Duas horas e 40 minutos!!! E da madruga!! Meu amigo,
confesso que não sei se terei condições físicas, psicológicas e neuronais... Pera
aí... neuronais??? Putz, ta vendo só, como já não estou concatenando os
pensamentos de maneira, pelo menos, satisfatória. Afinal, o que vem a ser
neuronais? Melhor deixar pra lá. Este é o horário exato, no qual acabei de
concluir uma reportagem sobre algo que detesto, mas sou obrigado a fazer por
força da minha profissão: entrevistar uma classe de .... de.... Cê sabe né...
aqueles caras que vivem prometendo, prometendo e... . Para vai! Deixe-me ficar ‘caladinho
da Silva” para não levar bronca no meu serviço depois. Tá vendo só o que o sono
e o cansaço fazem com a gente? Se descuidarmos, acabam soltando a língua, a
boca, as bochechas, os dentes! Emfim, tudo! Você confessa o que deve e também o
que não deve; por isso, vou me restringir apenas ao assunto do post que é o
livro “Hannibal”, de Thomas Harris.
Decidi sair no tapa com Morfeu pela madrugada afora,
porque já deveria ter publicado esse post há alguns dias, como havia prometido
no ‘Face” do Livros e Opinião. Então, mesmo com os ‘faróis’ baixos, vamos ao
que interessa e desde já me desculpe por alguns erros que certamente deverão ‘brotar’
no texto. Culpa de Morfeu.
Gente, já vou dizendo escrevendo logo de
cara: “Hannibal” é o pior livro da saga do Dr. Lecter. Não se iludam, este
livro - considerado pela ordem cronológica, o último da série – não chega aos
pés dos outros três (“Hannibal, A Origem do Mal”, “Dragão Vermelho” e “O
Silêncio dos Inocentes”). Mas vejam bem,
nem por isso, eu vou ficar malhando a obra de Harris, porque ela tem algumas
qualidades; bem poucas, mas tem. O problema
é que essas virtudes acabam sendo engolidas pelos defeitos que são ‘exageradamente
muitos’. E o maior deles é a liberdade de Hannibal Lecter. Mêo, o Lecter preso é um cara, aliás é “o cara”; já o Lecter
solto, fica totalmente descaracterizado. Mas aí você pode me encarar e dizer: “Em
Hannibal – A Origem do Mal”, o Lecter também está solto”. Acontece que as
situações são bem distintas. No livro mais recente de Harris, ele relata a
origem do personagem, ou seja, sua infância, juventude e mocidade. Revela também
os motivos que levaram uma criança inocente a se transformar num dos mais
temidos serial-killers da literatura policial. Portanto, não há como comparar as
duas obras.
Bem, retomando, à partir do momento que o autor retirou
o psiquiatra canibal de trás das grades, evaporou-se aquela aura mística de
perigo, suspense e até mesmo terror da história. Em “Dragão Vermelho” e “O
Silencio dos Inocentes”, para que policiais, médicos, agentes e outras pessoasas
pudessem se aproximar de Lecter, tinham de seguir todo um ritual. Mesmo atrás
das grades, ele era perigoso, pois podia matar uma pessoa utilizando apenas as
palavras que saiam de sua boca, como fez com um vizinho de cela que
desrespeitou a agente Starling em “O Silencio dos Inocentes”. Após o ocorrido,
Lecter cochichou algumas coisinhas no ouvido do infeliz, induzindo-o ao
suicídio.
Lecter era um perigoso predador que não podia ficar
solto de maneira nenhuma, pois apesar de imobilizado com uma camisa de força e usando
a sua emblemática focinheira exalava um clima do mais puro terror. Reportando,
mais uma vez, ao livro “O Silencio dos Inocentes”, será que o leitor se lembra do
que o psiquiatra canibal fez com uma enfermeira do manicômio onde estava preso?
Para aqueles que não se recordam, basta dizer que ele, simplesmente, devorou
parte do rosto da vítima que se abaixou para colocar alguns elétrodos em seu
peito para fazer um eletrocardiograma, creio eu. E olha que Lecter estava bem
amarradinho na maca, mas sem a focinheira.
Outro momento tenso do livro diz respeito ao
primeiro encontro entre Starling e Lecter. Quando a agente do FBI entra num
corredor lúgubre e mal iluminado com várias portas de aço sendo fechadas às
suas costas e depois caminha tensa e insegura até a cela onde está o
psicopata... caraca!! É de gelar o sangue!
É claro que não vou contar o final de “O Silencio
dos Inocentes”, pois seria um grande ‘calhorda sonolento’ - Ehehehe... gostaram
do ‘sonolento’? – mas o fechamento do enredo idealizado por Harris, foi
fantástico, pois manteve aquela aura de suspense. Em minha opinião, não haveria
a necessidade de mais um livro. A saga foi concluída com chave de ouro na obra
anterior, mas então chega a massacrante indústria cinematográfica hollywoodiana
‘intimando’ a criação de um novo roteiro, uma nova sequencia para o personagem
e lá vai o autor – seduzido pelos milhares de dólares a mais – inventar uma
continuação meia boca e toda esfarrapada. Resultado: tanto livro quanto filme
foram considerados grandes decepções, sendo malhados pela crítica e público.
Outra falha de “Hannibal” foram os personagens
caricatos. No livro quem é bom é bom e quem é mau é mau ao extremo e ponto
final. E pasmem! Os vilões são tão caricatos que conseguem, por sua vez,
transformar Lecter em uma alma caridosa. O vilão principal do livro: Mason Verger
é uma piada. O cara é tão desequilibrado que chega a beber lágrimas de
crianças! Pô Harris! Menos né?! Gente, não tem como não torcer pelo Dr. Lecter
na história.
Bem, o que sobra de bom no livro? Clarice Starling.
O leitor irá conhecer novos detalhes da vida da agente do FBI, ou seja, em que
ela se transformou após sete anos, que é a passagem de tempo entre “O Silêncio
dos Inocentes” e “Hannibal”. Garanto que Starling mudou demais as suas convicções
sobre o FBI.
Galera, palavra de honra que nem Lecter e nem Verger
atraíram minha atenção no romance; esse papel coube à agente Starling.
Ah! Já ia me esquecendo do final do livro. Éca, éca,
éca, éca e novamente éca!! E mil vezes novamente éca! Nojento e impressionante.
Quando o Dr. Lecter decide abrir a.... Ehehhe... achou que eu ia contar? No e
no, porque apesar de não ter gostado do livro, a minha opinião não pode ser
considerada um supra-sumo, já que pelo que vi em algumas redes sócias, há um
pessoal que idolatra o livro. Assim, seguramente, muitos irão ler a obra e
estragar o final nojento seria uma calhordice desse ‘calhorda sonolento”.
“Hannibal” começa onde termina “O Silencio dos
Inocentes”, com Hannibal Lecter foragido em um paraíso tropical que descobrimos
ser o Brasil, terra de grandes cirurgiões plásticos. Com novo visual, ele
distribui charme e cultura em Florença, onde passa a se dedicar a pesquisas
históricas. No entanto, para conseguir um cargo importante, o psicopata elimina a dentadas o antigo pesquisador. Mas o
FBI não desistiu de pôr as mãos no Dr. Lecter e usa a agente Clarice Starling
para atrair o canibal. O perigo maior para Lecter, porém, não são os agentes.
Totalmente desfigurado, mas com muito dinheiro em caixa, Mason Verger, uma
vítima de Lecter que conseguiu sobreviver, investe em uma mórbida vingança.
É isso aí galera! Quem quiser, fique à vontade para
ler. Talvez, ao contrário do ‘menino’ aqui, vocês acabem gostando da história.
Dios! Consegui chegar ao fim do post! O café da Lulu
até que conseguiu assustar um pouquinho o tal Morfeu.
Quem sabe, antes de encarar esses lençóis deliciosos
e esta cama que me seduz, eu ainda leia mais um conto da nova coletânea do
César Bravo, “Contos Além da Carne”. Este é para ler em doses homeopáticas;
digamos que eles sejam... bem insanos, como diz o próprio autor. Brevemente
escreverei sobre eles.
Inté galera!
Um comentário
Se o final do livro tivesse se mantido no filme, o diretor teria sido muito macho.
ResponderExcluirhttp://gatosmucky.blogspot.com.br/2013/03/destinos-do-canibal.html
Abraço.