Cinco biografias lançadas em 2021 que precisam estar em sua estante

19 maio 2021

Mesmo aqueles leitores que não gostam de biografias e autobiografias acabam se familiarizando com o gênero quando o biografado  é uma pessoa interessante e com muitas novidades também interessantes  a serem reveladas. Eu, mesmo, não aprecio muito esse tipo de livro, mas confesso que fui seduzido por várias obras similares por conta do personagem real que teve os seus segredos desnudados. Prova disso, é a minha estante que conta com muitas biografias.

Zapeando pelas livrarias virtuais descobri algumas obras interessantes desse gênero literário que foram lançadas em 2021. Selecionei cinco delas, as quais acredito que valham a pena serem compradas. Vamos lá?

01 – Jim Morrison: Ninguém sai vivo daqui (Danny Sugerman e Jerry Hopkins)

A crítica literária especializada é unânime em afirmar que este livro é a melhor biografia de Jim Morrison e do The Doors já publicada até hoje. E olha que já tivemos muuuuitas delas lançadas ao longo de anos. Por isso, podemos dizer que os seus autores capricharam e principalmente foram honestos ao escrever o livro, ou seja, deixaram o sensacionalismo de lado e abordaram somente fatos verídicos.

No One Here Gets Out Alive foi a primeira biografia de Jim Morrison -vocalista e letrista da banda de rock norte-americana The Doors - escrita após a sua morte pelo jornalista Jerry Hopkins com informação adicional, acrescentada mais tarde, por Danny Sugerman. Hopkins fez uma entrevista prolongada com Morrison, mas o seu primeiro manuscrito foi rejeitado pelas principais editoras.

Sugerman, por sua vez, começou a trabalhar como assistente no escritório dos Doors com quatorze anos, e tornou-se o seu manager após Morrison morrer (substituindo Bill Siddons). De acordo com o baterista dos Doors John Densmore, Sugerman tornou-se "o manager e força condutora por trás dos The Doors" que "guiou a nossa carreira por mais de 30 anos" até à sua morte em 2005.

Quer mais? A obra também serviu de base para o filme de Oliver Stone sobre a banda, "The Doors" (1991).

O livro já foi lançado no Brasil em 2013 pela “Editora Novo Século”, e tinha como título: Ninguém Sai Vivo Daqui – Biografia Jim Morrison. Em fevereiro de 2021, editora Belas Letras resolveu relançar a biografia com o nome: Jim Morrison: Ninguém sai vivo daqui.

Não podemos negar que se trata de um presentaço para os fãs de Morrison e também do The Doors.

Editora: Belas Letras

Capa: Comum

Dimensões: 22.35 x 3.05 x 2.79 cm

Páginas: 440

02 - O ar que me falta: História de uma curta infância e de uma longa depressão (Luiz Schwarcz)

O Ar que me falta é uma autobiografia de Luiz Schwarcz. Mas, afinal quem é essa pessoa? Schwarcz é um dos maiores editores da história do mercado brasileiro, fundador (em 1986) e também CEO da Companhia das Letras. Sua trajetória profissional foi iniciada na editora Brasiliense considerada uma referência na vida cultural nacional nas décadas de 1970 e 1980. Schwarcz é também um homem que sofre de depressão e bipolaridade há muitos anos, desde pequeno, e o livro é um testemunho corajoso e honesto sobre sua luta.

Nesta obra, Schwarcz fala de seus fantasmas e não de sua carreira. Ele abre as comportas de seu coração e expõe toda a sua fragilidade, contando detalhes sobre a depressão e bipolaridade que enfrenta há muito tempo.

O autor revela vários segredos, entre os quais, envolvendo sua

 família que abandonou tudo para fugir ao terror nazista: o pai, húngaro, conseguiu escapar, sozinho, de um trem a caminho do campo de extermínio de Bergen-Belsen, deixando Láios, seu pai, no vagão que acabou por levá-lo à morte; a mãe, croata, teve de decorar aos três anos um novo nome, falso, para embarcar com a família num périplo que os levou primeiro à Itália e depois ao outro lado do Atlântico. Os dois, André e Mirta, se encontraram no Brasil, com as lembranças dolorosas do passado trágico a pesarem sobre a nova vida.

Segundo sinopse da obra fornecida pela Companhia das Letras, ao recuperar com franqueza estas memórias, Luiz Schwarcz constrói um sensível e detalhado relato de como a depressão e os traumas, próprios e de terceiros, podem tirar o fôlego de qualquer um e permanecer latentes em existências por fora marcadas pela aparência do sucesso.

O livro foi lançado em fevereiro de 2021.

Editora: Companhia das Letras

Capa: Comum

Dimensões: 20.83 x 13.72 x 0.76 cm

Páginas: 200

03 – Cartas a uma negra (Françoise Ega)

Françoise Ega, nascida nas Pequenas Antilhas, trabalhava em casas de família em Marselha, na França. Um de seus pequenos prazeres era ler a revista Paris Match, na qual deparou com um texto sobre Carolina Maria de Jesus (primeira escritora negra brasileira) e seu livro Quarto de despejo – Diário de uma Favelada. Françoise identificou-se prontamente. Com isso, passou a escrever "cartas" — jamais entregues — à autora brasileira. Nelas, relatava seu cotidiano de trabalho e exploração na França, as dificuldades, a injustiça nas relações sociais, a posição subalterna (e muitas vezes humilhante) a que eram relegadas tantas mulheres como ela, de pele negra e originárias de uma colônia francesa no Caribe.

Aos poucos, foi se conscientizando e passou a lutar por seus direitos. Quando morreu, em 1976, era um nome importante na sociedade civil francesa.

Segundo matéria da revista Vogue, foi por meio dessas cartas autobiográficas destinadas à autora brasileira que Françoise se tornou uma escritora. Escritora graças a Carolina de Jesus e escritora de cartas para Carolina de Jesus. Cartas que, como já disse, nunca foram enviadas. Porém, esses preciosos relatos agora estão recuperados em Cartas a uma Negra, livro publicado em 1978 e que chegou pela primeira vez às prateleiras brasileiras no dia 9, pela editora Todavia.

Editora: Todavia

Capa: Comum

Dimensões: 20.6 x 13.6 x 1.8 cm

Páginas: 256

04 – Roberto Carlos – Por isso essa voz tamanha (Jotabê Medeiros)

E vamos com mais uma biografia do rei da nossa MPB. Desta vez, o jornalista e biógrafo Jotabê Medeiros relata em Roberto Carlos – Por isso essa voz tamanha as origens da Jovem Guarda, o sucesso estrondoso, a relação com parceiros como Erasmo Carlos e Tim Maia, a religiosidade e as disputas judiciais.

Jotabê se aprofunda na formação musical do artista, desde a infância em Cachoeiro do Itapemirim e os primeiros passos cantando à moda de João Gilberto, até a explosão como líder do incipiente rock nacional e os hits que ao longo de décadas emplacou entre os mais ouvidos do país.

Os programas de rádio do Rio e de São Paulo que pegavam fogo, as bandas de rock que se multiplicavam arrastando multidões, o impacto comportamental e publicitário do iê-iê-iê, os ecos na personalidade metódica e na carreira construída com esmero, as amizades e turbulências com Tim Maia, Erasmo Carlos e Carlos Imperial, tudo isso é revelado em detalhes na biografia.

Segundo os críticos literários, o livro somente soará, de fato, relevante para os leitores que pouco ou nada sabem sobre Roberto Carlos. Lançado em 19 de abril de 2021, dia do 80º aniversário do artista, o livro Roberto Carlos – Por isso essa voz tamanha tem narrativa que avança até este ano de 2021, mas sem nada acrescentar de substancial ao que já fora revelado em 2006 pelo escritor baiano Paulo Cesar de Araújo na controvertida e fundamental biografia Roberto Carlos em detalhes.

Editora: Todavia

Capa: Comum

Dimensões: 20.6 x 13.8 x 2.6 cm

Páginas: 512

05 – Viver é melhor que sonhar – Os últimos caminhos de Belchior (Chris Fuscaldo e Marcelo Bortoloti)

O livro Viver é melhor que sonhar: Os últimos caminhos de Belchior de Chris Fuscaldo e Marcelo Bortoloti  chegou às lojas em março, no mesmo mês em que o falecimento do conhecido cantor e compositor completou quatro anos.

Antonio Carlos Belchior é autor de um dos gestos mais intrigantes da história recente da Música Popular Brasileira. Artista respeitado, dono de um repertório do qual qualquer músico poderia se orgulhar, carreira de sucesso, padrão de vida confortável, cercado de amigos, cercado de mulheres. Com 60 anos recém-completos, deixou tudo isso para trás, rumo a uma jornada incerta e anônima pelo sul do país, que terminaria com sua morte dez anos depois. Não explicou a ninguém o motivo do seu desaparecimento, não pediu dinheiro emprestado aos amigos, só deu um telefonema a um dos filhos durante este período. Ele simplesmente, “sumiu” ou como queiram: escafedeu.

O livro foi escrito enquanto os autores percorriam todas as cidades por onde Belchior passou durante o seu período de exílio: Montevidéu, Porto Alegre, Santa Maria, São Paulo, Sobral, Artigas (Uruguai), Santa Cruz do Sul, entre outras. “Viver é Melhor que Sonhar” é um livro que merece ser lido pelo seu compromisso com a pesquisa. Os autores tentam explicar o que poderia ter acontecido com Belchior neste período em que desapareceu.

Editora: Sonora

Capa: Comum

Dimensões: 22.86 x 15.75 x 1.52 cm

Páginas: 260

Agora é só escolher a sua biografia preferida e mandar ver na leitura.

Valeu!

 

 

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