Recomendo demais esta obra como literatura
infanto-juvenil. Às vezes não sabemos porque as nossas crianças e jovens ficam
tão avessos aos livros. Imagino que como nós adultos, eles também tenham tido a
infelicidade de escolher obras com enredos não muito atrativos e após uma sequência de escolhas infelizes
acabaram ficando com a sua “alma de leitor” esfriada.
Digo isto porque já presenciei tal fato. Certa vez o
filho de um amigo meu disse que um colega de escola havia lhe emprestado duas
obras para que ele começasse a ingressar no “Clube dos Devoradores de Livros”.
E olha que esse jovem estava hiper ansioso para começar a leitura. Começou e
querem saber o que houve? Um desastre total.
Os livros em questão não o atraíram em nada, pelo
contrário, acabou esfriando o seu ímpeto de leitor principiante. Depois que vi
os livros, percebi que não tinha nada a ver. Falava sobre cavaleiros
templários, além de um monte de informações históricas e geográficas. Cruzes,
um horror! Imagino o que se passou na cabeça daquele jovem que tinha uma
vontade enorme de desenvolver o seu estímulo literário.
Com certeza, se este garoto tivesse lido “Flores de
Fogo”, hoje ele estaria fazendo parte do nosso “Clube dos Devoradores de
Livros”. Mas nunca é tarde. Pretendo, na semana que vem, emprestar a obra de
Stephanie Grunheidt para tentar apagar o trauma dos ultra-chatos cavaleiros
templários e as suas ramificações históricas ao longo das cruzadas. E olha que
não sou de ficar emprestando livros; mas como se trata de uma causa nobre...
Flores de Fogo é um livro de fantasia e aventura sem
violência, mas que prende a atenção do leitor do início ao fim. Uma fábula
sedutora onde as crianças e os pré-adolescentes aprendem lições de caráter,
coragem, amizade e liderança num universo fantásticos e com seres também
fantásticos.
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Stephanie Grunheidt |
Achei a leitura o máximo, o que faz com que eu creia
que muitos adultos também irão gostar do enredo e do mundo exótico criado pela
autora. Afinal, quantos marmanjos apreciam os contos de Hans Christian Andersen, La Fontaine, irmãos Grimm e tantos
outros? O enredo criado por Grunheidt segue a mesma linha.
“Flores de Fogo” narra a história de um jovem
pescador que após ver o seu vilarejo atingido por uma “praga” que mata todos os
peixes e criaturas marinhas dos rios e mares, sai numa jornada de aventura em
busca de uma solução para o problema. Na companhia de uma princesa, um tigre
falante e da embaixadora de um reino, o humilde pescador tem que visitar quatro
reinos diferentes – Fogo, Gelo, Ar e Água - e seus monarcas orgulhosos e de
temperamentos difíceis na esperança de conseguir reverter a praga que assola o
seu vilarejo e ainda de quebra evitar uma guerra entre os quatro reinos.
Apesar do nome, a autora de “Flores de Fogo” é
brasileiríssima. Grunheidt nasceu em 1989 na capital paulista, mas cresceu e
mora até hoje na Paraíba. No Ensino Médio ganhou a medalha de ouro na “Operação
Cisne Branco” para jovens escritores concedida pela Marinha do Brasil ao
escrever o melhor texto no seu estado. É formada em Arquitetura pela
Universidade Federal da Paraíba. “Flores de Fogo”, publicado pela editora
Chiado, é o seu primeiro livro.
Ficha Técnica
Título: Flores de Fogo
Autora: Stephanie Grunheidt
Editora: Chiado
Páginas: 130
Edição: 1ª
Formato: Brochura
Ano: 2017
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