Um baita livro-reportagem sobre a história do Brasil.
É assim que defino 1808 do jornalista
Laurentino Gomes. Que livraço! Todos nós
sabemos que aprender História do Brasil seguindo métodos acadêmicos não é lá
muito atrativo e quase sempre os assuntos acabam se tornando enfadonhos. Agora,
em 1808 você aprende História do
Brasil de uma maneira fluida, bem longe do academismo, e o mais importante: se
divertindo. Isso mesmo; o autor recheia o seu texto de tantas curiosidades
interessantes, algumas delas, muito engraçadas - como por exemplo, os momentos
íntimos de dom João que na realidade não tinham nada de íntimos – que faz com
que os leitores não leiam, mas devorem o enredo.
Outro ponto importante a ser destacado na obra – acredito
também que seja uma característica comum nos outros dois livros (1822 e 1889)
que fecham a trilogia Família Real no
Brasil – é o seu lado desmistificador que mostra como personagens importantes
da história como o Príncipe Regente D. João VI, a princesa Carlota Joaquina e
até mesmo Napoleão Bonaparte eram na realidade ou como diz o velho ditado
popular: como eram “entre quatro paredes”.
1808 narra
a fuga da família real portuguesa para o Brasil. Nunca algo semelhante havia
acontecido na história de Portugal ou de qualquer outro país europeu. Em tempos
de guerra, reis e rainhas haviam sido destronados ou obrigados a se refugiar em
territórios alheios, mas nenhum deles foi tão longe quanto o príncipe regente
dom João, forçado a cruzar um oceano com toda a família real portuguesa para
viver e reinar do outro lado do mundo, enquanto as tropas do imperador francês
Napoleão Bonaparte marchavam sobre Lisboa.
Podemos afirmar que a chegada da família real de dom
João ao Rio de Janeiro, acossada pelas tropas de Napoleão marcou o início da
rápida e profunda transformação do Brasil colonial, cujo resultado seria a
Independência, em 1822, tema esse abordado no segundo livro da trilogia.
Ao chegar ao Brasil, dom João determinou, entre outras
medidas, a abertura dos portos, fundou escolas, mandou construir estradas e
fábricas, autorizou a publicação de livros e jornais, incentivou a ciência e as
artes. Ao retornar para Portugal, em 1821, deixava para trás um país
transformado e pronto para a independência.
Laurentino Gomes descreve em detalhes como foi a fuga
da corte para o Brasil, em 1808, em um dos momentos mais apaixonantes e
transformadores da história da humanidade. Milhares de pessoas acompanharam dom
João na viagem. Foram cem dias entre o céu e o mar até chegarem ao Brasil
colônia. Uma viagem que se transformou numa verdadeira aventura e ao mesmo
tempo num verdadeiro suplício e sofrimento. A corte portuguesa fugiu para o
Brasil em navios improvisados, abarrotados, infestados de pragas e piolhos,
comida estragada, enfim, sem conforto algum.
A obra também conta com ilustrações fantásticas dos
principais momentos da chegada da corte ao Brasil, além de gravuras representando
o cotidiano da época do Brasil colônia.
Depois de 1808
já iniciei a leitura de 1822 que
narra os fatos relacionados a independência do Brasil. Espero que seja uma “viagem”
tão apaixonante como foi ao ter lido o primeiro livro da trilogia.
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