Você já tentou ler um livro, um livro bom, muito
elogiado, mas mesmo assim, com a sua leitura empacando, sei lá... travando?
Estranho isso, concordam? Pois é, aconteceu comigo há algum tempo, “uns” dois
anos, creio eu.
Tenho, ainda, em minhas estantes vários livros que
comprei logo no início, quando resolvi criar um espaço para “abrigar” apenas as
minhas obras literárias. Isso há mais de 20 anos; e você acredita que ainda
tenho livros que adquiri naquela época e ainda não li?! Aeroporto de Arthur Hailey é um deles.
Ainda me lembro que no período em que adquiri o romance
em um sebo, o Portal Estante Virtual nem existia; ele só viria a surgir três
anos depois. “Livraria Osório – Livros usados”; viram só como ainda me recordo
do nome do sebo onde comprei Aeroporto?
Aliás, os primeiros livros que comprei – no momento em que decidi deixar de ser
um rato de biblioteca e ter as minhas próprias sagas, coleções e obras avulsas
para ler ou reler quando quisesse – foram nesse sebo localizado em Curitiba, no
Paraná. Ah! nessa mesma época ainda consegui encontrar diversas publicações na
Livraria Papirus, também de Curitiba. Acho que os dois foram os primeiros sebos
a comercializarem as suas obras pela internet.
Mas vamos voltar ao cerne dessa postagem antes que eu me
aprofunde em minhas divagações. Vamos lá. Comprei Aeroporto, influenciado pelo filme homônimo que havia assistido no
cinema em minha infância, nos meus 10 ou 11 anos; acredita?! Depois de tanto
tempo ainda me recordava de alguns momentos da história vivida pelos
personagens de Burt Lancaster e Dean Martin.
Mal o livro chegou pelos correios – naquela época
ainda existiam os ‘fretes a pagar’ quando os correios lhe avisavam que havia uma
“encomenda” para você retirar e pagar na agência; bons tempos aqueles – já
comecei a ler, mas acontece que a leitura não engatava. A história criada por
Hailey desenrola-se no agitado Aeroporto Internacional Lincoln, em Chicago, durante
uma tempestade que estende-se também, por boa parte do Centro-oeste dos Estados
Unidos. Enquanto a equipe de funcionários do aeroporto tenta contornar os
problemas oriundos dessa tempestade, surge um outro contratempo tão ou até mais
grave: um passageiro embarca em uma aeronave com uma bomba, com a intenção de
explodi-la — suicidando-se — entregando a sua família trezentos mil dólares
americanos, de seu seguro de vida.
Após investigações em terra, a tripulação do avião em
que o suicida embarcara toma decisões de emergência na tentativa de pousar a
aeronave em segurança.
Achei o roteiro incrível e quando assisti ao filme,
não conseguia desgrudar os olhos da tela, mas no momento em que peguei o livro
nas mãos, a leitura empacou. Cara, se você me perguntasse o motivo desse
bloqueio juro que eu não saberia lhe responder. Olha... sinceramente, não sei.
Tinha em mãos um romance que tanto os leitores quanto os críticos da época haviam
elogiado aos borbotões e com um enredo incrível, mas acontece que... a leitura
não ia.
No início pensei que o grande número de páginas, 563,
havia sido o motivo, mas ocorre que eu já tinha lido e adorado sagas bem mais
extensas. Depois imaginei que a causa desse bloqueio com o romance de Hailey
seria o número excessivo de personagens e consequentemente tramas paralelas, mas,
no meu caso, até aprecio enredos com essas características, desde que bem
escritos. Agora, você deve estar se perguntando: “E no caso de ‘Aeroporto’, a
narrativa com diversos personagens era bem ‘costurada’?” Eu lhe respondo que
sim; pelo menos no início até onde eu conseguia engatar a leitura.
Em outras palavras, algo estranho, muito estranho:
você ter um best-seller incrível nas mãos e não conseguir lê-lo. Ahahahahhaha!!
Contei esse fato para Lulu e ela disse rindo que talvez tenha sido o contrário:
“Olha Jam, acho que foi o livro que não topou muito com a sua cara”. Pode?
(rs).
Me desculpe ter tomado o tempo de vocês com mais essa
divagação, mas sabem... não consigo evitar, às vezes, “elas” escapam e quando
percebo já é tarde demais, já as escrevi.
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