Seis personagens femininas antológicas criadas por Sidney Sheldon

10 setembro 2022

Não é novidade para ninguém que acompanha esse blog que eu sou um grande fã de Sidney Sheldon. Amo os seus livros, amo os seus prólogos e amo os seus personagens. E é sobre os personagens incríveis criados pelo mestre Sheldon que gostaria de escrever, hoje. À princípio pretendia fazer um post sobre os 10 melhores livros escritos pelo autor mas depois acabei mudando de ideia. Após dar uma zapeada pela Net, percebi que que existem muitas postagens desse tipo, por isso, resolvi dar uma invertida; fazer algo diferente ou pelo menos próximo do diferente (rs) e assim surgiu esse post. Espero que gostem.

Os seus enredos contam com mulheres fortes, batalhadores e que sempre conseguem dar a volta por cima, enfrentando as piores dificuldades. Sheldon sempre optou por mulheres para protagonizar as suas histórias. Quanto aos personagens masculinos, bem... quase sempre meros coadjuvantes. Nesta postagem escolhi 10 mulheres que arrebentaram a boca do balão nos livros escritos pelo autor. Na minha opinião, elas merecem e, muito fazer parte dessa top list. Vamos que vamos.

01 – Tracy Whitney

Livro: Se Houver Amanhã (1985)

Fodástica. Esta é a melhor palavra para definir Tracy Whitney. Cara, que mulher! Bonita – bonita não; linda, ou... melhor ainda: estonteante. Mas a beleza é apenas um tempero para as suas qualidades. A personagem criada pelo autor é inteligente, perspicaz e corajosa. 

Ela é a personagem principal do romance Se Houver Amanhã publicado pela primeira vez em 1985 e que arrebentou em vendagens. Adorei o enredo. Eletrizante demais!

O sucesso do livro foi tanto que no ano seguinte a trama ganhou uma adaptação para a televisão. A minissérie televisiva teve Madolyn Smith Osborne, Liam Neeson e Tom Berenger no elenco principal.

No início da trama, Tracy tem uma vida dos sonhos: está noiva de um cara que aparenta ser o chamado “homem dos sonhos”, casamento marcado, além de saber que vai ser mãe. O casal feliz “é todo comemoração”. Este cenário perfeito acaba se desmoronando quando a personagem é presa injustamente e vai parar numa penitenciária estadual, passando a ter uma nova vida. Ela é uma condenada da justiça e passa a viver entre criminosas perigosas. Tracy é estuprada pelas colegas de cela, perde o filho, passa a ser perseguida por outras presas que desejam o seu corpo.  Tudo isso quebraria ao meio a maioria de outras pessoas que estivessem em seu lugar, mas pensam que ela se encolheu? Entrou em pânico? Chorou? Ah, tá!

Nada disso. Tracy, enfrentou as dificuldades com coragem e perspicácia, mostrando toda a sua força.

E quando ela consegue escapar, vem a vingança contra aqueles que tramaram essa sórdida armadilha contra ela. Uma vingança terrível.

Eitcha mulherão fodástica!

02 – Noelle Page

Livro: O Outro Lado da Meia-Noite (1973)

O Outro Lado da Meia Noite, lançado em 1973 foi o segundo livro escrito por Sheldon. A obra alcançou o 1º lugar na lista de Best-sellers do New York Times e acabou sendo transformado em um filme de 1977 e seguido por uma sequência literária escrita por Sheldon intitulada Lembranças da Meia-Noite.

O Outro Lado da Meia-Noite conta com duas protagonistas femininas: Noele Page e Catherine Douglas. Amo as duas, mas nesse livro quem se sobressai, de fato, é Noelle. Aos 17 anos, ela já era a mulher mais linda de Marselha, no sul da França. Filha de pescador, cresceu perto do cais, em meio à pobreza e a homens que passavam metade da vida no mar. Em 1939 arranjou emprego como modelo numa loja, e depois de ser assediada por seu patrão, conseguiu fugir para Paris.

Na capital francesa, Noelle conheceu o militar Larry Douglas, americano que estava combatendo na Guerra junto à aviação britânica. A paixão intensa durou dias, até que Larry precisou ir a Londres, deixando a francesa perdida de amor e a promessa de voltar logo, mas o sujeito deu o “nó” e sumiu, se apaixonando por Catherine. Os dois acabam se casando. Então, o caldo engrossa. Noelle que já é uma atriz famosa trama a sua vingança contra o homem que a deixou na mão. Uma vingança que também pode prejudica-la, mas mesmo assim, ela segue em frente.

03 - Catherine Douglas

Livro: Lembranças da Meia-Noite (1990)

Comprei o livro Lembrançasda Meia-Noite porque precisava demais, saber como seria a vida de Catherine Douglas a partir do momento em que Sheldon escreveu a última linha de sua obra prima O Outro Lado da Meia-Noite.

Confesso que a personagem que acabou me conquistando, por completo, na obra de Sheldon foi Catherine e não Noelle que por sua vez pode ser considerada a protagonista da história. Noelle sempre foi ambiciosa, corajosa, sensual e sem medo de encarar desafios. Esses adjetivos já nasceram com ela e percebemos isso, logo nas primeiras páginas de O Outro Lado da Meia Noite, com uma Noelle ainda criança.

Costumo dizer que tais virtudes e defeitos já estavam impregnados na personagem ainda dentro da barriga de sua mãe. Quanto a Catherine a situação é diferente. Ela me cativou porque foi conquistando essas características ao longo da história, de acordo com o que a vida lhe oferecia. O Outro Lado da Meia Noite começa com uma Catherine ingênua, fraca e sem amor próprio. Com o ‘rolar’ das páginas, a personagem vai crescendo, se desenvolvendo. Como já disse, a própria vida se encarrega desse trabalho. Os tombos, decepções e rasteiras acabam  transformando-a numa outra pessoa: esperta, corajosa, astuciosa e até mesmo ambiciosa.

Há um determinado momento do romance que ela resolve sair ‘peitando’ todos aqueles que a espezinharam, querendo dar o troco em Larry Douglas e, por tabela, na própria Noelle, mas é em Lembranças da Meia-Noite que Catherine se transforma por completo mostrando toda a sua força. Mais uma personagem fortíssima criada por Sheldon.

03 - Kate Blackwell

Livro: O Reverso da Medalha (1982)

A melhor definição para Kate Blackwell, protagonista de O Reverso da Medalha publicado em 1982 é: ‘uma mulher forte e que sabe o que quer’. Com a morte do pai e depois do marido, Kate Blackwell assume todos os seus negócios, inclusive a direção de uma enorme multinacional, tornando-se uma administradora de sucesso, expandindo a companhia, incluindo a fabricação de armas que abastecem as grandes guerras.

Kate Blackwell é sinônimo de poder e prosperidade. No mundo dos negócios, ela conseguiu manter a solidez do império financeiro que herdou do pai – uma fortuna construída com a exploração e o comércio de diamantes na África do Sul. Mas luxo e riqueza não são os únicos elementos que fazem parte de sua história – a tragédia também acompanhou a trajetória de quase todos os seus familiares, como um legado de maldição. Agora, ao comemorar 90 anos, Kate é obrigada a lidar com os fantasmas de uma vida de chantagens e assassinatos. Fantasmas de um império fundamentado em pura ambição.

Kate é o tipo de personagem que nós, leitores, amamos ou odiamos. Ela pode ser bondosa e também inescrupulosa, interferindo na vida dos filhos, netos, empregados, tudo isso para conseguir os seus objetivos. Mas apesar disso não podemos negar que a personagem idealizada por Sheldon é um símbolo do sucesso; uma linda mulher que transformou sua herança em um império internacional – uma personalidade misteriosa, envolta por milhares de perguntas sem respostas. Detentora de uma posição de destaque entre os ricos e famosos, ela é uma sobrevivente assim como seu incansável pai – que arriscou a própria vida para extrair uma fortuna em diamantes da inóspita África do Sul.

05 – Jennifer Parker

Livro: A Ira dos Anjos (1980)

Jennifer Parker, protagonista de A Ira dos Anjos, é uma advogada recém-formada que deixa o interior para iniciar sua carreira em Nova York. Seu primeiro emprego é como assistente distrital de um renomado promotor do condado de Nova York, mas em menos de 24 horas no cargo, tudo o que ela conquistou acaba indo pelo ralo.

Logo em seu primeiro dia, ela cai em uma armadilha preparada por um mafioso que é acusado de vários crimes e graças a ela, é libertado por falta de provas. Depois disso, a vida de Jennifer vira um inferno. A advogada se transforma numa escória no meio jurídico. Com uma carreira promissora pela frente, ela vê tudo se esvaindo, mas Jennifer não se abate e após muita luta consegue se reerguer até se transformar numa advogada de sucesso. Mas outros revesses ainda estão reservados para a sua vida, os quais terá de usar toda a sua coragem e inteligência para superá-los.

A luta da personagem e a forma destemida com que ela enfrenta tantos desafios é inspirador e encantador. Ela passa por tantas dificuldades e provações e nunca desiste, segue sempre em frente e tentando fazer o melhor.

Considero Jennifer Parker lima das personagens mais resilientes da galeria de protagonistas criadas por Sheldon.

06 – Dana Evans

Livro: O Céu Está Caindo (2000)

Muitos leitores de Sidney Sheldon julgam a jornalista Dana Evans a melhor personagem feminina criada pelo autor. Lembrando que ela já havia aparecido como uma coadjuvante no romance O Plano Perfeito (1997). Agora, em O Céu Está Caindo, após ter acabado de voltar para sua cidade natal depois de alguns meses cobrindo notícias em uma zona de guerra em Sarajevo, onde acabou adotando um problemático menino de 12 anos que perdeu sua família no conflito, ela se vê no meio de trama ardilosa.

Dana se depara com um fato inusitado e que desperta a sua atenção e os seus sentidos de jornalista. Ela descobre que o último descendente de uma família tradicional dos Estados Unidos foi assassinado a tiros em um aparente assalto em sua casa. O estranho em tudo isso é que dentro de um ano os cinco membros da família foram mortos. Os pais em um incêndio, a irmã em um acidente de esqui, o irmão em um acidente de carro e agora o último assassinato.

Será muita coincidência toda uma família morrer em um ano? Ou ainda o assalto à casa do último membro ter sido para lá de estranho já que os ladrões não levaram joias e apenas uns quadros que não tinham tanto valor assim em vista de outros que tinham na casa. Com essas informações Dana começa a investigar o caso na esperança de desmascarar algo que esteja por trás disso.

Uma mullher fantástica que entra, tranquilamente, no rol das personagens mais carismáticas do autor.

Inté!

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