Dos 14 livros sobre James Bond escritos por Ian
Fleming, “O Espião que me amava” (1962) foi o mais complicado para ler. Ruinzinho,
mesmo. A história original perde feio para o filme com Roger Moore.
Cara, se hoje estou suando para terminar a leitura
de “Contos Fantásticos do Século XIX”, no passado sofri para encarar o livro de
Fleming. Só não desisti porque sou um leitor muito perseverante, daqueles que
agarra o touro à unha e só larga depois que o bicho cai.
Reza a lenda que por causa da enxurrada de críticas
dos fãs e da imprensa - que acharam a história medíocre - Fleming teria ficado muito
frustrado com o que escreveu e por isso proibiu novas reimpressões - incluindo
a versão de bolso – além de uma possível adaptação cinematográfica. Este é o
motivo principal porque o filme de 1977 só leva o nome do livro.
Acredito que o autor inglês deve ter dito aos seus
herdeiros que voltaria do além túmulo para assombrá-los, caso eles fizessem
alguma maracutaia para liberar a adaptação integral do livro para as telonas. Cara, mas nem precisou tudo isso,
porque o enredo é tão bravo, tão aquém das outras histórias envolvendo 007 que
o veto partiu do próprio Albert Brocoli, o ‘todo poderoso’ produtor da franquia,
na época. Ele achou o livro tão ruim que preferiu aproveitar apenas o título em
seu filme. Mamma Mia!!
Brocoli
com o apoio de seu parceiro Harry Saltzman contratou roteiristas conceituados
de Hollywood para elaborar uma história completamente independente e diferente da
obra de Fleming. E quer saber mais? Deu resultado mêo! É verdade! "O espião que me amava" dos cinemas engoliu o seu homônimo dos livros. A história com Roger Moore foi um grande sucesso, recebendo elogios tanto do público quanto da crítica especializada.
No livro, a história é narrada em primeira pessoa pela personagem
Vivienne Michel que trabalha num motel de beira de estrada que durante uma
madrugada recebe a visita de dois mafiosos que tem planos de incendiar o local
e matar a moça. Eis então que após ter um pneu de seu carro furado, 007 surge
no motel e pede para passar a noite no local. O agente secreto inglês troca
tiros com os dois gangsters, mandando-os para as profundezas do inferno, dorme com a tal Vivienne e no dia seguinte vai embora. E só!Putz,
desculpe aí Fleming, mas etchaa romancinho rebinha... jamais daria um filme,
sequer mediano.
Já no o filme do diretor Lewis Gilbert, Bond e
uma linda agente soviética unem-se para investigar o desaparecimento de
submarinos atômicos e acabam enfrentando um perigoso e astucioso vilão, o
bilionário magnata e armador
Stromberg, logo Bond e sua companheira são a esperança de toda a humanidade.
O filme marca também a estréia do ‘capanga de vilão’ Jaws ou “Dentes de
Tubarão” como ficou conhecido. O grandalhão desajeitado com aqueles dentes de
metal fez tanto sucesso que voltou a participar de um novo filme do agente
secreto na chamada “Era Moore”.
Taí! Ponto para Brocoli!
2 comentários
E a música-tema do filme é Nobody Does It better, da Carly Simon. Pra mim, um dos dez melhores temas da franquia.
ResponderExcluirVerdade, a música é muito bonita. Carly Simon no auge da carreira.
ExcluirAbcs!