Há livros gigantes (no tamanho) e que à primeira vista podem assustar o leitor. “Cara! Jamais vou conseguir ler essa montanha!” Geralmente fazemos tal exclamação quando deparamos com um “Titanic” de páginas a nossa frente. Mas então começamos a ler, a ler e a ler, e quando percebemos já “devoramos” uma boa parte do outrora assustador calhamaço de páginas”. Este é o tipo da obra que assusta pelo seu tamanho, mas não pelo seu conteúdo. “A Coisa”, do mestre do terror, Stephen King, pode se encaixar tranquilamente nesta categoria.
Em resumo, é a história de sete amigos adolescentes que enfrentaram uma criatura centenária que se alimentava do medo das pessoas e se apresentava de diversas formas, sendo a mais comum, num palhaço de nome Pennywise ou Parcimonioso. A criatura que ficou conhecida como “A Coisa” deixou um rastro de sangue e pavor na pacata cidade de Derry, onde matou várias crianças. É então que um grupo de sete adolescentes inseparáveis (Bill, Richie, Eddie, Stanley, Beverly, Mike e Ben) resolvem se unir para combater o ser monstruoso. E na batalha que aconteceu em 1958, eles conseguiram com muito esforço derrotar o maligno Pennywise e saírem vivos. Mas após 27 anos, “A Coisa” volta a atacar e os sete amigos, já adultos e longe um do outro, tem que se reunir novamente para a batalha final. Na primeira vez, quando crianças, eles conseguiram vencer a Coisa e ficarem vivos; mas e agora, na luta final? Quem sobreviverá e quem morrerá?
O livro de Stephen King é claustrofóbico, angustiante, tenso e mete medo pra caramba. Enfim, tudo o que uma obra de terror que se preze deva ter. O palhaço Pennywise das páginas é muito mais assustador do que o da versão para a TV feita em 1990 (o filme não foi lançado no cinema, apenas da TV e em vídeo).
De todos os vilões da literatura de terror, confesso que Pennywise foi o que mais me assustou; assustou não, pior... ainda causa calafrios; e olha que eu não tenho fobia de palhaços. Ele é a própria essência do mal e ainda por cima com uma aparência maligna sob a forma de palhaço.
A malignidade da criatura fica evidente quando Stanley, um dos sete amigos, ao receber o telefonema de Mike Hanlon, o único que ficou morando em Derry, avisando que a Coisa voltou e que eles precisarão se reunir para enfrenta-la novamente, prefere se matar. Antes de cometer o suicídio dentro da banheira, Stan ainda consegue escrever com o próprio sangue o nome da criatura: IT, ou seja, A Coisa.
O terror de Stan ao se lembrar de Pennywise coloca uma dúvida cruel na cabeça do leitor: “Será que os seis amigos que restaram – agora que ficaram adultos – terão a coragem suficiente para travar um novo duelo com o ser diabólico?”. “Qual deles sucumbirá?”. “A Coisa conseguirá destruir o forte elo que une os seis amigos?”. São perguntas que serão esclarecidas durante a leitura das 750 páginas do livro, que eu garanto serão lidas bem rapidamente.
Em seu livro, Stephen King também aborda o valor da verdadeira amizade, mostrando como seis crianças com personalidades tão distintas conseguiram superar suas diferenças para se tornarem grandes amigos. Uma amizade capaz de fazer com que o grupo – hoje adulto – deixe as suas famílias e responsabilidades de lado para se reunir novamente, mesmo sabendo que tal encontro pode significar a morte.
“A Coisa” é uma leitura obrigatória para os amantes do gênero de terror. E vou mais além, talvez a melhor obra do gênio Stephen King. Insuperável.
Ah! E não se assustem com o calhamaço de páginas. Garanto que serão lidas rapidamente.
2 comentários
Excelente resenha! Me deu vontade de ler! Abraço!!
ResponderExcluirThanks Alex!
ExcluirE não fique só na vontade, leia, de fato, porque vale à pena. Afinal de contas, muitos fãs do mestre do terror consideram "A Coisa" a sua obra prima.
Abraços!