08 junho 2025
Novo livro de Dan Brown, “O Segredo Final”, chega em setembro nas livrarias brasileiras, mas a obra já está em pré-venda
Os fãs de Dan Brown, mas aqueles fãs do tipo que amanhecem
nas portas das livrarias em dia de lançamento de livros do autor estão em
êxtase total. E por um bom motivo, melhor, por um excelente motivo, pelo menos
para os leitores que devoraram O Código da Vinci, Anjos e Demônios, O Símbolo Perdido, e por aí afora; o novo livro do escritor norte-americano já tem
data definida para chegar às livrarias físicas e virtuais: 9 de setembro. Mas o
melhor de tudo é que a obra já está em pré-venda nos principais portais
literários, entre os quais o da Amazon.
A história será lançada no Brasil pela Arqueiro, selo
da Editora Sextante, e deve seguir a fórmula já consagrada do autor, que une
suspense, teorias conspiratórias e segredos perigosos. Em outras palavras, não
espere um Brown inovador em O Segredo
Final porque a velha fórmula dos livros anteriores também estará presente e
acompanhada do bom e velho Robert Langdon com todas as suas manias e trejeitos.
Aliás, o famoso professor de simbologia religiosa da Universidade de Harvard
volta para o convívio dos leitores brasileiros após oito anos ausente, desde o
lançamento de Origem.
E já que citei Origem;
em 2017, a obra garantiu o segundo lugar em Ficção na Lista Anual de Mais
Vendidos do portal Publishnews com 121 mil exemplares naquele ano apenas nas
livrarias brasileiras. Em 2018, foram mais 100 mil exemplares.
Agora, na nova trama, Langdon viaja para Praga com a
acadêmica Katherine Solomon, que foi convidada a ministrar uma palestra e está
prestes a publicar um livro com descobertas surpreendentes sobre a natureza da
consciência humana. O que era para ser uma simples apresentação muda de figura
quando um assassinato brutal acontece e Katherine desaparece junto com o
manuscrito de seu livro, colocando Langdon na mira de uma poderosa organização.
“É um campo de batalha diferente de tudo que ele já viveu e Langdon não terá
que lutar só pela própria vida, mas também pelo futuro da humanidade”, diz a
descrição da editora, que relançará, também em setembro, todas as obras de
Brown com capas inéditas.
Pois é, quando setembro chegar... será só alegria para
os devoradores de livros, mas os devoradores de obras de Dan Brown.
07 junho 2025
Qual é a melhor forma de ler a saga “Hannibal Lecter”? Respeitando a ordem cronológica dos fatos ou a ordem de lançamento dos 4 livros?
A “Quadrilogia Hannibal Lecter” é uma das sagas
literárias que eu mais gosto. Tanto é verdade que já perdi a conta das vezes
que reli os livros Dragão Vermelho, O Silêncio dos Inocentes, Hannibal e Hannibal, A Origem do Mal do escritor norte-americano Thomas
Harris. Amei e viajei todas as vezes que reli.
Conheci a obra de Harris através do filme
hiper-premiado “O Silêncio dos Inocentes” do diretor Jonathan Demme. Estávamos
no comecinho da década de 90 quando um serial killer vivido pelo gênio Anthony
Hopkins despertou o interesse - e acredite - despertou a simpatia de milhares
de cinéfilos. O tal Hannibal Lecter, com fama de canibal, era um famoso médico
psiquiatra, muito fino, inteligente e com um Q.I acima da média, mas tinha um
hábito nada recomendável: ele degustava aqaueles pacientes que não
correspondiam ao tratamento. E foi assim que ele ganhou o apelido de “Hannibal,
o canibal” ou “Dr. Lecter, o canibal”.
Após ter assistido ao filme, quis na mesma hora ler o
livro para comparar os enredos e descobri que livro e filme são praticamente
iguais com pouquíssimas diferenças, exceto a descrição detalhada dos
personagens na obra literária o que não acontece nas telonas.
No livro, uma agente novata do FBI chamada Clarice
Starling é destacada para encontrar um assassino, Búfalo Bill, conhecido por
arrancar a pele de suas vítimas. Para entender como o serial killer pensa, ela
procura um perigoso psicopata, encarcerado sob a acusação de canibalismo. É aí
que entra o famoso Dr. Lecter que decide ajudar na caça ao assassino, “emprestando”
o seu intelecto acima da média, mas com uma condição... desde que a agente do
FBI concorde em ser analisada por ele como se fosse sua paciente.
Gostei tanto do que vi nas páginas e também nas telonas
que decidi comprar todos os livros que seriam lançados futuramente, além de
assistir aos outros filmes baseados nessas obras.
Na primeira vez que li a quadrilogia procurei seguir a
ordem de lançamento dos livros, mesmo porque não havia um outro jeito, já que
naquela época havia sido publicado apenas O
Silêncio dos Inocentes e Dragão
Vermelho. Mas quando completei a saga, fiz a experiência de ler os quatro
livros respeitando a ordem cronológica dos fatos. E é sobre isso quero “falar”
nesta postagem porque já vi alguns questionamentos nas redes sociais sobre como
obter a melhor experiência, o maior nível de satisfação ao ler a saga.
Posso garantir que independentemente da galera ler a “Quadrilogia
Hannibal Lecter” na ordem de lançamento das obras ou então de “trás para
frente”, a experiência será a mesma, ou seja, saborosamente deliciosa. As duas maneiras
tem as suas nuances, vantagens, e porque não, desvantagens, também. Vou tentar
explicar melhor.
Se a sua opção for pela ordem cronológica dos fatos,
você iria entender detalhadamente o que transformou uma criança dócil e
inocente num perigoso e temido serial killer. Também iria conhecer como foram
os primeiros anos de Hannibal Lecter na faculdade de medicina, os seus amores,
as suas paixões e os gatilhos que fizeram com que ele optasse por seguir o lado do crime. Certamente, o leitor
que escolhesse essa sequência de leitura, iria desenvolver sentimentos de
empatia e muita empatia com o personagem o que poderia torná-lo menos
assustador nos livros seguintes.
Dessa forma, o leitor teria de pagar um preço
considerável por conhecer, em primeira mão, os fatos que levaram o Dr. Lecter a
se tornar um criminoso, incluindo algo que marcou profundamente, a sua
infância. O preço, como já citei acima, seria um Lecter menos sombrio,
assustador e até mesmo, menos impactante, ao longo do outros livros.
Cara, você vai amar o Dr. Lecter de Hannibal, A Origem do Mal e se não tomar cuidado...
vai até mesmo querer adotar aquela criancinha inocente.
Agora se a galera começar a sua leitura por Dragão Vermelho, o primeiro livro da
série lançado em 1981, o bicho pega. Na obra que abre a saga, Harris nos mostra
um Lecter demoníaco, muito longe daquela criança inocente de Hannibal, A Origem do Mal e também
daquele Lecter sutil e charmoso de O
Silêncio dos Inocentes. O serial killer canibal aparece pouco na trama, já
que o livro é focado em Will Graham, agente do FBI, que se vê obrigado a voltar
a trabalhar para prender um assassino em série conhecido como Fada do Dente.
Tudo seria muito fácil para Graham, se não tivesse passado por situações
extremamente traumáticas enquanto atuava no FBI.
O enredo mostra como Graham conseguiu prender o Dr.
Lecter, no passado; mas agora, ele precisa recorrer ao canibal para que o
serial killer lhe ajude com o seu intelecto a prender o Fada do Dente.
Mesmo aparecendo pouco no enredo, Lecter mostra para o
que veio. O autor narra em detalhes como foi a prisão traumática do personagem
e como o agente do FBI quase pagou com a própria vida por isso. Aliás, ele continuará
pagando e com um risco maior, após procurar o canibal na prisão para pedir
ajuda. Como disse, ele encontrará um Lecter demoníaco e impiedoso.
No terceiro livro da saga, o personagem se mostra
menos odioso e cruel. Estas duas características cedem espaço para o charme, a
sutilidade, a inteligência e o finesse que fizeram de Hannibal Lecter um dos
serial killers mais queridos da literatura ficcional.
Muitos fãs da saga perguntam como esse personagem caiu
tanto no agrado dos leitores apesar de ser um perigoso assassino. Na minha
opinião, um dos motivos foi o fato desses leitores terem lido primeiro “O
Silêncio os Inocentes” e não “Dragão Vermelho” que mostra toda a faceta do mal
do icônico personagem. Apesar de ter sido lançado sete anos antes de “O
Silêncio dos Inocentes”, “Dragão Vermelho” passou praticamente despercebido dos
leitores que só despertaram interesse pelo Dr. Lecter com o lançamento do filme
de Jonathan Demme.
Quanto a ordem de leitura da saga, não sei se consegui
esclarecer, mas vamos lá. Quer seguir a ordem cronológica dos fatos - mas
ciente de que ao conhecer o personagem já adulto transformado num perigoso
serial killer, o impacto será menor? Ok. Então leia respeitando essa sequência:
Hannibal: A Origem do Mal, Dragão Vermelho, O Silêncio dos Inocentes e Hannibal.
A outra opção é fazer a leitura de acordo com a ordem de publicação dos livros
– Dragão Vermelho, O Silêncio dos Inocentes, Hannibal e Hannibal: A Origem do Mal, ciente de que irá
encontrar, inicialmente, um Dr. Lecter maldoso, visceral e demoníaco, muito
diferente daquele que você viu nas telas.
Há também uma terceira pção para ler a saga, começando
pelo seu segundo livro, Silêncio dos
Inocentes e depois seguindo a ordem normal de publicação, ou seja: Dragão Vermelho, Hannibal e A Origem do Mal.
Aqueles que optarem por essa sequência conhecerão, primeiramente, um Lecter
menos cruel e mais finesse, o que atenuará o choque do Lecter de Dragão Vermelho.
Taí, escolham de que forma desejam ler uma das sagas
mais famosas da literatura e dos cinemas. Qualquer uma delas será benvinda e
não atrapalhará o entendimento da trama.
01 junho 2025
A Empregada está de olho
Começo essa postagem já pedindo aos fãs da saga A Empregada de Freida McFadden para que
esqueçam – mas um ‘esqueçam’ com todas as letras maiúsculas – da Millie dos
dois primeiros livros (A Empregada e O Segredo do Empregada). A Millie de A Empregada Está de Olho é muito
diferente; ela mudou demais. E na minha opinião, mudou para pior. Neste
terceiro livro da saga não vemos aquela personagem ativa, arrojada, sem medo,
perspicaz, capaz de enfrentar qualquer desafio. Pois é... a nossa Millie mudou.
No enredo de A
Empregada Está de Olho já se passaram 20 anos dos acontecimentos do
primeiro livro. E após essas duas décadas vemos uma Millie matrona, casada com
Enzo e mãe de dois filhos: Nico, de 9 anos e Ada, de 11. Ela deixou para trás
toda a sua impetuosidade e perspicácia. E foi justamente dessa impetuosidade e
perspicácia que eu, como leitor, senti falta. Para se ter uma ideia do quanto
ela mudou, em determinado capítulo, a personagem ficou embasbacada,
completamente sem resposta, ao ser desafiada por um encanador que a acusava aos
gritos – como não bastasse, ainda perto daquela víbora chamada Suzete - de lhe
ter dado um cheque sem fundos. E para completar a humilhação, Suzete ainda fez
questão de pagar o encanador e depois tirar um sarrinho na cara da Millie. Juro
que fiquei puto da vida e exclamei: PQP! Cadê a minha Millie?!!!!!”
E já que mencionei a víbora da tal Suzete, aproveito também
para acrescentar uma outra personagem – que se não víbora, pelo menos uma
cobrinha – de nome Janice, ou seja, as duas novas vizinhas da nossa Empregada.
Fiquei constrangido todas as vezes que as duas humilharam Millie. Suzete,
aliás, chegou ao ponto de dar em cima do Enzo e na cara da Millie!!!
Fico imaginando o que teria acontecido com Suzete e
Janice nos ‘velhos tempo’; as respostas afiadas que elas receberiam e que lhe
fariam fechar a boca na hora.
Saudades de você Millie, mas da Millie do passado e
não dessa nova versão, mas... tudo na vida muda, né? Fazer o que?!
Agora querem saber se eu gostei do livro? Gostei. -
Ôpa!! Mas espera aí cara? Depois de tudo o que você escreveu acima, você ainda
afirma que gostou da história? É muita incoerência!
Galera, calma aí; eu vou explicar porque essa linha de
raciocínio não é assim tão incoerente. A
Empregada Está de Olho é um dos raros livros em que você, apesar de se
decepcionar com o personagem (s) principal (s) não se decepciona com o enredo;
e o enredo desse – pelo menos, até agora - último livro da saga é muito bom.
McFadden criou pequenas reviravoltas no decorrer do enredo quem conseguem manter
os leitores ligados; plot twists pequenos, mas deliciosos. Outro detalhe positivo é que alguns personagens não
são o que aparentam ser; é aquela ‘coisa’ do tipo: “Putz, o cara fez isso?! Não
acredito!!”. E, no meu caso, gosto muito de ser enganado pelo personagem de uma
história; de ter sido feito bobo por ele. Adoro quando eu exclamo durante a
leitura: “Caráculas! Não pode ser verdade!”. E o enredo desse terceiro livro da
saga “A Empregada” tem pelo menos três surpresas que valem o selo “Não pode ser
verdade!”: duas no meio da trama e outra no seu final.
Sydney Sweeney será Millie nos cinemas. O filme estreia nos Estados Unidos em dezembro de 2025
Por isso, não tem como eu criticar o enredo
desenvolvido por McFadden; ele é muito bom, muito bem escrito. O que eu quis explicar
logo no início do post é que fiquei decepcionado em ver uma Millie matrona,
sossegada e sem aquela perspicácia que eu aprendi a definir como “perspicácia
bandida” que desnorteava os seus ou as suas rivais.
Mas não fiquem pensando que ela amoleceu totalmente.
No final, pelo menos ela mostra um pouco – não tudo, mas um pouco – dessa
perspicácia ao confrontar a sua oponente. Tudo bem que ela não fez isso
sozinha, mas com a ajuda de um parceiro (que por sinal, não foi o Enzo) mas,
pelo menos, fez; e serviu para uma redenção da personagem, digamos que... meia
boca.
Neste último livro da saga, como citei ,logo no início,
já se se passaram 20 anos dos eventos que ‘rolaram’ no primeiro livro. Millie,
agora casada com Enzo e com filhos, continua a enfrentar situações que a levam
a questionar o que acontece ao seu redor, incluindo os seus vizinhos.
Nessa nova trama acompanhamos Millie e sua família se
mudando para sua casa dos sonhos no subúrbio, onde acabam descobrindo que a
vida fora da cidade grande não é tão tranquila quanto parece, muito menos
segura.
Com a estranha família Lowell e sua empregada na casa
ao lado, uma vizinha bisbilhoteira e paranóica do outro lado da rua, barulhos
assustadores durante a madrugada e todos os membros da família mudando de
comportamento sem motivo aparente, Millie começa a se perguntar se tomou a
decisão certa ao se mudar.
Quando a empregada dos Lowells abre a porta, de
avental branco e os cabelos presos num coque apertado, Millie está decidida a
ser simpática, afinal, sabe exatamente como é estar nessa posição. Só que o
olhar insistente dela lhe dá calafrios. E essa não é a única coisa esquisita no
novo bairro. Millie passa a ver uma figura sinistra sempre à espreita,
observando sua família, e, para piorar, seu marido começa a fazer passeios
noturnos misteriosos. Como se não bastasse, a vizinha do outro lado da rua a
adverte: “Se eu fosse você, tomaria cuidado com aquela mulher.”
Enfim, trata-se de um bairro muito louco, com vizinhos
estranhos, com alguns deles guardando segredos perigosos, aliás... muito
perigosos.
Enfim, é isso aí. Não gostei da nova versão da Millie,
mas gostei do enredo.
Inté!
30 janeiro 2025
“O Visconde de Bragelonne” já está nas livrarias, Zahar dividiu a antológica sequência de “Os Três Mosqueteiros” em três volumes
E aí galera? Tudo bem? Por aqui, estou me preparando
para uma colonoscopia. Arghhhhh! Só em pensar no tal preparo para o exame que
se resume em dois dias fatídicos regados há muito, mas muito laxantes já me
arrepia. Estou quase concordando com Lulu que sugeriu forrar um plástico na
cama (rs). Por enquanto, estou proibido de usar o sofá ‘xique nu úrtimu e nu úrtimu
grau’ que compramos recentemente. Ele estará liberado para mim somente após a
colono, isto significa que terei cartão verde apenas no sábado. Portanto, só
mesmo virando os copos de bebida para afogar as mágoas, e quando digo bebida
quero dizer laxantes e daqueles bem turbinados do tipo Picoprep.
Mas deixando as brincadeiras de lado, vamos para a
postagem de hoje. Aliás, me desculpem pela divagação, mas sinceramente, tenho
que relaxar um pouco porque na realidade estou sim, preocupado com o exame e
também com a cirurgia que, provavelmente, terei que fazer. Por isso, resolvi
escrever essa postagem para espairecer as ideias.
Quero “falar” sobre um famoso visconde que me fez
comer uma baita barriga. Cobrei tanto as editoras, ou melhor, a Zahar para que
publicasse a história do tal visconde (ver aqui) mas por causa de alguns
contratempos que rolaram na saúde e também na minha área profissional acabei me
esquecendo de acompanhar nas redes sociais informações sobre uma possível republicação
da obra. Resultado: o livro foi relançado e o menino, aqui, só foi tomar
conhecimento do fato dois meses depois.
Cara, quando “bati” os olhos no portal da Amazon, após
as minhas tradicionais zapeadas literárias, e vi o livraço O Visconde de Bragelonne, juro que levei um choque pois não esperava
que a Zahar ou nenhuma outra editora fosse capaz de relançar o antológico
enredo de Alexandre Dumas.
Os 10 volumes de "O Visconde de Bragelonne" lançados pela editora Fittipaldi em 1959
A principal dificuldade que postergava esse
relançamento era o tamanho da história que foi publicada, originalmente no
formato de folhetim – como aconteceu com O
Conde de Monte Cristo (aqui e aqui). Décadas depois, quando foi lançada no
formato de livro chegou a ter 10 volumes com aproximadamente 300 páginas cada.
Agora me respondam: como publicar nos tempos atuais um enredo com mais de três
mil páginas?! Qual editora se arriscaria a topar essa aventura, ou se
preferirem... essa loucura?
Pois é, para a felicidade de todos os leitores que
amaram a saga Os Três Mosqueteiros e Vinte Anos Depois, a editora Zahar
decidiu encarar esse desafio. Uma decisão que na minha opinião, vale uma
bateria de fogos com direito a um show pirotécnico. Muitos admiradores de Dumas,
principalmente os fãs de carteirinha de Athos, Porthos, Aramis e D’Artagnan,
sempre acalentaram o sonho de que alguma editora relançasse essa história que
fecha a saga de Os Três Mosqueteiros.
A maneira encontrada pela Zahar para resolver o
complicado ‘problema das três mil páginas’ de O Visconde de Bragelonne - distribuídas em 10 volumes - foi ‘enxugar
o texto original com uma nova tradução e relança-lo em três livros com
aproximadamente 600 páginas, cada.
A aguardada continuação de Os Três Mosqueteiros (aqui e aqui) e Vinte Anos Depois, faz parte da coleção Clássicos
Zahar e conta com edição traduzida e comentada por Jorge Bastos.
No livro, descobrimos que trinta anos se passaram na
vida de D’Artagnan, Aramis, Porthos e Athos, o quarteto mais famoso da
literatura ocidental, desde os eventos ocorridos em Os Três Mosqueteiros. Os quatro amigos inseparáveis, agora estão grisalhos
e melancólicos; mosqueteiros representantes de valores medievais em franca
decadência. Neste primeiro livro, o quarteto de amigos apadrinha um jovem
companheiro: Raoul, filho bastardo de Athos, o Visconde de Bragelonne.
Na despedida de uma das sagas mais longevas e
memoráveis de todos os tempos, novos conflitos, reviravoltas, anseios e
disputas entram em cena. Como o envolvimento do visconde com Louise de La
Vallière, sobretudo numa época em que o destino das nações está em jogo, mas
cujos rumos são tantas vezes decididos a partir de intrigas, fofocas, rixas e
conchavos, ironizados por Alexandre Dumas.
O que mais podemos adiantar sobre “O visconde”? Vamos
lá. O segundo volume da saga se chamará Louise
de la Vallière e o terceiro, O Homem
da Máscara de Ferro, que serão publicadas separadamente. Neste primeiro
momento, apenas o primeiro volume está disponível ao público.
E aí? Gostaram da novidade? Com certeza, os leitores
que devoraram Os Três Mosqueteiros e Vinte Anos Depois amaram.
26 janeiro 2025
1822 (2º Volume da Trilogia Família Real no Brasil)
Pois é, oito dias sem nenhuma postagem. Galera, não
esqueci do blog, não. Os motivos do “menino”, aqui, ter ficado mais de uma
semana sem postar nada foram dois: o primeiro diz respeito a uma cirurgia que
serei obrigado a fazer. Isso mesmo, obrigado, porque não tenho mais
escapatória, não tenho mais onde me agarrar, portanto é agora ou agora. E os
exames preparatórios para essa cirurgia demandam muito tempo e energia, já que
o meu médico é muito meticuloso e graças a Deus por sê-lo. O segundo motivo está
relacionado com o Projeto de Lei 5332 que, de maneira surpreendente e
inesperada, foi vetado pelo Sr. Lula que desferiu um verdadeiro tapa na cara de
todos os aposentados por invalidez permanente. Como os congressistas estarão se
reunindo, provavelmente, em fevereiro para analisar se derrubam ou não o Veto
38, passo grande parte do meu tempo escrevendo para deputados e senadores,
telefonando para os seus assessores pedindo apoio para a derrubada desse veto.
Agora se você juntar esses dois motivos, garanto-lhes que toma muito do meu
tempo. Espero ter justificado esses oito dias sem ter postado nada. Mas, com
certeza, essa maré vai passar e no final de março voltarei ao esquema normal de
publicações de posts. Não estou “dizendo”
que até lá não publicarei nada. Longe disso. Sempre estarei por aqui e também
nas minhas redes sociais comentando, resenhando, divagando ou publicando as
minhas listas literárias. Com menos frequência, mas estarei. Mas depois, no mês
de março, tudo voltará ao normal, se Deus quiser e com certeza Ele quer.
Mas agora, vamos ao que interessa, vamos escrever
sobre livros. Galera, há mais ou menos uma semana, conclui a leitura de 1822, segundo volume da trilogia Família Real no Brasil, premiada saga do
jornalista Laurentino Gomes com mais de 4 milhões de exemplares vendidos e
vencedora do prêmio Jabuti. A saga formada pelos livros 1808, 1822 e 1889 que contam de uma maneira divertida
mas real a história da construção do Estado brasileiro no século XIX é
considerada um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro.
Adorei a leitura de 1808 que narra a chegada da família real ao Rio de Janeiro que sai
praticamente fugida de Portugal após ser acossada pelas tropas do imperador
francês Napoleão Bonaparte. O livro aborda também as transformações feitas por
D. João VI no Brasil colonial e a criação do Reino Unido de Brasil, Portugal e
Algarves, que colocou um ponto final no período colonial brasileiro, dando
início ao processo de independência do País. Como “disse” acima, amei a obra
(veja resenha aqui).
É uma pena afirmar que não posso expor o mesmo de 1822, segundo volume da saga. Não que o
livro seja ruim, não é isso. 1822 é
bom, mas falta a leveza e o ritmo de 1808.
Enquanto que no primeiro volume da trilogia, o autor foge da chamada linguagem acadêmica,
quase sempre cansativa e desinteressante, optando por uma abordagem leve e
divertida – são narradas várias curiosidades interessantes e até mesmo engraçadas
sobre a Família Real em nosso País e também como se deu o início da formação do
Estado Brasileiro - em 1822, a linguagem acadêmica chega com tudo enquanto que
aquelas curiosidades tão interessantes e ao mesmo tempo divertidas ficam mais
escassas.
1822
compara diferentes relatos sobre o Sete de Setembro e a proclamação da
independência e analisa como D. Pedro I conseguiu, apesar de todas as
dificuldades, fazer do Brasil uma nação soberana.
Neste segundo volume de Família Real no Brasil o leitor fica sabendo que a independência do
nosso País não terminou com o chamado ‘Grito do Ipiranga”. Ali, foi apenas o
início. Para se tornar uma nação independente de Portugal o caminho foi longo,
pois nem todos os estados (capitanias) concordavam com a independência e
preferiam que o Brasil continuasse como colônia de Portugal. Dentro desse
contexto, por muito pouco Pernambuco não se desvinculou do Brasil para se
transformar em uma nação independente. Outras capitanias também tiveram essa
mesma ideia.
Laurentino explica como Dom Pedro I, José Bonifácio e
outros baluartes tiveram que se desdobrar para unir o Brasil e transformá-lo num
País independente após o famoso grito: “Independência ou Morte”.
Laurentino Gomes, auto da trilogia "Família Real no Brasil"
Achei essa abordagem cansativa e me senti como um
estudante num banco escolar participando de uma aula tradicional de História do
Brasil num ritmo bem maçante.
A narrativa melhora muito, tornando-se bem interessante,
quando o autor explora detalhes de figuras importantes da História do Brasil
como a Princesa Leopoldina, a Marquesa de Santos, José Bonifácio e o próprio Dom
Pedro I que ganham capítulos exclusivos no livro.
Ficamos sabendo o quanto a Princesa Leopoldina –
mulher de Dom Pedro I – foi importante para a Independência do Brasil, além de
detalhes do seu relacionamento conturbado com marido. Aprendemos a ver, também,
um Dom Pedro desmistificado, com todos os seus defeitos – e olha que eram
muitos – mas em contrapartida, um grande líder e um comandante sem igual. E já
que estou “falando” em desmistificação, o autor desconstrói totalmente o “Grito
do Ipiranga”, mostrando aos leitores como, de fato, aconteceu um dos momentos
mais importantes da história do Brasil.
Aprendemos também a ver a verdadeira faceta da
Marquesa de Santos, cujo nome verdadeiro era Domitila de Castro e que chegou a
ter 14 filhos entre os quais, cinco com Dom Pedro I com o qual mantinha um
romance secreto na época em que o Príncipe Regente era casado com a Princesa
Leopoldina.
Todas essas narrativas prendem a atenção do leitor, o
problema é que elas são intercaladas com as cansativas lições de História do
Brasil, envolvendo os conflitos entre as capitanias; as diversas batalhas
oriundas desses conflitos, entre as quais, a Batalha do Jenipapo, dos Mascates
(envolvendo Olinda e Recife), além de uma longa explicação sobre as Cortes de
Portugal que era algo parecido com uma Câmara dos Deputados, atualmente, onde
eram tomadas decisões importantes envolvendo o Brasil. Enfim, quando a leitura
engatava uma quinta marcha, de repente, ela era, abruptamente, reduzida para
uma primeira, e bem forçada.
Quando terminei 1808
estava ansioso para ler 1822, mas
agora que conclui a leitura do segundo volume da trilogia, aquele “fogo” deu
uma ‘apagadinha”, tanto é verdade que optei por ler uma obra de ficção para somente
depois encarar 1889 o qual espero tenha uma narrativa mais interessante e sem
tantos altos e baixos.
Valeu galera!
21 novembro 2024
O segredo da empregada
Millie é fodástica. E neste segundo volume da
trilogia, ela provou ser mais fodástica ainda porque orquestrou uma vingança
perfeita, posso dizer um verdadeiro supra-sumo das vinganças (rs). Millie se
vingou por outras mãos, ou seja, utilizou um anjo vingador para cumprir a sua
missão.
Confesso que me empolguei com a leitura de O Segredo da empregada, mais do que o
primeiro volume A empregada. Agora,
vemos uma Millie mais segura e confiante, enfim, uma personagem mais amadurecida.
Este amadurecimento não impede que ela continue tomando as dores de mulheres
que são abusadas fisicamente ou psicologicamente pelos seus maridos. Nessas
horas, ela ‘despe’ a sua aura de uma faxineira humilde e ‘veste’ a sua verdadeira
personalidade: uma ex-presidiária condenada por um homicídio por ter defendido
uma amiga que estava prestes a ser estuprada. Ela é sagaz, esperta, inteligente
e muito carismática. Não há como os leitores deixarem de se simpatizarem com
essa garota.
Neste segundo volume, Millie está desempregada e começando
a ficar sem dinheiro. Ela começa a sentir na pele como é difícil para uma mulher
que já esteve presa, condenada por homicídio, conseguir um emprego. Quando o
desespero começa a bater na porta, ela mal consegue acreditar no momento em que
um milionário chamado Douglas Garrick a contrata.
Após alguns dias, ela começa a desconfiar que algo
está muito errado naquela cobertura que mais se parece com uma mansão: Wendy, a
esposa do Sr. Gasrrick nunca sai do quarto. Na verdade, ela e Millie nunca
foram sequer apresentadas.
Certo dia, ao colocar a roupa para lavar, Millie nota
manchas de sangue em uma camisola – e não é a primeira vez. Ela decide, então,
descobrir o que está acontecendo. Quando finalmente descobre, ela chega à
conclusão de que alguém precisa pagar um preço caro pelo o que está fazendo.
A narrativa de Freida McFadden, a exemplo de A empregada, continua fluida fazendo com
que os leitores devorem as páginas. O estilo, também segue o mesmo, com a
autora dividindo o enredo em duas narrativas, ambas em primeira pessoa. Millie
narra a primeira parte, enquanto um outro personagem narra a segunda. Antes,
temos um prólogo que ocupa pouco mais de uma página, mas com o poder de aguçar
a curiosidade dos leitores. O mistério que esse prólogo apresenta será
esclarecido apenas nas páginas finais do romance.
Juro que enquanto lia o livro tentava de todas as
maneiras descobrir qual era o plot twist que MCFadden havia reservado para os
seus leitores. Criei as mais tresloucadas hipóteses. Teve um
momento, durante a narrativa de Millie, que pensei ter certeza do que iria
acontecer e então me decepcionei porque parecia algo muito obvio. “Entonce”... vem
a segunda parte narrada por um outro personagem e o “tonto” aqui leva um tapa
na cara e fica abestalhado. Cara, não esperava por aquele plot twist, verdade.
Na parte 4 da história, já perto da vingança de
Millie, os leitores levam mais uma lapada, tão dolorida quanto a primeira. Um plot
do tipo: - Caráculas! Por essa eu jamais esperava”!
Atribuo o sucesso de O Segredo da Empregada, principalmente, a essas duas reviravoltas
na trama. Dois plot twists incríveis, tão bons ou até melhores do que aqueles
que a autora mostrou em primeiro livro da saga.
Uma leitura que certamente fará com que você adquira
sem preâmbulos o último livro da trilogia: A
empregada está de olho.