Seis livros imperdíveis com mais de mil páginas

01 outubro 2020


Quando topamos com um calhamaço de páginas bem alí, na nossa frente, a primeira reação é coçar a cabeça, depois colocar a mão no queixo e finalmente virar a costas para aquele “pesadelo” e continuar a caçada por uma obra menos robusta. Resultado: saímos da livraria com “algo” em torno de... 300 páginas, no máximo e, ainda, assustados com aquela “bíblia” que deixamos para atrás.

Ocorre que nem todos os calhamaços devem ser desprezados. Cara, tem muitos livros com 800, 900 ou até mesmo com mais de 1.000 páginas espetaculares capazes de proporcionar viagens maravilhosas para os seus leitores. 

Sabe de uma coisa? Fico imaginando as famosas sagas literárias não fossem divididas em vários volumes. Ohohohoh!! Seria um Deus nos acuda! Imagine um livro com mais de 2.800 páginas. Isso mesmo! Você leria? Entonce, o clássico O Tempo e o Vento de Érico Veríssimo teve que ser dividido em diversos volumes: sete, para ser exato; para dessa maneira não deixar os leitores em pânico. Graças a esse fracionamento, a qualidade do texto de Veríssimo pode ser apreciado e elogiados por muitas pessoas; e assim, acontece com outras sagas.

Por isso, antes de fugir de um ‘livrão’, procure saber mais sobre o seu enredo e também as opiniões de outros leitores, pois caso contrário, você correrá o risco de perder a oportunidade de passar momentos agradáveis ao lado desse companheiro à primeira vista, assustador.

No post de hoje, selecionei seis livros com mais de 1.000 páginas, mas com enredos encantadores, daqueles que você deseja que nunca termine. Com certeza, esses livros não irão assustá-los, pelo contrário, vocês irão amá-los.

Vamos a eles!

01 – It (Stephen King)


Editora: Suma

Páginas; 1.104

Com relação a It ou A Coisa de Stephen King repito o que escrevi no início de um post que publiquei nos primórdios do blog, em 2011: “Há livros gigantes (no tamanho) e que à primeira vista podem assustar o leitor.

- Cara! Jamais vou conseguir ler essa montanha! - Geralmente fazemos tal exclamação quando deparamos com um “Titanic” de páginas a nossa frente. Mas então começamos a ler, a ler e a ler, e quando percebemos já “devoramos” uma boa parte do outrora assustador calhamaço de páginas”. It é o tipo da obra que assusta pelo seu tamanho, mas não pelo seu conteúdo.

O livro de King é deliciosamente assustador, deliciosamente nostáligico, além de mostrar a importância da verdadeira amizade.

Em resumo, é a história de sete amigos adolescentes que enfrentaram uma criatura centenária que se alimentava do medo das pessoas e se apresentava de diversas formas, sendo a mais comum, um palhaço de nome Pennywise ou Parcimonioso. A criatura que ficou conhecida como “A Coisa” deixou um rastro de sangue e pavor na pacata cidade de Derry, onde matou várias crianças. É então que um grupo de sete adolescentes inseparáveis (Bill, Richie, Eddie, Stanley, Beverly, Mike e Ben) resolvem se unir para combater o ser monstruoso. E na batalha que aconteceu em 1958, eles conseguiram com muito esforço derrotar o maligno Pennywise e saírem vivos. Mas após 27 anos, “A Coisa” volta a atacar e os sete amigos, já adultos e longe um do outro, tem que se reunir novamente para a batalha final. 

02 – O Conde de Monte Cristo (Alexandre Dumas)


Editora: Martin Claret

Páginas: 1.304

Li as duas versões de O Conde de Monte Cristo: a integral, com mais de 1.300 páginas, lançada pela Zahar, e a infanto-juvenil, com 354 páginas, publicado pela editora Círculo do Livro. Posso garantir que gostei muito mais do texto original.

O Conde de Monte Cristo foi escrito no formato de folhetim no período de 1844 a 1846 e publicado em jornais de vários países, inclusive no Brasil. O livro com texto integral (Martin Claret – volume único, e Zahar – box com dois volumes) traz o enredo original que Alexandre Dumas escreveu no formato folhetinesco.

 Os diálogos integrais dos personagens são o ponto alto do enredo original. Eles transmitem ao leitor os momentos de tensão, amor e ódio vividos pelos personagens.

Na obra de Dumas, Edmond Dantés é um destemido, mas ingênuo marinheiro que em 1815 acaba preso após um complô armado por quatro pessoas: três amigos (“mui amigos”) e um juiz. O livro tem passagens fortes e emocionantes, entre as quais o encontro do Conde de Monte Cristo com a sua ex-noiva Mercedes que agora está casada com o seu ex-amigo, o    traidor Fernand Mondego.

O enredo fantástico nos prende na teia de aranha tecida por Dantes para se vingar de seus inimigos.

Gostei tanto do livro que acabei assistindo ao filme, baseado na obra, com Richard Chamberlain e Tony Curtis e que passou nos cinemas em 1975. Na minha opinião, uma versão bem mais fiel a obra de Dumas do que a produção cinematográfica de 2002 com Jim Caviezel.

03 – O Regresso (Rosamunde Pilcher)


Editora: Bertrand Brasil

Páginas: 1.091

Ainda não tive a oportunidade de ler a obra de Rosamunde Pilcher, mas conheço algumas pessoas que leram e adoraram. Além do mais, basta a ver os comentários do livro nas redes sociais para concluirmos o quanto a obra é boa.

Aqueles que conhecem o enredo classificam O Regresso como um livro vibrante, rico em ternura e sensibilidade, oferecendo ao leitor uma trama fascinante e um elenco de personagens cativantes que permanecerão por longo tempo na memória.

Pilcher conta a história de Judith Dunbar que jamais conheceu efetivamente a segurança e o bem-estar de uma vida em família. Natural de Colombo, onde o pai trabalha numa empresa de navegação, ela passa a adolescência num internato só para meninas, enquanto a mãe e a irmã mais nova vivem no exterior.
Ela leva uma vida pouco feliz - mas, certamente, a única que pode ter. Até o dia em que uma nova colega de escola convida-a para passar o fim de semana em sua mansão. E, claro, Judith acaba se apaixonando pela família de sua colega. A começar pela elegante e glamourosa Diana, que oferece-lhe para sempre o quarto rosa da casa. O reservado e amável Coronel, que a acolhe como se fosse sua "própria filha". E Athena e Edward, irmãos de Loveday, com quem Judith se identifica à primeira vista.
Como num verdadeiro conto de fadas, Judith passa de uma simples garota solitária a um jovem bem educada e generosa, embalada em meio a chamas de amor e afeição.

04 – O Senhor dos Anéis (J.R.R. Tolkien)


Editora: Martins Fontes
Páginas: 1.202

Será que essa obra com mais de 1.200 páginas precisa de algum advogado para defender as suas qualidades? Evidente que não. Li “O Senhor dos Anéis” em volumes separados (ASociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei) publicados pela Martins Fontes, mas afirmo que leria, sem nenhum problema, a edição única do enredo. Que história! Ela entrou no coração de todos aqueles que tiveram a oportunidade e a felicidade de a ler.

A saga, que já vendeu milhões de cópias em todo o mundo, continua encantando pessoas de todas as idades.

Li a trilogia O Senhor os Anéis muito antes de inaugurar esse blog. Juro que nem passava pela minha cabeça que um dia teria o ‘Livros e Opinião’. Certamente estarei relendo a obra e muito seduzido em adquirir o volume único da Martins Fontes lançado em 2001.

05 – Os Miseráveis (Victor Hugo)


Editora: Martin Claret

Páginas: 1.512

Não se assustem com as 1.512 páginas de Os Miseráveis, pelo contrário, fiquem ansiosos por ler esse verdadeiro calhamaço. Victor Hugo escreveu uma história inquietante, mas ao mesmo tempo emocionante; uma poderosa denúncia a todos os tipos de injustiça humana.

Publicado em 1862 deu origem a muitas adaptações, no cinema e muitas outras mídias. O autor descreve a vida das pessoas pobres em Paris e na França provincial do século XIX, se concentrando mais particularmente no destino de Jean Valjean, um homem que, por ter roubado um pão, é condenado a dezenove anos de prisão. Valjean representa todas as temáticas de pobreza, desigualdade social e injustiça em um mundo cheio de perversidades e grosserias. 

Vale lembrar que O clássico de Victor Hugo foi adaptado para o cinema mais de 50 vezes e, em 2013, conquistou três estatuetas do Oscar. Enfim, uma obra incrível.

06 – Dom Quixote de La Mancha (Miguel de Cervantes)


Editora: Nova Fronteira

Páginas: 1.248

Li a obra máxima de Miguel de Cervantes ainda na escola, na época do saudoso ginasial. Apesar da pouca idade, adorei. Foi um dos livros que marcaram a minha vida. Como não se apaixonar por Dom Quixote e seu fiel escudeiro Sancho pança? Impossível.

Agora descobri esse box da editora Nova Fronteira contendo várias ilustrações e notas de rodapé, e adivinhe só se não irei adquiri-lo, mesmo sabendo ter várias leituras acumuladas.

O livro traz a história de um ingênuo senhor rural cujo passatempo favorito era a leitura de livros de cavalaria. Na sua obsessão, acreditava literalmente nas aventuras escritas e então decide tornar-se um cavaleiro andante.

As suas viagens sucedem-se sob a alucinação de que estava vivendo na era da cavalaria; pessoas que encontrava nas estradas pareciam-lhe como cavaleiros em armas, damas em apuros, gigantes e monstros; até moinhos de vento na sua imaginação eram seres vivos.

Combatendo as injustiças, o personagem enfrenta situações penosas e ridículas, mantendo, porém, uma figura nobre e patética.

Acredite, as mais de 1.200 páginas passarão rapidinho.

 

2 comentários

  1. Olá!

    Pois é, calhamaços muitas vezes assustam, mas quando mergulhamos nessas longas histórias parece que não queremos mais sair!!

    Quero muito ler Os miseráveis no próximo ano. :)

    Beijo,

    Samantha Monteiro
    Degrau de Letras

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    Respostas
    1. Samantha, pode ler sem medo. "Os Miseráveis" apesar daquele mar de páginas é um livro que mexe com os sentimentos dos leitores. As páginas voam. Desejo uma boa leitura!

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