Conheci Pipe Floriani virtualmente, através do blog
e por troca de mensagens e e-malis. Se existe um grupo de pessoas que conseguiu
ler todas as postagens do blog em seus mais de sete anos de atividade,
certamente Floriani faz parte dessa turma. Sei disso porque ele comenta comigo cada
post dando a sua opinião e colaborando com sugestões de novas postagens.
Floriani optou por ler o blog de trás para frente, ou seja, a partir de sua
primeira postagem publicada em 16 de março de 2011, o que achei bem original.
Neste contato que mantemos com frequencia, percebi
que ele é muito meticuloso e observador, por isso quando me disse que pretendia
lançar um livro, antevi que a obra seria muito bem escrita. No final, eu estava
certo. “O Bisonho” que acabei de ler há uma semana, lançado pela Editora
Chiado, leva o leitor para dar um passeio nos bastidores do Exército.
O livro segue a mesma linha de “Memórias da Caserna
– No tempo da Ditadura Militar” de Antônio Luiz Gomes. A diferença é que
Floriani optou por deixar de lado detalhes referentes ao tempo da ditatura e
procurou centrar mais nas situações engraçadas que viveu durante os 365 dias
que serviu um batalhão de infantaria - instituição militar do Exército Brasileiro encarregada de formar soldados e cabos de primeira categoria.
Durante um ano, o autor narra como foi a sua convivência com outros
recrutas engajados em sua turma, alguns soldados e oficiais. Relembra ainda fatos pitorescos ocorridos no quartel nesse
período. De maneira humorada o leitor
viaja nos ‘causos’ contados por Floriani. Alguns desses ‘causos’ são tão
trágicos ou deprimentes que tornam-se hilários como no capítulo em que um sargento
durão ensina uma lição de ordem para um recruta completamente gago.
“O Bisonho” é dividido em três partes. Na primeira –
“Fora dos muros do batalhão” - o autor explica os motivos que o levou a se
alistar no Exército e também como são os procedimentos de alistamento, como
exames médicos, entrevistas, etc. Neste capítulo inicial dei boas risadas com
os golpes que alguns recrutas tentavam aplicar nos oficiais médicos na
esperança de escaparem do serviço militar obrigatório. O mais comum deles foi o
golpe do cego – utilizado até nos dias de hoje – em que o recruta no momento do
exame clinico, garante que não enxerga direito.
Na segunda parte – “As semanas mais difíceis e fora
do comum de toda uma vida” – o leitor começa a ter contato com a rotina inicial
de um recruta do Exército. Sargentos durões, castigos, erros e atrapalhadas dos
infantes aprendizes compõem o contexto dessa parte do livro.
E finalmente na terceira e última parte –
“Preparação para o campo” – o autor conta como é a preparação de um recruta no
campo, fora dos muros do batalhão, numa simulação de combate. E toma mais cenas hilárias!
Diverti-me muito lendo “O Bisonho”, além da
oportunidade de conhecer os bastidores de uma caserna, já que não pude servir o
Exército. Ah! Antes que alguém me pergunte; não cheguei a aplicar nenhum golpe,
na realidade fui dispensado por excesso de contingente. Parece que na minha
época, todos – ao contrário de mim – estavam querendo viver numa caserna.
Valeu!
Um comentário
Dale Pipe!
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