O segundo volume da saga de Conan, O Bárbaro publicado em 2018 pela editora Pipoca &
Nanquim, a exemplo do primeiro, não nega fogo. Se eu dissesse que uma das sete
histórias do livro é fraca estaria mentindo descaradamente. Cara, repito, as
novas aventuras do cimério não negam fogo; e tenho certeza de que o terceiro
volume também será um verdadeiro trucão para os leitores.
As aventuras de Conan escritas por Robert E. Howard são
como aquelas matinês do passado, as quais ficávamos contando nos dedos a
chegada do domingo para irmos até o cinema para torcer pelo nosso herói
preferido. Esses contos são puras matinês e da mais alta qualidade.
Conan,
O Barbaro – Volume II traz no capítulo dedicado aos extras,
dois enredos de Howard – escritos no início de sua carreira de escritor - que
foram rejeitados pelos editores da revista pulp Weird Tales. Se essas histórias
são ruins? Nada a ver, elas são excelentes, o que faz com que eu não entenda o
que levou o sujeito que comandava a mais importante revista pulp de todos os tempos
a rejeitá-las. “A Filha do Gigante do Gelo” e “O Estranho de Preto” são dois
contos tão bons que chega a ser muito estranho vê-los recusados naquela época;
mas o importante é que eles fazem parte desse segundo volume.
Confiram um breve resumo dos sete contos de Conan – O Bárbaro – Volume II. Começando
pelos dois extras.
Extras
01
– A Filha do Gigante do Gelo
O conto foi escrito em 1932 e foi uma das primeiras
histórias de Conan que Howard escreveu e
que, na época, foi rejeitada pelo editor da revista Weird Tale, Farnsworth
Wright. Dois anos depois, o escritor trocou o nome de seu personagem para Amra,
de Akbitana, e conseguiu vender a história de seu personagem para a The Fantasy
Fan, com o título de Deuses do Norte. No entanto, após a morte de Howard, o
conto foi publicado na sua forma original.
A história mostra Conan perseguindo o espectro de uma
bela mulher através das neves congeladas da região fictícia de Nordheim,
após ter sido o único sobrevivente de uma violenta batalha. O que ele não sabe
é que está sendo atraído para uma terrível armadilha. Ok, mas quem conhece o
gigante bárbaro, sabe que acuá-lo é o mesmo que tentar encurralar um tigre ou um
leão, ou seja, quando o inimigo percebe o erro cometido, já é tarde demais.
Conto curtíssimo, menos de dez páginas, mas muito bom.
02
– O Estranho de Preto
A história “O Estranho de Preto” foi escrita em algum
momento da década de 1930 e como já disse no início desse post, foi recusada
pelas principais revistas da época, incluindo a antológica Weird Tales. Na
tentativa de vende-la, Howard a reescreveu com o título “Swords of the Red
Brotherhood e trocou Conan pelo pirata Black Vulmea. A estratégia não
funcionou, e a segunda versão também não foi publicada. Ambas só foram
encontradas somente após a morte de Howard.
O livro editado pela Pipoca & Nanquim traz a
história original, sem alterações com Conan como o personagem principal. É o
conto mais comprido do livro - 73
páginas – e também o mais recheado de intrigas e traições. Conan se junta a
dois piratas traiçoeiros que saem em busca de um grande tesouro escondido nas
terras dos pictos, considerado um povo selvagem e sanguinário. Os dois piratas
tentam sacanear o cimério, mas... já viu o que acontece, né?
Conan só aparece a partir do meio da narrativa, mas
vale a pena esperar. A batalha final contra os pictos é de tirar o folego. O
conto traz ainda como bônus um misterioso nobre que corta os mares, se refugiando
de ilha em ilha por causa de algo terrível que o persegue. Este perseguidor
seria o tal homem de preto do título? Bem, leiam o conto e descubram por si
mesmos.
Contos
01
– Inimigos em Casa
Vamos agora para os contos, propriamente ditos, do
livro. “Inimigos em Casa” é a história que abre o segundo volume de Conan – O Bárbaro e foi originalmente
publicado na Weird Tales em janeiro de 1934.
Howard conta a história de um poderoso nobre que
descobre estar sendo traído dentro de suas próprias terras. O plano para mata-lo
é engendrado por um mago ardiloso. O nobre, então se antecipa a traição e faz
um acordo com Conan que está na prisão. O nobre liberta o cimério com a
promessa de que o ajude a matar o traidor de seu reino. O bárbaro concorda e os
dois seguem para o castelo do mago, mas chegando lá, muitas surpresas os
aguardam.
02
– Sombras de Ferro ao Luar
Após o massacre de seu exército de mercenários, Conan
precisa urgentemente deixar o território turaniano, onde sua cabeça está a
prêmio. Durante a fuga, o cimério encontra pelo caminho, uma ex-princesa
chamada Olívia que também tenta escapar de seus captores. Eles buscam refúgio
em uma pequena ilha no Mar Vilayet, mas logo se veem à mercê de duas ameaças:
uma criatura misteriosa que os espreita escondida na selva; e os piratas da
Irmandade Vermelha, cujo comandante é um velho e mortífero inimigo de Conan.
A ilha, no entanto, abriga um perigo ainda mais
aterrador. Quando a lua cheia desponta no firmamento, estátuas de ferro negro
ganham vida nas ruínas de um templo ancestral. para destroçar qualquer
transgressor de seu santuário.
03
– A Rainha da Costa Negra
Uhauuuuu!!! O melhor conto do livro, sem dúvida! E
vejam que todos os outros são fantásticos. Devido ao seu alcance épico e romance
atípico, a história é considerada um clássico indiscutível da tradição de Conan
e é frequentemente citada pelos estudiosos de Howard como um de seus contos
mais famosos.
Cara, que contaço! Juro que me emocionei com o seu
final. No enredo, Conan conhece Belit, uma pirata dos mares de Kosh, incrivelmente
bonita. O cimério passa a sentir uma paixão abrasadora por aquela beleza de
marfim, a qual é prontamente correspondido. Os dois passam a saquear as cidades costeiras por onde passam, ao mesmo
tempo em que os tesouros de uma cidade perdida na selva atraem as suas atenções.
Assim, Conan e Belit seguem para o misterioso lugar, onde uma sequência de
eventos irá mudar o destino do casal e de sua tripulação de piratas. Como já
mencionei, o final do conto é emocionante. Putz, e como é. Friso, o melhor
conto do livro.
04 – O Demônio de Ferro
O título já revela logo de cara quem é o antagonista
de Conan nessa aventura. Acredito que a atração que o personagem criado por
Howard exerce sobre os seus leitores deve-se a sua frieza, segurança e
serenidade esmagadoras no momento de enfrentar um inimgo, seja ele pirata,
feiticeiro, rei ou monstro. O cimério não recua em hipótese alguma, junto a
isso o seu código de honra, mesmo sendo um bárbaro, o transformam num dos
heróis mais carismáticos de todos os tempos, tanto é que a Marvel já entrou no
clima e começou a produzir HQs do herói.
Neste conto, o Bárbaro não teme nem mesmo um poderoso
demônio que vive com uma seita de seguidores numa isolada cidade. Quando os
seus asseclas raptam a companheira do herói para ser sacrificada ao monstro,
ele ruma até o covil da besta-fera para resgatá-la, ‘entonce’ o tempo fecha.
05
- Os Profetas do Círculo Negro
Também adorei esse conto onde a irmã de um jovem rei
morto pela magia de profetas negros que vivem num lugar muito afastado dos
seres humanos, resolve barganhar com Conan a vingança de seu irmão em troca da
liberdade de sete dos seu companheiros. O plano dá errado quando Conan resolve
sequestrar a irmã e leva-la junto da missão por garantia.
Nesta aventura Conan enfrenta magos e guerreiros poderosos,
além do líder dos profetas do Círculo Negro.
Portanto, está aí; um livraço! Estou ansioso para ler
o terceiro e último exemplar da saga do cimério editado pela Pipoca & Nanquim.
Lembrando que esse segundo volume foca mais na fase de
saqueador e pirata de Conan, mostrando um guerreiro bem mais jovem, antes de
ter se tornado rei da Aquilônia, um dos
reinos mais poderosos de seu tempo.
Quanto a edição luxuosa em capa dura da editora Pipoca
e Nanquim já dei todos os detalhes no post referente ao primeiro volume (ver
aqui). Para aqueles que ainda não leram, já adianto que é de babar.
Inté!
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