A filha do demônio

21 julho 2021



Mayara, sinceridade? Adorei o seu livro. Caráculas, que viagem! Após ter lido A Filha do Demônio da escritora mineira, Mayara Cordeiro, pensei comigo mesmo: quantas histórias boas de autores desconhecidos estão morrendo por motivo do descaso de grandes editoras. A arrogância de alguns editores chega a tal ponto que eles sequer aceitam ler os originais de uma história ao saber que se trata do debut, no meio literário, de um jovem escritor. Eles preferem investir em autores consagrados. Triste, não acham? Sabemos que a maioria desses jovens talentos desconhecidos desistem porque os custos para lançar uma obra literária independente são salgados demais e nem todos conseguem obter esses recursos através de vaquinhas virtuais. Com isso a maioria opta por não prosseguir escrevendo.

Ainda bem que Mayara Cordeiro acreditou em sua história e foi a luta e publicou a edição impressa de A Filha do Demônio de forma independente. Antes, ela já tinha lançado o e-book.

Quando recebi o seu livro para resenha e avaliação confesso que não estava afim de ler algo do gênero western já que tinha acabado de concluir a releitura de algumas historietas de Os Melhores Contos de Faroeste, por isso queria mudar de gênero naquele momento. Pretendia ler algo sobre mitologia grega, um assunto que adoro. Entonce... recebo A Filha do Demônio. Certamente, pretendia lê-lo mais para a frente. Acontece que o livro tinha uma capa tão bem produzida, mesmo simples; estava tão bem embalado; continha tantos mimos, entre os quais marcadores de páginas, mapas e imãs personalizados que acabou me convencendo as antecipar a sua leitura. Pensei: - Putz, para uma escritora investir tanto numa publicação independente é porque ela tem um carinho enorme pelo seu “filho” e acredita muito “nele”. Portanto, só me restou conhecer esse “filho”. E não me arrependi.



A obra, mesmo seguindo o gênero ‘Velho Oeste” não fica restrita a troca de tiros, duelos e socos dentro de um saloon. O seu foco está mais direcionado para drama e romance. Ainda ontem, quando acabei a leitura do livro, comentei com Lulu que o enredo idealizado por Mayara pode ser definido, de um modo genérico, como uma mistura de Sheldon e Sparks no Velho Oeste americano. A saga de Yanan, Eric Hetfield, Andy Martin, Rael Amaya, entre outros personagens tem pontos em comum com os plots criados por Sidney Sheldon e Nicolas Sparks em seus livros: mulheres fortes e resilientes; vilões sem escrúpulos e capazes de chegar as últimas consequências para atingir os seus objetivos; além de trabalhar com perfeição elementos como redenção, perdão e amizade.

Os personagens bem construídos somados a uma narrativa fluida faz com que os leitores devorem as páginas em pouco tempo. A Filha do Demônio não tem plot twists em seu enredo, mas por outro lado, tem muitas surpresas, algumas me deixaram desconcertado.

Não quero estragar o enredo com spoilers mas já adianto que não há como não se apaixonar por Yanan, uma típica heroína ‘a la Sheldon’ ou então querer invadir a história para moer de pancadas o FDP do Rael Amaya, um dos vilões mais cruéis que já vi num livro.

Os últimos capítulos são bem tensos com direito a duelos, tiroteios e perseguições. Os leitores ficarão com uma vontade enorme de mergulhar nas páginas para tomar partido de determinados personagens. Destaque para um reencontro que acontece no final, muito emocionante.

A Filha do Demônio conta a história de uma jovem menosprezada em sua pequena comunidade, inclusive pelos seus próprios familiares, e que sai em busca de vingança por algo que fizeram à sua mãe. A sua jornada será cheia de surpresas. Ela encontrará pelo caminho vários personagens dispostos a ajudar e outros com prazer em lhe prejudicar. Enfim, é isso. Não posso contar mais nada, caso contrário, acabarei estragando o romance com spoilers.

É uma pena que o livro não se encontra a venda, pelo menos por enquanto, nas grandes livrarias virtuais, mas os interessados poderão adquirir o e-book na Amazon. Quanto ao livro físico, as reservas podem ser feitas no site da escritora (ver aqui ) ou então, em seu Instagram.

2 comentários

  1. Olá José Antônio, muito obrigada pela sua resenha! Fiquei muito feliz, especialmente por saber que sua opinião é sincera. Esta história foi minha grande companheira neste primeiro ano de pandemia, me ajudou a me distrair e ocupar a mente em meio a todas essas dificuldades que estamos vivendo... Enquanto escrevia, pude viajar para um período histórico do qual gosto bastante. Muito obrigada mais uma vez por ter lido o meu livro, por acreditar neste trabalho e separar algum tempo para escrever estas linhas. Felizmente é possível conseguir cópias impressas do livro na loja da Uiclap: https://bit.ly/2UDeHPY
    Excluí a mensagem anterior para corrigir um erro do corretor do celular. 🙂
    Um forte abraço!

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    1. Seu livro é muito bom; desde os personagens bem construídos até a narrativa bem fluida e que prende a atenção dos leitores. Boa sorte nas próximas histórias.
      Abcs!

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