Permissão para fugir um pouquinho do assunto livros.
Concedida? (rs). Aqueles que acompanham o blog desde o início sabem que eu
tenho a mania de utilizar esse espaço para “conversar” com os meus seguidores e
sobre assuntos ‘extra-livros’, ou seja, fatos que rolaram em minha vida, os
quais gosto de dividir. Alguns amigos não concordam comigo e acham que eu devo
escrever somente sobre livros. - Jam, quando você quiser trocar ideias sobre
alguma coisa que rolou ou tá rolando em tua vida, chama a gente, pô! Vamos para
um happy hour e enquanto tomamos uma cervejinha, conversamos. É olho no olho e
não olho na tela de um computador – cobram eles.
Mas como diz o velho ditado popular: “cada louco com a
sua mania” (rs). No meu caso, prefiro, algumas vezes, o olho na tela, mesmo
porque eu não enxergo a tela, mas sim os meus seguidores. Quanto a “troca de
ideias”, elas chegam nos comentários ou e-mails, e nem por isso deixa de ser
uma interação.
Além do mais, o Livros e Opinião nesses momentos acaba
exercendo o papel de um diário com assuntos que eu ache que possam se tornar
públicos, sem me prejudicar. Quanto as conversas com os amigos nos happy hours,
sem problemas, elas também podem acontecer. Estes amigos não precisam ficar com
ciúmes de vocês (rs).
Hoje, nesse espaço dedicado as minhas divagações quero
falar sobre um assunto envolvendo o meu irmão – não o mais velho que foi o dono
do armário secreto que valeu algumas postagens por aqui, como essa – do meio;
lembrando que somos em três e que eu só vim ao mundo depois de dez anos.
Ehehehehe, um verdadeiro temporão, mas isso é assunto, quem sabe, para uma outra
divagação.
Espero que esse texto possa ajudar muitas pessoas que
precisam passar por alguma cirurgia e estão um pouco ou muito temerosas.
Acredito que o meu irmão do meio, o Orlando, seja o assunto mais comentado no
contexto médico da minha cidade e região por causa do número de cirurgias pelas
quais ele já passou e irá passar. Vamos lá: apendicite, ombro, vesícula,
correção ortopédica, joelho e tireoide. Além dessas, já está programada uma
intervenção na próstata e provavelmente, a implantação de uma prótese no
joelho, da qual eles está fugindo, pois acha que a sua cota de “contribuição”
ao “aperfeiçoamento médico” já chegou ao limite.
O que me fez escrever e publicar esse texto não foram
as suas peripécias numa mesa de cirurgia, mas a sua atitude. Este meu irmão é
fodasticamente fodástico; um guerreiro, mas um guerreiro feliz, além de muito
corajoso. Sempre encarou as suas intervenções cirúrgicas com muito otimismo.
Seu slogan, antes de cada “corte” sempre era o mesmo: “Se é para ficar melhor,
vamos fazer”. Recentemente, em sua última “peripécia” que lhe valeu mais um
corte e consequentemente uma nova cicatriz, eu lhe disse na brincadeira: “vamos
trocar esse slogan que já está muito batido. Que tal: Se é para ficar melhor, então
‘receba’”, numa alusão a famosa frase criada pelo influencer Luva de Pedreiro.
Depois que disse isso, todos caímos na risada no quarto do hospital onde ele se
preparava para mais uma cirurgia. E é sobre essa última aventura – última, pelo
menos, por enquanto – que eu gostaria de ‘falar’ com a galera.
Depois de tantas cirurgias, o Orlando recebeu dois
torpedos: no primeiro, ele teria de realizar uma operação com urgência na
próstata, pois caso contrário, corria o risco de ter uma estenose uretral. Se essa
intervenção fosse feita em poucos dias, ainda poderia acontecer através do
canal do pênis, de outro modo, seria necessário um procedimento externo.
Falando o português esculachado: seria necessário abrir a barriga. Pronto,
falei ou melhor: “Pronto, receba” (rs).
Durante os exames preparatórios para a realização da
cirurgia, os médicos descobriram através de uma ressonância magnética, a existência
de um nódulo na tireoide. Após a biópsia, veio a bomba: câncer. Entre as duas
cirurgias: próstata e tireoide, os médicos optaram pela segunda, por
considerarem mais urgente. E lá vai o guerreiro feliz com a sua icônica frase -
“se é para ficar melhor, vamos fazer” - para a mesa de cirurgia. O cirurgião
especialista em cabeça e pescoço avaliou que seria necessário retirar apenas um
dos lados da glândula, mas após os exames, lá vem outra bomba: “tivemos
metástase no restante da tireoide, vamos ter que fazer uma nova cirurgia”.
Pimba: mal saiu do centro cirúrgico, lá vai o nosso guerreiro, pronto para entrar
na “faca”, novamente. Duas cirurgias delicadas num curtíssimo espaço de tempo.
Depois das duas aventuras, uma nova batalha a ser
enfrentada: o isolamento – por quatro ou cinco dias - num quarto com pouca luz
após a aplicação de iodo radioativo para evitar o surgimento de novas
metástases.
Graças a Deus, o nosso guerreiro feliz saiu ileso
dessas batalhas e acreditem: muito humorado, dizendo estar pronto para a outra
cirurgia que havia sido adiada, a da próstata.
Agora, ele se preparara para mais uma batalha nas
salas de cirurgias; tudo isso, num curto período de dias. Ainda me lembro do
que ele disse para uma mulher no dia em que se preparava para fazer a sua
segunda cirurgia, seguida, da tireoide. Esta senhora estava muito nervosa pois
teria que ser submetida a uma operação para retirada da vesícula biliar. Meu
irmão olhou para ela e adivinhem o que ele disse? Se vocês pensaram: “se é para
ficar melhor, faça”, acertaram.
Inté!
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