Gosto muito das notícias do show business; mas cá
entre nós, quem não fica curioso em desvendar os segredos dos bastidores do
meio artístico ou então relembrar o glamour dos shows de grandes feras do rock ou
do pop realizados pelo mundo afora? Talvez por isso, eu tenha amado um livro
que na época do seu lançamento (2012) acabou passando despercebido pela maioria
dos leitores brasileiros. Estou me referindo a obra De A-Há a U2 do
jornalista, crítico musical e apresentador Zeca Camargo que traz os bastidores
de entrevistas que ele realizou ao longo de sua carreira.
Em 53 entrevistas, com alguns dos nomes mais
importantes da música nacional e internacional, o leitor é introduzido no
processo criativo de produção jornalística, acompanhando os bastidores, as
aventuras e impressões do repórter. Os maiores nomes da música aparecem em
ordem alfabética; com verbetes, e a viva descrição dos contatos e entrevistas
ajudam a desvendar a personalidade de cada um.
Cara, livraço, amei! Por isso quando fiquei sabendo,
por acaso, do lançamento de Os 50 maiores
shows da história da música do jornalista carioca Luiz Felipe Carneiro, publicado
pela editora Belas-Letras, só faltei soltar fogos em comemoração. Como fiquei
muito animado com a obra do Zeca, evidentemente também não faltou animação para
o lançamento do Luiz Felipe que apesar de abordagens diferentes ainda trazem
algumas similaridades, afinal exploram os segredos do show business.
Os
50 maiores shows da história da música, lançado em abril, traz
em ordem cronológica, desde a última apresentação ao vivo do bluesman Robert
Johnson, em 1938, até um espetáculo recente da turnê “American utopia”, de
David Byrne, ex-Talking Heads. O autor diz que só assistiu a um dos shows
listados.
Luiz Felipe fez uma pesquisa tão aprofundada que o
leitor é praticamente levado até o momento de cada apresentação. Como no
histórico show de Elton John no Dodger Stadium, em 1975, na Califórnia: “Quando
os portões do estádio se abriram, bolas de praia foram lançadas para o público.
(...) O sol ainda estava forte quando Elton John entrou sozinho para cantar
‘Your song’, ao mesmo tempo que seu piano, sobre uma plataforma hidráulica,
deslizava até a frente do palco. Bernie Taupin descreveu o momento: ‘Todo mundo
estava abrindo os braços, gritando, tirando a camisa e girando-a acima da
cabeça, envolvido por uma brisa de maconha’. A banda se uniu a Elton para
‘Border song’, e depois ele despejou sucessos como ‘Levon, ‘Rocket Man’, além
da raramente executada ‘Empty sky’, faixa-título do disco de estreia”.
O livro traz detalhes de todos os shows listados fazendo
com que os leitores mergulhem de cabeça na leitura como se estivessem ali,
naquele momento, assistindo há uma apresentação de Paul McCartney, Elvis
Presley, The Doors, Madonna, Guns N’Roses, além de shows que rolaram em eventos
como Rock in Rio, Live Aid, The Freddie Mercury Tribute Concert, entre outros.
Os
50 maiores shows da história da música também é um passeio
privilegiado ao backstage, revelçando muitas curiosidades – das mais simples às
mais extravagantes, que só grandes artistas poderiam protagonizar.
Quanto ao layout, a editora Belas-Letras, de fato,
caprichou. Anotem aí: edição de luxo em capa dura, com 304 páginas de textos,
mais um anexo de 50 pôsteres destacáveis (e sem dobras) exclusivos, criados
pelo artista Jonas Santos, reimaginando cada um dos shows descritos. É mole ou
quer mais? (rs). Só o preço que assusta um pouco, mas... fazer o que cara, o
livro deve ser bom demais. Tá todo mundo elogiando, portanto, acho que vale a pena
o sacrifício.
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