Acabei de ler “As Brigadas Fantasma” e gostei; mas
para ter gostado tive que me libertar totalmente da sombra de “Guerra do Velho”
que me causou uma baita ressaca literária. E confesso que nos primeiros
capítulos foi difícil engrenar a leitura. Sei lá, não ia. Acho que esperava uma
continuação direta do primeiro livro, acreditando encontrar novamente por lá o
personagem com o qual havia me identificado tanto. Ele mesmo: John Perry, o
próprio.
Estava louco para saber como seria o seu reencontro
com Jane Sagan depois da épica Batalha de Coral contra os Rraeys. Se eles
iriam, de fato, ficar juntos ou não. Além disso, após ter sido promovido,
certamente, Perry teria novos desafios como focial das Forças Coloniais de
Defesa (FCD). ‘Entonce’, fiquei sabendo através de um amigo que havia lido “As
Brigadas Fantasma” que apesar da obra
pertencer ao mesmo universo de “Guerra do Velho”, a história contava com novos
personagens - sem muitos daqueles que estiveram no primeiro livro, inclusive
Perry – além de não ser uma sequência direta do primeiro livro. Para que o
leitor tenha uma idéia, o nome de Perry é citado duas ou três vezes no enredo,
com ênfase maior no final da história, no mais, John Scalzi preferiu ignorar o
“velhinho” maneiro neste livro.
Agora, se você se interessou pelas tropas de elite
das Forças Coloniais de Defesa – as famosas Brigadas Fantasma - que arrasaram
em “Guerra do Velho”, pode ir dando os seus pulinhos de alegria porque o
segundo volume da saga é dedicado com honras e glórias à elas.
Sai Perry e seus companheiros de pelotão das Forças
Coloniais de Defesa e entra Jared Dirac e a galera explosiva das Brigadas
Fantasma, incluindo, é evidente, Jane Sagan.
Conforme a leitura ia se aprofundando, confesso que
a minha decepção foi deixando de existir porque a trama criada por Scalzi é
fantástica e prende o leitor como uma teia de aranha. Além do mais, Dirac que,
ao lado de Sagan, ganhou o papel de protagonista da história é bem carismático
- se não tanto quanto Perry, pelo menos chega perto - e assim, você acaba
torcendo pelo cara que é obrigado a superar uma série de desafios e
dificuldades ao longo da história.
Como já disse acima, o segundo volume da saga
pertence exclusivamente às Brigadas Fantasma. Nele, o autor cria uma trama
ardilosa onde a tenente Sagan descobre um ardil sendo tramado contra a
humanidade e um plano para a subjugação e a erradicação de toda a raça humana.
Trata-se de um genocídio planejado detalhadamente com base na cooperação, até
então inédita, entre três raças alienígenas, contando também com a participação
de um ser humano, um traidor.
Planejados para serem mais fortes, espertos e
inteligentes, os soldados que integram as Brigadas Fantasma são convocados para
tentar evitar esse extermínio em massa.
Scalzi destrincha as Brigadas Fantasma nesse segundo
livro da saga. O leitor aprender tudo sobre os super-soldados: como pensam,
como ocorre a integração entre eles, como é o seu treinamento. Tudo isso sob a
ótica de Jared Dirac, o novo recruta das brigadas.
Para os fãs de John Perry, o autor reserva um
presentão nas páginas finais, ou melhor, na página final: a insinuação – que
mais parece uma certeza – de que John Perry poderá voltar no terceiro volume da
saga.
Vamos aguardar e principalmente torcer.
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