Há algum tempo escrevi uma postagem sobre a minissérie
de HQs Marvels (ver aqui) lançada nos
anos 90 e que provocou uma reviravolta nas histórias já batidas de
super-heróis. Com roteiros de Kurt Busiek, a minissérie lançou o desenhista Alex Ross ao estrelato.
Resumidamente, Marvels
acompanha um fotógrafo-jornalista chamado Phil Sheldon que vai acompanhando e
fotografando os principais acontecimentos do Universo Marvel, mostrando como os
maiores heróis da Terra influenciaram a vida de milhares de pessoas comuns.
Por que Marvels
é considerada uma minissérie antológica? Simples. Tanto Busiek quanto Rossa
resolveram dar um chute no traseiro
daquelas histórias em quadrinhos convencionais, do
tipo “super-herói versus vilão e esquece o resto”. Ah! Eles aproveitaram o
embalo e também deram um chega prá lá nos problemas existenciais desses
super-heróis, fugindo, assim, completamente dos padrões convencionais da época,
uma visão que já estava ficando ultrapassada.
Busiek esqueceu a cansativa luta super-heróis versus vilões
e passou a questionar como seria o posicionamento desses super-heróis junto a
sociedade humana. Resumindo: Busiek criou um roteiro onde os seres humanos
normais teriam mais importância do que os super-heróis. Os leitores passaram,
então, a ver o Universo Marvel de uma forma diferente, ou seja, não pela ótica de
personagens poderosos, mas pelo ponto de vista de um ser humano comum que
convive no mesmo ambiente desses seres dotados de poderes descomunais e até
mesmo extraordinários. Como seria a convivência dessas duas espécies tão
distintas num mesmo espaço físico? Tudo isso retratado pelas lentes de Sheldon.
Pois é galera, eu já tinha lido há muito tempo os
quatro gibis – que eram vendidos separadamente – na época em que eu era um devorador
de histórias em quadrinhos, mas depois acabei embarcando de cabeça nos livros e
dessa maneira, aos poucos, fui deixando as HQs de lado. Com isso cometi um
pecado mortal: acabei “encaixotando” os quatro gibis que faziam parte da
minissérie Marvels junto com outros gibis
e acabei doando para a biblioteca pública da minha cidade. Algum tempo depois,
fiquei sabendo por intermédio da bibliotecária que os gibis haviam sido surrupiados
por algum espertinho mal-intencionado. O tal espertinho emprestou a antológica
minissérie e sumiu com ela. Segundo a bibliotecária, o sujeito mudou de cidade
e com isso... acabei dando de graça quatro gibis, hoje, considerados
raríssimos.
Ruminei essa decepção durante vários anos; volta e
meia lá estava eu divagando sobre o meu pecado. – Putz, se não tivesse sido tão
estúpido poderia estar, hoje, com essa minissérie na minha estante – vivia dizendo
para mim mesmo.
Comecei a ruminar essa decepção logo após o meu lado
de ‘leitor de quadrinhos’ ter aflorado novamente. É importante frisar que hoje,
as minhas duas personalidades – ‘leitor de quadrinho’s e ‘leitor de livros’ –
vivem harmoniosamente, mas honestamente, com uma queda maior para os livros.
Apesar disso, me bateu uma vontade enorme de reler Marvels, mas... já viu né? Não encontrava esses gibis para comprar
em sebo nenhum e quando os encontrava, os preços provocavam arrepios de tão
caros.
Até que ao zapear pelas livrarias virtuais para comprar alguns novos
livros, descobri por intermédio da Panini que a editora tinha lançado no dia 21
de setembro de 2017 uma edição luxuosa em capa dura contendo os quatro memoráveis
gibis. Minha alegria encolheu quando vi o preço: R$ 83.18 (capa dura), a que eu
queria; e R$ 50,00 capa comum, a que eu não queria. Resultado: com o valor do
frete incluso teria de pagar, em média, R$ 100,00. Arrepiei!!
Mas então, tive a ideia de vasculhar nos sebos – santa
Estante Virtual!!! – e descobri uma edição capa dura de Marvels descrita como estando em ótimo estado de conservação e sem
nenhum tipo de grifos ou sinais de desgastes nas lombadas por R$ 41,00.
Iahuuuuuuuuuu!! Confirmei a compra imediatamente e assim, garanti o meu. Semana
que vem, deve estar aterrissando em minhas mãos.
Para quem ainda não teve o privilégio de conhecer Marvels, a minissérie contém quatro capítulos.
São eles:
Capítulo 1 -
A Era das Maravilhas
Antes de ir cobrir a 2ª Guerra Mundial na Europa, o
jovem fotógrafo Phil Sheldon presencia, em Nova York, um evento para lá de
científico: a criação de um andróide flamejante, o Tocha Humana. Sheldon
sente que está acontecendo algo diferente e extraordinário na cidade e desiste
de atravessar o Atlântico. E sua intuição prova estar certa: nos meses
seguintes a cidade vê aparecer vários super-seres, os "Marvels", como
o jornalista os chama: Namor, Capitão América, os Invasores e outros.
Capítulo 2 - Monstros entre nós
Décadas após o fim da Segunda Guerra, Phil Sheldon,
agora casado e pai de família, presencia em Nova York uma nova geração de
"Marvels": Quarteto Fantástico, Thor, Hulk, Homem-Aranha, Homem de
Ferro e até mesmo a volta de Capitão América e Namor. Mas uma nova raça de
seres poderosos, os mutantes, provoca dúvidas e medo: serão os X-Men amigos
ou inimigos? Sheldon se vê num dilema moral quando uma garotinha mutante pede
asilo em sua casa.
Capítulo 3 - O Dia do Juízo Final
O mundo parece ter chegado ao fim quando a nave do
gigantesco Galactus aterrisa em Nova York. Nem mesmo o poder
combinado do Quarteto Fantástico e do Surfista Prateado parece deter o
alienígena, que pretende destruir a Terra. Phil Sheldon toma então a decisão de
passar seus últimos momentos com sua família.
Capítulo 4 - O Dia Em Que Ela Morreu
Marvel Comics Sheldon conhece a jovem e singela Gwen
Stacy, a quem se torna uma espécie de amigo, tutor e guardião. O velho
fotógrafo chega à conclusão que os "Marvels" estão entre nós para
proteger inocentes como Gwen. Mas nem mesmo os super-heróis podem mudar o
destino que aguarda a doce lourinha.
Para que a galera entenda a importância de Marvels no
mundo dos quadrinhos, basta citar alguns prêmios conquistados pela minissérie de gibis. Anotem aí: “Melhor
Minisserie”; “Melhor Pintura”, para Alex Ross e “Melhor Design de Publicação”.
Taí pessoal! Muito feliz com essa aquisição.
Inté!
Postar um comentário