Nestes tempos de coronavírus, o chamado home office
está predominando na maior parte do Brasil, principalmente entre as pessoas que
já dobraram a curva dos 50, estão chegando nos 60 ou então já ultrapassaram
essa meta. Como faço parte desse grupo: um cinquentão já a caminho do seis
ponto zero, fui autorizado a desempenhar as minhas atividades, pelo menos a
maioria delas, em casa. E olha que são muitas! Como os meus tempos de repórter
já passaram – aliás, sinto muitas saudades daquela época – não preciso ficar
saindo em campo atrás de entrevistas. Como sou editor, o chamado home office
veio a calhar, já que a maioria das reuniões de pautas podem ser resolvidas
através de videoconferências.
Numa dessas ‘zapeadas literárias diurnas’ encontrei um
livro que despertou demais o meu interesse. Trata-se da obra de Daniel Defoe
chamada Um Diário do Ano da Peste.
Não sei se pelo clima que estamos vivendo ou então pelas características do
enredo que mistura linguagem jornalística com ficção, acabei comprando o livro.
O livro de Defoe é um relato ficcional da doença que
ficou conhecida como a ‘Grande Peste de Londres’ (1665-1666), uma epidemia que
vitimou entre 75.000 e 100.000 pessoas, ou seja, um quinto da população daquela
cidade.
O autor tinha apenas quatro anos quando a peste
bubônica provocou todo aquele estrago em Londres e também em vários países
europeus. Das suas lembranças acabou escrevendo Um Diário do Ano da Peste, um livro meio ficção e meio jornalístico
sobre a maneira de como viveram os londrinos durante aquele ano de 1665. Defoe
descreve até as notas de óbito e conta o que faziam e como viviam as pessoas
isoladas nas suas casas para tentar sobreviver à peste.
Um amigo meu já leu a obra e me disse que apesar de
Defoe ter escrito o seu livro 50 anos depois do ataque vassalador da peste
bubônica em toda a Europa, ele consegue nos transportar, juntamente com seu
personagem-narrador para o caos causado pela epidemia naquela época.
Para quem não sabe, Defoe ficou conhecido mundialmente
pelo sucesso do clássico Robinson Crusoé.
Começo a leitura hoje a noite. Tomara que goste. Tão
logo termine, faço a postagem da resenha no blog.
2 comentários
Acho que nesse período ficamos meio que suscetíveis a esse tipo de leitura. Estou esperando chegar a peste de Albert Camus, mas seu relato sobre esse livro me encheu os olhos. Vou procurar. Obrigado e continue com o site. Tudo é de muito bom gosto...Parabéns por todo o conteúdo...
ResponderExcluirÉ muito importante quando nós, blogueiros literários, temos o nosso trabalho reconhecido ou então, até mesmo quando recebemos críticas construtivas. Demonstra que os leitores estão acompanhando de perto as nossas postagens. Este feedback nos estimula a continuar. Fiquei super feliz em saber que os posts do Livros e Opinião estão atendendo as suas expectativas. Sou eu quem agradece. Obrigado, mesmo.
ExcluirQuanto ao livro de Daniel Defoe estou gostando, muito. Uma narrativa fluida com o poder de transportar o leitor para dentro do enredo.O personagem-narrador presencia ou ouve de outras bocas relatos terríveis dos acontecimentos. Com isso, os leitores deparam com pessoas que são trancadas em suas casas com familiares doentes; uivos de mulheres desesperadas nas janelas das casas, cujas portas foram marcadas com uma cruz vermelha, alertando que ali residem pessoas com a doença; valas profunda, abertas onde os cadáveres são simplesmente jogados aos montes sem terem sequer um enterro cristão, pois ninguém se arriscaria ser contaminado.
Recomendo muitíssimo.
Quanto A Peste de Camis tenho em minha estante, mas ainda não. Pretendo fazer isso brevemente.
Grande abraço!