O Homem do Revólver de Ouro

07 fevereiro 2016
Sabem aquela história da água e do óleo que jamais se misturam? Entonce, a mesma prática se aplica ao livro “O Homem do Revolver de Ouro” e ao filme “007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro”. Os roteiros de ambos são distintos ao extremo. Como já escrevi num post anterior, os produtores e roteiristas do filme mandaram as favas o contexto da obra literária de Ian Fleming. Acho que eles disseram: “Olha, vamos aproveitar só parte do nome da obra; o resto, a gente inventa”. E até que inventaram um filme ‘meia-boca’ com Roger Moore vivendo James Bond pela segunda-vez.
No filme, Francisco Scaramanga dá uma de galo de briga e chama 007 para o terreiro com a intenção de descobrir quem é o “Rei do Gatilho”. Para isso, ele envia uma bala dourada, calibre 42 com a inscrição 007 à sede do Serviço Secreto Britânico. Com a ameaça feita à seu principal funcionário, “M” sugere a Bond que tire férias. O agente sabe, porém, que a chance de ser morto é grande e que tem apenas uma alternativa para virar o jogo a seu favor: encontrar antes o vilão. Durante a caçada, ele descobre que Scaramanga roubou uma estranha engenhoca que produz células de energia e que poderá vir solucionar o problema da falta de petróleo. Fica evidente que o vilão quer usar essa máquina para destruir Bond. 
Achei o enredo do filme apenas regular, meio bobinho; ao contrário do livro que é fodasticamente sério e tenso. A obra de Fleming funciona como continuação de “A Morte no Japão”, onde um ano depois de James Bond desaparecer durante a missão naquele País,  é dado como morto. Em seguida, um homem que se diz ser Bond, aparece em Londres para se encontrar com M. Após alguns exames e interrogatórios, a identidade do agente secreto é confirmada, mas, durante sua entrevista de balanço com M, 007 tenta matá-lo com uma pistola de cianeto, mas a tentativa falha.
Então, o Serviço Secreto Britânico logo descobre que depois da destruição do castelo de Blofeld no Japão, Bond sofreu um ferimento na cabeça, ficando com amnésia subseqüente. Tendo vivido como um pescador japonês durante vários meses, 007 viajou para a União Soviética afim de saber a sua verdadeira identidade. Mas, ele acaba sofrendo uma lavagem cerebral e é mandado de volta à Inglaterra para matar M.
Após passar por um processo contrário à lavagem cerebral, é dada à James Bond uma chance de provar seu valor como um membro da seção “00″. “M” lhe atribui uma missão na Jamaica aparentemente impossível: localizar e matar Francisco “Pistolas” Scaramanga, um assassino cubano – considerado um às no gatilho - que acredita-se ter matado vários agentes secretos britânicos.  Ele e  outros investidores ainda estão envolvidos em um esquema para desestabilizar os interesses ocidentais na indústria de açúcar do Caribe e aumentar o valor da safra cubana. O grupo também comanda o tráfico de drogas nos EUA, o contrabando de prostitutas no México e a operação de cassinos na Jamaica.
Achei o duelo do livro entre 007 e Scaramanga bem mais tenso do que o do filme.  Aliás, Fleming caprichou no enredo, porque ao contrário de um, nós, leitores somos brindados com dois duelos. O primeiro ocorre quando o agente secreto, o vilão e seus capangas estão em um trem. Já o embate final – para saber quem é o melhor no gatilho – tem como local um pântano onde o ‘negócio’, de fato, pega.
Um detalhe interessante sobre a obra é que Fleming faleceu sem terminar o livro, ficando a cargo de Kingsley Amis, a função de finalizar a obra. Amis não levou os créditos pela co-autoria de “O Homem do Revólver de Ouro”, mas em compensação, escreveu o primeiro livro do agente pós-Fleming, Colonel Sun (1968), sob o pseudônimo de Robert Markham.
É isso aí galera!


2 comentários

  1. Estou assistindo todos os filmes do 007 em sequência e confesso que achei este o mais fraco até agora... Vale pela atuação de Christopher Lee como o Scaramanga, mas não gosto do James Bond feito pelo Roger Moore... Quanto ao livro, ele estrará na minha lista de desejos após sua postagem, pois parece ser melhor embasa do que o enredo do filme... Abraços...

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    1. Marcelo, o livro é bom: léguas à frente do filme. Com ceretza irá gostar. Mas não demore para adquri-lo pque ele já está entrando na 'lista dos extintos'. (rs)
      Abcs!

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