Cara, ontem estava muito mal, não fisicamente, mas
emocionalmente e porque não, espiritualmente. Isto mesmo: espiritualmente,
porque quando o nosso emocional caminha sobre águas turbulentas, nossas crenças
dão uma tremidinha. Tudo bem, só uma tremidinha, mas não esmorecem, pelo menos
as minhas.
Pois é, estava nessa situação ruminando uma somatória
de “fatos-problemas” que rolaram em meu serviço somados a vida corrida e mal
remunerada de jornalistas de cidades do interior. Não adianta galera, por mais
competente que o profissional da área seja, a sua categoria é atrelada a um
piso salarial que varia conforme o número de habitantes de sua cidade. Daí você
pode questionar o seguinte: “Pô, se você é competente sai de sua cidade do
interior e arrume um emprego numa cidade grande” – Ahahahaha! Falar sempre foi
e continuará sendo por todos os séculos dos séculos mais fácil do que fazer. Saiba
que um conjunto de fatores podem impedir essa mudança considerada tão fácil
para aqueles que enxergam a situação à distância.
Mas voltando a minha linha de raciocínio. Estava “brigando”
com a minha equação de problemas: problemas particulares + ‘buchas” e “buchas’
no trabalho + contas para pagar + problemas de saúde. Caráculas! Estava difícil
encontrar uma solução para essa equação. Sabia apenas que se somasse tudo isso,
o resultado seria “insegurança com o futuro”.
Estava no epicentro dessas ruminações quando Lulu
chegou em casa com um livro chamado Viva
mais, pense menos. – Estou lendo esse livro que a minha irmã me emprestou.
Ela leu e como gostou muito me emprestou. Depois que eu acabar de ler passo pra
você. – Não consegui disfarçar a surpresa e muito menos segurar a risada sonora
que ‘soltei’. – PQP! Você virou uma maga que lê pensamentos?! – exclamei.
Cara, nunca o título de um livro se encaixou tão bem
em um momento de minha vida como aquele em que Lulu sacou de sua bolsa e
colocou no sofá ao meu lado.
Entonce, foi assim que surgiu a ideia de escrever essa
postagem. Depois, enquanto Lulu se arrumava para sairmos, fiquei pensando como
os livros podem nos ajudar nesses momentos de ansiedade que acabam gerando
deprê ou insegurança. Aqueles que acompanham o blog há bastante tempo, já devem
saber que não sou um grande fã de livros de autoajuda, mas não posso negar que
já li alguns – poucos, bem poucos – e gostei. Não posso negar,
também, que eles devem ajudar muitas pessoas que estejam precisando de um empurrãozinho
na vida para continuar a sua jornada.
Por isso resolvi indicar cinco livros sobre o tema
para as pessoas que estejam passando por uma crise de insegurança parecida com
aquela que eu estava enfrentando. É claro que em muitas situações, os
medicamentos são indispensáveis para o tratamento da ansiedade, mas que alguns
livros ajudam... sim, ajudam e muito.
Grande parte dessas obras foi uma sugestão de Lulu que
é uma expert em livros de autoajuda. Valeu, novamente, grande amor da minha
vida (rs).
01
– Viva mais, pense menos (Pia Callesen)
Claro que não poderia deixar de iniciar a nossa lista
com a indicação do livro que inspirou essa postagem. É importante frisar que a
sua autora, Drª Pia Callesen é especialista em terapia metacognitiva e Ph.D. pela
Universidade de Manchester; portanto com larga experiência no tema.
Achei interessante a sua abordagem sobre o assunto, ou
seja, como não deixar que pensamentos negativos fiquem ruminando em nossas
mentes gerando uma baita insegurança quanto ao futuro. Segundo ela, ao longo de milhares de anos, o
corpo humano desenvolveu a capacidade de curar feridas, cortes e ossos
quebrados. Todos aprendemos que um joelho que sangra depois de uma queda não
fica sangrando o resto da vida. Ele se cura sem que tenhamos de fazer nada, e
isso acontece relativamente rápido.
Mas se cutucarmos, coçarmos e esfregarmos a ferida,
ela não vai se fechar. Ao contrário, pode acabar infeccionando ou deixando uma
cicatriz.
Segundo a autora, o mesmo acontece com nossa psique. Ela
explica que no momento em que passamos por algo desagradável ou doloroso,
nossos pensamentos se concentram nessa experiência e com isso, ela acaba
reaparecendo várias vezes por dia, na forma de pensamentos e imagens.
Para a Drª Pia, assim como a pele se cura se
resistirmos à tentação de cutucar o machucado, a mente também se cura se não
alimentarmos nossos pensamentos e sentimentos com ruminações. Se não os
fixarmos na mente e não os acessarmos o tempo todo, em algum momento eles vão
embora, passando como grãos de areia em uma peneira.
Viva
mais, pense menos que tem como subtítulo Como evitar que pensamentos negativos se
transformem em depressão explora as nuances da chamada terapia
metacognitiva que nas palavras da autora “não vai proteger você dos desafios da
vida, mas vai ajudá-lo a retomar o controle sobre seus pensamentos e sobre a
ruminação”. Drª Pia conclui dizendo que essa terapia permite superar a
depressão e viver plenamente.
02
– Para você que teve um dia ruim (Victor Fernandes)
Este livro está recebendo uma enxurrada de críticas
positivas. Na Amazon ganhou cinco estrelas com louvor nos comentários dos
leitores. O depoimento simples de um leitor me chamou a atenção para a
importância da obra de Victor Fernandes para as pessoas que estão passando por
momentos ‘down’ em suas vidas. Veja só: “Nos meus dias ruins, li o livro, e ele
me fez continuar seguindo. Saber que outras pessoas passam e passaram pela
mesma coisa que você, e que conseguiram vencer, nos encoraja a vencer, também”.
Uma frase simples, mas forte, não acham? Fernandes frisa que não há uma solução
mágica para os nossos problemas.
Não vai ter mágica. Não vai ter um clique onde tudo
vai passar de uma maneira brusca. Não vão ter soluções caindo do céu. Ele
revela que a única solução mágica que conhece é continuar seguindo em frente
apesar de tudo. Continuar vivendo, enfrentando, caminhando mesmo cambaleando e
tropeçando e sentindo dor.
É preciso se permitir seguir em frente. Permitir-se
levantar e continuar. Parar de se achar fraco. O autor que afirma já ter vivido
momentos terríveis, fases difíceis, dias ruins, além de ter tropeçado muito e ter
pensado que não teria mais forças para prosseguir. “Dei inúmeras voltas por
cima. Apesar de jovem, já senti muitas vezes o peso que a vida tem. Aprendi a
ser leve. Não, não foi fácil. Nunca é, mas consegui”.
Fernandes afirma que não somos fracos, apenas estamos passando
por dias ruins, por momentos dolorosos, por algumas situações incômodas, mas
estamos longe de sermos fracos. E ressalta: “Olhe quantas coisas você superou,
quantas coisas você precisou enfrentar e conseguiu dar a volta por cima”.
Basicamente “Para você que teve um dia ruim” nos ensina a ser resilientes.
03
– Ansiedade: Como enfrentar o mal do século (Augusto Cury)
Apesar de não ser – como já disse - um grande fá do
gênero autoajuda, não posso esconder que sou ‘fanzaço’ de Augusto Cury. Amei a
coleção “Análise da Inteligência de Cristo (ver aqui) escrito por ele. Por isso,
deixar de incluir uma obra sua nessa lista seria muita injustiça. Escolhi – por
sugestão de Lulu - Ansiedade: Como enfrentar
o mal do século. Ela leu e adorou.
Neste livro, de acordo com sinopse fornecida pela
editora Benvirá, as pessoas vivem em uma sociedade de excessos onde são
bombardeadas por informações que, na maior parte das vezes, não conseguem absorver.
Há pressões de todos os tipos e cobranças que nos tornam reféns da nossa mente.
Segundo o autor, essa situação alterou algo que deveria ser inviolável - o
ritmo de construção de pensamentos -, gerando consequências seríssimas para a
saúde emocional, o prazer de viver, a inteligência e a criatividade.
Cury ressalta que pensar é bom, pensar com consciência
crítica é melhor ainda, mas pensar excessivamente é uma bomba contra a
qualidade de vida e um intelecto criativo e produtivo. Em “Ansiedade: como
enfrentar o mal do século”, o escritor, psiquiatra e psicoterapeuta apresenta a
Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA), uma das doenças mais penetrantes da
atualidade. Ainda pouco conhecida por psicólogos e psicopedagogos, não raro a
SPA é confundida com hiperatividade ou transtorno do déficit de atenção. O
livro apresenta os sintomas e as consequências desse mal bem, como as técnicas
para enfrentá-lo e recuperar sua tranquilidade, emocional e mental.
04
– As coisas que você só vê quando desacelera (Haemin Sunim)
Um amigo que estudou e também trabalhou comigo disse
que leu o livro na época de seu lançamento, há pouco mais de cinco anos, e revelou
que a obra do mestre budista da Coreia do Sul, Haemin Sunim é um verdadeiro
tapa na cara daquelas pessoas que ficam ruminando pensamentos negativos e
projetando situações complicadas antes delas acontecerem, e se acontecerem. Pronto!
Este livro não seria um tapa, mas um soco na minha cara bem naquele naquele
momento em que estava ‘estatelado’ no sofá de casa projetando situações nada
positivas em minha vida.
Em As coisas que
você só vê quando desacelera, o autor através de suas colocações tenta tranquilizar
os pensamentos e cultivar a calma dos leitores. O livro tem várias ilustrações
e uma narrativa que de acordo com o release da editora Sextante ajudam os
leitores a entender os seus relacionamentos, trabalho, aspirações e espiritualidade
sob um novo prisma, revelando como a prática da atenção plena pode transformar
nosso modo de ser e de lidar com tudo o que fazemos.
Se interessou pelo livro? Então confira dois
depoimentos que os leitores do Kindle destacaram: “Quando tiver uma sensação
desagradável, não se prenda a ela nem a fique remoendo. Em vez disso, deixe-a
em paz para que possa fluir. A onda de emoção vai recuar naturalmente se você
não alimentá-la pensando nela sem parar”. Interessante, não acharam? Confiram
essa outra: “Nós nos sentimos infelizes não só porque algo ruim aconteceu, mas
também por causa do turbilhão de pensamentos sobre o que aconteceu”.
E para finalizar deixo também a opinião do mestre zen Haemin
Sunim: “Quando nossa mente está alegre e compassiva, o mundo também está.
Quando ela está repleta de pensamentos negativos, o mundo parece sombrio. E
quando nossa mente descansa, o mundo faz o mesmo”. Pronto! Novamente, outro
soco na minha cara. Fui a nocaute.
05
– O Mestre da sensibilidade (Augsuto Cury)
A leitura desse livro que faz parte da coleção Análise da Inteligência de Cristo é
indispensável para adultos, idosos ou jovens que estejam enfrentando situações
difíceis em suas vidas e por isso sofrendo com a ansiedade ou depressão.
Em O Mestre da
sensibilidade, Augusto Cury apresenta um estudo sobre as emoções de Jesus e
explica como ele foi capaz de suportar as maiores provações. Diante das
angústias que antecederam sua morte, como a traição de Judas, a falta de apoio
dos discípulos e a consciência do cálice de que iria beber, Jesus demonstrou
ser um grande mestre na escola da vida.
O sofrimento, em vez de abatê-lo, expandiu sua inteligência.
Através de sua história, Jesus provou que é possível encarar a dor com
sabedoria.
Apesar de ter todos os motivos para desistir de seu
chamado e tornar-se uma pessoa fechada e agressiva, tornou-se um ícone de
celebração à alegria, à liberdade e à esperança.
O exemplo de Jesus nos ajuda a melhorar a qualidade de
vida e a prevenir doenças psíquicas como a depressão, a ansiedade e o estresse.
Analisar seu brilhante comportamento acende as luzes de nossa consciência e nos
torna pessoas mais abertas para as infinitas maravilhas da existência.
Li e adorei.
Portanto, xô ruminações de pensamentos negativos e mãos
a obra; melhor ‘dizendo’: Mãos aos livros.
2 comentários
Também nunca fui muito chegado a livros de autoajuda, mas achei o conteúdo muito pertinente, Jam, especialmente pelo contexto que nós estamos vivendo, em que há uma atenção tão grande à saúde mental. Vou procurar alguns livros da lista (os que mais me interessaram foram os itens 01 e 03).
ResponderExcluirSem dúvida, impedir que problemas pessoais e profissionais afetem a nossa vida não é tarefa das mais fáceis. Felizmente, temos a literatura que, assim como outras coisas e também pessoas, pode nos ajudar a lidar com esses momentos difíceis.
Grande abraço, Jam!
Olá Tex! Que bom vê-lo por aqui novamente. Você citou algo que eu também considero muito importante para a nossa saúde mental, além dos livros e medicamentos/psicoterapia, quando for necessário. Este "algo" a mais são "pessoas". Isto mesmo, os bons amigos, as boas companhias são verdadeiras aragens nesses momentos. Muito bem lembrado.
ExcluirUm grande abraço meu amigo!