Livro sobre os 50 maiores shows da história traz todo o clima e os segredos que rolaram nesses eventos

15 maio 2022

Gosto muito das notícias do show business; mas cá entre nós, quem não fica curioso em desvendar os segredos dos bastidores do meio artístico ou então relembrar o glamour dos shows de grandes feras do rock ou do pop realizados pelo mundo afora? Talvez por isso, eu tenha amado um livro que na época do seu lançamento (2012) acabou passando despercebido pela maioria dos leitores brasileiros. Estou me referindo a obra De A-Há a U2 do jornalista, crítico musical e apresentador Zeca Camargo que traz os bastidores de entrevistas que ele realizou ao longo de sua carreira. 

Em 53 entrevistas, com alguns dos nomes mais importantes da música nacional e internacional, o leitor é introduzido no processo criativo de produção jornalística, acompanhando os bastidores, as aventuras e impressões do repórter. Os maiores nomes da música aparecem em ordem alfabética; com verbetes, e a viva descrição dos contatos e entrevistas ajudam a desvendar a personalidade de cada um.

Cara, livraço, amei! Por isso quando fiquei sabendo, por acaso, do lançamento de Os 50 maiores shows da história da música do jornalista carioca Luiz Felipe Carneiro, publicado pela editora Belas-Letras, só faltei soltar fogos em comemoração. Como fiquei muito animado com a obra do Zeca, evidentemente também não faltou animação para o lançamento do Luiz Felipe que apesar de abordagens diferentes ainda trazem algumas similaridades, afinal exploram os segredos do show business.

Os 50 maiores shows da história da música, lançado em abril, traz em ordem cronológica, desde a última apresentação ao vivo do bluesman Robert Johnson, em 1938, até um espetáculo recente da turnê “American utopia”, de David Byrne, ex-Talking Heads. O autor diz que só assistiu a um dos shows listados.

Luiz Felipe fez uma pesquisa tão aprofundada que o leitor é praticamente levado até o momento de cada apresentação. Como no histórico show de Elton John no Dodger Stadium, em 1975, na Califórnia: “Quando os portões do estádio se abriram, bolas de praia foram lançadas para o público. (...) O sol ainda estava forte quando Elton John entrou sozinho para cantar ‘Your song’, ao mesmo tempo que seu piano, sobre uma plataforma hidráulica, deslizava até a frente do palco. Bernie Taupin descreveu o momento: ‘Todo mundo estava abrindo os braços, gritando, tirando a camisa e girando-a acima da cabeça, envolvido por uma brisa de maconha’. A banda se uniu a Elton para ‘Border song’, e depois ele despejou sucessos como ‘Levon, ‘Rocket Man’, além da raramente executada ‘Empty sky’, faixa-título do disco de estreia”.

Luiz Felipe Carneiro

O livro traz detalhes de todos os shows listados fazendo com que os leitores mergulhem de cabeça na leitura como se estivessem ali, naquele momento, assistindo há uma apresentação de Paul McCartney, Elvis Presley, The Doors, Madonna, Guns N’Roses, além de shows que rolaram em eventos como Rock in Rio, Live Aid, The Freddie Mercury Tribute Concert, entre outros.

Os 50 maiores shows da história da música também é um passeio privilegiado ao backstage, revelçando muitas curiosidades – das mais simples às mais extravagantes, que só grandes artistas poderiam protagonizar.

Quanto ao layout, a editora Belas-Letras, de fato, caprichou. Anotem aí: edição de luxo em capa dura, com 304 páginas de textos, mais um anexo de 50 pôsteres destacáveis (e sem dobras) exclusivos, criados pelo artista Jonas Santos, reimaginando cada um dos shows descritos. É mole ou quer mais? (rs). Só o preço que assusta um pouco, mas... fazer o que cara, o livro deve ser bom demais. Tá todo mundo elogiando, portanto, acho que vale a pena o sacrifício.

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