narrativa,
impediram que isso acontecesse.
Por outro lado, se discordei da maioria das críticas
que endeusaram a obra, concordo em
gênero, número e grau com as opiniões que reputam o livro de Slaughter com um
dos mais pesados, tensos e violentos dos últimos anos. Flores Partidas parece uma metralhadora de gatilhos e por isso não
recomendo para os leitores impressionáveis ou que estejam passando por algum
momento “down” em suas vidas. A trama é muito violenta, achei alguns trechos,
inclusive, até desnecessários, por isso, a leitura exige cabeça e estômago
fortes. Os gatilhos estão relacionados a violência sexual, torturas, estupros, mutilações,
etc.
Por fim, fica aqui um aviso para aqueles que pretendem
encarar o romance, evitem ler a maioria das resenhas publicadas nas redes
sociais, incluindo o resumo da história liberado pela editora Harper Collins que
contém muitos spoilers. Dessa forma, vou omitir vários detalhes da trama nessa
resenha e dizer apenas que se trata da história de duas personagens Claire e
Lydia que tentam encontrar respostas para o desaparecimento de sua irmã Julia
que ao que tudo indica foi sequestrada. Este desaparecimento envolve muitos
segredos, alguns muito surpreendentes. Pena que eles foram “minados” pela
enrolação da narrativa.
Inté!
2 comentários
Acho que é praticamente impossível gostar de um livro quando colocamos a expectativa muito lá no alto. Já aconteceu comigo algumas vezes também.
ResponderExcluirOlá! Sim, pode ser que você tenha razão. Vou procurar baixar a temperatura do meu "termômetro de expectativa literária" com relação a algumas obras. Abraços!
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