Orgulho e Preconceito de Jane Austen se tornou ao longo dos anos uma das obras mais famosas da literatura mundial o que lhe valeu, merecidamente, o status de antológica. O sucesso do livro fez com que crescesse a curiosidade dos leitores com relação ao nome de Austen; e curiosidade, você sabe muito bem, significa segredos. Dessa forma, as histórias, digamos, mais particulares da autora foram aguçando a curiosidade dos devoradores de livros contemporâneos que aprenderam a admirar as obras de Austen. Estava na cara que mais cedo ou mais tarde, alguém iria escrever uma biografia sobre a sua vida. E não deu outra, em 2011, Catherine Reef lançou Jane Austen – Uma Vida Revelada. O livro de 224 páginas foi publicado no Brasil pela Novo Século e vendeu “horrores”. Dessa maneira, os fãs da criadora de Orgulho e Preconceito puderam conhecer vários detalhes mais íntimos de sua vida.
Nascida em dezembro de 1775 em Steventon, na Inglaterra, Austen foi a segunda filha de uma família de seis meninos. Desde a pré-adolescência, ela já mostrava inclinação e talento para a escrita. A habilidade de escrever personagens femininas complexas e de explorar os conflitos das relações de classe e gênero fizeram dela uma escritora à frente de seu tempo, publicando clássicos como Razão e Sensibilidade (1811), Mansfield Park (1814), Emma (1815), A Abadia de Northanger e Persuasão (ambos de 1818).
Confiram nessa postagem oito fatos interessantes
apresentados pelo livro de Catherine Reef. Vamos lá!
01 – Rosto desconhecido
O verdadeiro rosto de Austen é completamente
desconhecido. O que nós vemos são pinturas ou representações gráficas do semblante
da famosa autora. Os mais interessados em descobrir pelo menos parte da verdade
terão de assistir ao filme “Amor e Inocência” onde a atriz Anne Hathaway vive a
própria Jane Austen. A única imagem que existe da autora é a de um retrato que a
sua irmã chamada Cassandra pintou e que, segundo várias fontes, não corresponde
com a figura de Austen. De acordo com Reef, relatos de conhecidos descrevem a
autora de Orgulho e Preconceito como “uma boneca”, com bom
humor e “uma boa dose de cor na face”, outros dizem que ela tinha “bochechas
cheias e arredondadas”. Já um de seus vizinhos afirma que ela era “uma pessoa
alta e seca, com as maçãs do rosto muito salientes”.
02
- Responsabilidades domésticas
Jane Austen era filha de um reverendo. Enquanto seus
irmãos puderam estudar matemática, história e outros campos do
conhecimento, ela e sua irmã ficaram limitadas a habilidades domésticas ou
consideradas essenciais a uma esposa, como a capacidade de costurar e tocar
piano.
03. Rompendo paradigmas da época
Jane Austen estava muito à frente de sua época e isso
ficou provado quando aos 20 anos, a jovem conheceu Tom Lefroy, sobrinho de uma
família amiga, e os dois se encantaram um pelo outro. Na época, dois jovens não
podiam ficar sozinhos e um só poderia escrever para o outro se estivessem
noivos — Jane e Tom quebraram essas e outras regras, o que foi considerado um
comportamento vergonhoso por amigos e familiares que acompanharam os
acontecimentos.
O par se encontrou cerca de quatro vezes em ocasiões
sociais, e nunca chegou a ter um envolvimento mais sério. Isso porque, quando
os pais de Lefroy perceberam a possibilidade de ele se envolver com a filha de
um reverendo, apressaram a ida do rapaz a Londres. Como ele era filho de um
oficial do exército, acreditava-se que ele merecia mais.
04
– A origem de Razão e Sensibilidade
Enquanto se encantava por Tom Lefroy, Austen deu
início ao romance Elinor e Marianne, sobre duas irmãs: uma guiada
pela prudência; outra, pelo coração. Quinze anos depois, a história foi publicada
anonimamente em três volumes com o título de Razão e Sensibilidade e,
em 1995, foi adaptado para os cinemas, com um roteiro de Emma Thompson, que
também interpretou Elinor.
05
– Dependente dos familiares
Apesar da inteligência e da carreira como escritora,
ser solteira era um fator que a deixava dependente dos outros. Quando, em
meados de 1800, sua família decidiu se mudar de Steventon, cidade onde nasceu e
cresceu, para Bath, ela teve que ir junto, mesmo contrariada. Ela só foi ter
dinheiro próprio aos 36 anos, quando Razão e Sensibilidade foi
publicado.
06
– Austen envenenada?
Acredita-se que a escritora tenha sofrido a Doença de
Addison, um distúrbio no qual as glândulas adrenais não produzem hormônios
suficientes. Nos últimos anos, no entanto, cientistas levantaram a
possibilidade de Austen ter morrido envenenada por arsênico.
A teoria surgiu quando os cientistas começaram a
analisar três pares de óculos que teriam pertencido à autora. Após sua morte, a
escrivaninha de Austen ficou com sua irmã, Cassandra, que a passou adiante para
outro irmão. Em 1999, o móvel foi doado para a British Library por Joan
Austen-Leigh. Dentro dele, os pesquisadores encontraram os óculos.
Durante a análise, perceberam que os graus das lentes
variavam muito de um óculos para o outro, como se o dono deles tivesse a visão
deteriorada com o passar do tempo. A descrição bate com a feita por Austen
durante seus últimos anos de vida: em cartas para irmã Cassandra, ela relatava
estar com cada vez mais problemas de visão.
Os cientistas então consultaram o optometrista Simon
Barnard que, ao avaliar os resultados, sugeriu que Austen, de início, usou
óculos para leitura e bordado. O especialista acredita que a escritora então
começou a ter catarata. A possibilidade de a doença ter sido causada por
diabetes foi descartada, já que teria que estar avançada demais, e
possivelmente a autora não conseguiria sobreviver tempo o suficiente para ter
diferentes graus de óculos.
Barnard sugeriu então que, se Austen teve catarata, a
doença foi causada por um envenenamento acidental por algum metal pesado, como
o arsênico, já que a substância era comum em remédios, na água e até mesmo no
papel de parede da época. A hipótese, no entanto, não foi confirmada.
Taí galera, espero que os fás de Jane Austen tenham
matado pelo men os um pouco da sua curiosidade com relação a autora.
Inté!
3 comentários
Oi, José Antônio! Como vai?
ResponderExcluirSegundo relatos de parentes e de conhecidos das moças, Cassandra e (sobretudo) Jane eram consideradas muito bonitas e bem atraentes, o que, associado a outros atributos, corresponderia, de certo modo, à descrição das qualidades físicas de Elinor e de Marianne Dashwood, as irmãs protagonistas do excelente romance Razão e Sensibilidade. Quanto ao envolvimento de Austen com Thomas Lefroy, há escassíssimas informações que detalham sua relação, de maneira que aquilo que retrata o filme Amor e Inocência baseia-se menos na verdade do que na fantasia.
Um abraço!
http://tudoquemecomove.blogspot.com/
Olá Karen,
ExcluirValeu pelas informações. Ajudaram muito a complementar o post.
Abraços!
Oi, José Antônio!
ResponderExcluirFico contente por ter lhe fornecido informações que desconhecia sobre Jane Austen! A propósito, há várias postagens em meu blog, Tudo o que me (co)move, a respeito da escritora, por sinal, minha grande favorita, de forma que, se desejar, pode ficar à vontade para explorá-las.
Um abraço!