08 maio 2023

Procurador de Justiça conta em livro a história secreta do Primeiro Comando da Capital (PCC)

Interessei-me por esse livro quando Lulu ligou em meu serviço dizendo de “bate pronto”: - Frido (ela me chama por esse apelido, é mole? Qualquer dia desses explico como tudo começou) descobri um livro que você vai amar. Estou lhe enviando o link para acessá-lo. – Poucos minutos depois, já tinha recebido em meu email o link do release do livro Laços de Sangue - A História Secreta do PCC

Lulu disse que eu iria amar a obra porque o jornalismo investigativo é um dos gêneros literários que eu mais curto. Pois é... mal de todo jornalista, não é? – rs. E de fato, me interessei muito. Quanto a amá-lo só poderei revelar depois de lê-lo e me familiarizar com o seu conteúdo. Mas que o tema chama a atenção, não há como negar.

A obra escrita pelo procurador de Justiça Marcio Sergio Christino resgata as origens da facção criminosa que aterroriza o país. De acordo com o release o livro, o Primeiro Comando da Capital (PCC) responsável por rebeliões, assaltos, sequestros, assassinatos, narcotráfico e toda sorte de delitos foi criada por oito detentos do sistema penitenciário, na Casa de Custódia de Taubaté (SP).

Na obra, também segundo o release, o procurador oferece uma “verdadeira enciclopédia sobre a trajetória do Primeiro Comando da Capital e apresenta sua perspectiva sobre como é possível lidar com a realidade de violência e violações impostas pela organização”.

Segundo Christino, o rol de crimes arquitetados pelo PCC é tão grande quanto sua estrutura. Soma-se a essa lista as recentes descobertas de um plano para atacar servidores públicos e autoridades, incluindo o senador Sergio Moro e o promotor Lincoln Gakiya. Mas qual a motivação por trás de atentados contra figuras públicas? Como, apesar dos esforços de segurança pública, a maior organização criminosa do Brasil segue em franca atividade? Quais são as origens desse grupo aparentemente invencível? Em Laços de Sangue - A História Secreta do PCC, o autor procura responder a todos esses questionamentos. Publicada pela Matrix Editora, a obra escrita por uma das maiores autoridades brasileiras no combate ao crime organizado, em parceria com o jornalista investigativo Claudio Tognolli, reúne os bastidores do nascimento e ascensão da organização a partir de depoimentos colhidos diretamente de integrantes da facção.

De acordo com o release fornecido pela editora, Christino e Tognolli mostram como o PCC foi criado por oito detentos dentro do sistema penitenciário, na Casa de Custódia de Taubaté (SP), no que deveria ter sido um simples torneio de futebol entre os presos. Eles detalham os caminhos que permitiram a extensão dos tentáculos da organização para fora dos muros das prisões e hoje atemorizam, além dos brasileiros e suas instituições, até mesmo países vizinhos como Paraguai, Bolívia, Colômbia e Venezuela.

Procurador de Justiça Márcio Sérgio Christino

A livro reúne também as estratégias de investigação utilizadas pelas autoridades, a ascensão de Marcola a partir da morte de quase todos os fundadores da facção, alguns dos bárbaros crimes executados pelos bandidos e até as reclamações curiosas feitas pelos advogados dos criminosos, frente à delação premiada do último fundador do PCC falecido recentemente. Nas palavras da editora Matrix: “uma verdadeira enciclopédia sobre a trajetória do Primeiro Comando da Capital”.

A obra ainda apresenta a perspectiva de Christino sobre como é possível lidar com a realidade de violência e violações impostas pela facção. O procurador é enfático ao destacar ainda que as ações promovidas por seus integrantes são executadas apenas com interesses próprios de expansão e enriquecimento, sem levar em consideração qualquer pauta prisional pertinente.

Marcio Sergio Christino é Procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo. Foi membro do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). É conselheiro do Conselho Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo e ex-Secretário Executivo da Procuradoria de Justiça Criminal. Ele é autor do livro Por Dentro Do Crime sobre o crime organizado no Estado de São Paulo.

Claudio Tognolli é jornalista e professor-livre docente da ECA USP. Escreveu 17 livros, como Assassinato de Reputações I e II e Bem-Vindo ao Inferno, publicados pela Matrix Editora. Ganhou prêmios como o Jabuti de literatura, Grande Prêmio Folha e Esso de jornalismo.

Valeu Lulu pela indicação! Agora só resta verificar o saldo do meu “famigerado” cartão para decir quando vou comprar.

Yes!

Ficha técnica

Livro: Laços de Sangue - A História Secreta do PCC

Autoria: Marcio Sergio Christino e Claudio Tognolli

Editora: Matrix Editora

ISBN: 978-85-8230-425-9

Páginas: 223

Formato: 23x15,8x1,4cm

Preço: R$ 55

Onde encontrar: Matrix Editora e Amazon

04 maio 2023

A última mentira que contei

A exemplo de As Sobreviventes, o novo livro de Riley Sager não decepciona. Não chega a ser algo fantástico que mereça elogios pomposos e fogosos, mas vale a leitura. A última mentira que contei segue as mesmas diretrizes de As Sobreviventes, ou seja: leitura fluida; pequenas reviravoltas no decorrer da história, culminando com um grande plot twist final e mulheres como personagens principais. Por isso, o “esqueleto” do enredo não difere em nada de seu livro anterior. Acredito que depois do sucesso de As Sobreviventes que chegou até mesmo a ganhar um elogio “da hora” de ninguém menos do que Stephen King, o mestre do terror, Sager não quis arriscar mexendo em sua fórmula. E fez bem porque o seu novo romance está sendo muito elogiado pelos leitores, além de ocupar as primeiras posições nas listas de obras mais vendidas.

Como já ‘disse’, não é uma obra incrível com o poder de lhe tirar de uma ressaca literária, mas nem por isso, deixa de ser um bom livro.

O plot twist principal que esclarece o grande mistério da trama só ‘dá as caras’ nas três últimas páginas do livro. Antes disso, eu tinha a certeza de que o destino das personagens principais tomaria um outro rumo; um rumo, aliás, bem chatinho e com um plot muito simplório. Quando eu já estava pronto para criticar a conclusão da história, eis que chegam as tais das três últimas páginas que modificaram tudo; e modificaram muito, mais muito, de fato. Confesso que a “sacada” final do autor me pegou de surpresa e pegará você também. É o tipo de conclusão imprevisível e astuciosa.

A última mentira que contei narra a história de quatro amigas - Vivian, Natalie, Allison e Emma – que decidem passar as férias no Acampamento Nightingale. Certa madrugada, ainda meia sonolenta, Emma viu as outras três amigas saírem da cabana na calada da noite. Essa foi a última vez em que ela, ou qualquer outra pessoa, teve notícias das garotas.

Quinze anos depois, Emma é convidada a voltar ao acampamento, que seria reaberto pela primeira vez desde a tragédia. Ela vê nisso uma oportunidade de tentar descobrir o que realmente aconteceu com suas três amigas.

Em meio a rostos conhecidos, cabanas inalteradas e o mesmo lago escuro – objeto de tantas histórias e lendas -, ela começa a encontrar misteriosas pistas deixadas por Vivian, mensagens sobre as obscuras origens do acampamento e sua possível relação com os desaparecimentos.

Se você leu e gostou de As Sobreviventes, certamente, também irá gostar de A última mentira que contei.

01 maio 2023

O Ragnarök e Thor despertaram o meu interesse pela mitologia nórdica

Aqueles que acompanham, já há algum tempo, o “Livros e Opinião” sabem o quanto sou fissurado em mitologia grega. Amo as aventuras daqueles heróis que cruzavam mares desconhecidos, enfrentando vários perigos ou simplesmente pelo prazer de participar de uma guerra sonhando com a conquista de um reino. Foi assim com Aquiles, Ulisses, Agamenon e tantos outros heróis em a Guerra de Troia como também foi assim com Jasão na busca pelo Velocino de Ouro.

Não há como ficar indiferente àquelas narrativas épicas, as quais contam com seres sobrenaturais, deuses e semideuses, que coexistem no mundo com os seres humanos. De modo geral, essas lendas foram o meio encontrado pelos gregos de explicarem fenômenos naturais. Definitivamente adoro mitologia grega e esse meu gosto fica evidente nas minhas estantes de livros onde tenho guardadas várias obras sobre o assunto.

Confesso que por outro lado não tinha o mesmo interesse pela mitologia nórdica, mas sabe como é né galera? De repente temos aquele estalo e pronto, passamos a gostar de algo que não gostávamos antes. Entonce... tive esse estalo e os dois responsáveis por essa mudança de... digamos, gosto, foi um evento cataclísmico e um deus da mitologia escandinava. Estou me referindo, respectivamente, ao Ragnarök e Thor. Na mitologia germânica, esse termo é utilizado para definir o fim do mundo que é causado por uma destruição dos cosmos e tudo que nele vive, incluindo os humanos e os deuses, por catástrofes ambientais e uma grande guerra. Em nórdico antigo (língua que os vikings falavam), a palavra “Ragnarök” significa “destino dos deuses”. Quanto a Thor, sempre gostei desse personagem. Tanto é verdade que durante a minha fase de leitor contumaz de histórias em quadrinhos tinha um “universo” de gibis do chamado “deus do trovão”. Além disso, ainda me lembro que nos meus tempos de criança não perdia por nada aqueles desenhos artesanais do Thor que passavam na televisão. As animações eram tão malfeitas que ficaram conhecidas como “desenhos desanimados” e não “animados”. Hoje, tempos depois, se tornaram cults. Desde aquela época, isso nos idos dos nos 60, sou fã de Thor. 

Recentemente li algumas coisas sobre o Ragnarök e descobri que está intimamente ligado a Thor, Loki, Odin e a destruição do famoso mjolnir, o poderoso martelo de Thor como aconteceu no terceiro filme da franquia do herói chamado “Thor: Ragnarok”.

O Ragnarok na mitologia nórdica

Estes eventos foram suficientes para que o meu interesse – acredito que a frase mais adequada seja a minha curiosidade – pela mitologia nórdica tenha despertado. Outro fator que contribuiu para isso foi a descoberta de que a ópera homônima do compositor alemão Richard Wagner chamada "Der Ring des Nibelungen" (O Anel dos Nibelungos) que também foi fonte de inspiração para J. R. R. Tolkien escrever a trilogia O Senhor dos Anéis (aqui, aqui e aqui), sua obra mais famosa, também faz parte das histórias que compõem a mitologia nórdica. Ainda me recordo o quanto ficava  encantado ao ler e ao mesmo tempo ver as gravuras de “O Anel dos Nibelungos” nas páginas da antológica enciclopédia O Trópico (ver aqui).

Portanto, foi um conjunto de fatores que contribuíram para o meu interesse pela mitologia escandinava. Pois bem, depois disso, só faltava encontrar um livro que abordasse o assunto de maneira descomplicada e sem aquelas explicações técnicas que enchem o saco. Resumindo: queria um livro que me fizesse viajar e não refletir. Um livro com as mesmas características de O Livro de Ouro da Mitologia Grega de Thomas Bulfing ou então As 100 MelhoresHistórias da Mitologia de A.S. Franchini e Carmen Seganfredo. Quanto a Bulfing não consegui encontrar nenhum livro seu, mas tive mais sorte com Seganfredo. Acabei descobrindo que essa autora, novamente com Franchini, havia escrito As Melhores Histórias da Mitologia Nórdica e com direito a uma versão romanceada de “O Anel dos Nibelungos”. Taí: nem pensei duas vezes e comprei o livro.

Pelo o que eu pude descobrir, a obra de Franchini e Seganfredo lançada em 2013 pela editora Artes e Ofícios reúne num único volume as principais lendas relativas à mitologia dos povos que habitaram nos tempos pré-cristãos os atuais países escandinavos (Noruega Suécia e Dinamarca) além da gélida Islândia.

Pela avaliação de alguns leitores que pude constatar, nestas histórias não faltam ação, romance e até a presença de uma insuspeita de uma veia cômica já que a maioria dos personagens transitam pelo grotesco numa profusão de gigantes, elfos e outros personagens míticos. Enfim, tudo o que eu estava procurando.

Pois é, tomara que eu goste.

Ah! Antes que me esqueça, comprei o livro num sebo virtual; muito mais barato. Aliás, uma diferença de preço exorbitante se compararmos com as livrarias virtuais.

Inté!

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