21 junho 2025
Sacanas do asfalto
Enrosquei no começo do livro; mas enrosquei mesmo. A leitura
não ia, sei lá... não fluía. Melhorou depois, a partir do meio da obra, mas
tive que ser persistente. Na minha opinião o excesso de diálogos entre os
personagens abordando, muitas vezes, assuntos desinteressantes, do tipo ‘coisas’
cotidianas que não tinham nada a ver com a trama principal acabaram travando o
desenvolvimento da história. Acho que poderia definir esse contexto da seguinte
maneira: diálogos desnecessários e situações convenientes vividas pelos
personagens. E já que toquei no assunto personagens, eles, também, não me
cativaram no início.
Tudo isso acabou atravancando a leitura. Por isso
mesmo, apesar de ser um livro curto, com pouco mais de 260 páginas, custei
muito para termina-lo. Culpa do seu início frio. E olha que eu estava com muita
vontade de ter esse livro em mãos; literalmente “babando” para ler “Sacanas do
Asfalto” após ter visto a sua sinopse nas redes sociais.
Se você conseguir “vencer” esse início ou para ser
mais exato, essa primeira metade da obra, com certeza, conseguirá deslanchar a
sua leitura porque a segunda e última metade tem características bem distintas.
Apesar de alguns diálogos desnecessários persistirem, a entrada de novos
personagens como Samuel, o “Sr. Lobo”, além de uma gang de motoqueiros
comandada por um punk ‘mutcho loko’ acabam dando um “Up” no enredo e a partir
daí a leitura começa a fluir.
Colaboram muito para esse “Up” alguns segredos envolvendo
três personagens principais que são revelados por Robson Gundim. O segredo da
personagem Daisy tem “ares” de plot twist; melhor ‘dizendo’: é um verdadeiro
plot twist porque muda tudo o que leitor imaginava ser verdadeiro na
personagem. Outra reviravolta diz respeito a Samuel ou simplesmente “Sam”.
Acredito que leitor irá se surpreender quando descobrir os motivos que levaram “Sam”
a seguir um caminho não muito digno em sua vida. Quanto ao terceiro plot – esse
bem menor do que os outros dois – acho que está mais para um pequeno segredo do
que para um twist, é relacionado ao Sr. Lobo e ao punk mutcho loko. Todas essas
novidades conseguem dar uma inflada no enredo.
Gostei também da entrada das “Três Furiosas” nesta
segunda metade da trama. Foi uma participação relâmpago dessas “panteras” mas
valeu muito a pena. O autor até poderia explorar um pouco mais a presença
dessas garotas. Até fiquei imaginando e torcendo por um confronto entre a líder
das Furiosas e o Punk mutcho loko, mas fiquei apenas na torcida.
Como Gundim é fã declarado de Quentin Tarantino, “Sacanas
do Asfalto” traz muitas referências sobre o renomado diretor de cinema. Na
trama, três jovens estudantes, com a chegada das férias, decidem viajar para se
divertirem no melhor festival de rocxk da ilha de Vera Cruz. Movidos por uma
harmonia e amizade indestrutíveis, eles tomam a estrada e chama a atenção de
todos por onde passam. Porém, nem tudo parece ser tão agradável como supunham,
sobretudo quando o líder de um grupo de motoqueiros resolve desafiá-lo, mexendo
com seus medos e feridas, em uma implacável perseguição.
Enfim galera, é isso aí: um livro com início frio,
muita enrolação, muitos diálogos e situações desnecessárias, mas que melhora
muito depois da metade. Detalhe final: as gravuras que marcam o início de alguns
capítulos foram desenhadas pelo próprio Gundim e ficaram ótimas, com um clima
bem “Tarantino”.
Valeu!
26 janeiro 2025
1822 (2º Volume da Trilogia Família Real no Brasil)
Pois é, oito dias sem nenhuma postagem. Galera, não
esqueci do blog, não. Os motivos do “menino”, aqui, ter ficado mais de uma
semana sem postar nada foram dois: o primeiro diz respeito a uma cirurgia que
serei obrigado a fazer. Isso mesmo, obrigado, porque não tenho mais
escapatória, não tenho mais onde me agarrar, portanto é agora ou agora. E os
exames preparatórios para essa cirurgia demandam muito tempo e energia, já que
o meu médico é muito meticuloso e graças a Deus por sê-lo. O segundo motivo está
relacionado com o Projeto de Lei 5332 que, de maneira surpreendente e
inesperada, foi vetado pelo Sr. Lula que desferiu um verdadeiro tapa na cara de
todos os aposentados por invalidez permanente. Como os congressistas estarão se
reunindo, provavelmente, em fevereiro para analisar se derrubam ou não o Veto
38, passo grande parte do meu tempo escrevendo para deputados e senadores,
telefonando para os seus assessores pedindo apoio para a derrubada desse veto.
Agora se você juntar esses dois motivos, garanto-lhes que toma muito do meu
tempo. Espero ter justificado esses oito dias sem ter postado nada. Mas, com
certeza, essa maré vai passar e no final de março voltarei ao esquema normal de
publicações de posts. Não estou “dizendo”
que até lá não publicarei nada. Longe disso. Sempre estarei por aqui e também
nas minhas redes sociais comentando, resenhando, divagando ou publicando as
minhas listas literárias. Com menos frequência, mas estarei. Mas depois, no mês
de março, tudo voltará ao normal, se Deus quiser e com certeza Ele quer.
Mas agora, vamos ao que interessa, vamos escrever
sobre livros. Galera, há mais ou menos uma semana, conclui a leitura de 1822, segundo volume da trilogia Família Real no Brasil, premiada saga do
jornalista Laurentino Gomes com mais de 4 milhões de exemplares vendidos e
vencedora do prêmio Jabuti. A saga formada pelos livros 1808, 1822 e 1889 que contam de uma maneira divertida
mas real a história da construção do Estado brasileiro no século XIX é
considerada um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro.
Adorei a leitura de 1808 que narra a chegada da família real ao Rio de Janeiro que sai
praticamente fugida de Portugal após ser acossada pelas tropas do imperador
francês Napoleão Bonaparte. O livro aborda também as transformações feitas por
D. João VI no Brasil colonial e a criação do Reino Unido de Brasil, Portugal e
Algarves, que colocou um ponto final no período colonial brasileiro, dando
início ao processo de independência do País. Como “disse” acima, amei a obra
(veja resenha aqui).
É uma pena afirmar que não posso expor o mesmo de 1822, segundo volume da saga. Não que o
livro seja ruim, não é isso. 1822 é
bom, mas falta a leveza e o ritmo de 1808.
Enquanto que no primeiro volume da trilogia, o autor foge da chamada linguagem acadêmica,
quase sempre cansativa e desinteressante, optando por uma abordagem leve e
divertida – são narradas várias curiosidades interessantes e até mesmo engraçadas
sobre a Família Real em nosso País e também como se deu o início da formação do
Estado Brasileiro - em 1822, a linguagem acadêmica chega com tudo enquanto que
aquelas curiosidades tão interessantes e ao mesmo tempo divertidas ficam mais
escassas.
1822
compara diferentes relatos sobre o Sete de Setembro e a proclamação da
independência e analisa como D. Pedro I conseguiu, apesar de todas as
dificuldades, fazer do Brasil uma nação soberana.
Neste segundo volume de Família Real no Brasil o leitor fica sabendo que a independência do
nosso País não terminou com o chamado ‘Grito do Ipiranga”. Ali, foi apenas o
início. Para se tornar uma nação independente de Portugal o caminho foi longo,
pois nem todos os estados (capitanias) concordavam com a independência e
preferiam que o Brasil continuasse como colônia de Portugal. Dentro desse
contexto, por muito pouco Pernambuco não se desvinculou do Brasil para se
transformar em uma nação independente. Outras capitanias também tiveram essa
mesma ideia.
Laurentino explica como Dom Pedro I, José Bonifácio e
outros baluartes tiveram que se desdobrar para unir o Brasil e transformá-lo num
País independente após o famoso grito: “Independência ou Morte”.
Laurentino Gomes, auto da trilogia "Família Real no Brasil"
Achei essa abordagem cansativa e me senti como um
estudante num banco escolar participando de uma aula tradicional de História do
Brasil num ritmo bem maçante.
A narrativa melhora muito, tornando-se bem interessante,
quando o autor explora detalhes de figuras importantes da História do Brasil
como a Princesa Leopoldina, a Marquesa de Santos, José Bonifácio e o próprio Dom
Pedro I que ganham capítulos exclusivos no livro.
Ficamos sabendo o quanto a Princesa Leopoldina –
mulher de Dom Pedro I – foi importante para a Independência do Brasil, além de
detalhes do seu relacionamento conturbado com marido. Aprendemos a ver, também,
um Dom Pedro desmistificado, com todos os seus defeitos – e olha que eram
muitos – mas em contrapartida, um grande líder e um comandante sem igual. E já
que estou “falando” em desmistificação, o autor desconstrói totalmente o “Grito
do Ipiranga”, mostrando aos leitores como, de fato, aconteceu um dos momentos
mais importantes da história do Brasil.
Aprendemos também a ver a verdadeira faceta da
Marquesa de Santos, cujo nome verdadeiro era Domitila de Castro e que chegou a
ter 14 filhos entre os quais, cinco com Dom Pedro I com o qual mantinha um
romance secreto na época em que o Príncipe Regente era casado com a Princesa
Leopoldina.
Todas essas narrativas prendem a atenção do leitor, o
problema é que elas são intercaladas com as cansativas lições de História do
Brasil, envolvendo os conflitos entre as capitanias; as diversas batalhas
oriundas desses conflitos, entre as quais, a Batalha do Jenipapo, dos Mascates
(envolvendo Olinda e Recife), além de uma longa explicação sobre as Cortes de
Portugal que era algo parecido com uma Câmara dos Deputados, atualmente, onde
eram tomadas decisões importantes envolvendo o Brasil. Enfim, quando a leitura
engatava uma quinta marcha, de repente, ela era, abruptamente, reduzida para
uma primeira, e bem forçada.
Quando terminei 1808
estava ansioso para ler 1822, mas
agora que conclui a leitura do segundo volume da trilogia, aquele “fogo” deu
uma ‘apagadinha”, tanto é verdade que optei por ler uma obra de ficção para somente
depois encarar 1889 o qual espero tenha uma narrativa mais interessante e sem
tantos altos e baixos.
Valeu galera!
29 dezembro 2024
1808 (1º volume da trilogia Família Real no Brasil)
Um baita livro-reportagem sobre a história do Brasil.
É assim que defino 1808 do jornalista
Laurentino Gomes. Que livraço! Todos nós
sabemos que aprender História do Brasil seguindo métodos acadêmicos não é lá
muito atrativo e quase sempre os assuntos acabam se tornando enfadonhos. Agora,
em 1808 você aprende História do
Brasil de uma maneira fluida, bem longe do academismo, e o mais importante: se
divertindo. Isso mesmo; o autor recheia o seu texto de tantas curiosidades
interessantes, algumas delas, muito engraçadas - como por exemplo, os momentos
íntimos de dom João que na realidade não tinham nada de íntimos – que faz com
que os leitores não leiam, mas devorem o enredo.
Outro ponto importante a ser destacado na obra – acredito
também que seja uma característica comum nos outros dois livros (1822 e 1889)
que fecham a trilogia Família Real no
Brasil – é o seu lado desmistificador que mostra como personagens importantes
da história como o Príncipe Regente D. João VI, a princesa Carlota Joaquina e
até mesmo Napoleão Bonaparte eram na realidade ou como diz o velho ditado
popular: como eram “entre quatro paredes”.
1808 narra
a fuga da família real portuguesa para o Brasil. Nunca algo semelhante havia
acontecido na história de Portugal ou de qualquer outro país europeu. Em tempos
de guerra, reis e rainhas haviam sido destronados ou obrigados a se refugiar em
territórios alheios, mas nenhum deles foi tão longe quanto o príncipe regente
dom João, forçado a cruzar um oceano com toda a família real portuguesa para
viver e reinar do outro lado do mundo, enquanto as tropas do imperador francês
Napoleão Bonaparte marchavam sobre Lisboa.
Podemos afirmar que a chegada da família real de dom
João ao Rio de Janeiro, acossada pelas tropas de Napoleão marcou o início da
rápida e profunda transformação do Brasil colonial, cujo resultado seria a
Independência, em 1822, tema esse abordado no segundo livro da trilogia.
Ao chegar ao Brasil, dom João determinou, entre outras
medidas, a abertura dos portos, fundou escolas, mandou construir estradas e
fábricas, autorizou a publicação de livros e jornais, incentivou a ciência e as
artes. Ao retornar para Portugal, em 1821, deixava para trás um país
transformado e pronto para a independência.
Laurentino Gomes descreve em detalhes como foi a fuga
da corte para o Brasil, em 1808, em um dos momentos mais apaixonantes e
transformadores da história da humanidade. Milhares de pessoas acompanharam dom
João na viagem. Foram cem dias entre o céu e o mar até chegarem ao Brasil
colônia. Uma viagem que se transformou numa verdadeira aventura e ao mesmo
tempo num verdadeiro suplício e sofrimento. A corte portuguesa fugiu para o
Brasil em navios improvisados, abarrotados, infestados de pragas e piolhos,
comida estragada, enfim, sem conforto algum.
A obra também conta com ilustrações fantásticas dos
principais momentos da chegada da corte ao Brasil, além de gravuras representando
o cotidiano da época do Brasil colônia.
Depois de 1808
já iniciei a leitura de 1822 que
narra os fatos relacionados a independência do Brasil. Espero que seja uma “viagem”
tão apaixonante como foi ao ter lido o primeiro livro da trilogia.
24 novembro 2024
“1808”, “1822” e “1889”, uma trilogia que me convenceu esquecer a situação agonizante do meu cartão
“Leitor de carteirinha”, “devorador de livros”, “rato
de biblioteca”, só mesmo quem se enquadra em qualquer uma dessas categorias –
assim como eu – sabe como é difícil para um leitor contumaz segurar a onda
quando vê uma promoção literária imperdível em qualquer um desses sites da
vida, quase sempre na Amazon.
O leitor pode estar com o cartão estourado; com a
lista de leituras exageradamente atrasada; se for blogueiro piorou, porque além
das resenhas empacadas pode estar,
também, com as leituras empacadas. Mas quando a leitura está no sangue nenhum
desses “problemas” importam, o que interessa no exato momento em que você bate
os olhos na “danada” da promoçao é o que o seu coração está sentindo; esqueça a
razão. E o que o seu coração quase sempre diz é mais ou menos isso: “Eu tenho
que comprar esses livros de qualquer maneira!!!!”. Resultado: mais um soco na
boca do estômago do seu cartão de crédito que já está lutando pela vida na UTI;
além da visita de mais um livro em sua “sala” de leitura entupida até o limite
dos limites.
Foi o que aconteceu comigo ao ver o box Família Real no Brasil em promoção na
Amazon. Veja só que tentação e depois confessa se você seria capaz de resistir.
Vamos lá: cada livro da trilogia escrita pelo jornalista Laurentino Gomes, vendido
separadamente, custa em média R$ 57,00 (1808
– R$ 57,39, 1822 – R$ 54,75 e 1889 – 56,37) já com preços
promocionais. A promoção a qual acabei me sucumbindo mostrava na tela do meu
notebook um box maravilhosamente trabalhado em alto relevo por R$ 135,92. Juro
que ainda tentei resistir, principalmente após se lembrar do sofrimento do meu
cartão que se encontrava em situação agonizante na UTI, sobrevivendo somente
com a ajuda de aparelhos; mas... a senhora Amazon não estava para brincadeiras
naquele dia e resolveu esticar ainda mais a corda oferecendo frete grátis (uma
das políticas do Portal é oferecer frete grátis nas compras acima de R$ 100,00
para produtos elegíveis). Ok, foi tremendamente difícil, mas ainda consegui
segurar o tranco, pois novamente bateu na memória a situação agonizante do meu
combalido cartão, já nas últimas na UTI, mas aí, a Srª Amazon decidiu dar o
golpe de misericórdia me entregando de bandeja um cupom de desconto no valor de
R$ 20,00!
Foi assim que acabei traindo o meu querido cartão de
crédito. Espero que ele sobreviva, mas com certeza, nunca mais irá me perdoar
por essa traição. Culpa da Srª Amazon.
Resumindo: com o desconto de R$ 30,90, o box Família Real no Brasil acabou saindo por
R$ 115,92. Vamos supor que eu não tivesse sido presenteado com o cupom de R$
20,00 e ainda arcasse com o valor do frete, o total da compra seria, então, de
R$ 146,82.
Por tudo isso acredito que fiz um excelente negócio.
Acho que serei perdoado pelo meu cartão (rs).
Os três livros escritos por Laurentino Gomes estão
recebendo rasgados elogios da crítica especializada e também dos leitores em
geral. Todos são unânimes em afirmar que a obra é uma forma de aprender um
pouco mais sobre a história do nosso País de uma maneira fluida e divertida, bem
longe daquela narrativa técnica e cansativa ministrada na maioria das escolas.
A prova de que essa trilogia se tornou um verdadeiro
fenômeno literário foram os três “Jabutis” faturados pelo autor - considerado um dos prêmios mais
importantes da literatura brasileira. O que estou querendo “dizer” é que todos
os livros da trilogia foram premiados.
O motivo da boa aceitação entre os leitores,
Laurentino atribui à maneira como conta os fatos, seguindo o modelo das grandes
reportagens. 1808 narra a chegada da
corte portuguesa ao Brasil; 1822,
explora os fatos e as curiosidades que culminaram com a independência do Brasil
e 1889 aborda a proclamação da
República.
Agora, é só ler a trilogia e aprender um pouco mais
sobre história do Brasil, mas aprender de uma maneira leve e divertida.
17 novembro 2024
10 livros vencedores do Prêmio Jabuti, ao longo dos anos, que não podem faltar em sua estante
O Jabuti pode ser considerado um dos prêmios mais importantes da literatura brasileira, para não falar “o mais importante”. Acredito que o maior diferencial do Prêmio Jabuti, em comparação com outros prêmios, é sua abrangência: além de valorizar os escritores, ele destaca a qualidade do trabalho de todos os profissionais envolvidos na criação e produção de um livro.
O prêmio é tão cobiçado que anualmente, editoras dos
mais diversos segmentos e uma infinidade de escritores independentes de todo o
Brasil inscrevem suas obras na esperança de receber a almejada estatueta e o
reconhecimento que ela proporciona. Receber o Prêmio Jabuti é um desejo
acalentado por aqueles que veem o livro como um instrumento essencial para a
disseminação da cultura.
Neste ano, os escritores, aqui da terrinha, que
venceram em suas respectivas categorias estarão recebendo as estatuetas no dia
19 de novembro. Cada vencedor de categoria receberá a icônica estatueta do
Jabuti e um prêmio de R$ 5 mil, com exceção da categoria Livro Brasileiro
Publicado no Exterior. As editoras das obras vencedoras também serão agraciadas
com a estatueta.
E como estamos vivendo esse clima de premiação,
resolvi publicar essa postagem que eu acredito irá agradar aqueles leitores que
assim como eu, adoram devorar um livro nacional.
Selecionei dez obras que faturaram o Jabuti ao longo
dos anos, desde a implantação do prêmio em 1959. São obras que definitivamente
não podem faltar em suas estantes por serem boas demais; aliás, boas não;
excelentes. Vamos a elas.
01
– Por quem as panelas batem (Antônio Prata)
Vamos começar o nosso top list com o livro de Antônio
Prata que foi um dos grandes vencedores do Prêmio Jabuti de 2023 na categoria
“Crônicas”. Por quem as panelas batem
reúne crônicas publicadas pelo autor na Folha de S. Paulo entre junho de 2013 e
o final de 2021. Prata dá um mergulho na política brasileira contemporânea,
abordando desde o impeachment de Dilma Rousseff até a ascensão e influência do
bolsonarismo.
Utilizando-se de um formato que alterna entre a ironia
e a seriedade, Prata consegue, ao mesmo tempo, entreter e provocar reflexão.
Suas crônicas, por vezes humorísticas, por vezes carregadas de luto e
indignação, especialmente cobrindo os anos da pandemia, refletem a dualidade do
período.
Tomei conhecimento desse livro há poucos dias e as
opiniões positivas tanto de críticos literários quanto de leitores me
convenceram a incluir Por quem as panelas
batem em minha já extensa lista de leituras.
02
– “Rota 66 – A história da polícia que mata” (Caco Barcellos)
Considero o jornalista Caco Barcellos um dos
repórteres mais corajosos da televisão brasileira. O cara é fera. Os temas
polêmicos abordados por ele, quase sempre passam batidos por outros
profissionais por causa do perigo que envolve essas abordagens. Caco explora a
fundo esses temas e procura trazer para os seus leitores a podridão que se
esconde de baixo de uma camada linda e perfumada que é apresentada para
sociedade. Entenda essa camada como: instituições, governo e também alguns
fatos.
Rota
66 – A história da polícia que mata, livro que Barcellos escreveu em 1992
recebeu rasgados elogios dos leitores. Os críticos, então... simplesmente
babaram na obra. A partir daí, passou a ser relançado com frequência.
O livro levou sete anos para ser escrito, mas a
investigação por trás dele atravessa pelo menos duas décadas. Vencedor do
prêmio Jabuti de 1993, Rota 66 - A
história da polícia que mata é uma rigorosa investigação sobre o trabalho
da Polícia Militar de São Paulo entre as décadas de 1970 e 1990. Nele,
Barcellos denuncia a atuação irregular da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar
(Rota) como um verdadeiro aparelho estatal de extermínio. Um esquadrão da morte
responsável pela morte de milhares de pessoas. A maioria delas inocente. O
livro parte das origens da criação de um sistema mortal de extermínio,
demonstra seus métodos, desvenda sua consciência. Caco denuncia seus métodos de
atuação e mostra como o sistema incentiva esse tipo de ação. O livro pode,
tranquilamente, ganhar o status de emblemático e assume proporções de uma grave
denúncia social. O autor desmonta as engrenagens da Rota e o perfil de seus
principais matadores.
03
– Corpos Secos (Marcelo Ferroni, Luísa Geisler, Samir Machado e Natália Borges
Polesso)
E quem disse que brasileiro não sabe escrever romance
de ficção de científica?! Quatro escritores brasileiros provaram o contrário e
ainda foram mais além ao transformar a sua narrativa de ficção científica num
thriller psicológico. O resultado dessa ousadia literária foi o livro Corpos Secos que conquistou o Prêmio
Jabuti de 2021 na categoria “Romance”.
O livro escrito em conjunto por Marcelo Ferroni, Luísa
Geisler, Samir Machado e Natália Borges Polesso é um tiro certeiro no alvo para
os leitores que amam o gênero ficção científica temperada com muito suspense e
pitadas de ação. Um amigo leu o livro e adorou; e olha que ele não é fã de
livros nacionais. Após ver toda a sua empolgação com a obra, decidi também
incluí-la em minha lista de leituras que vocês já devem ter começado a perceber
está se tornando um calhamaço (rs).
Na história escrita a oito mãos, em um futuro próximo,
o uso abusivo de agrotóxicos no Brasil leva ao surgimento de um vírus mutante
que, além de matar os contaminados, os transforma em cadáveres ambulantes, os
“corpos secos” (a palavra “zumbi” não é usada no livro), que continuam transmitindo
a infecção. Alguns meses depois, há poucos sobreviventes. Um jovem
aparentemente imune à doença está sendo estudado por uma equipe médica e
precisa ser protegido a qualquer custo. Ainda fazem parte da narrativa, uma
dona de casa que vive em uma fazenda no interior do Brasil e se encontra
sozinha precisando reagir para sair de seu isolamento; uma criança quê vê a mãe
tentar de tudo para salvar a família e fugir do contágio; além de uma
engenheira de alimentos que percebe que seus conhecimentos técnicos talvez não
sejam suficientes para explicar o terror que assola o país. Juntos, eles vão
narrar suas jornadas, em busca do último refúgio ao sul do país.
04
– O Coronel e o Lobisomem (José Cândido de Carvalho)
A obra de José Cândido de Carvalho que faturou o
Jabuti nos primórdios do prêmio, em 1965 se tornou ao longo de décadas uma
verdadeira obra-prima da literatura brasileira.
O
Coronel e o Lobisomem é um dos livros mais importantes do
regionalismo fantástico da literatura brasileira. Publicado em 1964, o romance conta
com uma linguagem inovadora e original, usando o regionalismo e a fantasia para
abordar questões acerca do ser humano, como amizade, ambição, coragem e
loucura.
A obra narra a ascensão e queda do coronel Ponciano de
Azeredo Furtado, seguindo uma estrutura que lembra as aventuras de Dom Quixote,
repleta de episódios divertidos, referências a lendas brasileiras e resquícios
da literatura de cordel. Assim, a obra traça um retrato da sociedade brasileira
e explora situações satíricas para tecer críticas sociais.
05
– O Alienista – Edição em quadrinhos (Fábio Moon e Gabriel Bá)
Tenho certeza que nunca passou pela sua cabeça que um
dia o clássico O Alienista de Machado
de Assis poderia ser transformado numa história em quadrinhos. Pois é, mas o
surreal acabou virando realidade quando os irmãos gêmeos Fábio Moon e Gabriel
Bá tiveram essa ideia considerada tresloucada no início, mas que provou ser
genial no fim, uma verdadeira sacada de mestre. A prova disso é que a nova
versão de O Alienista foi a primeira
história em quadrinhos a receber o prestigioso Prêmio Jabuti.
A adaptação do clássico de Machado de Assis foi
lançada originalmente em 2007, pela Agir. O trabalho da dupla, fiel ao texto
original, dá cores e movimentos à história do médico Simão Bacamarte — um dos
personagens mais marcantes da literatura nacional - responsável por fundar o
hospício Casa Verde. A narrativa é célebre por questionar, afinal, quem são
realmente os “loucos” na sociedade.
06
– Uma Mulher no Escuro (Raphael Montes)
Uma
Mulher no Escuro de Raphael Montes, o mesmo autor do
fenômeno literário chamado Jantar Secreto,
conquistou o Jabuti em 2020 na categoria “Romance de Entretenimento” que havia
sido criada naquele mesmo ano.
No livro narrado em terceira pessoa, um crime brutal
cometido há vinte anos tem apenas uma única sobrevivente, cuja vida se
transforma num terror quando o assassino decide retornar para concluir a sua
“tarefa”. Em quem essa sobrevivente poderá confiar?
De acordo com a sinopse da editora Companhia das
Letras, a personagem Victoria Bravo tinha quatro anos quando um homem invadiu
sua casa e matou sua família a facadas, pichando seus rostos com tinta preta.
Única sobrevivente, ela agora é uma jovem solitária e tímida, com pesadelos
frequentes e sérias dificuldades para se relacionar. Seu refúgio é ficar em
casa e observar a vida alheia pelas janelas do apartamento onde mora, na Lapa,
Rio de Janeiro; até que... leiam o livro
07
– Torto Arado (Itamar Vieira Junior)
Além de Raphael Montes, o escritor baiano Itamar
Vieira Junior também foi um dos vencedores do Jabuti em 2020, mas na categoria “Romance
Literário”, com o seu livro Torto Arado,
que traz a resistência e ancestralidade negra como foco principal. Na época, o
autor venceu outros autores renomados como Chico Buarque, Maria Valéria
Rezende, Paulo Scott e Adriana Lisboa.
Apesar de não ter gostado do livro num todo, não posso
negar que Torto Arado foi considerado
quase numa unanimidade entre leitores e críticos que classificaram a obra de
Itamar Vieira um clássico da literatura brasileira contemporânea.
O autor narra a saga de duas irmãs intrépidas –
Bibiana e Belonísia – que vivem no interior árido da Bahia. Elas deparam-se com
uma faca ancestral e enigmática escondida na mala sob a cama da avó. Um
incidente transformador ocorre, entrelaçando irrevogavelmente seus destinos, de
modo que uma se torna a voz da outra.
O romance narra uma saga de vida e morte, de lutas e
redenção. A narrativa revela uma fusão épica e lírica, mesclando elementos
realistas e mágicos.
08
– As Meninas (Lygia Fagundes Telles)
Cá entre nós: seria a maior sacanagem se uma das
maiores escritores brasileiras fosse “rifada” da premiação do Jabuti. Graças a
Deus, essa injustiça não aconteceu. Em 1974, Lygia Fagundes Telles faturou o
prêmio com o livro As Meninas, um dos
títulos mais aclamados da autora paulistana.
Este seu terceiro romance é marcado por um caráter
subversivo e nada morno. O livro também fica entre os selecionados como leitura
obrigatória para os vestibulares em todo o território nacional nos dias atuais.
Além do Jabuti, a obra ganhou o prêmio Coelho Neto da Academia Brasileira de
Letras.
A crítica literária especializada considera o romance As Meninas um dos mais ousados já
publicados no Brasil. Alguns vão mais além e proclamam a obra como a mais
ousada de todos os tempos. O motivo é que o livro foi escrito na época da
ditadura militar, período em que a censura imposta pelos militares acabou
fazendo muitas vítimas. Um dos grandes exemplos que deixa evidente a coragem a
autora, é a ampla descrição do episódio de uma sessão de tortura e das
repressões sofridas por quem se opunha ao regime.
As
Meninas acompanha a jornada de três jovens mulheres
universitárias no início da década de 70. Lorena, Ana Clara e Lia são de mundos
distantes, vivendo impasses muito parecidos e ao mesmo tempo diferentes, cada
qual com seu próprio drama durante o período turbulento da ditadura. Elas têm
seus destinos cruzados quando dividem o mesmo teto em um pensionato de freiras
na cidade de São Paulo e acabam por se aproximar, tornando-se amigas e
confidentes.
09
– 1822 (Laurentino Gomes)
Na minha época de ginasiano, a minha turma tinha um
professor de História fantástico; tão fantástico que após mais de meio século
ainda guardo o seu nome na memória. O “seo” Luiz explicava História do Brasil
de uma maneira fluida, num estilo coloquial que fazia com que a nossa classe –
que tinha vários alunos bagunceiros – ficasse num silencio “sepulcral”. Todos
nós viajávamos nessa aula, como se estivéssemos ali, ao lado de Dr. Pedro, da
Família Real, da Princesa Isabel, vivendo juntamente com eles, as suas
aventuras e desventuras.
Apesar de ainda não ter lido 1822 de Laurentino Gomes, pelos comentários que vi nas redes
sociais, posso comparar o escritor com o meu antigo professor, o “seo” Luiz. A
grande maioria dos leitores que leram 1822
colocaram a obra no “céu”, enaltecendo, principalmente, a sua narrativa
fluida e capaz de prender a atenção até mesmo dos mais absorto dos leitores.
Em 1822,
Laurentino Gomes compara diferentes relatos sobre o dia 7 de Setembro e a
proclamação da independência. A verdade é que esse fatídico dia foi bem menos
épico do que a pintura “Independência ou Morte”, de Pedro Américo, nos mostra.
Segundo sinopse oficial da obra, mais do que
desmistificar o grito às margens do Ipiranga, o escritor analisa como Dom Pedro
conseguiu, apesar de todas as dificuldades, fazer do Brasil uma nação na
sequência das mudanças provocadas pela fuga da família real portuguesa em 1808.
O autor mostra como as Guerras Napoleônicas, a Revolução Francesa e a
independência dos Estados Unidos, entre outros acontecimentos, criaram um
ambiente favorável à criação de um novo país nos trópicos.
Merecidamente a obra foi vencedora do Prêmio Jabuti de
“Melhor Reportagem” em 2022. O livro, de acordo com a sinopse, nos leva a
compreender melhor as origens do Brasil e como problemas estruturais ainda
influenciam a nossa realidade hoje numa leitura fácil, agradável e fluída.
Taí, com certeza, 1822,
também entrará na minha já extensa lista de leituras.
10
– Fim (Fernanda Torres)
Depois de anos dedicados à dramaturgia, com trabalhos
super reconhecidos em televisão, cinema e teatro, em 2013 Fernanda Torres lançou
o seu primeiro livro de ficção.
Além de ter sido muito bem recebido pela crítica Fim ‘papou’ de cara o Prêmio Jabuti.
Provando que não estava para brincadeiras, Fernanda Torres em sua primeira
experiência como escritora, acabou levando para casa um dos maiores prêmios da
literatura brasileira.
Fim
chegou a ficar entre o oitavo livro mais vendido em 2013. Em 2023, ele voltou
com toda a força após o lançamento da série, com o mesmo nome, pela Globoplay.
Fim
conta a história de cinco amigos oriundos do Rio de Janeiro que revisitam
momentos marcantes de suas trajetórias: festas, uniões, separações, peculiaridades,
inibições e remorsos. No entorno deles, desfilam mulheres com distintos perfis
— neuróticas, amargas, sedutoras, despreocupadas, descartadas e resignadas. A
trama inclui um padre em crise com sua vocação e uma variedade de personagens
cariocas, fruto da aguçada capacidade de observação da autora.
Bem... torço para que essa lista sirva de base para os
seguidores do blog escolherem um bom livro que ajude a combater a ressaca
literária pela qual, talvez, vocês estejam passando.
12 novembro 2024
A verdadeira história da Virgem Maria – Um romance histórico na voz da mãe de Jesus
Quando acabei de ler A verdadeira história da Virgem Maria – Um
romance histórico na voz da mãe de Jesus” disse para um colega de
trabalho: - Cara depois que li o livro do padre Joãozinho, fiquei mais fã ainda
de Jesus Cristo e de Maria. Ele me perguntou o que o livro tinha de tão
especial. O que eu respondi para ele, respondo também à você que está na dúvida
se lê ou não essa obra: - a narrativa fluida envolve o leitor de uma tal
maneira que ele se vê ali, sentando em um banco ao lado de Maria, como se a mãe
de Deus estivesse ao seu lado narrando detalhes importantes de sua vida e
também da vida de seu Filho Jesus. João Carlos de Almeida ou simplesmente padre
Joãozinho usou uma linguagem simples, direta e principalmente convincente. Tão
convincente, ao ponto dos leitores imaginarem, de fato, estarem escutando da
boca de Maria parte de sua trajetória de vida, mesmo sabendo ser isso
impossível de acontecer, algo surreal.
A
verdadeira história da Virgem Maria é um livro para aqueles
que acreditam em Deus, Jesus e Maria, mas também é uma obra para os ateus e
agnósticos. Aqueles que creem irão devorar as páginas e ao terminar, com
certeza, irão amar ainda mais essa mulher judia que para a religião católica se
tornou a virgem que deu à luz a Deus. Vou mais além, ao final da obra, a
devoção a Maria e o amor a Jesus Cristo sofrerão um “boom” ficando ainda mais
fortes nos leitores.
Quanto aqueles que não acreditam, acho que também ficarão
impactados pela obra, bem menos, mas também ficarão; pois não há como deixar de
admirar, respeitar e até mesmo se tornar fã de uma jovem de apenas 15 anos que
mesmo grávida, após saber que sua prima Isabel, de idade avançada, seria mãe, e
por isso necessitava de cuidados especiais, resolveu fazer uma viagem muito
longa montada, provavelmente numa mula –como descreve alguns evangelhos
apócrifos.
Acredita-se que Maria tenha recebido a mensagem da
gravidez de Isabel quando residia em Nazaré. Já Isabel morava em Ein Karem na
época, e a distância entre as duas aldeias é de aproximadamente 150
quilômetros.
Ein Karem fica nos arredores de Jerusalém e fica a 754
metros acima do nível do mar, enquanto Nazaré está a 346 metros. Isso significa
que Maria teve que subir morro acima! Além da dificuldade física, o caminho
tinha muitos perigos ocultos. Acredita-se que o caminho de terra que cruzava a
região montanhosa tenha sido um local popular para os bandidos, que
surpreenderiam os viajantes desavisados. A “Visitação” apresentava muitos
riscos para Maria, mas ela confiava que Deus a protegeria e lhe permitiria
ajudar sua prima idosa.
Quer mais uma prova da coragem, amor, fé e ousadia
dessa jovem judaica? Eu conto. Naquele tempo era famosa a crueldade de Herodes,
o velho rei da Palestina, que sempre temeroso de que alguém lhe arrebatasse o
trono, deu ordens para assassinar todas as crianças e adultos que podiam lhe
fazer sombra, como consta em diversas fontes históricas. E assim, lá vai Maria
numa nova e arriscada viagem, dessa vez para proteger o seu filho. Foram mais
de 100 quilômetros de Belém ao Egito para fugir da maldade de Herodes. Ela e o
seu noivo José e o pequeno Menino Jesus tiveram pela frente novos perigos.
Posso ainda citar a aflição e toda a dor que essa
mulher sentiu ao ver o seu filho ser martirizado e pregado na cruz. E mesmo com
todo esse sofrimento no coração, Maria nunca desanimou ou entregou os pontos,
preferindo continuar com a missão evangelizadora iniciada pelo seu Filho.
Estes são apenas três exemplos – de muitos outros –
que mostram a grandeza dessa mulher. Dessa maneira, sempre digo para os meus
amigos ateus ou agnósticos se vocês não quiserem ver Maria pela ótica da fé,
vejam-na, pelo menos, como uma personagem que merece toda a nossa admiração e
respeito.
No livro do padre Joãozinho, lançado em 2020, Maria
narra de “viva voz” como aconteceram esses episódios que citei acima, além de
outras passagens importantes de sua vida.
O livro mostra detalhes sobre o nascimento e a
infância de Maria e também informações interessantes sobre a vida de seus pais:
Joaquim e Ana; como foi o seu noivado com José seguindo as tradições judaicas
daquela época, ou seja, há mais de dois mil anos.
Além da infância e juventude de Maria, a obra mostra
também como foi a infância de Jesus; como Ele foi educado; detalhes
interessantes de sua missão, entre os quais o início de suas pregações; alguns
embates com os fariseus e também alguns milagres. Tudo isso narrado pela sua
Mãe.
Um dos motivos de ter achado a obra do padre Joãozinho
muito interessante é que várias dessas passagens não estão nos evangelhos que
fazem parte do Novo Testamento na Bíblia. De acordo com as fontes publicada na
obra, o autor buscou complementar suas informações junto aos estudos de
mariólogos e mariólogas de referência.
Finalizo “dizendo” que apesar de A verdadeira história da Virgem Maria – Um romance histórico na voz da
mãe de Jesus ser uma composição literária ou seja, um romance histórico e
não uma autobiografia real, a obra é simplesmente, maravilhosa e encantadora.