Antes de escrever esta postagem pretendia abordar um
outro tema também relacionado com Michael Crichton. A minha intenção, na
realidade, era escrever um texto sobre os livros do autor que mereciam ter sido
adaptados para o cinema, mas acabaram sendo desprezados por diretores e
produtores. No final acabei optando por abordar os livros famosos que por sua
vez deram origem a filmes também famosos.
O motivo da escolha é que a maioria dos livros de
Crichton já foram adaptados para as telonas, o que facilitaria a elaboração
dessa lista. Mesmo assim, gostaria de fazer duas sugestões para os diretores e
produtores de Hollywood que na maioria das vezes nos presenteiam com
verdadeiras bombas deixando de lado livros tão bons que poderiam virar filmes.
Estou me referindo a Micro e Presa, duas obras incríveis do autor e
que já mereciam ter ganho uma adaptação para os cinemas há muito tempo.
Ok, mas vamos ao que interessa, aos grandes sucessos
literários de Crichton – que faleceu em novembro de 2008 – e que se
tornaram verdadeiros
“arrassa-quarteirões” nos cinemas.
01
– O Parque dos Dinossauros (1990)
Começo com livro que na minha opinião é considerado o
mais famoso de Michael Crichton, aquele que o transformou num dos escritores
mais aclamados no mundo. Jurassic Park
ou O Parque dos Dinossauros deu
início a uma das franquias mais icônicas da história dos cinemas.
O primeiro filme, lançado em 1993, ganhou três
estatuetas do Oscar, como Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e
Melhores Efeitos Visuais. E tudo começou com esse livro fantástico do autor. Um
dos melhores que eu li em toda a minha vida de leitor.
Diferentemente da produção cinematográfica de Steven
Spielberg, o livro é muito mais completo. Crichton recheia o seu texto com
detalhes técnicos que foram inteiramente banidos do filme. Desde o processo de
criação dos dinossauros por meio de manipulação genética até informações sobre
as características dos animais pré-históricos.
O autor lembra do perigo de se tentar adaptar ao ecossistema
atual, animais que viveram há milênios, num habitat completamente adverso do
nosso. Ele faz um alerta para os perigos da manipulação genética desenvolvida
de maneira irresponsável, pensando apenas em lucros fáceis.
Livraço e filmaço!
02 – O Mundo Perdido (1995)
Cinco anos depois do lançamento de O Parque dos Dinossauros, Crichton lançou
a sequência da história que repetiu o êxito da narrativa original. O livro
chegou ao Brasil em 1996 – com o título de Mundo Perdido, sem o artigo “o” - um ano depois de seu lançamento nos States e
arrebentou nas vendagens; teve até filas nas livrarias tupiniquins. A partir
daí tivemos inúmeros relançamentos – todos eles com a artigo “o” rs).
Se a obra literária agradou em cheio aos leitores em
todo o mundo, com o filme não foi diferente: as filas das livrarias se
repetiram nos cinemas. Gostei muito mais do livro que teve personagens
importantes “rifados” pelo diretor do longa, Steven Spielberg. Por exemplo, ele
optou por cortar os dois personagens que eu considerei de extrema importância
na narrativa: o paleontólogo Richard Levine e o cientista da empresa de
tecnologia genética Biosyn, Lewis Dodgson. Os dois, juntamente com o matemático
Ian Malcolm formam a trinca do romance. Considero, inclusive, Levine e Dodgson
bem mais importantes para o desenvolvimento do enredo do que o próprio Ian
Malcolm.
Mas tudo bem, apesar disso, o filme – como todos nós
sabemos – foi um baita sucesso nas telonas.
03
– O Enigma de Andrômeda (1969)
O Enigma de Andrômeda, escrito em 1969, é um grande livro.
Daqueles que fazem o leitor entrar nas páginas e viver a história junto com os
personagens, como se estivesse ao lado deles.
No enredo de Crichton, um satélite dos Estados Unidos
cai numa pequena cidade e uma bactéria fatal e desconhecida começa a matar a
população. Misteriosamente apenas um bebê e um bêbado conseguem sobreviver. Uma
equipe de quatro cientistas é convocada para estudar as causas da morte. A
partir daí, eles passam a correr contra o tempo tentando encontrar uma solução
para o enigma e assim salvar a humanidade. A pergunta raiz da questão é a
seguinte: “o que defendeu o bebê e o bêbado da ação da bactéria mortal que se apossou do satélite e dizimou
todos os habitantes da cidade?
O livro cria uma cumplicidade impar com os leitores,
como se os convidasse a ajudar os pesquisadores em suas descobertas. O filme de
Robert Wise segue a mesma vertente do livro, ou seja, nada de correrias e
agitação. Tanto a narrativa literária quanto a sua adaptação para as telonas faz
com que os leitores se sintam parte da equipe de cientistas, como se eles
estivessem ali, ao lado dos personagens, descobrindo detalhes importantes que
podossam ajudar na investigação do fato.
Livro e filme bem intimistas, mas ótimos.
04
– Sol Nascente (1992)
Sol
Nascente foi sem dúvida o primeiro livro a colocar na moldura
da ficção as preocupações reais dos americanos com relação ao avanço do Japão
no mercado econômico mundial. O enredo elaborado por Crichton é provocativo e
instigante, oferecendo ao leitor um coquetel de suspense e detalhes técnicos
que são a marca registrada do autor.
No romance, uma bela jovem é morta por asfixia, numa
sala de conferências pertencente a uma grande corporação japonesa, em um crime
sem motivação aparente e que pode até ter sido acidental. Quando a polícia
começa a seguir pistas em busca do assassino, tem início uma caçada perigosa,
em meio a um emaranhado de segredos. Com isso, o latente conflito entre a visão
comercial de japoneses e americanos revela-se na disputa do prêmio maior: o
controle da tecnologia.
Para resolver o mistério da jovem assassinada, um
policial de Los Angeles se une a um detetive enigmático. No andamento do caso,
o policial começa a desconfiar que seu parceiro trabalha secretamente para os
japoneses.
Este thriller foi levado às telas em 1993 e teve nos
papéis principais: Sean Connery, Wesley Snipes e Harvey Keitel.
05
– O Homem Terminal (1973)
Cara, fiquei tão impressionado com livro e filme que
mesmo depois de décadas, eles ainda não saem da minha cabeça. Em O Homem Terminal, Crichton narra o drama do personagem Harry Benson, um
cientista de computação especializado em vida artificial e que após um
traumatismo craniano causado por um acidente de carro, descobre ser portador de
LDA – Lesão Desinibitória Aguda – uma espécie de lesão cerebral que o faz
sofrer terríveis crises nas quais perde completamente a inibição contra atos
violentos e assume uma personalidade agressiva, cometendo crimes dos quais nada
lembra ao término da crise. Na tentativa de curar a lesão, o paciente é
submetido a uma cirurgia única e inacreditável, onde tudo pode dar certo ou
ficar pior do que já está.
A história, de fato, prende o leitor do início ao fim.
Quanto ao filme teve uma adaptação bem fiel ao enredo original escrito por
Crchton, portanto, também conquista por inteiro o leitor.
Taí cinco livros de um dos meus autores preferidos que
recomendo para toda a galera de “leitores-cinéfilos”.
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